quarta-feira, 30 de julho de 2014

Culto da personalidade (Parte 2)

(Uma adenda no final deste texto.)
A lógica, e a mais simples sensatez, ditariam normalmente que, perante o número de incompetências, escândalos e até crimes que a actual administração norte-americana tem vindo a acumular, as demonstrações de adoração de Barack Obama, das quais já apresentei aqui uma primeira recolha específica, diminuiriam consideravelmente, e mesmo cessariam. Porém, não tem sido propriamente isso que tem acontecido… Há fanáticos, devotos fidelíssimos que estão sempre disponíveis para elogiar o «chefe» - correcção, o «patrão» - contra todas as evidências e segui-lo para além de todas as conveniências. Convém lembrar – ou informar para os que não sabem – que Jim Jones era democrata, pelo que existem alguns «antecedentes» preocupantes…
… E se o «culto» de BHO não levará, como JJ, (esperemos!) ao suicídio colectivo de centenas dos seus seguidores, poderá ser comparado, como sugere Mark Judge, a outro, ao de L. Ron Hubbard? Com efeito, e tal como a Cientologia, também o «progressivismo» norte-americano pós-2008 elevou a fraude científica a causa política prioritária: em Janeiro deste ano Gina McCarthy, a (contestada) directora da (contestada) Agência de Protecção Ambiental, afirmou que as «alterações climáticas» constituem uma oportunidade de «fazer crescer a economia e de criar empregos» (excepto, claro, os que são destruídos pelo encerramento de minas e de centrais de carvão) e ainda de «ir de encontro às necessidades deste presidente»! Há os que pensam ser sua obrigação a de, quais servos, obedecerem a todas as ordens do Sr. Hussein e até, porque não, anteciparem as suas vontades: Sheila Jackson Lee estabeleceu como objectivo principal, dela e dos «burros» seus colegas, escrever ordens executivas para o Nº 44 assinar! Outros dão-lhe «nota máxima», um «A», por apenas estar na função de presidente, como Gwen Moore. Existem aqueles, como Gene Sperling, que aceitam as culpas do «patrão» como suas e confessam, compungidos, que lhe«falharam». E os que preferiam – e admitem-no publicamente! – que os jornalistas deixassem de noticiar as sondagens cujos resultados são adversos, desagradáveis, ao seu «querido líder»! Cuja «semelhança» com os Kim norte-coreanos até na Google (inadvertidamente?) foi notada…
Como Barbara Walters admitiu, muitos (ela incluída?) acreditaram que ele era mesmo como que o próximo «Messias». Durante a Páscoa deste ano, Al Sharpton, apesar de avisar que não estava a compará-lo a Jesus, utilizou as palavras «crucificação» e «ressurreição» a propósito do presidente… Nancy Pelosi, que se diz católica apesar de defender (afinal, sempre é uma representante de São Francisco…) o «casamento» entre pessoas do mesmo sexo e o aborto, é mais comedida na «santidade» do Sr. Hussein e proclama-o «apenas» como «o presidente menos faccioso («less partisan») com quem já trabalhei». Na Reuters acredita-se que ele sempre exibiu «decoro político». Não surpreende, pois, que Michael Eric Dyson, um dos mais extremistas – e racistas - «animais à solta» na categoria «professores-comentadores», clamasse que Sarah Palin havia cometido «traição» por ter apelado – com toda a razão, obviamente – à impugnação do Nº 44…
