sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

… Com dignidade?

Seria preferível para toda a gente que Barack Obama quisesse, tentasse, terminar o seu (segundo e último, felizmente) mandato com dignidade. Porém, e pelo que tem sido possível constatar desde que Donald Trump foi eleito como seu sucessor na presidência dos Estados Unidos da América, isso não tem acontecido… e é pouco provável que tal se altere nos 21 dias que faltam até a Casa Branca passar a ter – finalmente! – um novo «inquilino».
A aparente cortesia, mesmo que constrangida, do encontro entre o Nº 44 e o Nº 45 na Casa Branca ocorrido a 10 de Novembro não demorou a ser atenuada e mesmo dissipada pelo (reprovável) comportamento posterior do presidente cessante. Que não se restringiu, como já referi, a concordar com a teoria conspiratória, (nem por isso) justificativa do fracasso de Hillary Clinton e do Partido Democrata, de que a Rússia havia de algum modo manipulado a votação – que suscitou, por parte de Barack Obama, um apelo à «acção» contra o Kremlin; inicialmente, tal concretizou-se num mero mostrar de «sentimentos» - sim, Vladimir Putin deve ter ficado a «tremer»! – mas que, ontem, passou para um conflito diplomático em larga escala e reminiscente dos «bons velhos tempos» da Guerra Fria, com o anúncio de sanções que incluem a expulsão de 35 russos dos EUA. O comportamento incluiu igualmente novas demonstrações da (nele) habitual fanfarronice, em especial afirmar que poderia ter derrotado o candidato do GOP se pudesse concorrer a um terceiro mandato! David Axelrod terá dado a melhor explicação para este continuado narcisismo, que é também uma recusa em encarar a realidade: o seu ex-chefe não aceita que o desfecho da corrida presidencial de 2016 tenha sido um «veredicto» - condenatório – dos seus oito anos enquanto comandante-em-chefe; no entanto, é evidente que foi. Além disso, BHO continua a queixar-se das – poucas – vozes nos media que ousaram criticá-lo com regularidade, em especial as na Fox News e Rush Limbaugh, apontando-as como autoras de uma personagem fictícia que ele não é, a tal ponto preponderantes no país que se tornaram inibidoras de um maior voto em Hillary Clinton e indutoras de ainda o verem como um «estrangeiro». Contudo, e o que não é novidade, não são unicamente os órgãos de comunicação social mais à direita que reprovam a atitude de Obama para com eles: ainda esta semana James Risen, jornalista do New York Times, voltou a afirmar que a actual administração tem sido a «mais anti-imprensa» desde Richard Nixon, algo que contradiz... «ligeiramente» a apreciação de Josh Earnest relativa ao seu chefe - este terá sido, supostamente, o presidente «mais transparente» de sempre!    
Outra demonstração de que o Sr. Hussein e os que lhe estão mais próximos como que vivem numa «bolha», separada da realidade vivida pela maioria dos cidadãos, está na declaração de Michelle Obama, em entrevista a Oprah Winfrey emitida a 16 de Dezembro, de que «agora sentimos como é não ter esperança» - que é como que o contraponto de outra (tristemente famosa) declaração da primeira-dama cessante… a de que, após o marido ter sido nomeado candidato à presidência pelo Partido Democrata, pela primeira vez sentira orgulho no seu país. Trump, que muito tem tentado (contra o seu próprio temperamento?) manter um «pacto de não-agressão» com os Obamas, desvalorizou (aparentemente) as palavras de Michelle, tendo assumido que elas se referiam «ao passado e não ao futuro». De qualquer forma, ela está errada, pois, após 8 de Novembro, vários sinais – incluindo índices económicos como valorização do dólar e cotações bolsistas – indicam exactamente o contrário, que as perspectivas de empreendedores e de consumidores são optimistas, positivas… e expressam esperança no futuro. Entretanto, era inevitável que, mais cedo ou mais tarde, e de tanto a esticar, Barack iria partir a «corda» da cordialidade institucional e Trump já não se sentiria obrigado a conter-se mais… e foi o que o presidente-eleito fez, ao lamentar os «depoimentos inflamatórios» e os «obstáculos» vindos da parte do seu antecessor e da sua equipa. 
A falta de dignidade demonstrada por Barack Obama nas semanas finais da sua (falhada) presidência não é perceptível apenas em palavras. É-o também em actos… e ainda na falta deles. Quando, no mesmo dia (19 de Dezembro), dois significativos atentados cometidos por terroristas islâmicos aconteceram em nações aliadas dos EUA – na Alemanha, em Berlim, um atropelamento colectivo num mercado de Natal, e na Turquia, em Ancara, o homicídio do embaixador da Rússia – ele não fez qualquer comunicação mas continuou a jogar golfe no Havai, onde já se encontrava a gozar as férias de Natal; a propósito, as do ano passado custaram aos contribuintes quase cinco milhões de dólares… e cerca de 85 milhões para o total dos oito anos. É verdade, todavia, que no caso dele a inacção foi, é, quase sempre preferível à acção, e isso permanece válido nestes derradeiros dias e semanas.
