sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Diplomacia macia (Parte 3)

(Três adendas no final deste texto.)
Não é que todo o Mundo esteja actualmente a «ferro e fogo», mas a verdade é que são várias as situações graves de crise e de conflito em outros tantos pontos do globo: na Venezuela o «jovem» regime comunista e ditatorial (redundância) de Nicolás Maduro apodrece, o que não impede uma repressão – desvalorizada, entre outros, por Oliver Stone – cada vez mais violenta de uma população carente e indefesa; na Nigéria os terroristas muçulmanos do Boko Haram matam dezenas de jovens em escolas cristãs; na Síria continua uma guerra civil entre maus (Assad e assalariados) e piores (Al Qaeda e aliados); na Ucrânia morreram mais de 100 pessoas numa quase guerra civil entre apoiantes da União Europeia e da Rússia; no Irão continuam a construir armas nucleares mas já sem as restrições de boicote económico e de sanções políticas; na Coreia do Norte o «velho» regime comunista e ditatorial (redundância) de Kim-Jong-Un já apodreceu mas ainda consegue massacrar os seus habitantes e ameaçar as nações vizinhas… com as armas nucleares que efectivamente construiu.
Enquanto tudo isto acontece, o que faz e diz John Kerry, secretário de Estado (isto é, ministro dos Negócios Estrangeiros) dos EUA? Em digressão pela Ásia, afirmou que as «alterações climáticas» - uma forma (um pouco) menos ridícula de se dizer «aquecimento global» - são o pior problema que o planeta enfrenta, mais, constituem até a maior «arma de destruição maciça» da actualidade! Isto num Inverno em que novos recordes de frio e de queda de neve foram batidos no Hemisfério Norte! Como se não fosse suficientemente patético tornar uma fraude científica parte de uma doutrina política nacional oficial, vai-se ao cúmulo de a «elevar» ao estatuto de suprema emergência e prioridade internacional! Evidentemente, o candidato derrotado (por George W. Bush) na eleição presidencial de 2004 limita-se apenas a seguir a orientação do «chefe», que declarou no seu mais recente discurso do Estado da União que «as alterações climáticas (antropogénicas) são um facto»…
… E que reiterou a falsidade, convenientemente, numa visita recente à Califórnia… única região do país onde há uma seca – que, aliás, é mais atribuível a (más) políticas ambientais do que a fenómenos atmosféricos. Melhor seria que Barack Obama se limitasse a repetir os estafados disparates ecologistas… mas não: revelando que não aprendeu com a estupidez de ter traçado uma «linha (vermelha)» na situação da Síria, voltou a fazer o mesmo, agora em relação à Ucrânia! Disse que «haverá consequências se as pessoas pisarem a linha» em Kiev. Jake Tapper, e não só, interrogou(-se) sobre quais seriam essas consequências. As mesmas que… não existiram para Damasco? A não ser que ele se estivesse a referir às linhas de trânsito nas estradas e nas ruas…
Perante tantas, tão graves e sucessivas demonstrações de inacreditável e hilariante incompetência, é de surpreender que a maioria (53%) dos norte-americanos acreditem, segundo uma sondagem da Gallup, que o seu presidente não é respeitado pelos outros líderes mundiais? É o resultado de uma contínua diplomacia macia… ou, por outras palavras, de uma «fraqueza provocadora» dos EUA… porque como que «provoca», «convida» todo o tipo de rufias internacionais a fazerem o que muito bem lhes aprouver. E com umas forças armadas reduzidas à dimensão que tinham antes da Segunda Guerra Mundial, que é o que acontecerá se for concretizada a proposta de orçamento do Pentágono para 2015 apresentada esta semana por Chuck Hagel, que medo e respeito poderá o país ainda inspirar aos seus inimigos? O secretário da Defesa nem sequer conseguiu que o seu homólogo ucraniano lhe atendesse os telefonemas que fez!