… Porque a acusação, e mesmo a suspeita, de que Barack Obama não é perfeito e merecedor de toda a adulação é simplesmente insuportável. Na MSNBC apresentam-no – sim, já neste ano de 2014! – como uma encarnação de George Washington, Tio Sam e Super-Homem.  No Washington Post um artigo de Joshua DuBois comparou-o a Martin Luther King, e outro artigo, de Jonathan Zimmerman, professor na Universidade de Nova Iorque, propôs a revogação do limite de dois mandatos presidenciais para que BHO possa concorrer a um terceiro! São tantas as suas qualidades que ele, e a esposa, deveriam ser considerados, segundo o Think Progress (centro de estudos financiado por George Soros que não ajuda a pensar nem conduz ao progresso), os «pais de todos nós» (os norte-americanos); no mesmo sentido vai Paul Reville, para quem «as crianças pertencem a todos nós». É de deduzir que a uns mais do que a outros, em particular à «Grande Mãe» Michelle: na ABC propôs-se 50 maneiras de celebrar o 50º aniversário da primeira-dama, e na NBC houve quem apelasse a que todos se curvassem perante aquela, extasiados pela visão de um vestido especialmente faustoso que envergava…        
Luis Gutierrez, representante do Illinois, tem sido particularmente activo nos exercícios hiperbólicos, invariavelmente orientados para o aumento e a amnistia dos imigrantes ilegais hispano-americanos: neste âmbito propôs a expansão da capacidade executivaprosecutorial discretion») do Sr. Hussein, que lhe terá garantido, recentemente, que iria ser «generoso e largo» ao ponto de «parar a deportação do nosso povo»… estaremos aqui a ouvir «ecos» de como que de um «novo «Moisés»? Na verdade, Gutierrez, anteriormente, não se controlara no seu fervor messiânico e assegurara que Barack Obama tem «a capacidade de curar e de colocar em porto seguro milhões de imigrantes não documentados»! O próprio Nº 44, perene narcisista, ajuda a criar estas ilusões: no ano passado, durante uma visita à Dreamworks, propriedade dos seus apoiantes Spielberg, Katzenberg e Geffen, garantira que conseguia saber quem, de entre os que estavam ali, não nascera nos EUA só de «olhar para os rostos (deles)». Nada de especial para quem é capaz de: utilizar 199 vezes a primeira pessoa do singular num único discurso; considerar como suas as forças armadas do país; e utilizar imagens dele próprio em supostas homenagens a Nelson Mandela e às vítimas do ataque a Pearl Harbor
É verdade que, ocasionalmente, na Casa Branca se vai longe de mais na «gestão da imagem» do presidente: prova disso foram os protestos de fotojornalistas contra o aparente «monopólio» detido pelo fotógrafo oficial Pete Souza – houve quem falasse em propaganda ao melhor (pior) estilo soviético... Posteriormente, nova queixa, desta vez por a imprensa não ter sido autorizada a testemunhar o encontro de Barack Obama com Edwin Aldrin e Michael Collins a propósito dos 45 anos da chegada à Lua! Nitidamente, a «administração mais transparente da História» não quis arriscar-se a que fossem registadas eventuais queixas daqueles astronautas quanto ao estado deplorável do programa espacial norte-americano desde que o Sr. Hussein tomou posse... algo que o já falecido Neil Armstrong chegou a fazer. Contudo, cremos que estes «surtos» indignados se trataram apenas, maioritariamente, de «arrufos» temporários: as ocasionais invectivas dirigem-se não tanto ao conteúdo da actual presidência mas mais à forma daquela. Na verdade, não são todos os que merecem, por parte da maioria dos órgãos de comunicação social dos EUA, um culto da personalidade: para tal é necessário um «D» a seguir ao nome.
(Adenda - Na mesma conferência de imprensa, na Casa Branca, em que, irresponsável e vergonhosamente, afirmou que os EUA - aquando da presidência de George W. Bush, claro - «torturou algumas pessoas», Barack Obama admirou-se por os jornalistas tardarem a fazer perguntas sobre o seu próximo aniversário! Independentemente de que acontece (de mau) no Mundo neste momento, os membros do «culto» nunca devem esquecer-se do que é prioritário...)    

