domingo, 20 de janeiro de 2019

Ano Onze?

Hoje o Obamatório assinala dez anos de existência. Uma ocasião para celebrar? Nem por isso, não necessariamente. Após uma década de um enorme e continuado esforço de atenção, de reflexão e de elaboração para/sobre/de textos relativamente à politica e à sociedade dos Estados Unidos da América, durante a qual – julgo que é pertinente e relevante sublinhar – nunca um só mês ficou «em branco» (ou negro, dada a cor de fundo deste blog), ou seja, sem pelo menos uma nova entrada, desde 20 de Janeiro de 2009, as sensações que mais registo neste dia (e que, aliás, não são apenas de agora) são de cansaço e de fracasso. Tecnicamente, «oficialmente», formalmente, este espaço inicia igualmente hoje o seu décimo primeiro ano de funcionamento, mas de momento não tenho a certeza de que tal ocorrerá, pelo menos nos mesmos moldes em que tem acontecido até agora.
Criado para combater e, se possível, diminuir, inverter em Portugal (mas não só) os crónicos preconceitos e a insistente desinformação sobre os confrontos partidários nos EUA, características infelizmente constantes de quase toda a comunicação social nacional, e que se podem resumir, muito simplisticamente, em «republicanos maus, democratas bons», há que admitir, com toda a honestidade, que o Obamatório falhou nesta sua missão. Durante os (longos) oito anos dos dois mandatos da presidência de Barack Obama não tiveram «ecos» nos principais jornais e revistas, e estações de rádio e de televisão, as denúncias que aqui regularmente ia fazendo dos diversos casos de incompetência e até criminalidade de que a administração do Nº 44 ia dando provas – aliás, e de certa maneira, as palavras e os actos do Sr. Hussein, dos membros da sua equipa e dos «burros» em geral poucas menções mereciam por parte dos media deste país. Pelo contrário, após a eleição e a tomada de posse de Donald Trump nunca mais faltaram os comentários enviesados e mesmo insultuosos e as notícias descontextualizadas e mesmo falsas em relação a tudo, ou quase, que o Nº 45 preconiza, propõe e pratica, como que emulando o que acontece lá. O exemplo mais recente é a alegação de que DJT teria ordenado ao seu ex- advogado para mentir na investigação ao alegado (enfim, imaginário) «conluio» com os russos, que foi desmentido em comunicado do próprio gabinete de Robert Mueller, no que constituiu uma surpreendente, porque algo rara, intervenção pública daquele! E volto a salientar que o que acontece actualmente com Trump não é inédito: embora seja exacerbada pela sua personalidade belicosa – porém, e invariavelmente, ele limita-se a responder aos ataques de que é alvo – e pelo «choque» que os esquerdistas ainda sentem, mais de dois anos depois, pela derrota de Hillary Clinton, a cada vez mais absurda e ridícula – e frequentemente violenta, verbal e literalmente – campanha de destruição que contra ele é movida replica, no que tem de fundamental, as que foram conduzidas contra Ronald Reagan e contra os George Bush pai e filho.
Porque hoje é igualmente o dia em que Donald Trump celebra o segundo aniversário do início do seu (primeiro?) mandato e, logo, a exacta metade daquele, é de esperar que, infelizmente, a partir de agora a muito patética «resistência» à sua presidência se intensifique e que a (incurável) loucura «progressista» se agrave até à eleição de 2020. Tal foi, e continua a ser, a minha previsão, e no outro lado do Atlântico comentadores como Dennis Prager são da mesma opinião. Para o comprovar nada mais é necessário do que verificar o que os democratas fizeram, ou anunciaram fazer, assim que retomaram, no inicío deste mês, o controlo (não do Congresso como no Público erradamente se escreveu mas sim) da Casa. Após a reeleição, sublinhada por elogios – isto é, por mentiras – hilariantes, típicas do culto da(s) personalidade(s) em que a «sinistra» é pródiga, da cada vez mais caquética e contraditória Nancy Pelosi para speaker, alguns dos seus camaradas não perderam tempo e avançaram com algumas propostas verdadeiramente «úteis» e «viáveis», tais como a impugnação de Trump, a eliminação do colégio eleitoral e a substituição de um subcomité sobre terrorismo por outro sobre (contra) DJT. Entretanto, o shutdown do governo federal mantém-se, apenas porque o PD não quer agora fazer aquilo com que há poucos anos concordava – precisamente, construir, ao longo de toda a fronteira com o México (porque há locais que já a têm), uma muralha contra a imigração ilegal e o tráfico de pessoas e de drogas que habitualmente lhe está associada.