Exemplos? Continua a perdoar criminosos e/o a diminuir e/ou comutar as sentenças daqueles a um ritmo superior ao de qualquer dos seus antecessores, quebrando pelo caminho alguns (tristes) recordes… ao mesmo tempo que nomeia, para a Comissão de Direitos Civis dos EUA, Debo Adegbile, advogado que representou o «cop killer» Mumia Abu Jamal, e assim afrontando – novamente – todos os agentes da autoridade do país. Promove a intimidação e/ou o despedimento, no Departamento de Energia (e quiçá em outros organismos federais), de funcionários não entusiastas da sua ideologia, nas alegadas «alterações climáticas» e não só. Acelera o acolhimento de «refugiados», mantendo-se a verificação daqueles diminuta ou mesmo inexistente… ao mesmo tempo que ordena a eliminação de um sistema de registo dos imigrantes muçulmanos para não ser utilizado por republicanos – não, a proposta de Donald Trump não foi propriamente original…
… E, o mais grave, o mais ofensivo, autoriza que a representante do país no Conselho de Segurança da ONU se abstenha – ou seja, não use (pela primeira vez!) o direito de veto como em similares ocasiões anteriores – na votação de (mais) uma resolução contra Israel, redigida com o apoio, e se não mesmo com a colaboração, do Departamento de Estado, e assim permitindo que aquela seja aprovada e que, em consequência, a nação judaica seja condenada por, basicamente, ocupar e/ou construir, com toda a legitimidade, em territórios que são historicamente do povo hebreu há milénios… incluindo o espaço onde se situa o seu monumento mais importante, o muro remanescente do Templo de Salomão! Que dúvidas podem subsistir quanto ao anti-semitismo de Barack Obama, da actual administração e d(e quase tod)o Partido Democrata, e do concomitante favorecimento que fazem do Islão, indubitavelmente expressos, aliás, no vergonhoso discurso feito posteriormente por John Kerry como que a querer justificar o injustificável, e onde se atreveu a afirmar que, se a escolha for de apenas um Estado, «Israel pode ser judaico ou pode ser democrático, não pode ser ambos» - dir-se-ia que o ainda secretário de Estado não conhece as constituições do Afeganistão e do Iraque
Incompetência, intolerância, insegurança e traição: eis as características principais da presidência de Barack Obama na sua fase final… e também, diga-se a verdade, dos seus dois mandatos. O que só fará com que a reacção republicana, na Casa Branca e no Congresso, a partir de 20 de Janeiro de 2017, seja ainda mais rápida, mais agressiva e mais abrangente. Newt Gingrich crê que o (lamentável) legado do Sr. Hussein desaparecerá «dentro de um ano». Provavelmente, nem será preciso tanto tempo. 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

«Prendas» de um «Natal» antecipado

Para muitas pessoas nos Estados Unidos da América (e também um pouco por todo o Mundo), a noite de 8 para 9 de Novembro passado acabou por parecer a de 24 para 25 de Dezembro. Mais concretamente, aquelas que queriam a derrota de Hillary Clinton na eleição presidencial, e talvez mais ainda do que a vitória de Donald Trump na mesma. É por isso que, agora, muitos factos, episódios, momentos, incidentes, ocorridos tanto antes como depois do escrutínio parecem como que «prendas» de um «Natal» antecipado para todos os que receavam – com razão – mais quatro anos do Partido Democrata na Casa Branca…
… E entre essas «prendas» há a destacar, para começar, as previsões de que a ex-secretária de Estado iria vencer inevitavelmente e até mesmo esmagadoramente. São de referir a lista da MRCTV com «22 profissionais da comunicação» que acreditavam nisso, do Newsbusters com as «10 mais confiantes mas erradas», a do Politico com as «9 piores» relativas à (então duvidosa) ascensão política de Donald Trump, e, inversamente, a do Independent com (alguns d)aqueles que acertaram no desfecho final… incluindo Michael Moore. Entretanto, e como «exercício» (mórbido?) de «história alternativa», a edição especial que a Newsweek preparou e imprimiu… em antecipação do triunfo (que não aconteceu) da ex-primeira-dama merecerá sem dúvida no futuro um lugar especial entre os mais interessantes… e insólitos artefactos «informativos».
