segunda-feira, 23 de maio de 2016

Suicídio colectivo

(Três adendas no final deste texto.)
Um dos contos que integram o meu primeiro livro a ser publicado (em 2003), «Visões», intitula-se «Decreto-Lei Nº 54», e descreve, sob a forma de uma (obviamente) fictícia nova norma emanada de um qualquer governo e utilizando – ou tentando utilizar – uma «linguagem político-jurídica» que habitualmente caracteriza os textos inseridos no Diário da República (aliás, foi daí que eu retirei a inspiração, a ideia, neste caso), a criação de uma nova instituição estatal, incluindo os seus motivos e os seus objectivos: o «Instituto de Apoio ao Suicídio», abreviadamente… e apropriadamente designado de «IAS».
Aquele meu texto pretendeu ser (mais) um «exercício de absurdo» em que a minha obra de estreia é de facto pródiga, e que António de Macedo, na sua introdução-prefácio, tão bem descreveu. Então, e até recentemente, acreditava que tal entidade, ou actividade, só poderia existir no domínio da (mais distorcida, ou retorcida) imaginação. Porém, seria previsível que a – verdadeiramente «sinistra» - esquerda «liberal» e «progressista» norte-americana, agrupada principalmente no Partido Democrata, mais tarde ou mais cedo, e à semelhança de outros conceitos «fantásticos» (?), de outras «utopias que na verdade se revelam depois serem distopias, faria os possíveis e os impossíveis para a tornar realidade.
E assim foi… na Califórnia, como não podia deixar de ser, terra onde nenhuma loucura é inaceitável, Estado que cada vez mais se afigura como uma gigantesca Disneyland de depravação: o Departamento de Saúde Pública do (cada vez mais «nublado») «sunshine state» decidiu criar, na sequência da aprovação do «End Of Life Option Act», uma linha telefónica gratuita que tem como objectivo prestar informações sobre como… pôr termo à vida; além disso, a California Medical (uma versão estadual do Medicaid) poderá pagar, a cada doente com comprovados menores recursos financeiros, até 5400 dólares para aquisição das substâncias químicas (porque «medicamentos» parece-me ser uma palavra desadequada aqui) necessárias para provocar a morte. No total, cerca de 2,3 milhões de dólares do orçamento californiano para 2016 est(ar)ão reservados para aquela despesa «eutanasiante» (e quiçá… entusiasmante para alguns), no que é mais uma iniciativa da equipa do incansável – no mau sentido – governador Jerry Brown…
… Que, efectivamente, não se cansa de multiplicar, com os seus muitos (demasiados) «camaradas» na Califórnia, as formas e os meios que lhes permitam criar as condições para um autêntico suicídio colectivo – e, se não físico, pelo menos, e primeiramente, mental. Na verdade, há que registar ainda a decisão da cidade de Richmond em pagar até 12 mil dólares a ex-presidiários para não cometerem assassínios com armas de fogo. Isto para não falar da proliferação de «cidades-santuário» como São Francisco, em que criminosos que sejam imigrantes ilegais não são entregues pelas autoridades locais às federais para serem deportados – algo que já causou vários homicídios, como o de Kate Steinle, e outros delitos menos graves. Outro factor de autodestruição generalizada, não tanto física mas sim mais financeira, não imediatamente perceptível mas inevitável, inexorável, nos seus efeitos (negativos, como a diminuição do emprego e a estagnação económica), é o aumento – acentuado e não sustentado – do salário mínimo… algo que até Jerry Brown é capaz de entender e de admitir.