Diversos comentadores, como os conservadores Charles Krauthammer, George Will, Noah Rothman e Roger L. Simon, e os liberais Hank Heinkopf e Juan Williams, criticam asperamente a política externa e de defesa obamista, em especial o seu relacionamento com a Rússia, que alguns insistem em considerar um sucesso… e não o fracasso que de facto é. Agora não restam dúvidas de que, também nisto, Mitt Romney tinha razão. Esta administração, e nomeadamente o «esforçado» John Kerry, recebe, vá lá, o elogio de David Axelrod, mas a sua opinião não pode ser considerada insuspeita… Porém, as palavras mais desencantadas e eloquentes sobre uns EUA cada vez mais «encolhidos» na cena mundial vêm de Garry Kasparov. O famoso campeão de xadrez e opositor de Vladimir Putin, após relacionar, uma e outra vez, o que acontece(u) na Ucrânia com as… insuficiências da actual administração norte-americana, chegou à (inevitável?) conclusão: «ainda seria hoje um cidadão soviético se Barack Obama tivesse sido presidente em vez de Reagan
Felizmente para o Mundo, nessa época o Sr. Hussein era apenas um adolescente que queria principalmente drogar-se – se não com cocaína e charros, pelo menos com cigarros – e divertir-se. No entanto, e vendo bem, é isso que actualmente (continua a) acontece(r)… mas mais com golfe e festas. Distracções e descansos indispensáveis para quem, antes e depois, tanto se «cansa» clamando pelo aumento do salário mínimo e contra a desigualdade de rendimento.
(Adenda – Demonstrando não ter qualquer receio nem respeito pela «comunidade internacional», e em especial pelos EUA, a Rússia decidiu invadir a Ucrânia… algo que Sarah Palin previu há seis anos, baseando-se na já então evidente pusilanimidade do senador e candidato Barack Obama. E o que faz este agora quanto ao assunto, além de proferir uma declaração algo frouxa e pouco convincente mas em que, vá lá, fala de «custos» em vez de «linhas»? Obedece às ordens da esposa e, com Joe Biden, faz exercício - «devidamente» vestido – na Casa Branca; depois, vai «festejar» com os seus camaradas de partido; talvez de «ressaca», no dia seguinte falta a um encontro com os seus conselheiros em segurança nacional... mas, enfim, era num sábado! Pelo seu lado, John Kerry não quer ficar atrás no ridículo: antes, afirma que a Rússia está «pronta para ajudar a economia da Ucrânia»; depois, declara que Moscovo comete «um incrível acto de agressão»… que não é, contudo, de «alguém que seja forte»!)
(Segunda adenda – O Washington Post, em editorial não assinado (o mesmo é dizer, uma opinião oficial de todo o jornal), afirmou que a política externa de Barack Obama é «baseada em fantasia». Só agora é que descobriram isso?! Entretanto, há aqueles que continuam a recusar-se a aceitar a verdade e que preferem, ainda, culpar George W. Bush, como David Gregory e Rachel Maddow. Será que alguma vez se irão cansar de repetir a mesma patranha?) 
(Terceira adenda – Peter Baker, do New York Times, não pensa que Vladimir Putin tenha «muito respeito pelo Presidente Obama». A sério?! Terá isso a ver com a promessa de «maior flexibilidade» que o Nº 44 fez a Dmitri Medvedev? No que se refere à Ucrânia o objectivo do Sr. Hussein parece ser, agora, segundo Neil Munro, apenas o de «desescalar» este conflito internacional… para, é de supor, voltar a concentrar-se no que é mais importante para ele: escalar o conflito nacional com os republicanos.  Porém, a incompetência de BHO na política externa e de defesa não é surpreendente e se antecedente: como demonstra Ann Coulter, outros presidentes democratas falharam em momentos cruciais do passado.)   

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Blá-blá-blá de Blasio

(Duas adendas no final deste texto.)
A 5 de Novembro de 2013 os cidadãos de Nova Iorque não elegeram apenas o primeiro mayor (presidente de câmara) militante do Partido Democrata dos últimos 20 anos, e por 73% dos votos! Também confirmaram que uma parte considerável do eleitorado norte-americano continua perigosamente afectado pela ignorância, pela irresponsabilidade e pela superficialidade – expressa igualmente numa abstenção também próxima de 75% naquela cidade. Tal como aconteceu com as victórias (de 2008 e de 2012) de Barack Obama, a de Bill de Blasio (cujo nome verdadeiro é Warren Wilhelm) representa o triunfo do estilo sobre a substância, da cor da pele sobre o conteúdo do carácter - isto é, a negação da «doutrina King». O presidente do país ganhou (duas vezes) principalmente porque é negro; o novo mayor de NY ganhou principalmente não porque é branco mas sim porque tem uma família bi-racial – é casado com uma negra e tem dois filhos mestiços…   
… E é melhor que seja essa a explicação, porque a alternativa é bem pior: os nova-iorquinos decidiram que queriam um comunista a dirigi-los. Porque é isso que Bill de Blasio é: um comunista. Não apenas por ter estado na Nicarágua a apoiar os sandinistas e em Cuba a gozar a lua-de-mel (depois trabalhou para Bill e Hillary Clinton). Também porque, já distante de eventuais e efémeros «devaneios de juventude», no seu discurso político actual, imediatamente antes e depois de ter sido eleito, ecoam pensamentos marxistas…. E, não, não estou a referir-me aos irmãos Chico, Groucho e Harpo mas sim ao «primo» Karl. O novo mayor já afirmou, mais do que uma vez, que o seu principal objectivo será o de acabar com as «desigualdades económicas e sociais» que «ameaçam» (?!) Nova Iorque, e que para isso vai seguir uma «nova direcção progressista».  
