terça-feira, 28 de maio de 2013

«Obamadorismos» (Parte 4)

(Três adendas no final deste texto.)
Depois de duas semanas terríveis, com (mais de) três enormes escândalos a apoquentá-lo e aos seus capangas, em que todos os dias surgiam (e continuam a surgir) mais pormenores escabrosos sobre as ilegalidades, ou, pelo menos, incompetências que cometem, Barack Obama, como «resposta» ou como (tentativa falhada de) «manobra de distracção», não se lembrou de melhor do que propor, num discurso sobre política externa e militar proferido na Universidade da Defesa Nacional, em Washington, que os prisioneiros de Guantanamo sejam transferidos… para os EUA! Ou, então, soltá-los no Iémen! E isto um mês depois de dois imigrantes muçulmanos terem cometido um atentado terrorista em Boston! Isto já não é só amadorismo: é comportamento (politicamente) suicida!
Charles Krauthammer e Newt Gingrich utilizaram a mesma palavra para classificar esta posição, e esta atitude, do presidente: naive (ingénua). Parece-me que foram ambos demasiado… brandos. E, atenção, o discurso não se limitou a preconizar a saída dos terroristas detidos na prisão da base norte-americana em Cuba. O Sr. Hussein quer revogar a lei de 2001 que, na práctica, e na sequência dos ataques a Nova Iorque e a Washington, iniciou, formalizou, a «guerra ao terror», e também reduzir a utilização de drones – aparentemente, as queixas, à esquerda e à direita, sobre o acumular de «danos colaterais» começam a ter consequências... Eric Holder admitiu que quatro norte-americanos foram eliminados. Porém, e pior, alegou ainda que os EUA não sofreram «ataques em larga escala» desde há 12 anos! Mas, então, o que foram, precisamente, os atentados em Boston, Benghazi e Fort Hood, que totalizaram 20 mortos e centenas de feridos? Como fez notar Michael McCaul, há como que a vontade de regressar a um mundo «pré-11 de Setembro», e isso, evidentemente, já não é possível. Krauthammer fala também de uma «visão adolescente» da guerra, em que bastaria um das «partes» - os EUA – declararem que aquela estava terminada para que isso de facto acontecesse… o que, claro, não seria verdade, e significaria sim, pelo contrário, um continuar e até um exponenciar dos perigos. Por outras palavras, e um dia depois de muçulmanos terem assassinado um soldado em Londres e cinco dias depois de outros muçulmanos terem iniciado motins em Estocolmo, Obama preconiza que se baixe os braços quando aqueles não só não dão mostras de estarem «pacificados» e «assimilados» como também, pelo contrário, evidenciam estarem cada vez mais ousados e desafiantes. Trata-se de algo mais grave, e mais perigoso, do que «violência insensata». Enfim, nos EUA como na Grã-Bretanha e na Suécia não faltam os que acredita(ra)m (há) demasiado tempo na utopia, na mania esquerdizante do «multiculturalismo», contra todas as evidências, contra a mais elementar realidade.
No Departamento de Estado, então, longe de se ter aprendido com o que aconteceu na Líbia, continua-se a viver em pleno num mundo da fantasia, em autêntico estado de negação. John Kerry, quando não está a provar e a elogiar as especialidades gastronómicas palestinianas, permite que na sua «casa» se expressem preocupações com supostas violações dos direitos humanos… dos fundamentalistas islâmicos na Nigéria, e que não se preocupem com – e não condenem – a exclusão de mulheres em eleições no Irão. São comportamentos que quase convidam a mais catástrofes… O mais grave é a impressão de que nem mesmo depois de «casa roubada» se colocam «trancas na porta». Porém, e vá lá, membros da actual administração vieram admitir, mesmo que a coberto do anonimato, que, no que respeita a Benghazi, não foram (não são) criminosos, nem maliciosos nem mentirosos, mas sim «apenas» incompetentes e idiotas. E, numa notável exercício de eufemismo, Jay Carney reconheceu que foram feitas «críticas legítimas» ao modo como a Casa Branca lidou com os escândalos em que se viu – e em que ainda se vê – envolvida.