terça-feira, 22 de julho de 2014

Mar da «Tranquilidade»

No passado dia 20 de Julho passaram 45 anos desde a chegada à Lua dos primeiros homens – Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins. Viajando na Apollo 11, o módulo lunar Eagle pousou no denominado Mar da Tranquilidade. E ouviu-se aquela frase: «um pequeno passo para o Homem, um salto gigantesco para a Humanidade». Esta, pode dizer-se, teve então o seu momento mais alto. E, simultaneamente, também os Estados Unidos da América: apesar – e, provavelmente, também por causa – da presença e actuação simultânea no Vietname, combatendo justificadamente o regime comunista de Hanoi e de Ho-Chi-Min, a grande nação do outro lado do Atlântico estava então, pode dizer-se, no apogeu do seu poder.
Hoje, pelo contrário, os EUA estão num (esperemos que provisório) perigeu, graças às políticas de «transformação fundamental» implementadas por Barack Obama e pelo Partido Democrata desde 2009. Até a NASA, entidade que promoveu a conquista do espaço e as viagens até à Lua, está em decadência. Porém, para os «azuis» nunca as situações nacional e internacional estiveram tão bem. Aliás, segundo o novo porta-voz da Casa Branca, as políticas da actual administração «trouxeram tranquilidade à comunidade global». É uma nova e estranha noção de «tranquilidade», mas sem dúvida que contribuíram para ela. Veja-se o que aconteceu em duas áreas fundamentais: desistiram de instalar sistemas antimísseis na Polónia e na República Checa, promoveram o denominado (e mal escrito) «reset» das relações com Rússia, prometeram «mais flexibilidade» a Vladimir Putin, e, em resultado, Moscovo anexou a Crimeia, apoiou separatistas ucranianos que abateram um avião de passageiros e assim assassinaram quase 300 pessoas, e reforçou as relações com a China, o Irão e Cuba; procederam a sucessivas iniciativas de apaziguamento e de «compreensão» para com o Islão ao mesmo tempo que mostraram menos firmeza no apoio a Israel, e, em resultado, o Boko Haram continua a assassinar e a raptar milhares de cristãos na Nigéria, o Hamas persiste em lançar foguetes a partir de áreas residenciais, o ISIS incendeia a catedral de Mossul no Iraque e avisa os seguidores de Jesus que ou se convertem ou pagam uma taxa ou morrem, e o Irão está muito próximo de ter uma arma nuclear…
Adentro das suas fronteiras, os EUA… vêem aquelas a diluir-se, pelo menos a do Sul: não há tranquilidade no Texas, no Arizona, no Novo México e na Califórnia. Mais, não há tranquilidade em todo o território norte-americano quando o governo federal anda, literalmente, a espalhar focos de perigosas doenças contagiosas por aquele, não deportando mas, pelo contrário, transportando imigrantes ilegais contaminados com tuberculose, sarampo, pneumonia e escarlatina para várias cidades a Norte do Rio Grande – o que significa, obviamente, colocar directamente – e deliberadamente? – em risco de vida milhares, ou mesmo milhões, de norte-americanos. Entretanto, igualmente grave mas não surpreendente, foi revelado na semana passada – tarde de mais, o que já é um hábito – que Barack Obama foi avisado, no final do seu primeiro mandato, de um possível recrudescimento no fluxo de imigrantes ilegais, mas nada fez para o prevenir. Esta inacção na fronteira juntamente com a perseguição pelo IRS a organizações conservadoras, as falsidades (manter seguro de saúde e médicos, diminuição de custos) na base da aplicação do «ObamaCare», a vigilância alargada realizada pela NSA, são factores que, se tivessem sido divulgados em devido tempo, quase de certeza impediriam a reeleição do Sr. Hussein. Afirmo-o uma vez mais: pelo menos desde 20 de Janeiro de 2013, ele é presidente ilegitimamente.