A cerimónia da sua tomada de posse, realizada no início de Janeiro, foi um espectáculo deplorável, mais típico de outra época… ou de outro país. Para se aferir o quanto foi mau basta dizer que até o New York Times a criticou! Não faltou um fossilizado Harry Belafonte a protagonizar mais um gerontocrático embaraço e a acrescentar a «racial» à lista das supostas «desigualdades»; outro convidado, o «reverendo» Fred Lucas Jr., (des)classificou a cidade como sendo uma «plantação»; e, talvez como acto simbólico inicial a marcar a futura política de «redistribuição de riqueza», a Bíblia de Franklin Delano Roosevelt sobre a qual Bill de Blasio fez o juramento desapareceu durante algumas horas… Enfim, foi uma demonstração de deselegância e de má educação – em especial para com o antecessor Michael Bloomberg, mas não só; ou, como Jake Tapper comentou, foi uma inauguração marcada pelo «partidarismo (ou facciosismo) amargo e por um tom de exclusão». Que seria confirmado – e agravado – um mês depois no «discurso do Estado da Cidade» em que BdB elencou os componentes fundamentais da sua utopia, que inclui o aumento generalizado dos salários dos funcionários públicos e a concessão de documentação a todos os imigrantes ilegais; a abertura de (mais) clínicas de aborto e o fecho de centros de (apoio à) gravidez; e ainda a contribuição «desinteressada» de ex-presidiários na definição das políticas de segurança de Nova Iorque.   
Na verdade, o que é que poderá correr mal? Sinceramente, haverá mesmo motivo para alarme? Afinal, qual é o «problema» de a metrópole mundial por excelência do capitalismo e da alta finança ter como principal autarca alguém que admite não ser a favor do mercado livre e acredita na «mão pesada do governo»? Que já avisou que vai – ou que quer – aumentar (muito) os impostos aos ricos para financiar vários (novos) programas sociais, em particular programas de educação pré-escolar? Que concordou, e reforçou, as (execráveis) declarações de Andrew Cuomo de que conservadores, portadores de armas, pró-vida e pelo casamento tradicional não têm lugar no Estado (e na cidade) de Nova Iorque? E que, ao contrário do governador estadual, não se arrependeu nem lamentou essas declarações, chegando a confessar – ao menos não é hipócrita -  que «não se deve entrar em maluqueiras com esta ideia de diversidade»… isto a propósito da hipótese (muito remota…) de a sua administração contratar republicanos…
Em «contrapartida», as pessoas que efectivamente integram o seu círculo mais próximo de amigos, aliados, assessores e amanuenses denotam uma elevada «diversidade»… nos tons de vermelho. Por exemplo, há Laurie Cumbo, que explica a ocorrência do denominado «knockout game» como o resultado de uma «preocupação genuína» com a influência judaica; Melissa Mark-Viverito, que foi presa em 2011 quando, ao participar no «Occupy Wall Street», resolveu ajudar a bloquear o trânsito na Ponte de Brooklyn – antes, em 2009, foi à Bolívia trabalhar na campanha eleitoral de Evo Morales; Inez Barron e Margaret Chin, admiradoras de Fidel Castro, Robert Mugabe, Muammar Khaddafi e Mao-Tse-Tung.  Uma galeria de «ídolos do proletariado» à qual quase só falta Che Guevara, cujo (icónico) rosto adorna a camisa que Bill de Blasio afirma usar só aos fins-de-semana…      
Rudy Giuliani, ante a perspectiva de ser destroçado todo o seu legado, está, compreensivelmente, (muito) preocupado. Peggy Noonan acusa BdB de ser um divisor, e não um unificador. Ann Coulter vai avisando que os índices de criminalidade vão aumentar drasticamente. Mas Christopher Bedford acredita que ainda vai levar algum tempo até de Blasio conseguir destruir a cidade, e George Will calcula que dentro de três anos os nova-iorquinos se vão arrepender e exigir o regresso à era pré-de Blasio. Talvez não seja preciso tanto tempo… Na verdade, vários dos seus camaradas democratas não parecem ser grandes entusiastas dos extremismos demográficos, fiscais e pedagógicos do mayor, de entre os quais se destaca… Andrew Cuomo, provavelmente perturbado por estar a perder o protagonismo entre os «progressistas» da «Grande Maçã». E há mais… BdB já anunciou que não irá integrar (a 17 de