segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sestak em destaque

Depois de Bart Stupak... Joseph Sestak. Em apenas dois meses são dois democratas, membros da Câmara dos Representantes, a causarem, mesmo que não deliberadamente, sérios embaraços à administração de Barack Obama.
Em ambas as controvérsias há um ponto em comum: alegadamente, tanto a um como a outro foram oferecidas «prebendas» pela Casa Branca para mudarem a sua posição numa votação; Stupak, e o seu estado, o Michigan, receberiam fundos federais no valor de muitos milhões de dólares em troca do «sim» à «reforma» do sistema de saúde – o que aconteceu; a Sestak foi proposto um cargo no governo federal em troca da sua desistência na eleição (primária) para a designação do candidato do Partido Democrata ao lugar de senador pelo estado da Pennsylvania – o que não aconteceu, pois o ex-contra-almirante manteve-se na corrida e derrotou o veterano Arlen Specter, que em 2009 abandonou uma militância de décadas no Partido Republicano e se passou – inutilmente, como se viu – para o «outro lado».
Significativamente, o próprio Sestak confirmou a «oferta de emprego». E, finalmente, após semanas de especulação, a Casa Branca também confirmou a notícia... mas «esclarecendo» que o convite foi feito por Bill Clinton e que o cargo era «não remunerado». Não só isto é pouco credível e mesmo risível como também não retira qualquer pressão a Barack Obama e ao PD. Sim, há uma forte probabilidade de ter ocorrido um crime. Não, não há – nunca houve! – uma «nova forma de fazer política» mas sim as «Chicago politics» já há muito conhecidas. Outras perguntas continuam por responder e, no Nº 1600 da Avenida da... Pennsylvania, algo... cheira mal. E, sem surpresa, a «lamestream media» parece continuar a não dar muita importância ao assunto...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Defesa «à zona»

Comece-se pelo principal: a nova, e tão falada, lei de imigração do Arizona não viola os direitos humanos, não é racista, não é discriminatória. Simplesmente, pretende combater um problema que se está a tornar cada vez mais grave naquele e em outros estados fronteiriços dos EUA: a entrada ilegal de estrangeiros e a criminalidade – em especial tráfico de droga – que frequentemente lhe está associada.
Compreensivelmente, «esquerdistas», «liberais» e «progressistas» estão contra porque para eles é mau tudo o que vagamente lhes pareça um aumento de autoridade e de «violência» contra «inocentes» e «indefesos» forasteiros. E, claro, há sempre a teoria de que mais imigrantes a entrar no país lhes é favorável nas suas acções de «engenharia eleitoral e social» de molde a garantir ao «partido do burro» mais votantes no futuro.
Assim, não surpreende que os disparates se sucedam. Como Eric Holder e Janet Napolitano a confessarem que não leram a lei... antes de a terem criticado! Ou Michael Posner («ajudante» de Hillary Clinton) a queixar-se da lei... aos chineses! Ou o chefe deles todos a juntar as suas críticas às do Presidente do México (cuja respectiva lei de imigração é muito mais dura do que a do Arizona). Ou Patrick Kennedy a falar em «comércio de escravos». Ou as – ridículas – ameaças de boicote vindas de outras partes do país, que envolvem a instrumentalização de estudantes, a proibição de viagens (!) ou que podem ter como consequência o corte de energia. Solução? Talvez boicotar os «boicotadores»...
Porém, e em contrapartida, há também a registar que a maioria da população apoia a iniciativa do Arizona, e outros estados poderão vir a tomar medidas semelhantes. Ou seja, e mais uma vez, há que não deixar que a desinformação e a demagogia deturpem os factos. Mas não se atente apenas nos avisos feitos por Alicia Colon, Ann Coulter, James M. Simpson, Kris W. Kobach e Bill O’Reilly. Ouça-se também as palavras sensatas proferidas, em 2006, por um senador do Illinois...

domingo, 23 de maio de 2010

«Blaming Bush»... ainda?!

Então, Barack Obama e o Partido Democrata continuam a utilizar, como principal «argumento» político-eleitoral, «atirar as culpas» para George W. Bush por tudo o que de mal acontece actualmente nos Estados Unidos? Alguém lhes deveria dizer que o anterior presidente cessou funções há quase ano e meio...
... Mas até se compreende que eles continuem a recorrer a Bush como «boogeyman» quando pouco ou nada de bom têm para apresentar e sobre que falar. O que também explica porque o relacionamento da Casa Branca com a comunicação social está cada vez pior (não, não é só com a Fox News) – aliás, é mesmo uma ironia que Barack Obama tenha, mais uma vez, recusado responder a perguntas dos jornalistas... depois de ter assinado o «Press Freedom Act»! Talvez porque receasse que o questionassem sobre o facto de o país ter registado o 19º défice orçamental mensal consecutivo e de o governador do Banco de Inglaterra ter comparado os EUA com a Grécia.
Porém, e como tristezas não pagam... dívidas, BHO sempre pode recorrer a James Jones, seu conselheiro de segurança nacional, para lhe contar uma anedota com judeus.

domingo, 16 de maio de 2010

«U. R. S. A.»

