quinta-feira, 28 de junho de 2012

Quarto Poder ou Quinta Coluna?

A campanha para a reeleição de Barack Obama não está a correr bem. Isto, na verdade, é um eufemismo: está a correr mal, não está mesmo muito distante de se tornar num desastre.
O candidato-presidente não só está a perder vantagem nas sondagens, ou até está já em desvantagem em várias, como está – ele próprio o admite – a angariar menos dinheiro do que se esperava, apesar do número recorde de eventos de angariação de fundos em que participou. O que está a ter consequências inesperadas, e até ridículas, como, por exemplo: redução da dimensão e da duração da convenção nacional democrata em Charlotte; não pagamento das despesas de (alguns) eventos; pedidos para que sejam doadas à campanha… prendas de casamento! Entretanto, e para «compensar», continua a aumentar o número de políticos democratas que (anunciam que) não vão estar presentes na convenção, que não apoiam (publicamente, pelo menos) a reeleição de Obama ou que, pura e simplesmente, se desvinculam do partido – em especial por causa da nova posição daquele sobre o «casamento» entre pessoas do mesmo sexo, mas não só. Arthur Davis, no Alabama, e Jo Ann Nardelli, na Pensilvânia, são apenas dois exemplos de (ex-)figuras destacadas ao nível estadual do PD que decidiram transitar para o PR.
Estas e outras contrariedades e dificuldades mais não são do que consequências previsíveis das desilusões e das deficiências resultantes deste mandato presidencial, que pouco ou nada de bom, de positivo, tem para mostrar. E, nesta situação, como também seria previsível, a reacção «burra» tem sido mais, não tanto a de defender Barack Obama, mas de atacar Mitt Romney. E para isso continuam a contar com a colaboração de bastantes indivíduos e instituições dos media norte-americanos, que, mais do que omitirem, também mentem e caluniam (e apelam inclusive à violência) contra o candidato republicano. Desistiram de ser o Quarto Poder para se tornarem numa Quinta Coluna a favor do status quo «progressista».
Exemplos? Pode-se começar por Martin Bashir, da MSNBC, que, depois de alvitrar que Mitt Romney não é «material presidencial» porque não bebe álcool (!), fantasiou - com vídeo! - a explosão do autocarro do antigo governador do Massachusetts. Joy Behar, na Current (o canal televisivo de Al Gore), «limitou-se» a imaginar o incêndio da casa dele. Na Time, menos violentos, afirmam que o (quase) nomeado pelo GOP está «demasiado focado na economia» (que chatice!) e que «faz flip-flops em quase tudo» enquanto Barack Obama é «consistente»! Na NBC, continuando o que já é uma «tradição» naquela estação, editaram – deturparam – um registo audiovisual de Romney de forma a mostrá-lo como ignorante, ingénuo, out-of-touch. «Out» esteve também a ABC ao repetir a mentira de que Mitt teria, na Bain Capital, promovido o «outsourcing» através do «envio de empregos (norte-americanos) para a China»… mentira, aliás, originada no Washington Post, uma de entre as «coincidências» recentes – na verdade, conluios – entre posições da Casa Branca e «notícias» daquele jornal; e, afinal, foi Obama que se especializou nesse tipo de «exportação»… O New York Times, em editorial (não assinado), classifica o caso «Fast & Furious» como uma «luta partidária sem sentido». No Buzzfeed «produzem» anúncios em que Romney «publicita» Viagra. No Los Angeles Times questiona-se a utilização, por Ann Romney, e por motivos de saúde, de cavalos de competição. Enfim, os três principais canais televisivos dos EUA fizeram este ano muitas mais referências à riqueza de Romney do que as que fizeram em 2004 à de John Kerry.  
O que é mais surpreendente é que nem há, da parte de alguns «jornalistas» que à partida poderiam e deveriam ser considerados mais «equidistantes», qualquer pudor em assumir publicamente a preferência por um determinado partido – o Democrata – ou candidato – Barack Obama. Nomeadamente, Dean Singleton, presidente da Associated Press, que elogiou profusamente o actual presidente num encontro de… editores! Que garantias de isenção podem dar estes «profissionais»? Poucas ou nenhumas. Alguns, ao fim de muito tempo, e a custo, «abrem os olhos» e reconhecem a realidade tal como ela é. Como Greg Kandra, que, depois de 25 anos a trabalhar na mainstream (lamestream) media, se cansou de «defender o indefensável e de explicar o inexplicável». Agora um sacerdote, não custa a acreditar que a sua indignação se estenda ao silêncio quase total que a mesma MSM reservou para os processos em tribunal postos por dezenas de organizações religiosas norte-americanas contra a actual administração. Não os perdoais… porque eles sabem o que (não) fazem?    