Março próximo) a tradicional marcha anual em honra de São Patrício por os organizadores daquela não permitirem a participação de grupos LGBT – nunca é boa ideia irritar os irlandeses e/ou descendentes de irlandeses em Nova Iorque. Reiterou repetidamente, antes e depois de ser eleito, a vontade de acabar com os (populares) serviços turísticos de passeios por carruagens com cavalos, alegando que se trata de maus-tratos a animais – mas há quem aponte para outro motivo, o interesse de Steve Nislick, promotor imobiliário e apoiante de Blasio, nos estábulos… para os transformar em lucrativos prédios de apartamentos. E a recente «resposta», ou falta dela, das autoridades municipais às sucessivas e intensas ondas de frio e quedas de neve, que incluiu uma deficiente e desigual limpeza nos diferentes bairros da cidade e a decisão de manter as escolas abertas, originou várias e veementes críticas.
O blá-blá-blá de Bill de Blasio é preocupante por poder configurar uma «cultura de intimidação» (típica, aliás, dos democratas), por prenunciar uma passagem das palavras (ameaçadoras) aos actos (prejudiciais). Seria de esperar que os nova-iorquinos (e não só) já tivessem aprendido a lição – sobre o que acontece quando certas pessoas têm acesso ao poder. Porém, e aparentemente, a memória é curta junto à foz do rio Hudson.
(Adenda – Alguém poderá ficar verdadeiramente surpreendido por Bill de Blasio ser mais um hipócrita adepto do «faz o que digo mas não o que faço»? Esta semana, depois de participar numa iniciativa sobre segurança rodoviária, foi «apanhado» em excesso de velocidade e a passar sinais vermelhos. O seu mandato tem tido um início «hilariante e horrífico» e provavelmente vai continuar assim. Entretanto, em Portugal há quem pareça estar iludido pela excessiva «hospitalidade» do novo mayor.)
(Segunda adenda – Entretanto, e como que em «compensação» pela – extrema – viragem à esquerda em Nova Iorque, no outro extremo dos EUA, na Califórnia, São Diego tem um novo, e republicano, mayor: Kevin Faulconer.       

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

«PALINfrasia»* (Parte 4)

(Uma adenda no final deste texto.)
Sarah Palin celebra hoje o seu 50º aniversário, mas não é de esperar que a maioria dos órgãos de comunicação social dos EUA assinale a data da mesma maneira elogiosa, e até entusiástica, como assinalou os 50 anos de Michelle Obama, a 17 de Janeiro último…
… Apesar de a ex-governadora do Alaska ter um percurso pessoal, profissional e político em nada inferior ao da actual primeira-dama, muito pelo contrário. Porém, sabendo-se o que tem acontecido nos últimos seis anos, desde que Sarah Palin se tornou nacional e internacionalmente conhecida após ser escolhida em 2008 por John McCain como candidata à vice-presidência dos Estados Unidos da América pelo Partido Republicano, já será muito bom se ela passar esta data sem mais um ataque, insulto, ofensa, por parte dos seus adversários, e inimigos, ideológicos. O que não será fácil: a doença que eu designei de «PALINfrasia» continua sem ser debelada. Os democratas, liberais e «progressistas» declararam-lhe desde o início uma «guerra às mulheres personalizada» para a qual não há fim à vista; a sua mera existência é uma ameaça para eles, e exemplos mais ou menos recentes desse ódio não faltam. Dan Savage, «candidato» ao título de «”homem” mais nojento da América», expressou o desejo de que Palin se «engasgasse» com bolos de Natal e que morresse. Martin Bashir, já se sabe, «apenas» sugeriu que alguém defecasse na boca dela. Bill Maher, não satisfeito com denegrir a mãe, atreve-se a troçar do filho deficiente. Snoop Dogg (agora Lion) e amigos, fantasiam sexualmente com Sarah – aliás, qualquer homem inclinado à esquerda que diga mal dela muito provavelmente padece do «mal» conhecido como «quem desdenha quer comprar». Também de mulheres supostamente «liberadas» ela vai recebendo remoques… para uma republicana não há «solidariedade feminista». Tina Fey, que, aparentemente, pouco mais consegue fazer do que imitá-la (mal). Halle Berry, prima (distante) da ex-governadora e para quem essa relação de parentesco é «a pior coisa que se pode imaginar»!   