Porém, muito mais hilariantes foram – e continuam a ser, porque ainda não terminaram completamente – as reacções dos apoiantes e votantes de Hillary Clinton à derrota desta. Por reacções não me refiro aqui, desta vez, a manifestações, motins, vandalismo, violência, de que houve vários casos, incluindo agressões a apoiantes e a votantes de Donald Trump – e bastantes dos «crimes de ódio» atribuídos àqueles revelaram-se falsos; refiro-me, sim, a demonstrações de surpresa, mau-perder, recusa em aceitar o resultado, hipocrisia, histeria, imaturidade, infantilidade, enfim, birras em que os esquerdistas se tornaram pródigos, em especial se lhes faltar «espaços seguros». Os (patéticos) exemplos vêm tanto de figuras públicas, políticos e «celebridades», como de cidadãos mais ou menos anónimos. Há a acelerada degradação dos estados mentais de Keith Olbermann e de Paul Krugman – que, aliás, nunca foram grande coisa para começar. Há aquele homem que se internou na ala psiquiátrica de um hospital, e aquela mulher que declarou que desistiu de namorar… porque «The Donald» venceu. Há os artistas que afirmaram sair dos EUA e mudarem-se (quase todos) para o Canadá (Cher preferia… Júpiter!) no caso de Hillary não vencesse, mas que - «surpresa»! – não cumpriram a promessa; outros, mesmo sem «ameaças» de auto-exílio, prodigalizaram a sua decepção («coitadinhos»!); sim, o pequeno ecrã foi… diminuto para os egos descomunais e desiludidos de alguns. Há aquelas estudantes universitárias «feministas» que, em protesto contra a «objectificação» das mulheres feitas por DT, decidiram fotografar-se… despidas. Há George Takei, que, demonstrando estar a fazer o seu próprio… «caminho das estrelas», mudou de posição quanto à possibilidade de as eleições terem sido «viciadas»rigged»), não é consistente quanto à utilização ideal por Trump do Twitter, e ignora que no Senado a minoria tem agora menos poderes… graças a Harry Reid. Há a Salon, que se «esqueceu» de que «Teflon Don» ainda não é presidente e ainda é cedo para o acusar de tudo que corre mal. Enfim, há Valerie Jarrett, para quem a derrota como que foi um (muito bem dado?) «soco no estômago»…
Não se pode dizer, no entanto, que os esquerdistas «progressistas» dos EUA se limitaram a «chorar sobre o leite derramado»: para além de muito falarem (parvamente), passaram à acção… ou tentaram, no sentido de alterar o resultado da eleição. Primeiro, experimentaram uma recontagem, um processo que foi liderado não por Hillary Clinton e/ou alguém da sua campanha mas sim por Jill Stein, a candidata do Partido Verde, que ficara em quarto lugar na corrida presidencial… e que, na prática, acabou por se revelar uma vigarice em que muitos democratas caíram: Stein recebeu mais dinheiro (três milhões e meio de dólares, embora tivesse pedido sete!) e mais cobertura mediática nesta manobra do que em toda a sua campanha. E o que aconteceu? Pedidas novas contagens de votos no Michigan, na Pensilvânia e no Wisconsin, só neste Estado os tribunais permitiram que tal se fizesse, e… a vitória de Donald Trump confirmou-se, tendo ganho 844 votos e aumentando a sua vantagem para 131! Segundo, experimentaram convencer os membros do colégio eleitoral a quebrarem o seu dever para com os cidadãos dos seus Estados, a desobedecerem, a «revoltarem-se», atribuindo os seus votos não a Trump mas sim a outra pessoa; neste «golpe» (algum)as «estrelas de Hollywood», uma vez mais dando mostras de sobrestimarem a sua influência, destacaram-se pelo seu «activismo», a que não faltou, inclusive, «selfies» à luz de velas. E o que aconteceu? O candidato republicano perdeu dois eleitores… mas a candidata democrata perdeu cinco (dos quais três para Colin Powell!), e poderiam ter sido oito, não fossem as regras no Colorado, no Maine e no Minnesota imporem a substituição dos «infiéis» e/ou a anulação das suas decisões. Ou seja, também a este nível o magnata de Nova Iorque acabou por aumentar a vantagem para a ex-senadora de Nova Iorque – foram 304-227 em vez de 306-232! Nem a promessa feita por Michael Moore de que pagaria as multas aos «faltosos» foi suficiente, e não é de esperar que a sua generosidade se estenda aos que, como Michael Baca, negaram o seu voto a Hillary. Esta terá «colhido a tempestade» que resultou do «vento que semeou»: recorde-se que ela classificou de «ameaça directa à nossa democracia» a recusa de Trump, expressa num dos debates, em afirmar antecipadamente que aceitaria incondicionalmente o resultado da eleição - mais precisamente, se tal significasse a sua derrota.  
Seria de esperar que pessoas normais, depois de tantas humilhações, de tanto ridículo, de tantos «tiros a sair pela culatra», decidissem parar para pensar, poupar nas palavras e nos actos, enfim, mudar de atitude… mas os «burros» norte-americanos, como tenho demonstrado nestes últimos quase oito anos, não são pessoas normais. Como se já não tivessem o suficiente para se «entreterem», resolveram convencer-se de que russos – a mando de Vladimir Putin, obviamente - haviam interferido («hacked») as eleições a favor de Donald Trump, apesar de nenhuma prova e nenhum raciocínio (lógico) sustentar essa acusação – e, não, insinuações vindas de fontes anónimas alegando serem do FBI e da CIA nunca substituem declarações oficiais daquelas agências. Não deixa de ser irónico ver os mesmos democratas que, em 2012, gozaram com Mitt Romney por este afirmar que era em Moscovo que estava o maior rival geoestratégico da América, ficarem histéricos em 2016 perante alegados ataques lançados a partir da Praça Vermelha. E no passado os «azuis» até mostraram estar receptivos a ajudas dos «vermelhos» da (ex-)União Soviética… Nada mais há para fazer além de rir quando, neste assunto, Hillary Clinton (revelando ser ela quem é «sore looser», e não DJT), John Podesta – cuja irresponsabilidade foi o que permitiu a apropriação e a divulgação das mensagens electrónicas da DNC pelo WikiLeaks – e o próprio Barack Obama são desmentidos por Loretta Lynch