Apesar de algumas (poucas) excepções, os democratas não vêem motivos para preocupações; vivem num «mundo da Lua» muito próprio, muito… tranquilo, e no tema da imigração em especial, encorajados também pelo New York Times que declara que a crise na fronteira é um «mito»,  só «encontram» vantagens e soluções onde as pessoas normais reconhecem problemas e desvantagens: tanto assim é que John Lewis garante que «as nossas portas estão abertas», Jan Schakowsky acredita que a legalização acelerada (isto é, a amnistia) de imigrantes ilegais faria com que os salários de todos os trabalhadores aumentassem, e Chris Van Hollen que aquela contribuiria para reduzir o défice! Os que se opõem à entrada de uma enxurrada de estranhos em «casa» sem qualquer critério, e que, pelo contrário, preconizam a deportação são – «surpresa»! – equiparados a nazis, a nativistas (racistas) ou até mesmo a mortos
… E o comportamento habitualmente irresponsável e idiótico dos democratas, neste assunto como em outros, mais não tem sido do que exponenciado por um presidente que, está mais do que comprovado, não sabe, não consegue reagir condignamente em situações de emergência e de crise, preferindo aquando daquelas manter – não anula nem pelo menos adia – a sua presença em eventos partidários e de angariação de fundos. No exemplo mais recente, e após dizer que a destruição do avião das linhas aéreas da Malásia no céu da Ucrânia «parecia ser uma tragédia terrível», voltou ao «guião» do dia e gracejou quanto ao bom aspecto do filho mais velho de Joe Biden… Sim, Barack Obama exsuda constante «tranquilidade»; tanta que não aparenta ter sido afectado pela série de 13 derrotas (decisões desfavoráveis) por 9-0 (nem os juízes «liberais», duas das quais nomeadas por ele, votaram a seu favor!) no Supremo Tribunal dos EUA desde 2012; tanta que não é conhecida a sua reacção à expulsão, pelo governo de Angela Merkel, do chefe de estação da CIA na Alemanha. Pelo menos o seu nome não foi divulgado pela Casa Branca, como aconteceu com o seu colega em cargo idêntico no Afeganistão...   

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Perto do Terceiro Mundo

Há textos, artigos, «nacos de prosa» (e de poesia, e de ensaio) tão notáveis que merecem, mais do que apenas a indicação do título e do autor numa lista publicada e renovada regularmente, uma citação mais longa, demorada. É o caso, um exemplo entre outros, de um escrito por Wesley Pruden e publicado a 3 de Julho último no Washington Times
… Que toma a recente crise na fronteira Sul dos Estados Unidos da América como pretexto principal mas que também reflecte sobre o que tem sido a presidência de Barack Obama, as suas características principais… e como a «transformação fundamental» que ele prometeu está de facto a acontecer. Justifica-se lê-lo todo, mas atente-se em especial neste excerto: «(…) Fazer dos Estados Unidos um país do Terceiro Mundo é exactamente o que este presidente pretende. Ele é do Terceiro Mundo. Ele passou os seus anos formativos no Terceiro Mundo, e quando a mãe dele, obcecada com o Terceiro Mundo, trouxe-o de volta à América, ele procurou a companhia daqueles que sonhavam em fazer da América o maior Estado-Providência do Mundo, como que uma França alargada, com Velveeta em vez de Camembert. Ele e a sua corte de Chicago feita de drogados, “organizadores comunitários” e sonhadores de sonhos miríficos entretinham-se a eles próprios com fantasias de como um dia transformariam a terra dos livres e a casa dos bravos numa nação merecedora de tomar o seu lugar por direito entre as nações do Terceiro Mundo. (…)»   
