segunda-feira, 26 de março de 2012

Fungagá da Bicharada

Estreia em Portugal na próxima quinta-feira, 29 de Março, o filme «We Bought a Zoo», realizado por Cameron Crowe e protagonizado por Matt Damon e por Scarlett Johansson. E que decidi aproveitar como uma oportunidade, um pretexto para abordar brevemente a utilização de nomes de animais na política norte-americana, e não apenas «burros» (democratas) e «elefantes» (republicanos)… um autêntico «Fungagá da Bicharada» no outro lado do Atlântico. Pode ser, sem dúvida, «fun»… e sem ter de se ficar «gagá».
Poderá parecer perseguição da nossa parte… mas factos são factos: foi Barack Obama quem mais contribuiu recentemente para «(re)introduzir» a zoologia na ideologia, e começou a fazê-lo logo na campanha presidencial de 2008. Sim, Sarah Palin identificou-se a ela própria como «pitbull» e «Mama Grizzly», mas isso não implicou qualquer ofensa a qualquer adversário – enquanto o Sr. Hussein chamou à ex-governadora do Alaska uma «porca com batôn» e a John McCain um «peixe velho». Já depois de eleito e empossado como presidente, Obama comparou-se a um cão – primeiro favorável, depois desfavoravelmente – e queixou-se várias vezes dos «fat cats» que, supostamente, estariam a prejudicar a economia… sem reconhecer que muitos desses «gatos gordos» (da alta finança de Wall Street) foram, e ainda são, seus apoiantes. Além disso, não deixou de promover uma espécie de «caça» a uma «raposa» (isto é, a Fox News), e deixou algumas «hienas» andarem – e «rirem» – à solta a propósito do atentado que feriu a congressista Gabrielle Giffords. Entretanto, e previsivelmente, «ganhou» alguns «amigos da onça»…
… E foi comparado a um macaco por uma republicana – que não tardou a ser criticada e desautorizada pelos seus colegas de partido. O mesmo não aconteceu a David Axelrod depois de ter declarado, referindo-se a Newt Gingrich, que «quanto mais alto um macaco sobe a um poste, mais se pode ver o seu rabo». Mas já todos sabemos que a «civilidade no discurso» só é obrigatória para um dos lados… Ed Schultz é disso outro exemplo: para ele, os republicanos são como «ratos de esgoto». Já Harry Reid consegue ser mais fantasista, e até poético: para ele os milionários que criam empregos são como «unicórnios»… porque «não existem»!
Enquanto os bichos – reais e imaginários – forem usados unicamente como figuras de retórica no debate e no combate partidário, mesmo que de uma forma excessiva, isso não será muito grave. Pior é quando eles são vítimas verdadeiras de opções políticas. Passaram despercebidas em Portugal duas decisões – duas autorizações – da responsabilidade da actual administração que configuram um desrespeito chocante para com os direitos dos animais... ou, mais correctamente, de alguns animais: uma, o abate de cavalos para alimentação; outra, o sacrifício de (duas) águias – a ave que é o símbolo nacional dos EUA! – num ritual religioso de uma tribo índia. E há ainda o plano de matar exemplares de uma espécie de coruja... para proteger outra! É caso para perguntar: por onde é que anda a PETA quando ela é precisa?

terça-feira, 20 de março de 2012

Bem-vindos ao Illinois!