As «prendas» relativas ao «Natal» antecipado, a 8 do 11, nos EUA, não são, todavia, exclusivamente «fabricadas» lá. Cá também há algumas… como a ignorância e a insegurança de alguém que, como já referi, decidiu apostar prematuramente no «cavalo» errado – ou, mais correctamente, na «égua» errada – e agora está um pouco «à nora». Na verdade, quem faz – escreve e publica – um livro em que se afirma que Hillary Clinton vai ser presidente não tem propriamente muita autoridade e credibilidade para vir agora dizer que Donald Trump «está a optar por escolhas extremadas e perturbadoras», e que «Rex Tillerson para chefe da diplomacia é uma ofensa ao cargo de Secretário de Estado. A proximidade com Putin é assustadora». Sim, o ainda CEO da Exxon Mobil é tão «assustador» e tão «ofensivo» que o casal Clinton considerou convidá-lo para discursar num dos eventos da fundação homónima! E a sua proximidade com Vladimir não será mais assustadora do que a manifestada por Barack Obama, que, recorde-se, prometeu ao actual senhor do Kremlin maior «flexibilidade» no segundo mandato… terá isto sido confundido com autorização para cometer «interferências informáticas»? Sim, talvez pudesse comprar o novo livro de Germano Almeida para oferecê-la nesta quadra festiva – parece ser uma notável obra de humor, apta a proporcionar umas boas gargalhadas, e no passado dia 20 lá se fez, desta vez no Porto, mais uma (desesperada) tentativa para simular a sua relevância e vender mais uns exemplares. Contudo, porque está impressa segundo o abominável AO90… irei gastar o meu dinheiro noutras coisas.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Rever em baixa (Parte 14)

«O que Obama pensa sobre Islamismo, Comunismo… e América», Elliott Abrams; «Ao rejeitar a expressão “Islão radical”, Obama rejeita a realidade», David Harsanyi; «Obama – anti-anti-terrorista», Andrew C. McCarthy; «Quando o candidato Obama correu com três jornais para fora do seu avião de campanha, ninguém quis saber», Joe Concha; «Mensagem de Obama para os americanos – vocês não podem aguentar a verdade», Alex Griswold; «Obama nunca é culpado por má segurança», Brent Bozell e Tim Graham; «As seis coisas que Obama não quer que você saiba sobre o Estado Islâmico», Sebastian Gorka; «É Barack Obama responsável pelo ataque terrorista contra polícias em Dallas?», Ben Shapiro; «A contaminação Obama», Andrew Klavan; «A divisiva dualidade de critérios de Obama», David Limbaugh; «Um ano de falhanços de Obama com o Irão», Marco Rubio; «No “ObamaCare”, o presidente ignora as realidades desagradáveis», James C. Capretta; «Obama continua a sua cruzada contra um sistema de justiça criminal que ele descreve como racista», Heather MacDonald; «O problema com o ensaio feminista do presidente Obama na Glamour», Alexandra DeSanctis; «A mendacidade por detrás da troça de Obama à estória do dinheiro-para-o-Irão», Claudia Rosett; «Cinco razões pelas quais Barack Obama era – e mantém-se – inapto para a presidência», Joel B. Pollak; «A explicação marxista de Obama para o terrorismo», Robert Kraychik; «A agenda para imigração Obama-Clinton significará a balcanização da América», John Fonte; «A humilhação de um presidente», Wesley Pruden; «Pagamento de um resgate por Obama abriu as portas a futuras crises de reféns», Bill Johnson; «Continue a balançar, senhor presidente», Kevin D. Williamson; «A América que Obama deixa para trás», Jim Geraghty; «A doutrina Obama – “rendição sem paz”», Charles Hurt; «Obama está errado a respeito de Colin Kaepernick», Jim Huffman; «A política de energia da administração Obama ameaça a economia dos Estados Unidos», Johnathan Sargent; «Os legados de Barack Obama», Victor Davis Hanson; «Obama/Clinton – Na cama com grandes bancos como o Wells Fargo», Bryan Crabtree; «Nenhum “obrigado”, Obama», Stephen Moore; «Legado de Obama - Normalização de motins raciais e de terrorismo doméstico», John Nolte; «Obama insulta os negros… outra vez», Deroy Murdock; «Nas ruínas de Aleppo, Putin está a moldar o legado da política diplomática de Obama», Tom Rogan; «A colossal mentira de Obama sobre correio electrónico é o teste final para os manchados media», Roger L. Simon; «Obama pode ter mentido sobre o seu conhecimento do servidor de correio privado de Clinton, e ninguém se importa!», Chris White; «Do Congresso para Obama, um desrespeito melhor servido frio», Jonah Goldberg; «O legado nado-morto de Barack Obama», Charles Krauthammer; «Porque é que a administração Obama não disse a verdade sobre a morte de Chris Stevens?», Lydie M. Denier; «Obama mentiu, o meu terceiro plano de saúde acabou de morrer», Michelle Malkin; «Cinco vezes que Obama, enquanto candidato presidencial, questionou a validade do processo eleitoral», Jeff Poor; «WikiLeaks revelam a “linha na areia” de Obama – Vocês não acreditarão qual é», Liz Peek; «A nova regra para horas extraordinárias da equipa Obama é desumanizadora, prejudicial economicamente e deve ser parada», Joseph R. Metzger; «É melhor que o presidente Obama tenha esperança de que a WikiLeaks mude de assunto», Jordan Chariton; «Porque o colapso do ObamaCare