sábado, 23 de junho de 2012

Amnésia e amnistia

Será um caso – um problema - de amnésia? Se é, tem estado a piorar consecutivamente e consideravelmente. Ao decidir e anunciar, no passado dia 15 de Junho, conceder uma autêntica amnistia a muitos milhares – talvez a quase um milhão! – de imigrantes ilegais através de uma ordem executiva, Barack Obama faz exactamente o contrário daquilo que disse há pouco mais de um ano: «Existem leis suficientes nos livros pelo Congresso, que são muito claras em termos de como temos de implementar o nosso sistema de imigração, que, para mim, ignorar, através simplesmente de uma ordem executiva, esses mandatos congressionais, não estaria conforme ao meu papel apropriado como presidente.»
Deve-se dizer que, à partida, dificilmente se colocaria em causa o (bom) princípio, vá lá, moral, que está no cerne desta iniciativa. Quem acredita que os filhos não devem ser punidos pelos «pecados» dos pais não pode deixar de concordar que o governo federal dos EUA cesse a deportação de imigrantes ilegais que tenham entrado involuntariamente no país com menos de 16 anos, e que agora tenham menos de 30, um cadastro criminal limpo, (pelo menos) um diploma liceal ou tenham prestado serviço nas forças armadas. Contudo, impõe-se a pergunta: neste caso os fins justificam os meios? Por se tratar de um assunto tão importante e sensível haveria toda a conveniência em se estabelecer uma política consensual, convergente, bi-partidária, de longo prazo. Marco Rubio, em especial, tem estado a trabalhar nesse sentido desde que entrou para o Senado, e viu algumas das suas propostas, que antes eram criticadas pelos liberais, serem agora apropriadas e louvadas por aqueles… devido a serem apresentadas por um presidente democrata. Enfim, é uma decisão populista, desesperada, demagógica e, quase de certeza, ilegal, inconstitucional, porque entra em matérias que são da competência (quase) exclusiva do Congresso, do poder legislativo; e eleitoralista, porque apela a um grupo específico da população, tal como o tinha sido a decisão de «apoiar» o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Porém, poucos dias depois, ainda não satisfeito, talvez, com a quantidade de polémica que provocara… e que o prejudicara, Barack Obama resolveu exercer novamente o seu poder de… executar, desta vez através do «privilégio executivo», para isentar Eric Holder de entregar ao Congresso todos os documentos que aquele exige relacionados com o caso «Fast & Furious». Já alvo de um processo de contempt (acusação de desobediência, desrespeito, desprezo para com os representantes do povo) por parte dos congressistas, o attorney-general vê enfraquecida, e não reforçada, a sua posição com a decisão do presidente – aumentando ainda mais as suspeitas, e quase certezas, de que o Departamento de Justiça cometeu graves erros, e até ilegalidades, no programa de entrega (des)controlada de armas a traficantes de droga mexicanos. Mais: Holder, ao pedir a protecção do «chefe», também se «esqueceu» do que prometeu em 2009 – de que seria o «advogado do povo», distante da Casa Branca; e Obama, com a sua decisão de conceder uma «amnistia» (pessoal e temporária) a Holder, envolve-se ele próprio, directamente, no processo, tornando-se igualmente suspeito aos olhos da opinião pública. Ou então foi mais um acesso de amnésia: em 2007 criticara o (ab)uso, por parte de George W. Bush, daquele mesmo poder. E àqueles que agora se indignam por Marco Rubio exigir a demissão do actual AG deve-se… recordar que, também em 2007, o então senador pelo Illinois exigiu – por motivos muito menos graves – a demissão de Alberto Gonzales, AG do Nº 43. A hipocrisia é tão evidente e escandalosa que nem Jon Stewart resistiu a satirizá-la…      
Aqueles que estão mais à esquerda dirão que Barack Obama não tem «lapsos de memória» mas que, simplesmente… «evolui»; não é, nunca foi um «flip-flopper», um «vira-casacas», um adepto de «o que hoje é verdade amanhã é mentira». Que ideia! É por isso que ele já «evoluiu» não só sobre o «casamento gay» e os poderes executivos do presidente mas também, entre outros temas, sobre o financiamento público de campanhas eleitorais, o aumento da dívida, o mandato individual na reforma da saúde, o encerramento da prisão de Guantanamo e o julgamento de terroristas em tribunais civis nos EUA – agora, e pelo contrário, esses terroristas, integrantes ou não de alguma «kill list», são simplesmente abatidos (à queima-roupa, por Navy Seal’s, ou à distância, por drones) sem sequer se procurar, antes, obter informações deles. O que se compreende, porque, «coitados», se fossem detidos e não mortos poderiam ser sujeitos a essa «tortura desumana» que é o waterboarding – que, recorde-se, foi aplicada a apenas três pessoas e nenhuma delas morreu por causa disso.
Enfim, também já se pode afirmar que, em Barack Obama, a «amnésia» surgiu precocemente. Desde logo, por não ter a certeza onde nasceu, no Havai ou no Quénia – sim, ele foi o primeiro birther. E, depois, por se ter «esquecido» de divulgar que: foi membro do (esquerdista e radical) Partido Novo; foi apoiado pelos Socialistas Democráticos da América; e tinha mesmo uma relação de amizade com Bill Ayers e Bernadine Dohrn, tendo frequentado a casa do casal de antigos terroristas pelo menos até 2005. No entanto, haja uma certa tolerância: o «mal» parece ser de família, porque o seu avô paterno, afinal, e ao contrário do que alegaram o próprio e os seus descendentes, não terá sido aprisionado e torturado pelos ingleses. Por tudo isto a ver vamos se, no futuro, não será Barack Obama a precisar de uma amnistia.