Nunca é demais repetir, no entanto, que a inabilidade, a inexperiência e o amadorismo  que caracterizam esta administração mais não são do que o reflexo, por sua vez, da inabilidade, da inexperiência e do amadorismo que caracterizam a sua figura principal. Cem dias após o início do seu segundo mandato, já se falava, e demonstrava, (d)a sua «agenda falhada» - e isto antes de estalarem as «broncas» mais recentes! A propósito do seu segundo discurso de inauguração, fez-se uma retrospectiva, e uma comparação, entre o que ele prometeu no primeiro (em 2009) e o que de facto foi cumprido… pouco ou nada. E não faltaram pretextos para lembrar, e listar, as suas mais notórias citações e gaffes, com destaque especial, entre as mais recentes, para as que cometeu na viagem que fez à Birmânia em Novembro de 2012. Todavia, não convém que ele se cale; pelo contrário, há que incentivá-lo a continuar a falar para que restem cada vez menos dúvidas quanto à sua inaptidão para o cargo. Ouçam-no a: «alertar» que certos políticos (republicanos, claro) acabariam com os investimentos públicos em energia solar (sim, porque os que ele fez – Solyndra, e não só – foram tão «úteis» e «rentáveis»); «admitir» que as famílias americanas foram bastante «agredidas» nos últimos quatro anos; «apontar» o Congresso e o Serviço Secreto, e não ele, como culpados da suspensão das visitas à Casa Branca; «garantir» que os EUA não têm uma crise imediata em termos de dívida… uma posição contrária à que tinha em 2006, quando o valor daquela era pouco mais de metade do de hoje; «desculpar» o seu fracasso no controlo de armas por estar constrangido pelo sistema que os pais fundadores da nação instituíram!
Enfim, ele nada sabe, e, quando sabe, a culpa não é, nunca é, dele. Pelo que não surpreende que, recentemente, numa conferência de imprensa no Nº 1600, um jornalista – Jonathan Karl, da ABC – lhe tenha perguntado se ainda se sentia com força – com «suficiente sumo» («enough juice») para concretizar a sua agenda. O Sr. Hussein respondeu: «talvez fosse melhor fazer as malas e ir para casa». Sim, essa seria uma boa solução. Sempre poupava todo o trabalho de uma impugnação.
(Adenda – É Moore e não Monroe. Enfim, mais uma gaffe «obamadorística» a juntar a muitas outras; muitas mais do que aquelas que George W. Bush alegadamente cometeu.)
(Segunda adenda - Pergunta Charles Krauthammer: «A estupidez é a melhor defesa deles?» Sim, é. Mas não será suficiente para os «safar».)
(Terceira adenda - Sem discurso à mão e sem teleponto... pronto, o Sr. Hussein é como uma criança perdida. Ou como um amador irrecuperável.)               

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A morte e os impostos

(Quatro adendas no final deste texto.)
Não é um, não são dois, e como não há dois (ou duas) sem três… são três os (enormes) escândalos que, desde há uma semana, acossam Barack Obama e a sua administração, e que ocupam exclusivamente, ou quase, todo o espaço do panorama político-mediático dos Estados Unidos da América.
Na verdade, e se formos inteiramente rigorosos, até existem, há mais tempo, outros escândalos que poderiam e deveriam ser adicionados à «lista», e que já foram referidos (e mais do que uma vez) no Obamatório, como o «Fast & Furious» e o «Solyndra»… mas, enfim, concentremo-nos nos que «explodiram» nestes últimos dias, apesar de terem começado, de facto, há meses, ou anos: o ataque ao consulado em Benghazi, a 11 de Setembro último, e em relação ao qual já não existem quaisquer dúvidas (as provas, as informações, os documentos aparecem e acumulam-se rapidamente) de que a Casa Branca e algumas entidades que dela dependem (nomeadamente, departamentos de Estado e da Defesa) falharam em assegurar a devida protecção antes e durante o ataque, e que depois mentiram quanto à natureza daquele, de forma a não prejudicar a reeleição do Nº 44; o arresto, por parte do Departamento de Justiça, de registos telefónicos de dezenas de jornalistas da Associated Press, com o objectivo de identificar alegadas «fugas de informação» que podem comprometer a segurança nacional; e as acções persecutórias, preconceituosas (discriminatórias, porque não incidiram sobre organizações liberais) e prejudiciais por parte do Internal Revenue Service contra organizações conservadoras, em especial do Tea Party, que atrasaram ou impediram mesmo aquelas de obterem um estatuto de isenção fiscal.
Em Novembro último, no meu primeiro texto após a eleição de dia 6, escrevi aqui que «não só não duvido de que se saberá cada vez mais pormenores, mais informações e esclarecimentos, sobre os “casos” já conhecidos e que aqui foram relatados, como acredito, tal como outros, que se descobrirão mais “casos”.» Pois é, aí estão eles! Na mesma ocasião, e depois também em Março deste ano, referi as semelhanças que já se podiam notar entre a presidência de Richard Nixon e a actual; agora, são muitos mais os que fazem o mesmo, e não apenas republicanos como Cal Thomas, George Will e Peggy Noonan. Também Brian Williams e Bob Woodward; e Jon Stewart, que criticou violentamente não uma, não duas mas sim três vezes o Sr. Hussein e os seus servidores, e os seus comportamentos nestas controvérsias, evocando, sim, também, a figura, o «fantasma» de «Tricky Dicky», o que muito lhe deve ter custado… A sua conclusão principal é a de que os democratas acabaram por dar razão aos republicanos, acabaram por justificar muitas – se não todas – as «teorias da conspiração» que têm sido formuladas a propósito de BHO – que, claro, rejeita a comparação com aquele seu antecessor – e dos seus cúmplices. Teorias (agora comprovadas) que foram elaboradas por, entre outros, Glenn Beck e Mark Levin. Apenas dois dos mais famosos apoiantes do movimento Tea Party, que vê assim demonstrada definitivamente a sua razão de ser - a luta contra a expansão do Estado e o aumento da sua despesa. Acusados de extremistas, passaram a acusadores.