A paranóia, a perseguição e a «poluição» (mental) são de tal ordem que de Sarah Palin até fazem uma vilã de banda desenhada! Assim, por causa destas e de todas as outras atoardas que têm lançado sobre ela, não é de admirar que muitas mentes que não primam pela inteligência e pela tolerância acreditem em qualquer aldrabice que, a brincar ou não, se inventa sobre ela. Como, por exemplo, que: ela ia ser colaboradora da Al Jazeera… (no Washington Post «engoliram» esta); … e professora na Universidade de Harvard; Margaret Thatcher recusou recebê-la (no WP também «engoliram» esta); ela disse que o Dia de Acção de Graças não é um feriado para índios. Esta intrujice, em especial, originou tantas imprecações e tão desvairadas que ficamos sem saber se será mais adequado rir ou chorar… a rir.
No entanto, nem todos na «sinistra» são irremediavelmente, ou constantemente, estúpidos, como aqueles que ainda acreditam, em 2014, no «eu posso ver a Rússia da minha casa». Pelo menos uma vez Marc Lamont Hill, Noah Chomsky (!) e Ted Rall elogiaram e/ou concordaram com Sarah. Outros, muitos, continuam a não se aperceber da sua própria incoerência: se ela é «irrelevante» e «irresponsável» como dizem, então porque é que… continuam a falar dela? Numa sondagem divulgada no final de Janeiro, Palin é, continua a ser, a pessoa, a/o político(a) preferida dos republicanos que votam em eleições primárias. Provavelmente, entre muitos outros factores, porque teve razão antes do tempo ao avisar quanto aos perigos decorrentes do «ObamaCare», em especial a existência de «painéis da morte» e a interferência nas prerrogativas inerentes à Segunda Emenda.
O Alaska deve-lhe muito: Sarah Palin atrai turistas – e, logo, riqueza – para o Estado mais a Norte dos EUA. A família festeja mas também sofre por, e com, ela: só o pai já foi «visitado» pelo IRS seis vezes desde 2008, o que é sem dúvida uma «coincidência». E há os amigos, os colegas de partido, os «camaradas de armas» - literalmente e figurativamente – que lhe dão os parabéns e lhe desejam… feliz aniversário!
(* Palinfrasia – s. f. MEDICINA perturbação da elocução caracterizada pela repetição da última sílaba das palavras e, às vezes, de todas as sílabas de cada palavra (principalmente no atraso mental e na demência precoce) (Do gr. pálin, «de novo» + phrásis, «elocução» + ia) ) (Dicionário da Língua Portuguesa 2006, Porto Editora, página 1240)
(Adenda – Está já confirmada a presença de Sarah Palin na edição de 2014 da CPAC – a Conferência de Acção Política Conservadora.  Conseguirá ela ser mais ácida, mais acutilante do que no ano passado, em que quase ninguém, da esquerda à direita, escapou às suas críticas?)     

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Brincar aos médicos e enfermeiras

(Duas adendas no final deste texto.)
Decididamente, o mais recente discurso do Estado da União proferido por Barack Obama continua a dar que falar… e que escrever. Um dos momentos mais caricatos da cerimónia ocorreu quando o Sr. Hussein afirmou que ele, e a sua administração, estavam a reparar («fixing») o «Affordable Care Act»… e, logo a seguir, se ouviram gargalhadas. Da parte de republicanos, sem dúvida, mas não seria surpreendente se alguns democratas também não tivessem conseguido conter o riso, mesmo que discreto…
… Porque nos EUA só quem tem estado a dormir ininterruptamente desde Outubro é que não sabe que o «serviço nacional de saúde» que os democratas votaram e implementaram sozinhos continua a ser o desastre que se tornou evidente desde o princípio. Correcção: é um desastre ainda maior porque continuam a acumular-se novos factos sobre os (maus) efeitos da aplicação da lei. Há casos pessoais, isolados, que são eloquentes quanto à incompetência introduzida num sistema que, apesar de não ser perfeito, funcionava muito bem: um médico passou duas horas ao telefone à espera da autorização de uma seguradora para fazer uma cirurgia; há quem tenha levado seis semanas para se… «desinscrever» do «ObamaCare»; há quem tenha visto os seus dados pessoais serem roubados depois de ter acedido ao healthcare.gov (e não terá sido o único…); a muitas crianças estão a ser recusado tratamentos específicos, especializados, de que necessitam; e muitas crianças… que acabaram de nascer não estão a ser adicionadas aos processos dos seus país e famílias porque… o «eficiente» e «moderno» sítio na Internet que levou três anos e centenas de milhões de dólares para ser instalado não o permite! Entretanto, um funcionário do Departamento de Saúde admitiu, numa audiência no Congresso, que não se sabe o número de pessoas que pagou por um seguro de saúde… e, logo, quantas têm efectivamente cobertura! Tal acontece também, sem dúvida, porque o sistema, no início de Fevereiro, ainda não conseguia corrigir erros na submissão de candidaturas.       