é exactamente o que Obama e Clinton querem», Monica Crowley; «Um olhar mais próximo sobre a hipocrisia do ultraje moral dos Obama a propósito de Trump», James Barrett; «O que aconteceu ao FBI? Foi corrompido por Obama e a sua equipa», Andrew P. Napolitano; «A ciber-negligência de Obama», Josh Gelernter; «ObamaCare está a falhar, e a administração Obama sabe-o», Melissa Fausz; «O nosso presidente necessita desesperadamente de uma vistoria de realidade no ObamaCare», Tom Cotton; «Turquia – O último fiasco da política externa de Obama», P. H. Guthrie; «Obama devia parar de apropriar-se da cultura sulista», Todd Starnes; «A “esperança e mudança” de Obama deu-nos “medo e asco”», Michael Goodwin; «O principal legado de Obama – O colapso do Partido Democrata», Rich Lowry; «A arma secreta de Trump – Obama», Kimberley A. Strassel; «As políticas e a visão alargada de Obama enfrentam um ajuste de contas com a História», Peter Baker; «O que o Presidente Obama falhou em fazer», Bill O’Reilly; «Atiçar as chamas em vez de apelar à calma é clássico Obama», Sean Hannity; «Dois Obamas delongam-se no palco», David Krayden; «Obama diz que teve uma administração sem escândalos – Aqui estão 11 dos seus escândalos», Aaron Bandler; «O “legado” de Obama», Conrad Black; «A Fox não ganhou uma eleição, você perdeu-a», Neil Cavuto; «Obama, Trump e a fábula da varinha (Carrier) mágica», Crystal Wright; «A economia Obama e o mito do “pleno” emprego», Stewart Lawrence; «O misto legado anti-terror de Obama», David French; «Obama prega a empatia, Trump projecta-a», Kyle Smith; «A eleição terminou, senhor presidente», Jeanine Pirro.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Um falou na pachacha, outro mostrou o pirilau

Se me pedissem para escolher o episódio, o facto, o momento, mais marcante, mais memorável, e mais determinante da – verdadeiramente espantosa – eleição presidencial nos EUA de 2016 (e foram tantos!), que de facto começou em 2015 com as primárias nos Partidos Democrata e Republicano, e que, compreensivelmente, para uns foi a «melhor de sempre» e para outros foi a «pior de sempre», eu diria que…
… Teria de ser a divulgação da conversa, tida em 2005, entre Donald Trump e Billy Bush (primo de George W. e de Jeb), registada aquando da gravação de uma emissão do programa «Access Hollywood», e que incluiu afirmações – supostamente off-the-record – de índole sexual de gosto muito duvidoso por parte do candidato republicano, em especial a de que, quando se é famoso, se pode «agarrar as mulheres pela pachacha» («grab them by the pussy»). Curiosamente, não foi a NBC, estação a que pertence o referido programa e também, refira-se, «O Aprendiz», que o agora presidente-eleito apresentou durante 14 temporadas, que revelou inicialmente a gravação, mas sim o Washington Post, que, decidida e definitivamente, confirmou a sua principal vocação – a de (tentar) desestabilizar e derrubar presidentes e candidatos do GOP desde 1974… não por acaso, o jornal agora possuído por Jeff Bezos, o fundador da Amazon, recomendou o voto em Hillary Clinton. A seguir ao choque, duas perguntas cruciais surgiram. Primeira, seriam declarações (muito) polémicas com 11 anos, e não as mais recentes, que finalmente terminariam a sua candidatura e o seu sonho de se tornar presidente dos EUA? Já sabemos que não… Segunda, porque é que a dita «conversa de balneário» não foi tornada pública antes… mais concretamente, durante as primárias do Partido Republicano? Não é difícil a resposta: porque se partiu do pressuposto (errado) de que ele seria o «elefante» mais fácil de vencer, decidiram guardar esta «bomba» até ficar confirmado que Trump seria o nomeado pelo GOP e ser determinado qual o momento em que ele estaria alegadamente mais vulnerável…
… E que acabou por ser o dia 8 de Outubro (exactamente um mês antes da votação final), ou seja, a seguir ao primeiro debate (a 26 de Setembro) com Hillary, em que ele, indubitavelmente, não foi o melhor, e na véspera do segundo! Tudo parecia irremediavelmente perdido… Porém, Donald acabou por (conseguir) fazer o que John Nolte, comentador, crítico de cinema (e ex-realizador), e uma das mentes mais corajosas, lúcidas e hilariantes do actual cenário cultural norte-americano, sugeriu: reiniciar a corrida em seu benefício. E foi o que ele fez: talvez encorajado pelo triunfo do seu «running mate» Mike Pence no debate com Tim Kaine entre candidatos a vice-presidente, emitiu um sincero pedido de desculpas (algo muito difícil para ele!) por palavras ditas mais de uma década antes, e venceu não só o segundo debate mas também o terceiro (a 19 de Outubro). E venceu a eleição… De nada valeram, pois, as – previsíveis e hipócritas – manifestações de choque, de desagrado, de reprovação por parte de muitos «progressistas» perante a linguagem utilizada – 11 anos antes, repita-se – por Trump. Quantos foram os que a usa(ra)m também, e/ou não mostra(ra)m indignação quando amigos e «camaradas» seus a usa(ra)m? Michelle Obama, que afirmou ter ficado «abalada até ao cerne» («shaken to the core») com o que Trump disse, não sente o mesmo quando ouve o mesmo – ou até pior – vocabulário por parte dos seus amigos Jay Z, Beyoncé, Common, e outros artistas similares? E que dizer de Lena Dunham, outra das mais notórias «celebridades» que apoiaram Hillary, que revelou ter abusado sexualmente da irmã, que enunciou «os cinco cenários em que se pode agarrá-las pela pachacha», e que, com a ex-secretária de Estado, especulou animadamente sobre as características do pénis de Lenny Kravitz?..