A grande dúvida está no envolvimento, directo ou indirecto, de Barack Obama em todas estas trapalhadas. Porém, se ele não tem culpa, têm-na alguns dos seus colaboradores mais próximos, que ele nomeou: Hillary Clinton, Leon Panetta, e outros, quanto a Benghazi; Eric Holder, quanto à AP – embora o procurador-geral repita sucessivamente, quanto àquele caso e a outros, que nada sabe de coisa alguma! Sobre o IRS, ainda não é evidente quem, do seu círculo mais restrito, poderia ter dado a ordem. No entanto, até é provável que essa ordem não tenha sido dada nem que essa pessoa exista. Pode ter sido… o próprio Obama quando, a brincar (?), disse que mandaria o IRS auditar algumas pessoas. Pode ter acontecido que, no IRS, outras pessoas tenham levado a «piada» a sério, e/ou levado a sério as «recomendações» feitas, por exemplo, na NBC, no New York Times e no Senado – pelos democratas Al Franken, Chuck Schumer e Max Baucus – no sentido de se «investigar» os grupos que integram o Tea Party, bem como outros, conservadores, cristãos, que criticam o governo, que divulgam a Constituição. E nem seria precisa qualquer «piada» ou «recomendação». Afinal, naquele organismo público são maiores, em tempo de eleições, as contribuições para políticos democratas do que as para republicanos – o mesmo é dizer, são mais os democratas do que os republicanos que trabalham no IRS. E, incentivados e «desculpados» à partida pelo facciosismo político-partidário – «tácticas de Terceiro Mundo» que formam uma «cultura da intimidação» de que fala Marco Rubio – induzido e acentuado por Barack Obama e a sua «trupe de Chicago», que levaram a demonização e a desumanização dos adversários até (baixos) níveis nunca antes vistos, sentiram-se à vontade para terem os mais absurdos procedimentos ao lidarem com os grupos conservadores e no tratamento das candidaturas daqueles a isenções fiscais e a outras regalias…
… Cujos pormenores, que vão sendo conhecidos a um ritmo alucinante, quase que fazem de «O Processo» de Franz Kafka uma fábula infantil do mais colorido optimismo. Trata-se de episódios de autêntico totalitarismo, quase todos implicando a exigência de informações que não só não são – ou não deveriam ser – obrigatórias como constituem uma intrusão inadmissível na esfera privada de indivíduos e de instituições. O IRS quis saber tudo: nomes, moradas de membros, educadores e educandos, apoiantes e doadores dos grupos; programas e calendários de iniciativas; materiais de leitura – houve quem respondesse, neste item, com o envio de um exemplar da Constituição norte-americana; até opiniões e pensamentos! Houve questionários com 55 perguntas. Calcula-se que quase 500 organizações (número provisório) em todo o país terão sido afectadas, tendo quase todas aguardado meses, ou até anos, para verem as suas situações resolvidas… se é que, entretanto, foram resolvidas (muitas continuam pendentes). Houve quem não aguentasse e desistisse. Quem criticasse Barack Obama e/ou declarasse o seu apoio a (e o seu voto em) Mitt Romney, como Anne Hendershott, Franklin e Billy Graham, Frank VanderSloot, e que, depois, foram «visitados» pelo IRS. O mesmo aconteceu a Larry Conners, um jornalista que teve a «ousadia» de fazer perguntas «incómodas» ao Sr. Hussein. Pior, houve gente no IRS que passou documentos confidenciais de organizações conservadoras para outras, liberais e rivais: a Human Rights Campaign teve acesso aos segredos da National Organization for Marriage, e a ProPublica aos de nove organizações conservadoras, incluindo a American Crossroads, de Karl Rove. Ainda pior, do IRS disseram à Coalition for Life do Iowa (activistas anti-aborto) que só veriam confirmado o seu estatuto de isenção fiscal se prometessem – em documento assinado! – que não protestariam contra a Planned Parenthood!
Em simultâneo, uma «fundação» dirigida por um meio-irmão de Barack Obama, e com o nome do pai de ambos, que pretende desenvolver acções de «caridade» no Quénia, viu rapidamente satisfeitas todas as suas solicitações… Há para aí ingénuos que continuem a acreditar que tudo isto são só coincidências? Pedidos de desculpa, e outros pedidos de desculpa, não são suficientes; como disse John Boehner, mais do que gente despedida, há gente que tem de ser presa. Pode-se começar por Douglas Shulman, que mentiu ao Congresso, e por Timothy Geithner. Mas outros haverão; e já não há qualquer dúvida de que na Casa Branca se sabia disto, pelo menos, há quase um ano.
