sábado, 9 de janeiro de 2010

Colher as tempestades

Há pelo menos um aspecto positivo na tentativa – felizmente falhada – por parte do nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab de explodir, a 25 de Dezembro último e em pleno voo, um avião que viajava entre Amesterdão e Detroit: a demonstração definitiva do fracasso da «estratégia» adoptada pela actual administração norte-americana para o mundo muçulmano em geral e para o terrorismo islâmico em especial. Algo que já se podia antever aqui em Novembro e em Dezembro.
Com a confusão que se instalou nos aeroportos um pouco por todo o Mundo, Barack Obama está a «colher as tempestados» dos «ventos que semeou»: ao desvalorizar o terrorismo, ao ameaçar agentes da CIA por supostas «torturas», ao anunciar o encerramento da prisão de Guantanamo, ao dar a criminosos de guerra prerrogativas de cidadãos, o presidente dos EUA contribuiu indirectamente – ou até mesmo directamente – para o enfraquecimento dos sistemas de segurança implementados pela anterior administração. Um processo descrito e denunciado, entre outros, por Ann Coulter, Bill O’Reilly, Dick Morris, Kathleen McFarland, Michael Goodwin e Toby Harnden.
Também grave, e inquietante, é a circunstância de Barack Obama parecer enfrentar estes problemas algo displicentemente. Já aquando do massacre em Fort Hood demonstrara uma – aparente? – insensibilidade, não dando àquele assunto a prioridade imediata que se justificava; agora, reagiu ao quase-atentado nos céu de Michigan tardiamente e de uma forma pouco convincente – seguindo um «modelo» já utilizado em outras ocasiões. Entretanto, veio assumir-se como responsável principal pelo que aconteceu – nada de extraordinário, apenas uma elementar obrigação (parou finalmente de culpar George W. Bush?); e admitiu, finalmente, que há uma guerra com a Al-Qaeda – será que enfim aceitou que Dick Cheney tem razão?

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