… E, principalmente, que dizem os democratas de uma candidata que tem como marido um homem que, mais do que falar em «agarrá-las pela pachacha», de facto o fez, e ainda outras agressões sexuais – incluindo a mulheres que, ao contrário do que Nuno Gouveia afirmou, nunca foram «amantes» dele - que a esposa não admitiu, e que, pior, por causa dessas agressões perseguiu as vítimas? Não é segredo nem novidade que Bill Clinton, durante décadas, andou a mostrar – e a introduzir – o pirilau a/em centenas de mulheres (com algumas consensualmente, sem dúvida)… mas, que se saiba, sempre em privado… o que não foi o caso de Barack Obama em pelo menos uma ocasião. Quatro dias depois do «PussyGate» ter eclodido, foi divulgada (a versão integral de um)a gravação feita pela CNN em 2008 que mostra o então senador pelo Illinois e candidato pelo Partido Democrata à presidência dos EUA num avião… e a exibir uma erecção. Porque é que só oito anos depois, e já quando nenhum efeito negativo tal poderia ter na eleição – e na reeleição – do Sr. Hussein, é que este registo audiovisual é tornado público? A resposta, evidentemente, não é muito difícil de adivinhar…
… E, continuando a falar em indecências captadas em vídeo, talvez seja depois de Barack Obama deixar a Casa Branca que o Los Angeles Times irá finalmente mostrar a gravação que tem de um evento de homenagem, realizado em 2003, ao activista palestiniano, anti-semita e anti-israelita, Rashid Khalidi, em que o Sr. Hussein participou. É muito provável que se trate de algo bem mais chocante do que as «partes pudendas» de BHO.   

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Distorções portuguesas (Parte 3)

(Uma adenda no final deste texto.)
Em Portugal (quase toda) a comunicação social encarou e abordou as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos da América do mesmo modo como aborda a actualidade política daquele país em geral e em permanência: antagonizando o Partido Republicano e os membros (e os candidatos) deste e favorecendo o Partido Democrata e os membros (e os candidatos) deste. Logo, o repúdio, quando não a repulsa, que vários «jornalistas», analistas, comentadores nacionais manifesta(ra)m contra Donald Trump, antes e depois da sua vitória, também é o resultado da adulação, quando não da adoração, que sentem por Barack Obama… e por Hillary Clinton. Pelo que, como já escrevi antes, (ou)viu-se alguns «a fazerem as figuras mais tristes, mais ridículas, mais histéricas, a dizerem e a escreverem os maiores disparates»…
… E em nenhuma outra entidade-espaço-instituição deste país isso terá sido mais evidente do que no grupo Impresa. Tenho indicações, registos, de pelo menos quatro exemplos que o comprovam: a revista («E») do jornal Expresso de 29 de Outubro, com uma fotografia de Hillary Clinton e o destaque para um artigo de Clara Ferreira Alves - «”Yes She Can” – Hillary Clinton está prestes a fazer história quando a 8 de novembro (sic!) se tornar a primeira mulher eleita Presidente dos Estados Unidos da América»; antes e durante (d)o dia 8 a cobertura «noticiosa» deficiente, incompetente, tendenciosa da eleição nos EUA feita pela SIC, segundo o relato de Pedro Correia no Delito de Opinião; o artigo de Mafalda Anjos, «diretora» (sic!) da revista Visão, intitulado «Trump presidente? Merda, merda, merda!» - escrito na madrugada de 9 de Novembro depois de «uma noite em claro, milhares de caracteres para o lixo e toda uma edição alterada em meia dúzia de horas por uma equipa de luxo de 12 pessoas que resistiu até ao amanhecer»; também no dia 9, na SIC Online, a «notícia» que «informava» que «americanos protestam contra eleição de Trump» - do que se pode deduzir que ou até os que votaram nele protestaram, ou que foram só estrangeiros a elegê-lo...