Não é coincidência que o «caso IRS» se tenha originado (mas não limitado) na cidade de Cincinnati, ou seja, no Ohio – este Estado é um dos fundamentais, ou o mais fundamental, em qualquer eleição presidencial: quem o ganha quase sempre ganha a eleição. E a partir do momento em que as organizações de base conservadoras, as grass root, estavam fortemente condicionadas, se não mesmo impedidas, de agirem, de get out the vote a favor de Mitt Romney devido ao boicote por parte do IRS, isso teria sempre consequências decisivas no resultado final. Depois de terem visto o que aconteceu em 2010 nas midterms, os «obamistas» decidiram que não iam deixar que o mesmo acontecesse em 2012; e foi nesses dois anos que o blitzkrieg burocrático dos «impostores dos impostos» mais se fez sentir. Em suma, pode ter sido encontrada mais uma explicação – ou «a» explicação – para a reeleição de Barack Obama.
Costuma-se dizer que na vida só há duas certezas: a morte e os impostos. O Partido Democrata muito tem feito para as tornar cada vez mais (omni)presentes. Quanto à primeira, não só da iniciativa de terroristas mas também da inacção e da incúria desta administração resultaram quatro homicídios, incluindo o de Christopher Stevens, embaixador na Líbia. Quanto à segunda, já não é suficiente para os «progressistas» que o fisco esteja cada vez mais «inchado»… tem também de ser instrumentalizado. Mas «não» há que ter medo nem preocupação; afinal, ainda recentemente o Sr. Hussein apelou a estudantes (do Ohio) – e ao país – para «rejeitarem as vozes que avisam contra a tirania do governo». «Sensatas» palavras! Porque será que essas vozes - «só» à direita, sem dúvida – têm tal «descabida» ideia?
(Adenda – O ridículo e a vergonha do «culto» a Barack Obama está a atingir proporções inacreditáveis. Para tentarem defender o indefensável despacharam, para os programas de domingo da CBS e da Fox, Dan Pfeiffer, servo dedicado, «conselheiro sénior do presidente». Sénior?! Mais um fedelho arrogante, para quem criticar o Sr. Hussein é «ofensivo», na perseguição do IRS aos conservadores a lei é «irrelevante», saber onde estava o presidente durante o ataque em Benghazi também é «irrelevante», e os republicanos deveriam pedir desculpa a Susan Rice, que mentiu ao país! O atrevimento foi tanto que até Bob Schieffer lhe perguntou o que é que ele estava ali a fazer.)
(Segunda adenda – As muitas, absurdas, inúteis e ilegítimas – se não mesmo ilegais – exigências que o IRS fez a organizações conservadoras, de modo a deliberadamente atrasar, dificultar ou mesmo impedir a obtenção de um estatuto de isenção fiscal, incluíram o acesso aos computadores daquelas. Entretanto, o Departamento de Justiça não se limitou a obter os registos de telefone de jornalistas da Associated Press: também fez o mesmo com profissionais da Fox, em especial James Rosen, a quem acusa de «co-conspirador» (!) na obtenção de informações, e entrou nas contas de correio daquele e nos servidores da estação; entretanto, Sharyl Attkisson, da CBS, queixou-se de interferências no seu computador. Chuck Todd, que não é de todo conhecido como conservador, acusa a actual administração de «querer criminalizar o jornalismo».)
(Terceira adenda – Lois Lerner, directora da divisão para as organizações isentas no IRS dos EUA, compareceu a uma audiência do Congresso sobre o ataque que aquela instituição fez a grupos conservadores… mas recusou-se a depor, a responder a perguntas, e invocou a Quinta Emenda da Constituição dos EUA – ou seja, não quis incriminar-se a si própria. Porém, antes disse que nada tinha feito de ilegal! Das duas uma: ou está a mentir ou está a querer proteger alguém… colocado a um nível superior. Aliás, um funcionário do famigerado escritório de Cincinnati assegurou que «tudo vem de cima». Sabe-se agora que Barack Obama se encontrou com Colleen Kelly, presidente do Sindicato dos Empregados do Tesouro Nacional, que reúne os trabalhadores dos impostos, a 31 de Março de 2010 – isto é, mesmo antes de as perseguições discriminatórias a grupos do Tea Party terem começado. E que uma investigação interna aos abusos do IRS ficou concluída seis meses antes da eleição de 6 de Novembro de 2012… mas não foi divulgada. Porque, obviamente, tal iria muito provavelmente alterar o sentido da votação - assim como o reconhecimento de que o atentado em Benghazi havia sido perpetrado pela Al Qaeda, o que desmentiria o que o Sr. Hussein apregoara na convenção do Partido Democrata.)