Uma vez mais, não se trata de um exagero mas de uma legítima asserção confirmada pelos factos - os que se têm acumulado desde 20 de Janeiro de 2009 e em especial os mais recentes. Sobre o actual presidente incide frequentemente a comparação, e acusação, de, como Nero, «tocar enquanto Roma arde», mas os melhores paralelismos vêm de facto dos países subdesenvolvidos da América Latina, da África, da Ásia, enfim… do Terceiro Mundo. Cujos chefes de Estado, raramente eleitos democraticamente, insistiam em atitudes e em comportamentos levianos e ostensivos mesmo num contexto de degradação política e financeira. E, na verdade, num momento em que os EUA, e apesar de recentes números incompletos e por isso enganadores, vêem a sua economia, o seu sistema de saúde, a sua diplomacia e a sua segurança a enfraquecerem dia a dia, Barack Obama não se priva de certos luxos e prazeres que a sensatez aconselharia a atenuar ou a evitar de todo. São, habitualmente, pequenos episódios, «incidentes», que têm um impacto (negativo) superior porque agravam a (percepção da) sua inacção e incompetência em matérias fundamentais…
… E à frente desses episódios e «incidentes» está o número de dias de férias e os respectivos custos, que já excederam os de todos os presidentes anteriores: 119 dias a mais de 44 milhões de dólares. Também havia um plano para reparar e reutilizar a pista de bowling da Casa Branca criada por Harry Truman (outro democrata), mas acabou por ser abandonado… ou adiado. E, na última semana, enquanto a crise na fronteira – cuja existência a liberal Andrea Mitchell admite mas a liberal Sally Kohn nega – continuava a agravar-se, Barack Obama foi fotografado e filmado num bar do Colorado a beber cerveja e a jogar bilhar, e isto nas vésperas de se deslocar ao Texas… para mais alguns dispendiosos eventos de angariação de fundos, entre os quais um promovido por Robert Rodriguez, o cineasta que, através dos seus dois filmes «Machete», defende e até incita a imigração ilegal. Não foi para visitar os – improvisados e superlotados – centros de acolhimento de imigrantes ilegais e a pouco e mal defendida fronteira federal que eles incessantemente atravessam, porque, nas suas palavras, «não estou interessado em oportunidades de fotos (photo ops) mas sim em resolver os problemas»! Uma dupla mentira que (previsivelmente) na Fox News e (surpreendentemente) na CNN criticaram e até satirizaram, porque ele não só não resolve este problema, e outros, preferindo acusar, como de costume, o GOP, como também, habitualmente, não perde uma photo op, incluindo selfies em momentos e locais inapropriados (lembremo-nos do funeral de Nelson Mandela) …. desde que, claro, lhe sejam favoráveis ou pelo menos agradáveis. E não repara no ridículo de alegar que a situação a Sul «não é teatral» e, depois, utilizar uma frase de um filme (de Martin Scorsese) para culpar os republicanos…
… Embora, na verdade, não sejam só aqueles que se manifestam contra a sua inacção. E não me refiro apenas a jornalistas normalmente alinhados com os democratas, como Chuck Todd, que confessou que a administração parece estar sempre a reboque dos acontecimentos, a «debater-se para dirigir o governo (federal)». Também a políticos, eleitos, activos, como o democrata, representante do Texas, Henry Cuellar, que não tardou em receber um telefonema da Casa Branca a mandá-lo calar depois de ter criticado – designando-a de «bizarra» - a postura passiva de Barack Obama perante o anormal afluxo de imigrantes ilegais, em especial de crianças. Apesar de liberal, ele sem dúvida vê e compreende, tal como os conservadores, que o governo federal está na práctica não a combater os contrabandistas, os traficantes de pessoas, mas sim a ajudá-los, a complementá-los, a continuar o «trabalho» deles, levando os latinos para diversos pontos nos EUA: os ilegais recebem alimentação, alojamento, educação, até aconselhamento legal. Como é que os residentes em cidades fronteiriças não poderiam ficar indignados face ao que é, de facto, premiar criminosos? Como Ted Cruz demonstrou no Senado, «a amnistia está a desenrolar-se em frente aos nossos olhos»…