Infelizmente, e como seria de prever, no Público também abundaram os exemplos de uma abordagem, digamos…. desequilibrada ao escrutínio nos EUA e aos seus dois protagonistas principais. Em 2012 contactei aquele jornal e, para além de uma «troca de URL’s», disponibilizei-me para dar uma outra perspectiva, mais abrangente e completa, da política norte-americana; porém, e apesar de, desde então, ter regularmente renovado a minha oferta, a minha participação não foi requerida, e as consequências são visíveis: a 23 de Outubro, saía a notícia «Trump vai processar mulheres que o acusam, Clinton prefere falar do que vai fazer se for eleita»… um dia depois de o candidato republicano ter apresentado o seu «Contrato com o votante americano»; a 29, «Ministério Público brasileiro investiga negócios de Donald Trump»… ao mesmo tempo que, nos EUA, era sabido que o FBI decidira reabrir a investigação ao servidor privado de Hillary Clinton; entretanto, artigos de opinião como «A Europa dificilmente sobreviveria (sobreviverá) a Donald Trump», de Teresa de Sousa, «Medo. De Trump», de David Dinis (actual director do jornal), ambos publicados antes da eleição, «O triunfo dos porcos», de José Vítor Malheiros e «Trump abriu a toca aos guerreiros arianos», de Bárbara Reis (anterior directora do jornal), publicados depois, não contribuíram propriamente para um esclarecimento completo, racional e sensato sobre aquela, nem para a consolidação da credibilidade do Público, em especial na área internacional…
Obviamente, nem só de alusões deficientes e deturpadas se fizeram, e se fazem ainda, as (muitas) distorções portuguesas da realidade política norte-americana. Estas também podem tomar a forma de omissões. Como a praticada por João Lopes, jornalista (do Diário de Notícias), crítico de cinema, comentador de cultura… e (grande) admirador de Madonna, mas que decidiu não mencionar, no seu blog Sound + Vision (em que tem como parceiro Nuno Galopim), que a cantora de «Like a Virgin» decidira oferecer fellatios a todos os votantes de Hillary Clinton – uma promessa que, no entanto, ela decidiu não cumprir depois do dia 8; um «lapso» tanto mais surpreendente por JL repreender frequente e veementemente programas do tipo «reality show» como «Casa dos Segredos», da TVI, e a sordidez que lhes é característica, a sua «desoladora rotina (…) (onde) tudo é sexo. Sexo mecânico. Sexo instrumental e instrumentalizado. Sexo, dizem eles, para fazer espectáculo e “entretenimento”. Triunfou mesmo a ideia (?) segundo a qual quando mais se aviltar a nobreza do factor humano, mais “entretidos” estão os espectadores». Incrivelmente, o primeiro texto de João Lopes sobre Madonna publicado no S + V depois de aquela ter alardeado a sua generosidade… oral consistiu numa citação de uma mensagem da artista no Instagram, feita no dia 6, e em que ela, alertando para os supostos perigos de um triunfo de Trump, avisava que «isto não é um reality show»!        
Se já é suficientemente mau produzir e divulgar (pequenas) peças, sejam textuais sejam audiovisuais, garantindo que a vitória de Hillary Clinton é indubitável, ou que, afinal, tendo Donald Trump triunfado, o fim do Mundo está próximo, que dizer quando livros são feitos baseados nessa errónea premissa? As primeiras ainda podem ser «jornalisticamente» corrigidas, contextualizadas, esquecidas… apagadas; mas que fazer dos segundos e das suas centenas, quiçá milhares, de páginas já impressas? Por mais espantoso que isso possa parecer… e ser, dois livros foram publicados em Portugal em 2016 na assunção de que a candidata do Partido Democrata seria a próxima presidente dos EUA.
Um é intitulado «Administração Hillary» e foi escrito por Bernardo Pires de Lima e Raquel Vaz-Pinto. À editora da obra enviei três mensagens. Primeira, a 24 de Outubro: «Permito-me fazer uma correcção ao que está na página de apresentação, no sítio na Internet da Tinta da China, do livro "Administração Hillary", mais concretamente, que a esposa de Bill Clinton “foi a primeira mulher a concorrer à Casa Branca” - o que não é, obviamente, verdade.». Segunda, no mesmo dia: «Enquanto aguardo a vossa resposta (e/ou confirmação de que receberam a mensagem anterior), aproveito para fazer outra observação sobre o mesmo assunto... Se o erro que apontei - o de Hillary Clinton ser apresentada como “a primeira mulher a concorrer à Casa Branca” - apenas está na respectiva página da Internet, isso não é (muito) grave e pode ser corrigido sem prejuízos de maior; porém, se está igualmente patente no livro, ou seja, em centenas ou mesmo milhares de exemplares em papel, então tal falha é seriamente preocupante e põe (ainda mais) em causa a credibilidade de toda a obra - na verdade, se os autores claudicaram em algo de tão básico, quem garante que não existirão incorrecções adicionais? Evidentemente, poder-se-ia começar por questionar a decisão de publicar um livro que como que dá por garantida a vitória da candidata democrata... antes de a eleição se realizar.». Terceira, a 9 de Novembro: «Sou forçado a concluir, infelizmente, que da parte da Tinta da China não há interesse - e um mínimo de boa educação - em responder às mensagens de alguém que é, também, um vosso cliente e consumidor - na verdade, já adquiri livros editados por vocês... Porém, não deixo de enviar uma (derradeira?) mensagem sobre o assunto: agora que se sabe que foi Donald Trump quem venceu a mais recente eleição presidencial nos EUA, qual vai ser a abordagem comercial que irão adoptar com o livro “Administração Hillary”? Ficção científica no sub-género história alternativa... ou distopia? Já agora, se estiverem interessados, tenho um romance nesse âmbito para o qual procuro editor(a)... ;-)» Aparentemente, a minha sugestão terá sido seguida, pois agora o livro, na respectiva página no sítio da TdC, é apresentado deste modo: «Como seria o Mundo se a mulher que concorreu à presidência dos EUA tivesse vencido as eleições»! É de notar, no entanto, que eu não fui o único a brincar com este extremamente infeliz (?) projecto literário…