Realiza-se hoje uma eleição «primária» da campanha presidencial do Partido Republicano no Estado onde têm residência Barack Obama (trocou, por alguns anos, a dele pela Casa Branca em Washington)… e Rod Blagojevich (trocou, por alguns anos, a dele por uma prisão no Colorado)… e Jeremiah Wright… e Louis Farrakhan… e Oprah Winfrey… e Rahm Emanuel…
… E o ex-chefe de gabinete do actual presidente dos EUA, e actual mayor de Chicago, até que poderia dar as boas-vindas a Mitt Romney, Newt Gingrich, Rick Santorum e Ron Paul. Porém, será que os candidatos do GOP podem confiar em «Rahmbo»? Estarão em segurança na cidade de Al Capone? Afinal, trata-se de uma metrópole com tão elevados índices de criminalidade que: a cimeira de 2012 do G-8, que deveria realizar-se lá, foi transferida para Camp David; a venda de armas para defesa pessoal… disparou desde que a lei que a impedia (há quase 30 anos) foi revogada; é notícia quando há um período de 24 horas sem um homicídio ou um tiroteio; dezenas de corpos acumulam-se durante meses nas morgues sem serem reclamados; apenas 30% dos assassinatos de 2011 já foram resolvidos; é desaconselhada a encomenda de refeições por telemóvel; são contratados violadores como baby-sitters; crianças de escola primária são algemadas por se portarem mal nas aulas; polícias decidem «terminar» o direito à Primeira Emenda (liberdade de expressão) de jornalistas; é exigida uma identificação com fotografia a quem quiser comprar produtos de limpeza de canos e de esgotos…
… Que, pelos vistos, não estão a ser suficientes, porque há baratas «jurássicas» na câmara municipal. Aliás, tal não é a única «praga» de parasitas a infestar o Illinois: são vários – por exemplo, este, este e este – os casos de pensões milionárias e de outros benefícios exorbitantes atribuídos, injustificadamente ou mesmo fraudulentamente, a dirigentes de sindicatos. Logo, é preciso mais dinheiro para lhes pagar, pelo que há que ir buscá-lo das formas habituais, ou seja: aumentando impostos, em especial sobre imóveis; e passando (mais) multas, até mesmo a pessoas que estão a assistir a um funeral de um soldado morto no Afeganistão!      
No entanto, nem tudo é mau; há aspectos em que, aparentemente, se verificam progressos: David Axelrod assegura que agora cada pessoa só vota uma vez na «windy city». Todavia, e apesar da «melhoria», há dúvidas sobre quais serão os tais «valores do sul de Chicago» que Michelle Obama afirmou que ela e o marido tentam inculcar nas filhas… é que aquela é a zona da cidade onde a criminalidade é mais grave!  

quarta-feira, 14 de março de 2012

«PALINfrasia»* (Parte 3)

