quarta-feira, 30 de julho de 2014

Culto da personalidade (Parte 2)

(Uma adenda no final deste texto.)
A lógica, e a mais simples sensatez, ditariam normalmente que, perante o número de incompetências, escândalos e até crimes que a actual administração norte-americana tem vindo a acumular, as demonstrações de adoração de Barack Obama, das quais já apresentei aqui uma primeira recolha específica, diminuiriam consideravelmente, e mesmo cessariam. Porém, não tem sido propriamente isso que tem acontecido… Há fanáticos, devotos fidelíssimos que estão sempre disponíveis para elogiar o «chefe» - correcção, o «patrão» - contra todas as evidências e segui-lo para além de todas as conveniências. Convém lembrar – ou informar para os que não sabem – que Jim Jones era democrata, pelo que existem alguns «antecedentes» preocupantes…
… E se o «culto» de BHO não levará, como JJ, (esperemos!) ao suicídio colectivo de centenas dos seus seguidores, poderá ser comparado, como sugere Mark Judge, a outro, ao de L. Ron Hubbard? Com efeito, e tal como a Cientologia, também o «progressivismo» norte-americano pós-2008 elevou a fraude científica a causa política prioritária: em Janeiro deste ano Gina McCarthy, a (contestada) directora da (contestada) Agência de Protecção Ambiental, afirmou que as «alterações climáticas» constituem uma oportunidade de «fazer crescer a economia e de criar empregos» (excepto, claro, os que são destruídos pelo encerramento de minas e de centrais de carvão) e ainda de «ir de encontro às necessidades deste presidente»! Há os que pensam ser sua obrigação a de, quais servos, obedecerem a todas as ordens do Sr. Hussein e até, porque não, anteciparem as suas vontades: Sheila Jackson Lee estabeleceu como objectivo principal, dela e dos «burros» seus colegas, escrever ordens executivas para o Nº 44 assinar! Outros dão-lhe «nota máxima», um «A», por apenas estar na função de presidente, como Gwen Moore. Existem aqueles, como Gene Sperling, que aceitam as culpas do «patrão» como suas e confessam, compungidos, que lhe«falharam». E os que preferiam – e admitem-no publicamente! – que os jornalistas deixassem de noticiar as sondagens cujos resultados são adversos, desagradáveis, ao seu «querido líder»! Cuja «semelhança» com os Kim norte-coreanos até na Google (inadvertidamente?) foi notada…
Como Barbara Walters admitiu, muitos (ela incluída?) acreditaram que ele era mesmo como que o próximo «Messias». Durante a Páscoa deste ano, Al Sharpton, apesar de avisar que não estava a compará-lo a Jesus, utilizou as palavras «crucificação» e «ressurreição» a propósito do presidente… Nancy Pelosi, que se diz católica apesar de defender (afinal, sempre é uma representante de São Francisco…) o «casamento» entre pessoas do mesmo sexo e o aborto, é mais comedida na «santidade» do Sr. Hussein e proclama-o «apenas» como «o presidente menos faccioso («less partisan») com quem já trabalhei». Na Reuters acredita-se que ele sempre exibiu «decoro político». Não surpreende, pois, que Michael Eric Dyson, um dos mais extremistas – e racistas - «animais à solta» na categoria «professores-comentadores», clamasse que Sarah Palin havia cometido «traição» por ter apelado – com toda a razão, obviamente – à impugnação do Nº 44…
… Porque a acusação, e mesmo a suspeita, de que Barack Obama não é perfeito e merecedor de toda a adulação é simplesmente insuportável. Na MSNBC apresentam-no – sim, já neste ano de 2014! – como uma encarnação de George Washington, Tio Sam e Super-Homem.  No Washington Post um artigo de Joshua DuBois comparou-o a Martin Luther King, e outro artigo, de Jonathan Zimmerman, professor na Universidade de Nova Iorque, propôs a revogação do limite de dois mandatos presidenciais para que BHO possa concorrer a um terceiro! São tantas as suas qualidades que ele, e a esposa, deveriam ser considerados, segundo o Think Progress (centro de estudos financiado por George Soros que não ajuda a pensar nem conduz ao progresso), os «pais de todos nós» (os norte-americanos); no mesmo sentido vai Paul Reville, para quem «as crianças pertencem a todos nós». É de deduzir que a uns mais do que a outros, em particular à «Grande Mãe» Michelle: na ABC propôs-se 50 maneiras de celebrar o 50º aniversário da primeira-dama, e na NBC houve quem apelasse a que todos se curvassem perante aquela, extasiados pela visão de um vestido especialmente faustoso que envergava…        
Luis Gutierrez, representante do Illinois, tem sido particularmente activo nos exercícios hiperbólicos, invariavelmente orientados para o aumento e a amnistia dos imigrantes ilegais hispano-americanos: neste âmbito propôs a expansão da capacidade executivaprosecutorial discretion») do Sr. Hussein, que lhe terá garantido, recentemente, que iria ser «generoso e largo» ao ponto de «parar a deportação do nosso povo»… estaremos aqui a ouvir «ecos» de como que de um «novo «Moisés»? Na verdade, Gutierrez, anteriormente, não se controlara no seu fervor messiânico e assegurara que Barack Obama tem «a capacidade de curar e de colocar em porto seguro milhões de imigrantes não documentados»! O próprio Nº 44, perene narcisista, ajuda a criar estas ilusões: no ano passado, durante uma visita à Dreamworks, propriedade dos seus apoiantes Spielberg, Katzenberg e Geffen, garantira que conseguia saber quem, de entre os que estavam ali, não nascera nos EUA só de «olhar para os rostos (deles)». Nada de especial para quem é capaz de: utilizar 199 vezes a primeira pessoa do singular num único discurso; considerar como suas as forças armadas do país; e utilizar imagens dele próprio em supostas homenagens a Nelson Mandela e às vítimas do ataque a Pearl Harbor
É verdade que, ocasionalmente, na Casa Branca se vai longe de mais na «gestão da imagem» do presidente: prova disso foram os protestos de fotojornalistas contra o aparente «monopólio» detido pelo fotógrafo oficial Pete Souza – houve quem falasse em propaganda ao melhor (pior) estilo soviético... Posteriormente, nova queixa, desta vez por a imprensa não ter sido autorizada a testemunhar o encontro de Barack Obama com Edwin Aldrin e Michael Collins a propósito dos 45 anos da chegada à Lua! Nitidamente, a «administração mais transparente da História» não quis arriscar-se a que fossem registadas eventuais queixas daqueles astronautas quanto ao estado deplorável do programa espacial norte-americano desde que o Sr. Hussein tomou posse... algo que o já falecido Neil Armstrong chegou a fazer. Contudo, cremos que estes «surtos» indignados se trataram apenas, maioritariamente, de «arrufos» temporários: as ocasionais invectivas dirigem-se não tanto ao conteúdo da actual presidência mas mais à forma daquela. Na verdade, não são todos os que merecem, por parte da maioria dos órgãos de comunicação social dos EUA, um culto da personalidade: para tal é necessário um «D» a seguir ao nome.
(Adenda - Na mesma conferência de imprensa, na Casa Branca, em que, irresponsável e vergonhosamente, afirmou que os EUA - aquando da presidência de George W. Bush, claro - «torturou algumas pessoas», Barack Obama admirou-se por os jornalistas tardarem a fazer perguntas sobre o seu próximo aniversário! Independentemente de que acontece (de mau) no Mundo neste momento, os membros do «culto» nunca devem esquecer-se do que é prioritário...)    

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