(Quarta adenda – Só podem ficar surpreendidos com estes comportamentos persecutórios os que não sabem, ou que preferem não saber, que as tácticas assentes na intimidação e na ocultação já vêm de trás, que não são de agora. Houve vários – e eu fui, sou, um deles – que nunca acreditaram que «a transparência e o primado da lei serão (seriam) as pedras de toque desta administração», e que não duvidaram que quem afirmava, antes, que «o procurador-geral não deve levar a cabo as vinganças políticas do presidente» permitiria, depois, que fosse exactamente isso que acontecesse: foi o próprio Eric Holder quem autorizou o processo que levou ao acesso à caixa de correio electrónico de James Rosen. Que mais será preciso para se proceder a demissões… e a impugnações? Entretanto, é claro que há aqueles que preferem ignorar a realidade e viver num mundo alternativo: no DNC alega-se que «o GOP foi apanhado a inventar escândalos»!)       

sábado, 11 de maio de 2013

Às armas! Às armas!

(Três adendas no final deste texto.)
Pode-se agora afirmar com alguma certeza que um dos grandes, e mesmo principais, traços distintivos de Barack Obama, da sua presidência, da sua administração, é dado pelas suas atitudes, as suas posições, em relação a… armas. Que variam consoante quem as utiliza, com que fins e em que contextos. E a uma conclusão se pode desde já chegar: o Nº 44 preocupa-se mais com as armas possuídas e utilizadas por cidadãos cumpridores da lei, sem cadastro, que as usam como meios de prevenção e de defesa pessoal e familiar, do que com aquelas detidas e disparadas por criminosos, tanto nacionais como estrangeiros.
Parece exagerado? Excessivo? Até difamatório? De modo algum, porque os factos assim o demonstram. E o primeiro é, foi, a reacção lamentável, irritada, infantil, «birrenta» que ele teve quando a proposta de (maior) gun control – ou gun safety, como era, é, eufemisticamente designada – apresentada pelos senadores Pat Toomey (R) e Joe Manchin (D) foi – apesar das arrogantes «dúvidas» (ameaças?) do presidente – reprovada, a 17 de Abril último, no Senado… onde, nunca é de mais recordar, os democratas estão em maioria. Desde que ele tomou posse que nada, mas mesmo nada, o havia zangado, «indisposto», tanto, pelo menos publicamente. É de repetir sempre o que é incontestável: as medidas propostas não afectariam os criminosos, não impediriam estes de obter armas, e, pior, dificultariam aos não criminosos obtê-las e utilizá-las. E está mais do que provado que quanto menor for o controlo de armas, quanto maior for a posse – legal, autorizada, registada – de armas por parte de cidadãos, menor será a criminalidade. John Lott tem provado e reafirmado essa asserção ao longo dos anos – em estudos (constantes), artigos, livros – e, além disso, um relatório recente do Departamento de Justiça também a confirma; na verdade, os crimes nos Estados Unidos da América relacionados com (em que são usadas) armas diminuíram consideravelmente nos últimos 20 anos, mesmo que a percepção pública – induzida, muito provavelmente, pela comunicação social – seja a contrária.
Se é assim, se estes factos são públicos e notórios, porque é que os democratas continuam a insistir em desarmar os seus compatriotas? Porque para eles é mais importante reduzir o risco de uma eventual, potencial, oposição, resistência ao governo federal – esta, sim, a essência da Segunda Emenda da Constituição dos EUA – do que contribuir para a diminuição da criminalidade; para eles, idealmente, só o Estado, só os políticos, só as «autoridades», deveriam ter acesso irrestrito a armas; e porque, para que se possa cumprir o desígnio «obamista», liberal, «progressista», de «transformar fundamentalmente» a nação, o governo não pode nem deve sentir medo dos governados…
Pelo que não se deve esperar que eles desistam: apesar de apenas pela «conversa» não conseguirem, está mais do que visto, os seus objectivos, isso não obsta a que continuem a insistir na mais desavergonhada das demagogias, que incluem, por exemplo: mentir quanto ao número de vítimas de violência; mentir quanto ao tipo de arma utilizado pelo assassino de Newtown; usar familiares das vítimas daquele massacre no Connecticut como adereços de uma disputa político-partidária; referir uma e outra vez – no que só pode ser o máximo do descaramento – a situação em Chicago como justificação para um maior… gun control, quando, pelo contrário, o facto de a maior cidade do Illinois ter dos maiores «controlos de armas» do país não só não impede como também induz um elevadíssimo número de crimes com armas, em especial homicídios; invocar, como (mais) uma forma de pressão, o que outros países supostamente esperam que se faça, nos EUA, sobre esta questão (!) Entretanto, é de louvar que a boca de Harry Reid lhe tenha «fugido para a verdade», ao classificar a legislação proposta (e derrotada) como sendo «anti-armas»… Mas também Jan Schakowsky e Mike Martinez admitiram, e no caso deles conscientemente, sem «lapsos», que o objectivo último é mesmo a proibição total. Nesse sentido, mais não fazem do que «seguir o chefe» neste desígnio: no início da sua carreira pública e política, Barack Obama afirmou, ou deu a entender, que é a contra a posse de armas por privados… mas também, (aparentemente) contraditoriamente, contra o agravamento de penas aplicadas a menores culpados de crimes com armas de fogo; aliás, já em 2004 a equipa do seu opositor republicano na eleição para o Senado, Jack Ryan, compilou um longo e inquietante arquivo sobre as posições do Sr. Hussein, e que o classificava claramente como «vergonhosamente suave no crime e nas drogas».