A esqu… erda norte-americana é, definitivamente, esqu… izofrénica. Desde 2008 que os seus diversos «porta-vozes», na política, na comunicação social e no entretenimento, se esforçam por convencer os EUA de que Sarah Palin é imbecil, incompetente, irrelevante... Porém, acabam sempre por demonstrar, com alguma frequência, que ela é exactamente o oposto. Um dos mais recentes exemplos é um anúncio da campanha de Barack Obama em que ela é a «vilã» - e convém sempre recordar que ela não exerce actualmente qualquer cargo público nem está a concorrer para um. Outro exemplo, ainda mais eloquente quanto a esse sentimento (não correspondido) de «amor-ódio» sentido pelos «progressistas» em relação à ex-governadora do Alaska, é o filme «Game Change», estreado no passado dia 10 de Março…
… No canal HBO, que há quem acredite significar, na verdade, «Home of Barack Obama». Os principais nomes da equipa daquele filme - produtor, realizador, argumentista e actores – são todos de democratas e apoiantes de democratas: Tom Hanks, Jay Roach, Danny Strong, Ed Harris, Julianne Moore e Woody Harrelson não só votam e apelam ao voto no PD como costumam contribuir financeiramente para ele e para os seus candidatos. Importa igualmente esclarecer, ou lembrar, que Roach e Strong foram em 2008 também, respectivamente, realizador e argumentista de «Recount», igualmente da HBO, sobre a controvérsia da (re)contagem de votos na Flórida na eleição presidencial de 2000 – e, segundo todas as recensões, aquele filme mostrou-se mais favorável a Al Gore do que a George W. Bush. Repare-se, pois, nesta (mais do que) aparente tendência de lançar filmes anti-PR em anos de eleições presidenciais… uma «coincidência», claro!
Antes de saber se o que está em «Game Change» é verdadeiro ou não, deve-se saber o quanto está, por comparação com o livro «Game Change – Obama and the Clintons, McCain and Palin, and the Race of a Lifetime», de John Heilemann e Mark Halperin, em que o filme é baseado. E a resposta… está desde logo no título: a obra original foi sobre toda a campanha de 2008, tanto do lado democrata como do lado republicano; aliás, nem foi bem metade-metade para cada um, porque a disputa entre Barack e Hillary, e até as peripécias de John Edwards, ocuparam mais páginas do que a nomeação do senador pelo Arizona e a escolha da sua «running mate». Então, por que motivo os responsáveis pelo filme decidiram não adaptar (pelo menos) 50% do material de base, ainda para mais envolvendo aqueles que estão agora no poder, como presidente e como secretária de Estado (ministra dos Negócios Estrangeiros) dos EUA? A resposta mais básica, e correcta, é «porque eles querem (sempre) favorecer os democratas e prejudicar os republicanos»; mas, desta vez, trata-se de algo mais complexo… e maquiavélico: os autores do filme partiram do pressuposto de que Sarah Palin não só se candidataria à nomeação pelo Partido Republicano mas que também, neste momento, poderia estar já na liderança da «corrida» - note-se que «Game Change» estreou poucos dias depois da recente «super terça-feira».
Se na «forma» há alguma surpresa, no «conteúdo» nem por isso: apenas outro «hit job» que, ao contrário dos precedentes, dispõs de mais meios; repleto de mentiras, meias-verdades, deturpações, exageros, omissões; a «consagração» de todos os (falsos) clichés - só faltou Katie Couric e Tina Fey fazerem uma aparição. Heilemann e Halperin nunca estiveram em qualquer comício do PR, nunca falaram com John McCain nem com Sarah Palin; esta não só – obviamente! – se negou a «auxiliar» a HBO como desmentiu veementemente, tal como várias pessoas que a acompanharam de perto em 2008, que o «retrato» corresponde à realidade. Mas não todas: houve duas excepções, dois «informadores» que tentaram fazer de Palin o bode expiatório do fracasso de há quatro anos e assim ocultar as suas culpas na (má) condução da campanha de McCain, em especial pela insuficiente, ou mesmo inexistente, denúncia do passado duvidoso de Barack Obama, e pela má resposta ao eclodir da crise financeira. Trata-se de Steve Schmidt e de Nicolle Wallace, respectivamente estratega e conselheira principal da candidatura McCain-Palin, que assim assumem aquilo que de facto são: traidores. Para cúmulo, Meghan McCain afirma que Wallace nem sequer votou no pai!          
No entanto, e porque, como se costuma dizer, «tudo o que é de mais é moléstia», até na «lamestream media» parece começar a registar-se algum enfado com tantos excessos anti-Sarah Palin. O Washington Post não tardou em noticiar que «Game Change» constituiu um relativo fracasso de audiência. E, no ano passado, o New York Times, cinco dias depois de ter elogiado (!) um discurso da ex-governadora, criticou (muito) desfavoravelmente um livro sobre ela, repleto de rumores, escrito por um voyeur ordinário e sensacionalista… que, curiosamente, foi tido como credível, em Portugal, por Diário de Notícias, Público e SIC. Sim, ainda há muito a fazer para combater essa estranha doença a que demos o nome de «PALINfrasia».
(* palinfrasia s. f. MEDICINA perturbação da elocução caracterizada pela repetição da última sílaba das palavras e, às vezes, de todas as sílabas de cada palavra (principalmente no atraso mental e na demência precoce) (Do gr. pálin, «de novo» + phrásis, «elocução» + ia) ) (Dicionário da Língua Portuguesa 2006, Porto Editora, página 1240)        
(Ler também: «Palin Power»; «PALINfrasia»; «PALINfrasia (Parte 2)».)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Entretanto, no Afeganistão…

