domingo, 28 de março de 2010

«Hoax and Chains»

Uma semana é um período de tempo adequado para se deixar... passar e, enfim, comentar a aprovação, na Câmara dos Representantes dos EUA, da dita «reforma» do sistema de saúde proposta por Barack Obama. E tentar apontar as principais marcas desta decisão, tanto no conteúdo quanto na forma.
No conteúdo, não restam quaisquer dúvidas – tal como antes já havíamos alertado – que esta iniciativa atenta contra os que têm sido os mais básicos alicerces (do sucesso secular) da sociedade norte-americana, ao proporcionar, à partida, não só um aumento da dimensão e dos poderes do Estado, mas também, em perspectiva, uma diminuição generalizada da qualidade dos cuidados médicos no país. E não se escute apenas as opiniões, por exemplo, de Gary Graham, Glenn Beck, Jon Kraushar, Sarah Palin e Bill O’Reilly; proeminentes democratas como Howard Dean e Max Baucus admitem que o «Obamacare» procede(rá), em última instância, a uma redistribuição da riqueza – e outro, John Dingell, vai mais longe e confessa que se trata de «controlar o povo». Mais: agora que há uma lei que obriga a que se adquira um seguro de saúde, o que impedirá que, em breve, se force os consumidores a comprar carros da General Motors?
Na forma, a aprovação do «Obamacare» levantou, e ainda levanta, muitas dúvidas de carácter legal e processual. Porém, o próprio presidente não dá importância a essas questões. O que também explica que tenha quebrado (mais) duas promessas eleitorais: ao ter assinado a lei (que contém, indubitavelmente, uma flagrante dualidade de critérios) menos de dois dias após aquela ter sido aprovada no Congresso – durante a campanha disse que só o faria pelo menos cinco dias depois; e por todo o processo ter decorrido «à porta fechada» - durante a campanha disse que as negociações seriam transmitidas pela televisão. Não surpreende, por isso, que os procuradores de pelo menos 13 Estados (para já...) tenham anunciado que vão contestar a lei em tribunal.
É isto «Hope and Change»? Ou será mais «Hoax and Chains»? Já há quem proclame: «Impeach the President!» Exagero? Talvez. No entanto, o contentamento de Fidel Castro pela passagem do «Obamacare» é um sério motivo de reflexão... e de preocupação.

terça-feira, 23 de março de 2010

O Inverno do descontentamento deles

Com excepção de uns quantos «alucinados» (talvez os mesmos que dizem que o século XXI não se iniciou no ano 2000) que afirmam que a Primavera começa no dia anterior, todos sabem que tal acontece a 21 de Março. Entre eles está Bill Clinton, que, em discurso recente marcado pelo humor, «revelou» que, para Al Gore, aquela estação do ano é uma «prova do aquecimento global»!
A piada do 42º presidente norte-americano dirigida ao seu vice-presidente representa como que a «cereja» em cima do «bolo»... amargo que constituiu para os alarmistas-fundamentalistas-vigaristas das «alterações climáticas» o Inverno que agora terminou (oficialmente...), e que, como previsto, foi o mais rigoroso das últimas décadas – com abundantes provas na Austrália (granizo em pleno Verão!), Europa e na América – em que todos os 50 Estados, num momento ou noutro, ficaram cobertos de branco... Mas não foram só os dados empíricos, sensoriais, que desautorizaram (espera-se que definitivamente...) o «aquecimento global». Nestes últimos meses souberam-se mais detalhes sobre o escândalo já conhecido como «Climategate», mais concretamente que: não há «aquecimento» desde 1995 (não existem dados científicos fiáveis que comprovem essa teoria); não se prevê um aumento considerável dos níveis dos oceanos (idem); e que os erros e os embaraços já são tantos que a ONU se viu obrigada a intervir no IPCC. Também aqui será interessante seguir o «rasto do dinheiro», em especial aquele que Al Gore tem ganho. Será que ele terá de devolver o Óscar?
Obviamente, existem e existirão sempre fanáticos, tanto na comunicação social como na política, para quem os factos nunca serão suficientemente convincentes; que continuarão a acreditar em todas as patranhas ambientais, quer envolvam humanos quer plantas; e que sonham com o dia em que aquele anúncio da Audi (o da «polícia verde») se torne realidade...

sábado, 20 de março de 2010

Ela é de São Francisco...

... Por isso há que dar um certo «desconto» a Nancy Pelosi, porque, como afirmava uma conhecida campanha publicitária, «everybody knows the best nuts come from California». A speaker resolveu revelar que «nunca paro de chicotear. Não há começo, não há meio, e não há fim. A minha vida é uma constante operação de chicote.»
É claro que a representante democrata se referia, formalmente, a uma expressão - «whip» - que, nos sistemas anglófonos, se aplica a uma função de liderança, de condução da agenda política. Porém, o tom de voz e o riso dela denunciavam uma mais do que óbvia alusão a certas práticas «sado-maso» pelas quais a sua cidade (capital mundial dos comportamentos desviantes) também é célebre.
Nancy Pelosi parece querer ser «dominadora» em mais do que um sentido... e provavelmente nem se importa muito que lhe chamem «arrogante, «ignorante» e «incompetente» e que queiram despedi-la. Este é pois o momento certo para recordar, bem a propósito, uma famosa canção de há 30 anos.