domingo, 17 de junho de 2012

Rever em baixa (Parte 5)

«A campanha de Obama para o ressentimento de classe», Charles Krauthammer; «Quando a música de Obama pára, a guerra de classes começa», Michael Kinsley; «A única coisa para a qual o presidente Obama alguma vez foi treinado», Ray Stevens; «A hipocrisia da equipa Obama sobre a imigração», Hans von Spakovsky; «Obama conta com a amnésia dos americanos para o seu registo de falhanços», Cal Thomas; «A visão simplista de Obama sobre a desigualdade de rendimento», Charles Lane; «O nosso presidente cavalo-de-Tróia», Robert Knight; «Em Obama ele confia», Milton R. Wolf; «Pode a Segunda Emenda sobreviver a mais quatro anos de Obama? (Não aposte nisso)», AWR Hawkins; «As iniciativas externas de Obama foram falhanços», Jackson Diehl; «O mote de Obama – “Bush começou isto”», David Limbaugh; «Obama mata o oleoduto Keystone e milhares de empregos», Christopher Prandoni; «A terra de faz-de-conta de Obama», Michelle Malkin; «Barack Obama nunca esquece», Neil Cavuto; «Presidente “primeiro islamista” não é o que alegou ser», Charles Hurt; «Como Obama usa narrativas mediáticas falsas para avançar as suas políticas», Warner Todd Huston; «Obama é o candidato do medo», Matthew Continetti; «Barack Obama – um perfil em cobardia», Pat McMahon; «Alarme cresce entre os democratas sobre as chances de Obama», Chris Stirewalt; «Barack Obama, o primeiro presidente feminino», Dana Milbank; «Atacar Obama por causa de Jeremiah Wright é uma táctica legítima para os republicanos», Toby Harnden; «Obama, deixe de ser condescendente para com as mulheres», Campbell Brown; «Esqueçam a Bain - o registo de  equidade pública de Obama é o verdadeiro escândalo», Marc A. Thiessen; «Barack Obama está perante o seu momento Jimmy Carter», Tim Stanley; «Sonhando com um super-herói», Maureen Dowd; «Porque o ataque de Obama contra o governador Romney não evitará um presidente Romney», Jeff Greenfield; «Obama está a matar o Partido Democrata», Jennifer Rubin; «O nosso presidente-celebridade», Mark Steyn; «O sector privado não está indo bem, Sr. Obama», John Lott; «O plano de Obama para o pleno emprego no sector público», Ann Coulter; «O centésimo jogo de golfe de Obama», Emily Miller; «O grande discurso de Obama sobre a economia – nenhuma esperança, nenhuma mudança», Ben Shapiro; «Obama luta contra o "cancro" do crescimento económico», David Cohen; «Presidente Obama - o maior gastador governamental da história mundial», Peter Ferrara; «O programa de empregos de Obama – ajudar ilegais a competir com americanos por empregos escassos», Mike Flynn; «Eu, Barack Obama», Christian Witon; «A estratégia política de Obama - ignorar leis», Steve Friess.                       