Considerando tudo isto, é de surpreender que a Moody’s se prepare para descer a classificação das companhias de seguros e, desse modo, desvalorizar e diminuir as suas perspectivas comerciais e financeiras? Até no estrangeiro se sabe do caos que a (tentativa de) implementação do «(un)Affordable Care Act» está a causar – veja-se, por exemplo, uma reportagem do Daily Mail. No Washington Post alerta-se que a drástica redução dos médicos disponíveis sob o novo regime poderá deixar os pacientes «furiosos»… e impacientes; na Califórnia estes casos sucedem-se, incluindo doentes com cancro a quem médicos recusam fazer consultas. Também não muito contentes deverão ficar os (segundo o cálculo do Gabinete de Orçamento do Congresso) cerca de dois milhões e meio de pessoas que, por os empregadores quererem reduzir o mais possível os (altos) custos induzidos pelo «ObamaCare», deverão perder os seus empregos ou, na melhor das hipóteses, serem relegados para trabalho a tempo parcial. Um homem nessa situação teve recentemente, aliás, a possibilidade de confrontar directamente o próprio Sr. Hussein sobre o assunto. Da Casa Branca responderam através de Jason Furman, presidente do Conselho de Assessores Económicos do Nº 44, que: 2,5 milhões representam apenas «uma pequena percentagem da economia»; e, ao contrário de ser um desincentivo ao trabalho como afirma Douglas Elmendorf, director do CBO, o ACA pode até constituir, imagine-se, um «incentivo para mais empreendedorismo». No New York Times há quem concorde com esta interpretação (do aumento do desemprego), que consideram «libertadora»; já na MSNBC há quem prefira mudar de assunto
Entre os esquerdistas há, na verdade, muitos, cada vez mais, que parecem estar, e estão, desiludidos com o «ObamaCare»; descobrem que aquilo que foi prometido não corresponde à realidade. Um deles é Michael Moore, que admitiu, em artigo também no NYT, que o ACA é «horrível» («awful»). O que surpreende, visto que no seu filme de 2007 «Sicko» ele apresentava o sistema de saúde de Cuba como um exemplo a seguir; então agora que o dos EUA vai igualmente, e finalmente, no sentido da (irreversível?) «terceiro-mundialização» é que ele se arrepende e muda de opinião? Tão inconstantes, estes «progressistas»… Enfim, é o que acontece quando idealistas inexperientes e irresponsáveis com demasiado tempo e poder nas mãos decidem brincar aos médicos e enfermeiras... fazendo de todo um país como que um enorme, imenso «hospital» para as suas experiências.
(Adenda – Nancy Pelosi, recorde-se, foi uma das principais «culpadas» pela concretização do «ObamaCare», e disse que este deveria primeiro ser aprovado para depois se saber o que estava dentro dele. Agora, veio agora também enaltecer a possibilidade de, com a nova lei da saúde, os trabalhadores «escaparem» aos seus empregos! E isto a seguir a ter admitido, perante um galhofeiro Jon Stewart, que não sabia porque o sítio healthcare.gov havia falhado, e que tal não era da sua responsabilidade! Com quem ela não quer falar é Bill O'Reilly... porque, enfim, a cobardia por vezes «fala» mais alto.) 
(Segunda adenda - Mais uma componente importante do ACA acaba de ser, ilegalmente, alterada... isto é, adiada... para 2016. Que «coincidência»! É mais uma ilegalidade cometida por Barack Obama. O que «não é» um problema porque, como ele diz, «eu posso fazer o que quiser».)