Uma semana é um período de tempo adequado para se deixar... passar e, enfim, comentar a aprovação, na Câmara dos Representantes dos EUA, da dita «reforma» do sistema de saúde proposta por Barack Obama. E tentar apontar as principais marcas desta decisão, tanto no conteúdo quanto na forma.
No conteúdo, não restam quaisquer dúvidas – tal como antes já havíamos alertado – que esta iniciativa atenta contra os que têm sido os mais básicos alicerces (do sucesso secular) da sociedade norte-americana, ao proporcionar, à partida, não só um aumento da dimensão e dos poderes do Estado, mas também, em perspectiva, uma diminuição generalizada da qualidade dos cuidados médicos no país. E não se escute apenas as opiniões, por exemplo, de Gary Graham, Glenn Beck, Jon Kraushar, Sarah Palin e Bill O’Reilly; proeminentes democratas como Howard Dean e Max Baucus admitem que o «Obamacare» procede(rá), em última instância, a uma redistribuição da riqueza – e outro, John Dingell, vai mais longe e confessa que se trata de «controlar o povo». Mais: agora que há uma lei que obriga a que se adquira um seguro de saúde, o que impedirá que, em breve, se force os consumidores a comprar carros da General Motors?
Na forma, a aprovação do «Obamacare» levantou, e ainda levanta, muitas dúvidas de carácter legal e processual. Porém, o próprio presidente não dá importância a essas questões. O que também explica que tenha quebrado (mais) duas promessas eleitorais: ao ter assinado a lei (que contém, indubitavelmente, uma flagrante dualidade de critérios) menos de dois dias após aquela ter sido aprovada no Congresso – durante a campanha disse que só o faria pelo menos cinco dias depois; e por todo o processo ter decorrido «à porta fechada» - durante a campanha disse que as negociações seriam transmitidas pela televisão. Não surpreende, por isso, que os procuradores de pelo menos 13 Estados (para já...) tenham anunciado que vão contestar a lei em tribunal.
É isto «Hope and Change»? Ou será mais «Hoax and Chains»? Já há quem proclame: «Impeach the President!» Exagero? Talvez. No entanto, o contentamento de Fidel Castro pela passagem do «Obamacare» é um sério motivo de reflexão... e de preocupação.
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