A concretização – para já, e de que eu tenha conhecimento, apenas na Califórnia – de um «Instituto de Apoio ao Suicídio» é tão só mais uma demonstração de que aquilo que vários escritores de ficção científica imaginaram corre o risco de se tornar… não ficção; e, infelizmente, os aspectos negativos dessas previsões parecem sobrepor-se aos positivos. No âmbito político e social, estas «inovações» da esquerda americana não vêm apenas comprovar mais uma vez, como se tal ainda necessário fosse, de que o Partido Democrata é a maior e mais antiga organização criminosa dos EUA, que continua a ter como principal missão, e tarefa, a promoção, a prática e a protecção de crime e de criminosos – esta de pagar àqueles para não assassinarem deveria ser suficiente para eliminar as dúvidas que eventualmente permanecessem; também vêm comprovar que, de um modo mais abrangente, mundial, a «sinistra» está apostada em proceder ao aniquilamento gradual da civilização ocidental, para tal recorrendo a métodos directos e indirectos, rápidos e lentos, concretos e simbólicos: massificação facilitada, financiada e incentivada do aborto e da eutanásia; «normalização» e até imposição da homossexualidade em todas as áreas da vida pública; cedência crescente à radical infiltração (demográfica e ideológica) muçulmana; restrição das liberdades de expressão e de associação, em especial (mas não só) nos estabelecimentos de ensino; aplicação de políticas de retrocesso tecnológico e económico alegando como causa o inexistente, fraudulento, «aquecimento global antropogénico».    
A todos os soldados dos novos totalitarismos, qual exército de zombies que nem as – muito criativas – mentes de autores como Aldous Huxley, Anthony Burgess, George Orwell, e outros, conseguiram prever, deve-se pelo menos começar por se dizer o que Nancy Reagan aconselhava que se respondesse aos traficantes de droga: «não». (Também no Simetria.)
(Adenda – Mais anormalidades (e outras se seguirão, evidente e infelizmente) ao estilo «California Uber Alles» (recorde-se que, nesta – premonitória – canção de 1980, os Dead Kennedys atacam Jerry Brown, então na sua primeira «encarnação» enquanto governador, como sendo um aspirante a ditador): o procurador-geral de Los Angeles quer obrigar os centros de gravidez (pró-vida) da cidade a fazerem igualmente promoção do aborto enquanto alternativa e dos locais onde ele é feito; e a Assembleia Estatal quer proibir a utilização de gravações das suas reuniões em anúncios políticos e/ou comerciais, no que constitui uma violação da Primeira Emenda. Ambos estes abusos de poder estão a ser, como seria previsível, contestados em tribunal.)
(Segunda adenda – Uma das «melhores» formas de concretizar um suicídio colectivo é proceder-se ao desarmamento geral dos bons cidadãos, tornando-os indefesos perante criminosos que não obedecem às directivas do «gun control»; infelizmente, mais uma prova disso foi dada esta semana na Universidade da Califórnia-Los Angeles, obviamente uma «gun free zone»… menos para o maníaco que assassinou um professor e que depois se suicidou; porém, para os idiotas do costume, a culpa é sempre da NRA.)
(Terceira adenda – Mais três recentes demonstrações do – mau – carácter degenerado, fascizante e suicidário dos legisladores democratas californianos… eles querem: dar aos presidiários o direito de voto; acusar e levar a tribunal os cépticos do «aquecimento global antropogénico»; e alargar – gratuitamente – a cobertura do «ObamaCare» aos imigrantes ilegais.)

sexta-feira, 13 de maio de 2016

«Hillarity» (Parte 5)

Quem diria, há não muitos meses, que ainda antes de Maio de 2016 as primárias do Partido Republicano para a eleição do próximo presidente dos EUA, que começaram com 17 candidatos e nenhum favorito destacado, já estariam praticamente terminadas, enquanto que as primárias do Partido Democrata, com cinco candidatos e uma favorita destacada, ainda não?