Porém, o laxismo e a permissividade na actividade legislativa, e não só, tem os seus limites: tão má, tão pouco convincente, tão mal apresentada e sustentada terá sido esta campanha por parte dos democratas que, pasme-se, a «esquerdista» ACLU se juntou (de certo modo) à «direitista» NRA na dúvida e na contestação às medidas propostas, em especial no que concerne ao alargamento dos denominados background checks (consultas de registos pessoais dos que têm, ou que querem ter, uma arma), considerado por ambas as organizações como uma potencial violação de liberdades individuais e do direito à privacidade.
Sim, as – enganadoras – palavras continuam a ser proferidas, mas, por elas serem inúteis, a actual administração passou aos actos… mas de uma forma sub-reptícia. Impossibilitada de proibir ou de restringir, directamente, o uso de armas, optou por (tentar) fazê-lo indirectamente: o Departamento de Segurança Doméstica tem estado a encomendar (a açambarcar?) enormes quantidades de munições (mais de bilião e meio!), assim causando escassez nas que são disponibilizadas ao público em geral, ou, pelo menos, atrasando o (re)abastecimento de estabelecimentos comerciais e dos seus clientes.       
Enfim, há que repeti-lo as vezes que forem necessárias: é ridículo – tragicamente ridículo – que as mesmas pessoas que reclamam, quase até à histeria, a necessidade de um maior controlo de armas… junto dos seus compatriotas sem cadastro, de cidadãos cumpridores da lei, não tenham o menor controlo – propositadamente ou não, isso ainda está por saber – sobre armas que vão parar às mãos de criminosos estrangeiros, mais concretamente, de traficantes de droga mexicanos, que foi o que aconteceu aquando da chamada operação «Fast & Furious» promovida pela agência Alcohol, Tobacco & Firearms, isto é, pelo Departamento de Justiça liderado por Eric Holder. E que, depois, Barack Obama, em visita oficial ao vizinho do Sul (na semana passada), tenha o cinismo de «admitir»… que os EUA têm (parte da) culpa pela violência que aquele enfrenta – mas sem especificar a responsabilidade própria, específica, por essa violência! Que se traduziu em dezenas de mortes, incluindo a de um guarda fronteiriço norte-americano, causadas pelas armas passadas pela ATF.
Entretanto, tudo indica que a actual administração não aprendeu com o que se passou no México… e estará a repetir o procedimento em relação à Síria, fornecendo armas aos que combatem o regime de Bashar al-Assad, e entre os quais se encontrarão elementos ligados à Al-Qaeda! Uma informação – e uma advertência – dada pela Rússia, mas que, muito provavelmente, terá o mesmo destino que aquela que Moscovo forneceu, mais do que uma vez, sobre Tamerlan Tsarnaev (um dos bombistas de Boston), ou seja, será desvalorizada ou até ignorada… Entregar armas aos «amigos» de hoje que, quem sabe, se tornarão os inimigos de amanhã, talvez seja a forma do Sr. Hussein responder ao cruzamento da «linha vermelha» que ele definiu como sendo a que motivaria, supõe-se, uma atitude mais activa por parte dos EUA: a utilização de armas químicas por parte do governo de Damasco. No entanto, da Casa Branca já vieram negar que BHO tivesse dito aquilo, ou que quisesse dizer… o que disse. O que é incontestável é que os EUA, sob a «liderança» do Nº 44, voltaram a dar uma má imagem; uma de cobardia, uma de não honrar a palavra dada, de faltar a um compromisso, de não cumprir uma promessa, do medo das consequências… de se tomar uma decisão. Deu tão mau aspecto que até no New York Times e no Washington Post não se evitaram as críticas.
Todavia, pior do que não enviar soldados norte-americanos com armas para proteger estrangeiros… no estrangeiro, é não enviar soldados americanos com armas – aliás, proibir esse envio! – para proteger outros norte-americanos, sob ataque de terroristas, no estrangeiro… que foi o que aconteceu em Benghazi, na Líbia, a 11 de Setembro de 2012, de que resultaram quatro mortos, entre os quais o embaixador Christopher Stevens. A audiência realizada no Congresso no passado dia 8 de Maio a três funcionários do Departamento de Estado e que foram testemunhas do desinteresse, da incompetência e, quiçá, da perfídia, reveladas pelos mais altos membros da actual administração, não deixou dúvidas: para ganhar a (re)eleição mentiram com quantos dentes tinham na boca – afinal, a Al-Qaeda não estava derrotada (apesar de Osama Bin Laden ter sido morto) e não houve qualquer «manifestação» motivada por um vídeo no YouTube.  Hillary Clinton e Susan Rice «distinguiram-se» na mistificação, e deve ter sido por isso que tanto uma como outra foram premiadas esta semana pelos seus «bons» serviços à coisa pública. Quem disse que o crime não compensa?