… E isso não é um problema para o Sr. Hussein e para os seus mais fiéis seguidores; muito pelo contrário, faz decerto parte do plano de «transformar fundamentalmente» os EUA numa nação menos poderosa e mais perto do Terceiro Mundo por eles mitificado. Aliás, ele disse-o há poucos dias, e não a brincar: «por quase todas as medidas estamos melhor agora do que quando tomei posse». Obviamente que não é verdade, muito pelo contrário, mas é no que ele acredita. E os comentadores que (previsivelmente) na Fox News e (surpreendentemente) na MSNBC notaram um aparente alheamento e até abdicação no Nº 44, que este terá «desistido» e tem como que «vontade de voltar para casa», não parecem ter entendido que, sim, isso acontecerá não por ele estar frustrado mas sim por se sentir realizado. 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Dia da «Dependência» (Parte 2)

Hoje, 4 de Julho de 2014, celebra-se mais um dia nacional dos Estados Unidos da América, em celebração da assinatura, em 1776, da Declaração de Independência dos primeiros (13… não foi um número de azar) Estados. O que significa, por sua vez, e para além de um dia livre para descansar, para fazer passeios e piqueniques, cantar, ouvir e ver canções, desfiles e marchas patrióticas, espectáculos de fogos-de-artifício, uma oportunidade para relembrar o que faz esta nação especial: o credo «vida, liberdade e procura da felicidade», a Constituição que tem na sua Primeira Emenda a consagração da liberdade de expressão e de religião, o heroísmo de muitos dos seus habitantes, em especial dos soldados que combateram em guerras contra tiranos genocidas (de Adolf Hitler a Saddam Hussein) o «governo do povo pelo povo e para o povo», a separação de poderes e o respeito por todos os órgãos de soberania, todos com  autoridade e legitimidade porque resulta(ra)m dos votos dos cidadãos…
… E estes são objectivos, princípios, valores, memórias, heranças, para os quais Barack Obama se está ostensivamente marimbando, para não dizer – mas eu digo – c*g*nd*. Exagero? Não, porque basta atentar nas afirmações proferidas e decisões anunciadas por ele na última semana – que, obviamente, e mais uma vez, não são devidamente noticiadas nem comentadas na imprensa e em alguma blogosfera de Portugal. É possível perceber uma preocupação – ou uma paranóia – comum a todas elas: ele queixa-se de que tudo o que os republicanos querem fazer é «oporem-se-me tentando impor escândalos fingidos» - sim, ele voltou a utilizar a expressão «phony scandals» para se referir aos casos de Benghazi, do DdJ, do IRS, da NSA, do «ObamaCare», dos VA…; de que os conservadores no Congresso «nada fazem com excepção de me bloquearem e chamarem-me nomes» - «esquecendo-se» de quem é que andou a designar os adversários políticos de «inimigos domésticos», «racistas», «terroristas» e «tomadores de reféns», entre outros «mimos»; de que ele implementa uma acção executiva «só quando o Congresso escolhe fazer nada a respeito de problemas sérios» - por outras palavras, quando discordam, como é seu direito, da importância de determinados assuntos e de quais as decisões a tomar; de que, quanto à imigração, «o sistema está tão quebrado que as pessoas não sabem quais são as regras» - provavelmente porque o Sr. Hussein, desde que é presidente, já por várias vezes, e ilegitimamente, alterou leis que foram aprovadas (ACA) e decidiu que outras, também em vigor, não mereciam ser implementadas e/ou defendidas (DoMA); e que construir estradas e pontes «não é maluquice, não é socialismo, não é a presidência imperial» - como se o GOP contestasse, na actividade do governo federal, a modernização de infra-estruturas básicas e não as formas de expansão intrusiva daquele na privacidade, liberdade e iniciativa dos cidadãos.