Porém, é esse o real cenário actual: Donald Trump já estava à frente em votos e em delegados, e, após as desistências (formalmente, «suspensões de campanha») de Ted Cruz e de John Kasich, ficou sozinho na corrida e é, pois, o «nomeado presuntivo» entre os «encarnados»; Hillary Clinton continua a ter a (cerrada) concorrência de Bernie Sanders, mas continua a ser apontada como a virtual vencedora entre os «azuis». No entanto, enquanto o milionário continua a ter as suas (muitas) afirmações e acções contraditórias, controversas, duvidosas, quando não ofensivas, devidamente divulgadas e escrutinadas, as da ex-primeira-dama, ex-senadora e ex-secretária de Estado nem tanto. Pelo que novamente no Obamatório se procede a uma inventariação… longe de ser exaustiva dos momentos de «hilaridade» (ou nem tanto) que a campanha da esposa de Bill Clinton – que, definitivamente, não é tão sensata quanto ele, o que é dizer muito – tem proporcionado, em especial desde Outubro último.
E há tanto por onde escolher… sabiam que ela alega que, quando era mais jovem, tentou alistar-se nos Marines, mas foi recusada? Que se riu quando um dos seus apoiantes lhe disse que lhe apetecia estrangular Carly Fiorina? Que deu números errados (pronto, está bem, mentiu…), durante um debate, sobre a quantidade de mortos por armas de fogo? Isto como mais uma forma de apelar a um maior «gun control», apesar de, confirmou-se depois, tanto ela como o marido já beneficiarem há décadas de segurança armada… paga pelos contribuintes. Entretanto, e porque não lhe bastou criar (ou participar n)uma falsa narrativa envolvendo um vídeo (aquele que supostamente causou o ataque ao consulado em Benhazi), decidiu criar (ou participar n)outra, dizendo que Donald Trump estava a ser «usado (mostrado) literalmente» em vídeos de propaganda do ISIS, o que não era verdade.. mas o marido foi; depois, e pior, chamou indirectamente (ou será que foi directamente?) de mentirosos aos familiares das vítimas do atentado na Líbia.     
As fontes do seu financiamento – pessoal, familiar, político – constituem outro factor de perturbação constante para Hillary Clinton e para a sua campanha. Às perguntas sobre se o dinheiro que a Goldman Sachs, e outras empresas de Wall Street, lhe pagaram por discursos não poderia ser considerado excessivo, ela respondeu «foi o que eles ofereceram…» Tal como «não é muito» os 150 mil dólares em contribuições que ela recebeu de companhias de petróleo e de gás… e, de facto, não é, mas para os fanáticos contra as energias fósseis um dólar já seria demais. Já das empresas mineiras de carvão, e respectivos trabalhadores, não é de esperar grandes donativos, pois ela prometeu levá-los à falência. Será por isto também que ela afirma ser, nos EUA, «o (a) funcionário(a) público(a) mais transparente dos tempos modernos»? As funcionárias… privadas da Fundação Clinton não deverão tirar disso grande satisfação, já que ganham em média menos 38% do que os seus colegas masculinos. Mais uma vez, não acreditem quando os democratas se queixarem - acusando frequentemente, em simultâneo, os republicanos - de discriminação salarial. 
Outra constante na campanha de Hillary Clinton – e que quase começa a  parecer uma «maldição» (auto-infligida) – tem sido a de proferir frases que são imediatamente anuladas, ou contraditadas, por acontecimentos passados, mais ou menos remotos. A candidata afirmou que se deve acreditar em todas as mulheres que alegam ser vítimas de violação… e, numa acção de campanha, em Dezembro último, em New Hampshire, perguntaram-lhe se isso também se aplicava às mulheres que acusaram o marido; criticou, em Fevereiro, Bernie Sanders por assentar a sua campanha em promessas sucessivas de «coisas grátis»… mas, antes, criticou Jeb Bush por este acusar os democratas de fazerem isso; ao seu concorrente directo perguntou, em Março, onde é que ele estava nos anos 90, quando a então primeira-dama lutava por alterar o sistema de saúde do país… e a equipa do senador do Vermont respondeu «literalmente, atrás de si»; no mesmo mês, e em entrevista a Chris Matthews, disse que «não perdemos uma só pessoa na Líbia» (!); um dia depois, disse, referindo-se a Donald Trump, que «o nosso comandante-em-chefe tem de ser capaz de defender o nosso país, e não de o embaraçar»… o que levantou a possibilidade de ela também se estar a referir ao marido.         