Em Portugal, e nos incompetentes e preguiçosos órgãos de propaganda que se fazem passar por profissionais e reputadas entidades jornalísticas, o recrudescimento da desinformação também se deverá fazer sentir. E num ambiente que está «inquinado» logo à partida, num «jogo» em que os «dados» estão «viciados», ou em que nem todos os «jogadores» têm, pura e simplesmente, oportunidade de «jogar», é infelizmente «normal» e até previsível que uns continuem a ser beneficiados e outros continuem a ser prejudicados. Há aquele que tem presença regular nas três principais estações de televisão nacionais (e em várias de rádio), que publica artigos nos sítios de duas delas, que publica (quatro) livros, sendo um deles (o terceiro) o resultado de uma fantasia, que neste fim-de-semana tem no caderno principal do Expresso um artigo de duas páginas, sempre disseminando omissões, mentiras e manipulações. E há aquele que já foi, comprovadamente, alvo de censura e de discriminação não uma mas sim duas vezes, e que não consegue publicar um livro baseado em textos saídos neste blog – embora, na verdade, tenha outros que também não consegue publicar…
Uma última, mas a mais importante, mensagem que hoje aqui deixo é para os que, nestes últimos dez anos, mais ou menos regularmente, visitaram, leram e divulgaram o Obamatório, ocasionalmente deixando também os seus comentários: muito, muito obrigado pela atenção, pelo interesse, e, sim, pelo encorajamento. Foi por vossa causa que, apesar de por vezes pensar em desistir, nunca o fiz. Todavia, a minha «resistência» também tem limites.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A mais estúpida de 2018

Seria sempre uma tarefa difícil escolher a mais estúpida frase, declaração, afirmação de 2018 no âmbito da política norte-americana. Essa dificudade só tem aumentado nos últimos anos, devido à crescente agressividade, e até insanidade, da esquerda dos EUA, do Partido Democrata. Porém, foi feita a escolha, e esta revela desde logo um aspecto desagradável e talvez mesmo surpreendente: as três «finalistas», que receberam as «medalhas» com o «bronze», a «prata» e o «ouro» da imbecilidade e da injúria foram todas proferidas por mulheres. Não era suposto elas serem mais sensatas e mais comedidas do que os homens? Aparentemente, e pelo menos na disputa ideológica que acontece no outro lado do Atlântico, não… Assim, e correndo o «risco» de ser apelidado de misógino e de sexista, passo a apresentar…
… O terceiro lugar, que vai para Jessica Valenti, que «tuitou» que Dana Loesch (activista de direita e porta-voz da National Rifle Association, a mais antiga e mais importante organização de defesa e de promoção da segunda emenda da Constituição) «invocando as armas como um meio de evitar violações é desgostoso» (a última palavra foi toda escrita em maiúsculas). Tal posição só é inacreditável para quem não sabe qual a posição dos «burros» neste assunto, que não se importam e até preferem que os cidadãos comuns estejam indefesos perante, e sejam vítimas de, todo o tipo de crimes e de criminosos – que os democratas protegem e promovem – de modo a diminuir ao máximo a possibilidade de que essas armas venham a ser usadas num eventual levantamento popular contra o Estado. Segue-se…