O que é mais espantoso, mesmo inacreditável, é que Barack Obama faz todas estas «bravatas» não só num contexto de agravamento dos (verdadeiros, e referidos acima) escândalos, não só num contexto de desagregação de fronteiras, tanto próximas (com o México) como distantes (no Iraque), com todos os (bastantes, diferentes e graves) perigos que essas desagregações implicam, mas também num contexto de desautorização da sua administração. O Supremo Tribunal de Justiça dos EUA fez isso mesmo nesta semana que passou: desautorizou a Casa Branca em várias instâncias, com destaque para duas. Primeira, decidiu considerar inconstitucional a obrigatoriedade – estabelecida no âmbito do «ObamaCare» - de as empresas darem aos seus trabalhadores, e incluídas nos planos de saúde destes, determinados tipos de contraceptivos que as entidades patronais podem considerar condenáveis segundo as suas crenças religiosas – como, por exemplo, as chamadas «pílulas do dia seguinte». Segunda, o STJ também decidiu considerar inconstitucionais (confirmando uma decisão tomada anteriormente pelo Tribunal de Apelos de Washington) as nomeações feitas pela administração para dois organismos públicos sem terem a exigida autorização do Senado… que, alegou o Nº 44, estaria em «pausa» («recess») mas na verdade não estava – um caso de 2012 que referi então aqui no Obamatório.
E qual a reacção do Sr. Hussein a toda esta «enxurrada» de adversidades, quase todas, ou mesmo todas, por si causadas ou agravadas? Em vez de parar para pensar (diferente e melhor), em vez de recuar e reposicionar-se, em vez de, finalmente, aceitar que deve respeitar opiniões diferentes e tentar obter compromissos e acordos, ele, pelo contrário, insiste, reincide, «aumenta a parada»: anuncia que vai emitir mais novas ordens executivas, desta vez sobre a imigração – algo que, aliás, ele próprio já ameaçara dois dias antes e, através da sua nova «voz do dono», Josh Earnest, outras 48 horas antes… porque, afinal, o presidente não vai «ficar sentado e esperar interminavelmente pelo Congresso» para que este elabore e aprove novas leis. De facto, não tem de ficar: as existentes são mais do que suficientes, e só têm de ser aplicadas correcta e continuamente. Porém, não incluem a amnistia, nem explícita nem implicitamente, e é isso que o Nº 44 e os seus acólitos pretendem. Nesse sentido estarão dispostos a desvalorizar, e mesmo a ignorar, os riscos reais de (aumento exponencial de) crime e de doença que esta recente invasão de imigrantes ilegais – que uns designam eufemisticamente de «refugiados» e outros pretendem arranjar-lhes advogados! – acarreta para o país.
Não é pois de surpreender que alguém que se considera acima da(s) lei(s) mostre indignação por ser levado a tribunal por estar a fazer aquele que considera ser meramente o «seu trabalho» - tal foi a reacção de Barack Obama ao anúncio, por parte de John Boehner, de que a administração vai ser – finalmente! – processada a partir do Capitólio por causa das suas constantes ilegalidades. Digamos que esta acção do speaker só peca por tardia… E não é em Jonathan Turley que o Sr. Hussein vai ter um aliado: o professor de direito constitucional, e assumido democrata e liberal, reconheceu que a decisão no «caso Hobby Lobby» havia sido um «grande golpe» para a administração e o culminar de «dez dias horríveis» daquela; antes, reconhecera igualmente que Obama havia «efectivamente reescrito leis» e «cruzado a linha constitucional» - talvez outra das famosas «linhas vermelhas» cuja transgressão não se preocupa em punir, mesmo que ele próprio seja o infractor; pior do que isso, Turley afirmou que BHO «é o presidente que Richard Nixon sempre quis ser»!
Uma vez mais, lá vêm as comparações do Nº 37 com o Nº 44… que são absolutamente justificadas. No entanto, o actual ocupante da Sala Oval já está «à frente» de «Tricky Dicky»: em sondagem divulgada esta semana ele foi considerado o pior presidente pós-Segunda Guerra Mundial, desalojando George W. Bush do lugar cimeiro. Uma «façanha» de que ele se deve orgulhar neste (por causa dele), mais um, «Dia da Dependência». E podia celebrá-la comendo essa iguaria americana por excelência que é a tarte de maçã… desde que, claro, «condimentada» com crack.