Tantas falhas de memória e até de conhecimento como que dão razão à sua assistente (e esposa do infame Anthony Weiner) Huma Abedin, que chegou a confidenciar, no início de 2013, numa mensagem de correio electrónico dirigida a uma colega, que Hillary Clint «está (estava) confusa frequentemente». E vários outros exemplos recentes existem dessa… desorientação. Como: afirmar que quer «começar boas coisas antes que aconteçam» (?!); pôr-se a ladrar, literalmente, num comício; garantiu que sempre tentou dizer a verdade e não acredita que alguma vez tenha mentido; e confundiu a Constituição com a Declaração da Independência! E há que não esquecer a sua já longa lista de «flip-flops», de mudanças de opinião e de posição sobre uma série de assuntos. E a pressão vinda da sua esquerda, de Bernie Sanders e dos seus apoiantes, é tal que as «cambalhotas» a levam a extremismos indignos, que incluem: afirmar que os fabricantes de armas transformam cidadãos em terroristas; prometer que serão derrubadas todas as barreiras existentes à obtenção de cidadania por parte de imigrantes, para isso criando, eventualmente, uma nova agência federal para auxiliar ilegais; condenar – na sequência de uma acção em tribunal interposta pela (cada vez mais desprezível) ACLU – uma lei recentemente aprovada no Indiana que proíbe qualquer forma de aborto selectivo.
Para piorar o panorama, alguns dos seus aliados e «camaradas» não a têm propriamente ajudado com as declarações que fazem, com as atitudes que tomam… aliás, em alguns casos, por serem quem são. É caso para dizer: «com amigos destes, quem precisa de inimigos?» Nomeadamente: Lena Dunham, convidada para gerir (durante um dia) a conta oficial de Instagram da candidatura de HC; David Axelrod, que fez pelo menos não uma mas sim duas críticas a Hillary em campanha; Madeleine Albright, que mostrou não ser muito… «bright» ao afirmar que «há um lugar especial no Inferno para as mulheres que não se ajudam umas às outras» - ou seja, neste caso, votar na mãe de Chelsea; Dianne Feinstein, que não soube responder, quando lhe perguntaram numa entrevista, quais os feitos da Sra. Clinton enquanto senadora… até disse a um assessor para pesquisar no Google (!); Peter Schumlin, governador do Vermont e «superdelegado» de Hillary, que negou a asserção daquela de que vêm daquele Estado muitas das armas usadas em crimes cometidos no de Nova Iorque; e até Bill Clinton, que confessou que «às vezes desejava não ser casado com ela para poder dizer o que realmente penso»… embora, o que é um facto, ele já se tenha comportado muitas vezes como se não fosse! De tal forma, aliás, que, segundo um livro publicado em Dezembro último, Hillary obrigou-o a fazer o teste do HIV (ela também o terá feito, e deu negativo para ambos), o que terá tornado verdadeira a piada de Jay Leno
O que já não é de todo hilariante, muito pelo contrário, é a investigação - e não o «inquérito sobre segurança» - que o FBI tem estado a realizar há vários meses sobre a utilização, por parte de HC (e da sua equipa) nos quatro anos que serviu como secretária de Estado, de um servidor privado para enviar, receber e guardar mensagens de correio electrónico contendo informações classificadas, confidenciais, sensíveis, secretas. Juridicamente falando, o «cerco» estará a apertar-se, a «tempestade perfeita» estará a formar-se. Mais detalhes, mais novidades, deverão surgir em breve.               

quarta-feira, 4 de maio de 2016

O «legado horrível»

(Uma adenda no final deste texto.)