… E enquanto quase toda a gente anda entretida e distraída com as primárias do Partido Republicano para a eleição presidencial deste ano, gastando milhares de caracteres em análises, especulações e previsões de resultados – mais recentemente, os da passada («super») terça-feira – como se aquelas constituíssem uma qualquer competição desportiva (onde será que eu já li isto? ;-)), os estrangeiros, em especial norte-americanos, civis e militares, lá (temporariamente) residentes continuam a sofrer as consequências do «business as usual» de Barack Obama e da sua administração no que respeita aos muçulmanos: manifestações, atentados e assassinatos que não diminuem, antes pelo contrário, após tentativas de apaziguamento… de pessoas que não querem, que nunca irão querer a paz, que preferem continuar a penar no seu inferno quotidiano feito de pobreza e, pior, de intolerância, misoginia e obscurantismo.
É mesmo necessário enunciar, e demonstrar, até que ponto é ridículo, ofensivo, humilhante… e inútil estar (novamente) a pedir desculpa ao Islão, desta vez por causa de alguns exemplares do Corão destruídos inadvertidamente numa base da NATO em Kabul (antes foi por soldados americanos terem urinado em cadáveres de terroristas)? Porém, isso é o que Barack Obama, e repetidamente, fez, e a única dúvida é se, mesmo ao telefone com Hamid Karzai, se terá curvado enquanto falava… Eu próprio, enquanto leitor e escritor, não gosto que se destruam e/ou se proíbam livros, sejam eles quais forem – sim, incluindo o «Mein Kampf» e os que já seguem o AO90 – mas nunca iria ao cúmulo de agredir e de matar por causa de umas dezenas ou centenas de folhas de papel. Além de que, e isto é fundamental, foram (prisioneiros) muçulmanos que «desrespeitaram» primeiro esses exemplares do Corão, ao escreverem neles mensagens uns aos outros – e foi por isso que eles foram queimados (os livros, não os prisioneiros, embora nada se perdesse se…). Mais: quantos exemplares do Corão terão sido destruídos nos muitos ataques a mesquitas perpetrados nos últimos anos por outros muçulmanos?
Barack Obama, a sua administração e todos os democratas em geral dão grande importância à «sensibilidade» dos islamitas. Porém, não tanto, ou nada, à dos cristãos. Onde está o pedido de desculpa pela tentativa (que ainda não cessou completamente) de obrigar instituições católicas norte-americanas a fornecerem gratuitamente contraceptivos? Onde está o pedido de perdão pelos milhares de exemplares da Bíblia destruídos deliberadamente, em 2009, também no Afeganistão? Onde está a renovada indignação e o repetido protesto, por parte da Casa Branca, contra o governo de Teerão e a favor do iraniano que corre o risco de ser executado… por ser cristão? Enfim, quando é que os seguidores de Maomé se penitenciarão pelas perseguições e pelos ataques que fazem constantemente aos de Jesus?
É evidente, e indubitável, que os pedidos de desculpa de Barack Obama não só não cessaram ou, pelo menos, atenuaram a violência, como, pelo contrário, a intensificaram – é o que costuma acontecer quando se dá «parte de fraco» (e se parece admitir uma «culpa»… inexistente) a quem não respeita os outros nem merece respeito. No entanto, Hillary Clinton teve o atrevimento de dizer que os republicanos, com os seus protestos contra as desculpas obamistas, podiam «inflamar» ainda mais a situação! Pior, o Sr. Hussein terá dado a entender ao Sr. Karzai que os que queimaram os livros seriam castigados e, eventualmente, julgados! Só uma palavra é suficiente para caracterizar efectivamente a conduta desta administração: cobardia.
Entretanto, para quê perder mais tempo e recursos humanos – vidas preciosas – e materiais com gente que não merece o esforço? Cenk Uygur e Rush Limbaugh, bem como um número crescente de democratas e de republicanos, acreditam que já é chegada a altura de vir embora. E, digo eu, a salvar algo do Afeganistão que sejam (algum)as mulheres; os homens, o Diabo que os carregue!