Imaginar que os EUA poderão algum dia transformar-se numa espécie de «U. R. S. A.» - «União das Repúblicas Socialistas Americanas» - é talvez mais do âmbito da ficção científica, ou histórica.
Porém, a verdade é que nunca desde que Barack Obama chegou à Casa Branca se discutiu tanto o eventual «deslizar» do país para uma forma qualquer de socialismo – ou mais social-democrata, como se verifica(va) em muitos países da Europa Ocidental, ou mesmo mais comunista, como se verificou na Europa de Leste, na URSS e na China. Há um ano Dick Morris deu o primeiro «alerta». É verdade que da parte do presidente nunca se ouviu, que se saiba, qualquer elogio, directo ou indirecto, àquele tipo de sistema político. No entanto, vários dos seus apoiantes e conselheiros já se pronunciaram a favor; ou então, o que vai dar ao mesmo, já condenaram o capitalismo.
Exemplos? Ron Bloom, (mais um) admirador de Mao-Tse-Tung, para quem a economia de mercado «não faz sentido»; Joel Rogers, para quem o capitalismo é «monstruoso»; Howard Dean a declarar que o debate entre capitalismo e socialismo «terminou» e que «vamos ter ambos» os sistemas; Mark Joseph, que apela a Barack Obama que se assuma como socialista; Jim Wallis, que exige – citando a Bíblia! – a redistribuição da riqueza; Donald Berwick, que defende que um sistema de saúde «justo» e «civilizado» deve... redistribuir a riqueza; Al Sharpton, que acredita que a maioria dos eleitores norte-americanos «votaram no socialismo» ao elegerem Obama, e que só haverá verdadeira justiça social quando «tudo for igual em todas as casas»; Ed Schultz, que quer uma intervenção «igualizadora» na rádio... já que «vamos todos ser socialistas».
Eis, pois, a pergunta que se deve fazer: «você é um socialista?» Segundo uma sondagem recente, uma parte significativa dos norte-americanos tem uma «imagem positiva do socialismo»! Deve ser por isso que a administração do Empire State Building decidiu, no ano passado, iluminar o edifício com luzes vermelhas e amarelas como forma de «homenagear o povo da China» aquando do 60º aniversário da revolução que levou Mao e o Partido Comunista Chinês ao poder; mas que, este ano, recusou iluminar aquele ícone de Nova Iorque de azul e branco como forma de assinalar o centenário do nascimento de Madre Teresa de Calcutá!

sábado, 8 de maio de 2010

Falta de «chá»

E não é que mais um muçulmano tentou cometer um – colossal – acto terrorista nos EUA? O terceiro, em pouco mais de seis meses!
Felizmente, Faisal Shahzad, que levou um carro cheio de material explosivo para a Times Square de Nova Iorque, seguiu, não o «exemplo» de Nidal Malik Hasan, mas sim o de Umar Farouk Abdulmutallab, e... falhou. Porém, e mais uma vez, já havia «sinais de perigo» que não foram seguidos: Shahzad contactou outros terroristas e estava numa «lista de segurança» há mais de 10 anos... mas da qual foi removido em 2009. Talvez porque, aparentemente, e apesar do obrigatório exemplar do Corão, parecia um norte-americano «normal»...
Em mais uma análise demolidora, Ann Coulter avança a hipótese de o conceito principal da «política de segurança» de Barack Obama ser... esperar que as bombas não funcionem! Para então se prestar mais atenção à «verdadeira» ameaça... as Tea Parties! Cujos integrantes são, para alguns democratas, mais perigosos do que os extremistas islâmicos! Barack Obama parece concordar, aos também lhes chamar «tea-baggers» (insulto inventado por esse «exemplo de masculinidade» da CNN chamado Anderson Cooper) e permitir a utilização do corpo de intervenção da polícia contra esses «perigosos» protestantes...
Entretanto, a mesma «escolha do inimigo» é feita a outro nível. Depois de se terem acobardado com as ameaças feitas aos criadores de «South Park» por estes terem ousado brincar com Maomé, os (ir)responsáveis do Comedy Central anunciaram uma nova série satírica que tem como personagem principal... Jesus. Faz todo o sentido. Até porque, provavelmente, Faisal Shahzad queria atingir a Viacom, o grupo de media que detém o CC, e cuja sede está situada na Times Square.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Contando «Histórias»

No próximo dia 10 de Maio (segunda-feira), e a partir das 18 horas, vai ter lugar na Bertrand Picoas Plaza a apresentação, em Lisboa, do livro «Histórias da Casa Branca». O seu autor é Germano Almeida, igualmente responsável pelo blog Casa Branca.
O lançamento na capital contará ainda com as presenças e as intervenções do General José Loureiro dos Santos (que, aliás, assina o prefácio da obra) e de Vítor Serpa, director de A Bola, jornal do qual o autor do livro é colaborador e em cujo respectivo sítio na Internet foram publicados muitos dos textos que integram estas «Histórias...» Ontem, 5 de Maio, decorreu a primeira apresentação, no Porto, na FNAC MarShopping, que contou ainda com as presenças e as intervenções de Carlos Daniel e de Carlos Pereira Santos, jornalistas respectivamente da RTP e de A Bola.
Aproveito a oportunidade para dar a Germano Almeida os mais sinceros parabéns por este livro e enviar-lhe os melhores votos de sucesso, tanto profissional como pessoal. Apesar de os nossos blogs, Casa Branca e Obamatório, estarem situados em campos claramente opostos no que se refere à apreciação da política e da sociedade dos EUA, tal não tem sido obstáculo a que mantenhamos um relacionamento cordial. O que é normal e mesmo expectável, de resto, entre duas pessoas que partilham, apesar das diferenças de opinião, um grande interesse, e até uma certa paixão, pelo que acontece na grande nação do outro lado do Atlântico.