domingo, 21 de novembro de 2021

Ele ainda anda por aí

A pergunta pode ter alguma relevância: quase seis anos depois de Barack Obama ter deixado a Casa Branca justifica-se a existência de um blog com a denominação Obamatório, ou que esse blog assim continue a designar-se? A minha resposta é, indubitavelmente, «sim». E não só por uma mera questão de, digamos, marketing ou branding: é porque o 44º Presidente dos Estados Unidos da América continua a ser, infelizmente, uma causa, uma força, muito negativa, maléfica até, na política e na sociedade daquele país. Tudo – e é tanto – que de muito mau, ofensivo, perigoso lá está a acontecer actualmente tem as suas origens no período entre 2009 e 2017, e aqui neste espaço fez-se regularmente a crónica factual dessa degradação. Por comparação, os Clinton eram, e são, uns bandidos, mas nunca pretenderam verdadeiramente «transformar fundamentalmente» a América numa «comuno-confederação» como a que agora efectivamente existe. O que o Sr. Hussein andava a ler há 12 anos já deixava antever o que se seguiria. E por muito – e foi mesmo muito – de bom, e de corajoso, que Donald Trump tenha conseguido fazer, tal não foi suficiente – e também porque quatro anos acabou por ser pouco tempo – para contrariar os vícios de uma burocracia federal progressivamente infiltrada por radicais esquerdistas, extremistas que inclusivamente começaram a corroer as chefias das forças armadas e dos principais serviços de segurança e de inteligência. E isto para não falar, obviamente, dos criminosos que se atreveram a organizar uma gigantesca fraude eleitoral que em 2020 roubou a reeleição ao Nº 45.
Não é de todo um exagero dizer-se que a actual (p)residência de Joe Biden, o seu primeiro «mandato», constitui de facto, embora oficiosamente, o terceiro de Barack Obama. E se para o comprovar não for inteiramente suficiente a afirmação de uma cada vez mais caquética, hipócrita e perversa (e alcóolica?) Nancy Pelosi de que o governo deve continuar aberto para assim concretizar o programa de «Build Back Better» de… Obama, então a confirmação por Jen Psaki de que Biden e o seu ex-chefe falam regularmente, e o segundo é até consultado, sobre «uma série de assuntos» talvez seja. O certo é que ele ainda anda por aí, e não se coíbe de mandar uns quantos «bitaites», invariavelmente arrogantes e disparatados, quando não revoltantes. Como, por exemplo, dizer que os admiradores de Bruce Springsteen são racistas… e o próprio, suposto, «Boss», sentado ao seu lado, concordou! Além disso, continua a insistir num mais rigoroso e enganoso «controlo de armas» para tirar a cidadãos comuns a possibilidade de se defenderem. Mentiroso desavergonhado e incorrigível, ele acusou Donald Trump, que tem uma filha, genro e netos judeus, e reconheceu Jerusalém como capital de Israel, de «atiçar as chamas» do anti-semitismo. Se coloca em causa a integridade e a legalidade de eleições ao mesmo tempo que calunia o GOP, não sofre represálias nem é acusado de traidor. E aplaudiu a decisão da Major League Baseball de retirar o «jogo de todas as estrelas» de Atlanta, desde sempre e ainda dominada por democratas (!), na sequência de falsas acusações de «supressão de votos» contra o governador da Geórgia, e assim privando muitos comerciantes daquela cidade de uma grande fonte de rendimentos. Enfim, e evidentemente, como não referir o atrevimento de ir a Glasgow juntar-se à horda de vigaristas, de patéticos palhaços numa alegada «cimeira do clima», perorar contra o (falso) «aquecimento global» que faz com que o nível das águas dos oceanos «suba», vindo da sua mansão de Verão em Martha’s Vineyard, onde em Agosto último ele celebrou o seu 60º aniversário rodeado do maior luxo e desrespeitando recomendações contra a pandemia que os «burros» semprem querem impôr aos outros.     
Barack Obama nem sempre, porém, tem a influência e o «peso» que julga ter. Isso confirmou-se no início deste mês, aquando da eleição para governador da Virgínia, em que o candidato que apoiou, com quem fez campanha eleitoral e participou num comício, Terry McAuliffe (que, aliás, também contou com Joe Biden e Kamala Harris no terreno), perdeu contra Glenn Youngkin, apoiado e «recomendado» por Donald Trump – numa ida às urnas que mudou de «azul» para «encarnado» a «côr» daquele Estado, pois a nova vice-governadora, a afro-americana Winsome Sears, e o novo procurador-geral, Jason Miyares, também são republicanos; o Sr. Hussein não deixou, no entanto, de deixar uma marca de infâmia naquela disputa política regional, desvalorizando como «guerras culturais empoladas» e «falsa indignação» as preocupações de muitos pais, na Virgínia mas não só, com a proliferação acelerada nas escolas da abjecta, neo-segregacionista, Teoria Crítica da Raça, além da degenerada e degenerativa «agenda LGBTQ». Entretanto, nesta semana que passou mais um «endorsement» de BHO não surtiu efeito, e a actual mayor de Columbia, na Carolina do Sul, cidade tida como fiável reduto «burro», foi derrotada pelo seu opositor «elefante». Todavia, estas nem serão as maiores preocupações ou desilusões para Obama este ano, já que em Julho um juíz federal declarou o programa DACA (para protecção de imigrantes ilegais menores) ilegal, e em Junho foi divulgado um relatório governamental dinamarquês que denuncia a NSA por espionagem em países europeus entre 2012 e 2014. Os «fantasmas da presidência passada» começam a assombrar o Nº 44, e é de esperar que o seu número venha a aumentar.