… O segundo lugar, que vai para Joan Walsh, que «tuitou» que a Planned Parenthood (a maior entidade, ou empresa, norte-americana no negócio de execução de abortos e de comercialização do despojos humanos que decorrem daqueles para «investigação» científica, mas que, apesar disso, continua a receber anualmente dezenas de milhões de dólares em fundos públicos alocados pelo Congresso) «está a matar ninguém». Tal posição só é inacreditável para quem não sabe qual a posição dos «burros» neste assunto, em que muitos (a até a maioria?) preconizam que a «interrupção voluntária da gravidez» pode ser feita aos nove meses de gestação; para eles o feto só se torna criança quando sai do ventre da mãe – e não, como a ciência o demonstra, quando passa a ter um coração que bate. Crença que, aliás, é reminiscente daquela que os democratas tinham no século XIX, que «validava» a sua prática esclavagista e que causou a eclosão da guerra civil – a de que os negros eram apenas «três quintos» de um ser humano; não é por acaso que, no final dos anos 60, eles substituíram a segregação pelo infanticídio – mudança consagrada com o caso «Roe vs. Wade» - como a sua grande «causa». Segue-se…       
… O primeiro lugar, que vai para Mika Brzezinski, que numa emissão (em directo) de «Morning Joe», o programa diário matinal que co-apresenta na MSNBC, questionou a moralidade do secretário de Estado, Mike Pompeo, perguntando «aquilo é um patriota a falar? Ou um pretendente a rapaz de rabo de um ditador?» Poder-se-á argumentar que esta ofensa não é mais grave ou revoltante do que alegar que as mulheres não deveriam poder armar-se para se defenderem de violadores, ou que abortar não é matar. No entanto, é precisamente o carácter personalizado e injusto do insulto, juntamente com a dualidade de critérios, a hipocrisia, que demonstram mais uma vez como à esquerda é praticamente impossível encontrar um fluxo minimamente constante e consistente de civismo e de honestidade intelectual, que justificam o «triunfo» deste ano. Note-se como os ataques homofóbicos, a homofobia, mesmo que sob a capa do humor, deixam de ser inaceitáveis… quando são os democratas a fazê-los. Registe-se como Joe Scarborough, apesar das suas sucessivas e cada vez mais ridículas diatribes contra Donald Trump, foi «superado» neste âmbito pela sua colega e esposa. Pretendeu ela afirmar que anteriores responsáveis pelos negócios estrangeiros dos EUA, e os respectivos chefes de Estados que serviram, não mantiveram relações diplomáticas, ainda que contrafeitos, com vários regimes e figuras ditatoriais, ou, vá lá, dúbias? E que alguns deles não adoptaram, ao contrário de Pompeo (que, recorde-se e saliente-se, exerceu previamente o cargo de director da CIA) e de Trump, posições algo embaraçosas? Como John Kerry, que deixou que o seu homólogo do Irão lhe gritasse numa das reuniões relativas ao famigerado acordo que proporcionaria ao fanático regime de Teerão milhões de dólares em notas vindas de Washington? Como Barack Obama, que literalmente prometeu a Vladimir Putin «mais flexibilidade» e que literalmente se curvou perante o rei da Arábia Saudita?      
Entretanto, e infelizmente, já há uma forte «candidata» - a frase e a mulher que a profere – a mais estúpida de 2019. Pouco depois de ser empossada como uma das novas representantes democratas na Casa, Rashida Tlaib, descendente de «palestinianos» e notória anti-semita (rejeita a existência de Israel e apoia a campanha BDS), afirmou publicamente que prometeu a um dos filhos (!!) que «vamos impugnar o f*d*lh** da mãe» - referindo-se, obviamente, a Donald Trump. Mas que «bom» exemplo! Poderia dizer-se que é um arranque de… estrondo se tal não evocasse uma possibilidade perturbante: o que garante que Tlaib não acabe por se fazer explodir no Capitólio depois de gritar «Allahu akbar»?