Foi há mais de um mês – concretamente, a 21 de Março último – mas merece ser assinalado, e não só porque «mais vale tarde do que nunca»: então, entre o frenesim provocado pela visita a Cuba de Barack Obama e também pelos atentados terroristas em Bruxelas, não terão sido muitos os que se aperceberam do que Bill Clinton disse, e fez, num comício eleitoral da sua esposa em Washington: denunciou, e condenou, o «legado horrível dos últimos oito anos»; que, por «coincidência», são, foram, os da presidência de Barack Obama… e em que Hillary Clinton também participou, enquanto secretária de Estado, ou seja, chefe da diplomacia (… macia ;-)) dos Estados Unidos da América.
Uma semana depois, no Arizona, nova afirmação… surpreendente – ou nem tanto, porque é verdade – do Nº 42: a maioria dos trabalhadores norte-americanos não vê o seu salário aumentado desde 2008; quase ao mesmo tempo, e curiosamente, o principal conselheiro económico do Sr. Hussein como que (involuntariamente) concorda. Mais sete dias se passam, e um ainda mais notável acontecimento ocorre: o ex-presidente dos EUA confronta – e critica – membros do movimento «Black Lives Matter» que haviam penetrado outro comício de Hillary, em que ele participava, para protestarem (ruidosamente), e à semelhança do que já haviam feito em outras ocasiões, contra a ex-senadora de Nova Iorque. O ex-«primeiro presidente negro da América» não se conteve e acusou os manifestantes de serem cúmplices dos que, na comunidade afro-americana, leva(va)m os seus irmãos de etnia ao crime e à destruição familiar. É este o principal «problema» com Bill Clinton: por mais que o queiramos denegrir, detestar, definitivamente, não só, ou não tanto, por ser democrata mas também, e principalmente, por ser um adúltero e abusador sexual, de vez em quando ele sai-se com demonstrações de razoabilidade, de sensatez, como estas mais recentes. Na verdade, e estritamente enquanto político, ele não foi, não é, dos piores; não foi um mau presidente – embora, nunca é demais recordar, tenha para isso beneficiado muito da colaboração de um Congresso então dominado pelos republicanos e que tinha Newt Gingrich como speaker.     
Como seria previsível, depois do «arrufo» com os BLM «Slick Willie» veio de certa forma desculpabilizar-se pelo que disse, atenuar o impacto das suas acusações, retractar-se de algum modo. Tal terá, provavelmente, acontecido por pressão de Hillary, que não pode dar-se ao luxo de desperdiçar um único voto de racistas negros. Aliás, e como que para provar esta suspeita, logo depois de o marido ter falado do «legado horrível», ela veio «esclarecer» que a expressão era dirigida ao Congresso, actualmente e novamente controlado pelo GOP, e não a Barack Obama. Porém, os republicanos só são a força (maioritariamente) dominante há menos de dois anos, e não há oito… Entretanto, e ironicamente, se não é o pai (contra a vontade da mãe) a ouvir a boca fugir-lhe para a verdade, é a filha: Chelsea Clinton lamentou que os custos com a saúde sejam «esmagadores» apesar – ou melhor (pior), por causa – do «ObamaCare»; este, seis anos depois da sua aprovação, acumula falhanços. Virá a Sra. Clinton dizer que também neste caso a culpa é dos «elefantes», não obstante nem um só de entre eles então nas duas câmaras legislativas ter votado a favor da coisa?