(Adenda - Gregory Hicks, um dos três deponentes (whistleblowers) sobre Benghazi, e talvez mesmo o principal (era o Nº 2 na embaixada em Tripoli), é democrata, e votou em Hillary Clinton nas primárias de 2008 e em Barack Obama nas eleições presidenciais de 2008 e de 2012! Lá se vai o possível «argumento», a eventual «desculpa», de que ele poderia ser um republicano ressentido...)
(Segunda adenda – Uma coisa é Barack Obama e/ou o Partido Democrata culparem, consecutivamente, George W. Bush e/ou o Partido Republicano pelas suas próprias asneiras, pelos seus próprios erros. Outra coisa, bem diferente, é culpar a CIA. O que é uma má ideia. Muito má.)
(Terceira adenda – Não, não estou «delirando». Quem sofre de delírios são aqueles que não querem aceitar os factos que já enunciei, e outros que vão sendo revelados. Como este. E este.) 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Por fora da adulação

Justifica-se que eu faça um esclarecimento sobre porque é que não divulguei a publicação e a apresentação (em Lisboa e no Porto) do novo livro de Germano Almeida, intitulado «Por Dentro da Reeleição» - ao contrário do que fiz, em 2010, em relação ao anterior, e primeiro livro, do autor do blog Casa Branca, intitulado «Histórias da Casa Branca».
Tal não se deveu ao – previsível – carácter apologista, propagandístico, da obra, autêntico exercício de adulação practicamente acrítica; cada um é livre de se entregar à fantasia da sua escolha, livre dos factos (desagradáveis) que podem estragar aquela. E também não se deveu, se não à cumplicidade, pelo menos à conivência revelada por Germano Almeida – e também pelos autores dos blogs Era uma Vez na América, Máquina Política, e outro – com a discriminação de que eu, e o Obamatório, fomos alvos por parte da TVI; foi desagradável, fiquei muito desiludido, mas não foi isso que me levou a não ajudar à promoção da obra.
O verdadeiro motivo é, tão simplesmente, este: correspondendo ao que já acontece no seu próprio blog, o Germano escreveu o seu novo livro utilizando o abjecto, ilegal, inútil e ridículo «acordo ortográfico de 1990»… e eu não divulgo todo e qualquer livro, seja ele de quem for, que esteja estragado por uma «ortografia» concebida a partir dos delírios de alguns, poucos, pervertidos, e utilizada por causa das debilidades de outros, infelizmente bastantes (mas não a maioria), medrosos. Convém avisar, já agora, que o próprio Casa Branca poderá em breve deixar de estar nos «Obséquios» (isto é, ter uma ligação permanente aqui) exactamente pelo mesmo motivo. A ver vamos… Porém, «Histórias da Casa Branca» vai continuar a estar presente (em imagem de capa e ligação para a página da sua editora) no Obamatório; para mim, para todos os efeitos, é como se o seu «sucessor» não existisse, pelo que não será substituído. Aliás, neste aspecto continuo a fazer mais por ele do que o próprio autor, que nunca o colocou no seu blog
No entanto, não posso deixar de reparar, apenas nesta ocasião, em alguns aspectos algo… insólitos relativos ao dito cujo livro. Antes de mais, o elogio feito por José Gomes André – e impresso na própria capa! – de que «Germano Almeida é, provavelmente, a pessoa que melhor escreve sobre os EUA em Portugal.» A sério? Bem, é evidente que nunca esperei que ele dissesse, e escrevesse, isso sobre mim, apesar de ser eu, obviamente, a pessoa que melhor escreve sobre os EUA em Portugal… ;-) O que é surpreendente é que JGA não tenha atribuído tal «classificação» a um dos seus dois colegas de blog, Alexandre Burmester e Nuno Gouveia. Enfim, ele lá terá a sua justificação (ou não)… Outro aspecto que me causou surpresa, e estranheza, é o próprio título. Terá estado o autor «infiltrado» na equipa de campanha de Barack Obama, ou contactado de perto com os seus principais colaboradores, com o próprio candidato-presidente? Assistiu aos seus comícios? Participou em análises e/ou em debates em instituições de investigação e/ou em órgãos de comunicação social norte-americanos? Pois, eu diria que não… o «dentro», parece-me, refere-se à circunstância de ele ter andado pelos EUA nas (duas? Três?) semanas anteriores à eleição de 6 de Novembro… Pela mesma «lógica», eu, que, claro, vivia em Portugal aquando do 25 de Abril de 1974 (tinha 9 anos, e lembro-me do dia) e que fui uma testemunha ingénua (pelo menos pela televisão) do PREC, também poderia, porque não, escrever um livro intitulado «Por Dentro da Revolução»…
O meu último comentário sobre este tema é relativo ao prefácio do livro, escrito por Allan Katz, actual embaixador dos EUA em Portugal. Não surpreende, visto que é um democrata (isto é, membro do Partido Democrata), mas esta participação não pode deixar de ser assinalada, e eu reconheço-o, como um feito que tem algo de notável; semelhante privilégio não tive eu em 2009, quando o então embaixador do Reino Unido, Alexander Ellis, recusou o meu convite, e da minha editora, para estar presente na apresentação da minha tradução de «Poemas» de Alfred Tennyson. Todavia, «espero» que Germano Almeida tenha aproveitado a oportunidade para explicar ao senhor embaixador Allan Katz, e convencê-lo, de que o inglês que ele escreve é «arcaico» por ter tantas vogais e consoantes «mudas» e repetidas, ter quase 20 ortografias, e usar o «obsoleto» ph em palavras como… pharmacy ou physics. ;-))  

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Apenas mais uma biblioteca?