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Walker, do Wisconsin, (con)venceu

Quase uma semana depois da – extraordinária, histórica, transformadora – victória na eleição especial («recall») para o governador de Wisconsin, ainda não é tarde para se proceder a uma breve análise daquela. Pelo contrário, esta é até a melhor altura, pois já se pode avaliar os acontecimentos mais «a frio» e não «a quente»…
… O que é algo que, definitivamente, os democratas não conseguem. As suas reacções ao triunfo de Scott Walker – por uma diferença superior à verificada no acto eleitoral anterior! – oscilaram entre os extremos habituais: entre o «choradinho» ridículo de vitimização, expresso, por exemplo, naquela inacreditável declaração «a democracia morreu esta noite», e as habituais ameaças de violência e desejos de morte – por assassinato ou por doença – contra políticos republicanos, os «burros» daquele Estado, e também do resto do país, nada mais fizeram do que se comportar como é seu hábito, ou seja, (muito) mal. Vá lá que (ainda) não voltaram a fugir para Chicago de forma a não existir quórum suficiente para as votações… Queixam-se muito mas, afinal, o que aconteceu foi apenas por culpa deles: foram os operativos democratas e os seus aliados nos sindicatos da função pública – com destaque desonroso para os professores – que promoveram esta eleição especial, culminar de uma campanha de confrontação e de intimidação iniciada há ano e meio, quando Walker demonstrou que iria cumprir o que prometeu, ou seja, acabar com os abusos, os privilégios, as regalias sem justificação – e também, cada vez mais, sem sustentação financeira – que ameaçavam levar o seu Estado à falência. Já há muito que se tornou evidente que, nos EUA, estes «sindicalistas» pouco mais são do que chantagistas e extorsionistas: em troca de apoio eleitoral a políticos democratas, estes concedem-lhes salários e outros benefícios muito superiores aos que são auferidos por trabalhadores no sector privado, e sempre à custa do dinheiro dos contribuintes. Finalmente este «círculo vicioso» foi, por uma vez e num local, quebrado, e tal acção foi aprovada pelos eleitores – e é precisamente essa «dupla qualidade» que constitui um exemplo que poderá ser seguido em outros Estados… aliás, já o foi, e, incrivelmente, na Califórnia!
Desculpam-se os democratas com a acusação de que a eleição foi «comprada» com o dinheiro – algumas dezenas de milhões de dólares – que os apoiantes de Scott Walker providenciaram… «esquecendo-se», convenientemente, de que o seu lado despendeu não muito menos em todas as acções, manifestações e petições feitas nos últimos 18 meses. E alguns tentam «consolar-se» alegando, anedoticamente, que Barack Obama foi o «verdadeiro vencedor» (!!) em Wisconsin… por uma sondagem feita «à boca das urnas» aos eleitores da «recall» ter indicado que o actual presidente estar à frente de Mitt Romney nas intenções de voto; «esquecendo-se», convenientemente, que se tratou da mesma sondagem que apontava para um equilíbrio de 50%/50% entre Walker e Tom Barrett… que depois se «transformou» numa vantagem de sete por cento a favor do incumbente.       
O desolado mayor de Milwaukee nem sequer se livrou de ser agredido por uma apoiante (?) após ter feito o discurso de admissão da derrota – apenas um dos vários momentos bizarros que este processo proporcionou, para além dos interlúdios cómicos previsivelmente providenciados pela MSNBC. Ao mesmo tempo, Scott Walker celebrava a vitória garantindo que iria continuar a diminuir a dívida e o desemprego, e a «mover o Wisconsin para a frente» («moving Wisconsin forward»)! Pareceu uma provocação a Barack Obama, que nem sequer se dignou a aparecer em Madison ou em qualquer outra cidade do «badger state» para apoiar os seus «camaradas» - uma ausência que, quase de certeza, irá ter os seus custos, pois não é certo que os sindicatos lhe desculpem tal «desfeita» até Novembro próximo… eles que tanto fizeram pelo Sr. Hussein em 2008. Como afirmou Peggy Noonan, depois de Wisconsin a actual administração parece subitamente um «castelo de cartas». 