quarta-feira, 17 de março de 2010

(In)Segurança (Inter)Nacional

Será que a expressão «a raposa a guardar o galinheiro» se aplica aqui? Porque já não há qualquer dúvida de que a actual administração norte-americana – e, mais especificamente, o attorney general – tem ao seu serviço advogados que... defende(ra)m suspeitos de terrorismo. Mais concretamente, no Departamento de Justiça, que tem a seu cargo... o julgamento desses mesmos suspeitos! Entretanto, o DdJ admitiu que houve outras «omissões». É de perguntar: o que está Eric Holder a esconder? E como é que ele «sabe» que Osama Bin Ladem não vai ser capturado vivo?
Não faltaram, como seria de esperar, tentativas de justificar o injustificável, e Ann Coulter denuncia-as e desmonta-as sem apelo nem agravo. Porém, o Departamento de Justiça não é o único em relação ao qual existem dúvidas sobre a capacidade de quem o dirige. No Departamento de Segurança Interna, Janet Napolitano já foi apanhada a dormir, e não só literalmente. É de perguntar: haverá motivo para entrar em pânico? Inevitavelmente, são feitas comparações entre a anterior e a actual administração, e parece até travar-se uma «batalha dos vice-presidentes» - com uma filha de um deles a intervir. Como de costume, Joe «Balelas» Biden mostra ter uma curiosa concepção da coerência – aliás, tal como o seu chefe...

quarta-feira, 10 de março de 2010

Cuba não é livre

Orlando Zapata Tamayo, falecido há menos de um mês depois de ter estado em greve de fome quase três, é o nome do mais recente prisioneiro político de Cuba a morrer por causa do regime ditatorial dos irmãos Fidel e Raul Castro – o último (até agora…) registo numa lista já muito longa (centenas, milhares de mortos?) É por isso oportuno: lembrar que, naquela ilha, o único local em que vigora a democracia e se respeitam os direitos humanos é… a base de Guantanamo; e sugerir a leitura de três textos de Humberto Fontova – sobre Elian Gonzalez, «idiotas úteis» e Ernesto «Che» Guevara – que ajudam a desmontar os mitos que uma certa «esquerda» ainda mantém sobre aquele oprimido país das Caraíbas.

quinta-feira, 4 de março de 2010

«Quintas» de celebridades

O primeiro trimestre de cada ano é também o período, nos EUA, de atribuição de prémios – no cinema, na televisão, na música, Globos de Ouro, Óscares, Grammys, Emmys... Logo, é também, habitualmente, o período em que as «celebridades» do «showbiz» mais se expõem publicamente. Porém, e infelizmente, muitas delas não se limitam frequentemente a expor os novos «trapos», tatuagens e taras: também revelam à sociedade, e à saciedade, a sua hipocrisia, ignorância e malevolência.
«Tradicionalmente», o meio artístico reunido em Hollywood (e não só) inclina-se esmagadoramente para a esquerda, isto é, para o Partido Democrata, a favor de liberais e contra os conservadores. «Veteranos» como Alec Baldwin, Barbra Streisand, Susan Sarandon e Tim Robbins há muito tempo que com regularidade «cospem veneno» em tudo o que mexa que lhes «cheire», mesmo que vagamente, aos valores que são partilhados pela maioria da população norte-americana – isto é, aqueles que gastam dinheiro nos produtos audio-visuais em que eles participam. Porém, a ascensão de Barack Obama, primeiro enquanto candidato e depois enquanto presidente, parece ter proporcionado um aumento exponencial do «índice de estupidez» das estrelas.
Exagero? Atente-se nestes exemplos: Madonna a colocar John McCain na «companhia» de Adolf Hitler; o «ex» dela, Sean Penn, a ser... ele mesmo; um talentoso monte de m***a chamado Michael Moore; Charlie Sheen a querer discutir com BO a «conspiração» por detrás do 11 de Setembro; Jennifer Lopez a chamar «cabrona» a Sarah Palin; o racismo de Kanye West; músicos que protestam contra a utilização da suas obras em «torturas»; actores que subscrevem os «ensinamentos» do «pedagogo-demagogo» Howard Zinn; actores que tiram a roupa devido ao «aquecimento global»; este, segundo Danny Glover, terá sido a causa do terramoto no Haiti; Oliver Stone que, depois de dirigir um documentário «caloroso» sobre Hugo Chavez, quer realizar outro a «contextualizar»... Hitler e Estaline.
Porquê estes comportamentos, estes casos? Existem algumas teorias que explicam porque: a «esquerda de Hollywood» adora ditadores; «malhar na direita» é a última esperança para estrelas em declínio; existe uma nova «lista negra»; a «tolerância liberal» não é mais do que um ataque à liberdade de expressão. Haverá uma disfunção nas celebridades? Se sim, será consequência da genética ou do ambiente? Estarão elas definitivamente divorciadas da realidade? Entretanto, e após anos e anos e anos a beneficiar de regalias que em outros são condenáveis, os «criativos» culturalmente «correctos» da «cidade dos sonhos» vêem a Califórnia, e eles próprios, a serem prejudicados pelas «políticas progressistas» que sempre professaram. Muitos motivos que explicam porque, muito provavelmente, determinados filmes nunca serão feitos... nem premiados.