… E enquanto quase toda a gente anda entretida e distraída com as primárias do Partido Republicano, gastando milhares de caracteres em análises, especulações e previsões de resultados como se aquelas constituíssem uma qualquer competição desportiva, Barack Obama e a sua administração continuam a practicar o seu «business as usual». Mais concretamente, (tentar) «transformar fundamentalmente» os EUA nos seus… fundamentos - políticos, jurídicos, institucionais, ideológicos, culturais.
O mais recente «golpe(zinho) de Estado» (inconstitucional, ou quase) foi a nomeação de Richard Cordray como director do (novo) Gabinete de Protecção Financeira dos Consumidores, e de três membros para o Conselho Nacional de Relações Laborais… sem confirmação, aprovação, prévia do Congresso. E tais iniciativas presidenciais só são permitidas quando no Senado há um «recess» - isto é, uma pausa nas sessões legislativas – de pelo menos três dias, o que não aconteceu desta vez. O normalmente contido John Boehner classificou a decisão do presidente como «uma apropriação, sem precedente, de poder»; já o Nº 44 justificou-a dizendo que «tenho uma obrigação como presidente de fazer o que puder sem eles». Esta é pois mais um conflito criado pela Casa Branca, e desta vez não só entre democratas e republicanos: a Câmara de Comércio dos EUA ameaçou levar o caso a tribunal. Que «condenará» a Administração se seguir o «parecer» de Charles Krauthammer, de que esta acção é apenas «a última de uma longa série de acções fora-da-lei. Ao estilo de uma república das bananas».
Talvez típica também de uma ditadura da América Latina ou de África é o Acto de Autorização da Defesa Nacional, cuja disposição mais controversa é a (possibilidade de) detenção de suspeitos por tempo indeterminado – no que vai mais longe do que qualquer medida tomada por George W. Bush. Será que a ACLU e outros grupelhos esquerdistas extremistas, alegadamente pacifistas, irão levar os seus protestos ao ponto de chamarem igualmente a Barack Obama «criminoso de guerra»? Talvez não, porque, como que para «compensar», a Administração decidiu criar uma linha telefónica «especial» para prestar assistência a imigrantes ilegais que tenham sido presos (!); e poderá tentar utilizar dinheiro de impostos para produzir anúncios a favor do controlo de armas.
São acções – e intenções – como as referidas acima que fazem com que comentadores como David Limbaugh considerem que a esquerda norte-americana é algo «orwelliana». Afinal, pode não haver (ainda) um «Big Brother» mas já há uma... «Big Sister».
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