sábado, 3 de março de 2012

Obituário: Andrew Breitbart

Este é o primeiro obituário no Obamatório, e é inesperado, doloroso, inacreditável. Mas não são todos? Na verdade, uns são mais do que outros. Quanto se trata de alguém ainda muito novo (43 anos, nasceu a 1 de Fevereiro de 1969), incrivelmente activo, quase que omnipresente, e que se preparava provavelmente para fazer deste ano de 2012 um dos mais marcantes da sua – e das nossas – vida(s), a surpresa, e a tristeza, são maiores. É o caso de Andrew Breitbart, falecido a 1 de Março último em Los Angeles.
O primeiro livro dos vários que ilustram, do lado direito (obviamente!), este blog, é dele: «Righteous Indignation» detém a posição cimeira porque os autores estão alinhados segundo a ordem alfabética dos seus primeiros nomes; porém, aquela obra merece igualmente estar no topo porque relata o percurso pessoal, profissional e político de Andrew Breitbart, da esquerda para a direita, ao som de grupos da New Wave britânica e num meio cultural e social totalmente hostil a essa transição ou «traição» (tão bem que o compreendo, tanto que me posso identificar com ele…), começando quando ele se interrogou, e se indignou, com o tratamento que os «progressistas» e «liberais» deram a Clarence Thomas quando foi nomeado para o Supremo Tribunal de Justiça dos EUA; fala dos muitos anos em que ele foi o Nº 2 de Matt Drudge no Drudge Report, e depois quando ajudou Arianna Huffington a fundar o Huffington Post; finalmente, quando se lançou por conta própria com o Breitbart.com e os seus vários «Big’s» (Governo, Hollywood, Jornalismo, Paz). E é aqui que está a sua (outra) ascendência sobre o Obamatório: ainda não fiz essas contas (nem sei se alguma vez as farei), mas não tenho dúvidas de que a maioria das ligações que inseri nos meus textos neste blog desde há mais de três anos provém, precisamente, dos sítios na Internet criados e liderados por ele; um facto que se deve não ao acaso ou à ordem alfabética mas sim à importância, à qualidade, à relevância das informações acedidas através daquelas ligações.
Andrew Breitbart não se distinguiu apenas pelo seu espírito de empreendedor, de agregador de notícias e de aglutinador de talentos, de congregador de personalidades, mas também, e talvez principalmente, enquanto possuidor de uma espantosa coragem, tanto física como intelectual: abundam os exemplos, e respectivos registos audiovisuais, dos confrontos mais ou menos animados, exaltados, intensos, que manteve com opositores, em programas de rádio e de televisão, em conferências, em manifestações. E em que, frequentemente, para os desarmar, para os vencer, nem era necessário repetir os seus ideais e as suas ideias, os seus argumentos: bastava perguntar aos seus interlocutores: «porque estão aqui?»; «sabem porque, ou contra, estão a protestar?»; «que disseram ou fizeram de negativo aqueles contra os quais se estão a insurgir?». E era depois vê-los, invariavelmente, a repetirem palavras de ordem, a balbuciarem algo de ininteligível, a ficarem calados, a afastarem-se ou a serem afastados das câmaras… e, frequentemente, descobria-se que aqueles «protestos espontâneos» tinham sido (e continuam a ser) organizados e financiados por instituições tão «beneméritas» como os sindicatos pró-Partido Democrata e a ACLU… AB foi também diferente e inovador porque foi dos primeiros a proclamar claramente, alto e bom e som, que acabara o tempo em que os conservadores se limitavam a «comer e a calar», em que não respondiam aos insultos e às provocações.
Andrew Breitbart parecia imparável, incansável, indestrutível. Ainda recentemente havia escrito e publicado dois artigos, dois perfis, sobre um homem que era como que o seu «Némesis», o seu «inimigo de estimação», o seu inverso não só ideologicamente (porque foi da direita para a esquerda) mas também em carácter: David Brock, da Media Matters for America, «traidor» e «auto-proclamado mártir» ao serviço da esquerda radical e totalitária; antes, voltara a abordar a questão dos «Ocupas», mais concretamente as violações que ocorreram nos «acampamentos» destes «neo-anarquistas» espalhados pelos EUA. Ele estava sempre pronto para o combate, sempre disponível para o debate. Era uma «força da Natureza», o «guerreiro alegre». Tanto que, aparentemente, terá sido o coração que desistiu de o acompanhar. No entanto, e sabendo-se da predilecção norte-americana pelas teorias da conspiração, já há quem adiante a hipótese de ele ter sido assassinado…