No passado dia 25 de Abril, em Dallas, a inauguração da biblioteca-museu presidencial de George W. Bush revestiu-se de enorme importância e interesse.
Antes de mais, pelo próprio edifício e entidade, que alberga milhares de documentos e de objectos relevantes da história recente dos EUA. E, depois, pela presença simultânea, no mesmo local, de todos os presidentes vivos, um encontro que é muito raro – o último, com os mesmos cinco protagonistas, havia ocorrido em 2008 na Casa Branca, pouco depois da eleição de BHO. Os discursos foram generalizadamente elogiosos e pontualmente marcados pelo bom humor. Contudo, e como habitualmente, Barack Obama destoou, tendo mostrado novamente a sua deselegância e o seu egotismo ao aproveitar a ocasião para falar da reforma da imigração… Porém, e isso já não é mau de todo, não procedeu pela enésima vez – porque isso implicaria fazê-lo cara a cara com o visado – ao atirar de culpas para cima do seu antecessor, tentando (sem sucesso) desresponsabilizar-se pelos (muitos e notórios) falhanços da sua presidência…
Ignorada pelas três estações de televisão portuguesas (tanto quanto pude apurar e me aperceber) e… pelos outros blogs nacionais sobre os EUA, a cerimónia mereceu, nos principais média do nosso país, uma fotografia com uma legenda desenvolvida em dois jornais e um artigo não muito grande noutro. Que, previsivelmente, não surpreendentemente, apresentou como premissa principal a pouca probabilidade, se não mesmo a impossibilidade, de o Nº 43 poder vir a ser «reabilitado» pela opinião pública devido aos seus supostos «erros» (e quiçá «crimes») como a guerra no Iraque, o furacão Katrina e a crise financeira… No entanto, só os que – em Portugal e não só – continuam, pouco e mal informados, a pensar como se estivéssemos ainda em 2008, é que ainda estão convencidos de que essa é uma táctica que já não deu tudo o que tinha a dar. Do outro lado do Atlântico, e quatro anos depois de ter saído definitivamente da Sala Oval, George W. Bush vê a sua presidência ser efectivamente reavaliada e revalorizada, não só isoladamente mas também em comparação com a do Nº 44, e as sondagens mostram isso mesmo. O atentado em Boston e a inacção quanto à Síria, demonstrativos das deficiências, do desleixo e da desorientação da actual administração em questões de segurança, tanto interna como externa, e que têm estado – infelizmente – em destaque, antes e depois da inauguração em Dallas, tornaram claro como a estrutura de defesa norte-americana, reformulada e reforçada a seguir ao 11 de Setembro de 2001, se tem vindo… progressivamente a degradar. Além de que a economia só tem vindo a piorar desde 2009, e não por causa do anterior presidente – que, como igualmente já demonstrámos, não foi o culpado pela crise financeira de há cinco anos.
Peggy Noonan resumiu o que estava a acontecer talvez melhor do que ninguém: «esta semana alguma coisa mudou. George W. Bush está de volta, para descerrar o pano da sua biblioteca presidencial. Os seus números estão dramaticamente altos. Sabem porquê? Porque ele é a coisa mais longe de Barack Obama. A fatiga de Obama abriu o caminho para a afeição por Bush». No entanto, quem considerar a colunista do Wall Street Journal pouco digna de crédito por ser conservadora, leia-se o que outros, liberais, escreveram sobre o Nº 43, e com… bastante afecto. Nomeadamente, Ron Fournier e Lanny Davis, ambos a afirmarem – nos títulos dos seus artigos! – que o anterior presidente é um «homem bom», e Ellen Ratner, que declara, e demonstra, que ele «salvou mais vidas do que qualquer outro presidente americano» - referindo-se especificamente às suas acções contra a Sida em África, iniciativa também louvada explicitamente por Jimmy Carter.
George W. Bush mostra estar, presentemente, tranquilo em relação ao seu passado, e confiante no seu legado para o futuro. Que revele, continuamente, ter mais classe, mais dignidade, do que Bill Clinton e Barack Obama é tão só um pormenor, entre outros, que ajuda(rá) a explicar essa tranquilidade e essa confiança.