Evidentemente, não seria preciso esperar pelas intervenções da família Clinton para se ter a certeza do tipo de «herança» que Barack Obama lega ao país e ao Mundo. O «testamento» é desolador em vários aspectos, como tenho vindo indubitavelmente a demonstrar, logo desde o primeiro dia, aqui no Obamatório. Ainda estão por avaliar completamente – mas tal já começou a ser feito – os estragos que a actual administração causou na (e com a) NASA e no (e com o) IRS, (maus) exemplos extremos do que as «bur(r)ocracias» podem causar. Na comunicação social o panorama é sem dúvida desolador: Brian Stelter é o mais recente jornalista… inclinado à esquerda a afirmar que a actual administração é «a menos transparente de sempre», e até os Repórteres Sem Fronteiras se pronunciam formal e negativamente sobre o que os seus colegas norte-americanos sofrem. Algo que, obviamente, não é divulgado pela «isenta» comunicação social portuguesa, com (lamentável) destaque para as «amestradas» RTP, SIC e TVI, que ao invés, e jovialmente, passam reportagens sobre o recente jantar anual dos correspondentes da Casa Branca, animado desta vez pelo «cómico» Larry Wilmore, que, entre outras inanidades, chamou de «nigga» ao Sr. Hussein… e este gostou! Como notou, e bem, Rush Limbaugh, este episódio demonstra até que ponto, com o Nº 44, a presidência foi «desvalorizada» (ao nível, digo eu, de um «reality-show»), e este é apenas mais um item do «legado horrível».  
Não que BHO, naturalmente (para ele), pense isso. Pelo contrário, ele está convencido da qualidade e da importância do que deixa para trás, e agora está decidido a aproveitar da melhor maneira, e até alegremente, o tempo (felizmente pouco) que lhe resta no Salão Oval. É ver as figuras... tristes que ele fez aquando da cimeira sobre segurança nuclear realizada em Washington a 1 de Abril último (pois…), e que incluíram adoptar poses… inadequadas nas fotografias oficiais e permitir que François Hollande fosse censurado. Não foi um «corte» qualquer, logicamente: o presidente francês «atreveu-se» a proferir a expressão «terrorismo islâmico», e isso continua a ser «tabu» para os democratas. Alguns dias antes, Obama insistia novamente que não se deve «estigmatizar os muçulmanos americanos»… ou quaisquer muçulmanos, o que Hollande deve ter sem dúvida «aprendido». E, não, ao contrário do que Ted Cruz exigiu, não parece que Barack vá deixar de dar «lições» sobre (contra) «islamofobia» aos seus compatriotas enquanto o ISIS continua a ser, literalmente, uma «ameaça existencial» (muitas vidas já deixaram de existir por causa dos infames jihadistas) para todos… mas não para o Sr. Hussein, que tem «muito (mais) no prato» para se ocupar (e comer?)…
… Como brincar com crianças durante uma festa da Páscoa na Casa Branca, e preparar-se para os «três a quatro meses» que passará a dormir depois de deixar o cargo. Sim, tanto golfe pode ser, e é, cansativo… tal como «ralhar» com os verdadeiros «inimigos», os republicanos, que insistem, ao contrário (diz ele) dos seus congéneres direitistas europeus, negar a existência de aquecimento global antropogénico, e que, além disso (diz ele), não mostram «respeito por esta incrível experiência democrática que os nossos fundadores criaram». É caso para dizer: olha quem fala…
(Adenda – O «legado horrível» também abrange, o que não é novidade, a mais descarada hipocrisia. O mais recente exemplo, após dezenas (centenas?) nos últimos anos? Barack Obama a afirmar, a propósito do… estilo de Donald Trump, que a corrida para a presidência dos EUA «não é um reality-show»… quando ele próprio já participou em vários desde que tomou posse. Porém, pior do que a hipocrisia é a mentira, em especial quando referente a assuntos de segurança nacional: Ben Rhodes, conselheiro naquela área do Sr. Hussein, admitiu ao New York Times que a actual administração mentiu à comunicação social quanto ao contexto e às características do «acordo» nuclear com o Irão…. E, ainda por cima, gabou-se disso! Não espanta, pois, que, emulando práticas tipicamente estalinistas e assim procurando evitar embaraços maiores, tentem não tanto «retocar» fotografias mas mais, sim, «apagar» de vídeos perguntas incómodas que lhes fizeram.