terça-feira, 5 de junho de 2012

O Diabo veste Democrata

Já se sabe que não há limites possíveis para a hipocrisia e a dualidade de critérios dos democratas. Pelo que a grande questão que habitualmente se coloca é apenas a de saber se os novos exemplos de «olha para o que eu digo, não para o que eu faço» dos «azuis» serão ou não… risíveis.
E, quanto a gargalhadas, dois dos mais recentes anúncios da campanha de Barack Obama arrancam bastantes. Neles é promovido um jantar de angariação de fundos no apartamento (que custou 20 milhões de dólares) de Sarah Jessica Parker. Esta actriz, logicamente, protagoniza um deles, onde afirma que «aquele tipo» que «terminou a guerra no Iraque, disse que podes casar com quem quiseres (incluindo pais e irmãos?) e que criou quatro milhões (?!) de novos empregos (…) precisa de nós». Contudo, é o segundo, protagonizado por Anna Wintour, que é ainda mais inacreditável. Quem é ela? É a editora da Vogue dos EUA… e que serviu de base, de inspiração ao romance «O Diabo veste Prada» e ao filme com o mesmo título, e que proporcionou por sua vez a Meryl Streep (outra apoiante do actual presidente) mais uma das suas espantosas interpretações, tendo-lhe aliás valido outra nomeação para os Óscares. Ou seja: no próprio dia em que era divulgado um dos piores índices do (des)emprego no país, com um aumento da taxa para 8,2%, os democratas escolhem como «porta-voz» o «Diabo», uma pessoa totalmente conotada e integrada com os «um por cento», e que é (tristemente) famosa por ser – num dia bom – arrogante, caprichosa, cruel e snob, e conhecida por ser capaz de humilhar, despedir e boicotar seja quem for ao menor pretexto. E depois acusam Ann e Mitt Romney de serem milionários elitistas e «out of touch» com os supostos «99%»? Glenn Beck divertiu-se bastante, e não foi de certeza o único.    
Porém, por mais irritantes e alienadas, clueless, em relação ao mundo real que Sarah Jessica Parker e Anna Wintour possam ser (e são), elas parecem «anjos» quando comparadas com os vultos «demoníacos» que se acoitam nessa rede de «lojas do aborto» que é a Planned Parenthood. Em mais uma demonstração de «great timing» que «favoreceu» os democratas, a organização eugenista fundada por Margaret «dei aulas ao KKK» Sanger anunciou o seu apoio a Barack Obama – sublinhado em simultâneo com um anúncio televisivo contra Mitt Romney – quase ao mesmo tempo em que era revelado que, em algumas das suas filiais, as funcionárias estavam disponíveis para practicar aborto selectivo – concretamente, remover um feto caso fosse de uma menina. Não é esta, sim, (um)a verdadeira «guerra às mulheres»? Recorde-se que a PP esteve, não há muito tempo, no centro de outra controvérsia, quando foi revelado que, também em algumas das suas filiais, as funcionárias estavam disponíveis para «apoiar» prostitutas imigrantes ilegais e menores de idade. No entanto, e até agora, estes líderes da «indústria da IVG» continuam a não ter que recear consequências pelos seus actos: os democratas no Congresso persistem em opor-se, e até a inviabilizar, qualquer medida que os penalize. Foi o que aconteceu na semana passada, quando uma lei que criminalizaria o aborto selectivo não foi aprovada – apesar de obter a maioria dos votos, eram necessários dois terços dos mesmos.        
E, mesmo que nasçam, cresçam, estudem e trabalham, muitas mulheres norte-americanas serão alvos da discriminação sexista, e do paternalismo machista, do Partido Democrata: este apela, oficialmente, a que se pague «salário igual por trabalho igual», mas depois descobre-se que isso não acontece na Casa Branca nem nos gabinetes «azuis» do Capitólio. Elas que dêem muitas graças, todavia, por o «benemérito» Barack Obama estar disposto a apoiá-las – isto é, a torná-las dependentes do Estado - «do berço até ao caixão»… porque, «coitadinhas», elas não são capazes de tomar conta de si próprias.
(Adenda - E não é que Meryl Streep também esteve presente no jantar oferecido a Barack Obama por Sarah Jessica Parker e por Anna Wintour? Terá conversado, e sobre quê, com a editora da Vogue? Ah, a ironia...)