O outro livro marcado por uma «efabulação precoce» é intitulado «Hillary Clinton – Nunca é Tarde para Ganhar», e foi escrito por Germano Almeida, meu «colega» na blogosfera com especial enfoque nos EUA – o seu blog, Casa Branca, é apenas dois meses mais antigo do que o Obamatório. Os seus dois anteriores livros, ambos sobre Barack Hussein Obama, foram publicados – também pela PrimeBooks – depois de o presidente cessante ter vencido as eleições de 2008 e de 2012, respectivamente… e teria sido preferível que ele tivesse aguardado igualmente o desfecho da de 2016. De facto, e em retrospectiva, não foi propriamente muito sensato publicá-lo prematuramente… e com a seguinte sinopse: «Hillary Rodham Clinton concretizou o sonho da sua vida e é a primeira mulher a chegar à Presidência dos Estados Unidos. Este livro traça-nos o perfil desta mulher singular e obstinada, conta-nos o seu percurso, ideias e paixões e revela ainda pormenores essenciais da corrida eleitoral mais imprevista das últimas décadas nos Estados Unidos da América.» O («pequeno») problema de ter sido lançado antes de a «corrida eleitoral mais imprevista das últimas décadas» nos EUA ter terminado é que, por causa disso, não incluiu o pormenor mais essencial e mais imprevisto: o resultado final dessa corrida, ou seja, a vitória de Donald Trump. Por isso, o debate que decorreu na FNAC Chiado a 21 de Novembro e que teve este livro «como mote para (uma) reflexão alargada sobre este momento de transição na América», reflexão essa que contou com um alegado «painel de luxo, com alguns dos maiores especialistas em política americana do nosso país», mais não foi do que uma – patética – tentativa de «controlo de danos» que resultaram de uma aposta editorial que se revelou desastrosa. Aliás, a inexistência de notícias, de relatos posteriores deste debate parece ser uma confirmação de que os tais «maiores especialistas» não chegaram a conclusões claras e convincentes. Mais valia que tivessem convidado apenas a mim, e eu de bom grado enunciaria e explicaria inequivocamente todas «as razões para o falhanço da candidatura (de) Hillary»…
… Embora não o tenham feito, tal como a Antena 1, Antena 3, CCTV América (?!), Expresso, Jornal de Notícias, Observador, Porto Canal, Rádio Nova, Rádio Morabeza (de Cabo Verde!), Rádio Renascença, RTP 1, RTP 3, TSF e, evidentemente, a TVI, contaram com a colaboração pontual ou permanente de Germano Almeida nas semanas e até meses anteriores à eleição e nenhum destes (e outros) órgãos de comunicação social decidiu solicitar uma vez que fosse o meu contributo. Será interessante ver se a credibilidade do meu «colega» junto daqueles se manterá depois de ele ter assegurado que Hillary Clinton só perderia «em caso de doença ou atentado» e de, depois, ter classificado a perda daquela (sem doença ou atentado) como uma «total surpresa» - para mim não foi – e «uma espécie de 11 de Setembro de 2001 no plano político e social». Entretanto, admito que também estou «preocupado» com a situação de outro meu «colega» de blogosfera, João Luís Dias. E porquê? Porque, depois de ter estado mais de sete meses sem ter publicado qualquer texto no seu Máquina Política, e tendo regressado a 9 de Outubro afirmando que «por esta altura, é já praticamente certo que Donald Trump não virá a ocupar a Sala Oval a partir de 20 de Janeiro do próximo ano», dele não há novidades desde 8 de Novembro, quando anunciou que iria estar nessa noite no Porto Canal a comentar a eleição. Talvez fosse aconselhável pedir a Nuno «Era uma Vez na América» Gouveia, que também reside no Porto, que fosse à procura do João… apesar de ainda não ter «digerido» totalmente a vitória de Donald Trump, muito mais objecto das suas invectivas no Twitter do que Hillary Clinton.
(Adenda – Ainda a tempo, eis mais dois exemplos de portugueses que, a propósito da eleição presidencial nos EUA, revela(ra)m a sua ignorância, a sua imaturidade, o seu sectarismo… claro, são de extrema-esquerda. Uma achava «óbvio» que Donald Trump «não ganha(ria)», e preocupava-se como os eleitores dele iriam reagir – afinal, viu-se, e de que maneira, como é que os votantes (ou nem por isso…) de Hillary Clinton reagiram… com violência e com vigarice. Outro não hesitou em acreditar no que alegava um «tweet» alheio – entretanto, e significativamente, apagado: que Mike Pence afirmara que existiam mulheres que queriam ser violadas para assim poderem fazer abortos – uma calúnia, uma falsidade tão estúpida que foi denunciada e desmentida, entre outros media, pelo Snopes – insuspeito de simpatias por conservadores.)  

domingo, 20 de novembro de 2016

Concentrado de arrogância

Escrevi anteriormente que Barack Obama, ao participar na campanha presidencial que terminou no passado dia 8 (na verdade, já se estava no dia 9) de Novembro com a eleição de Donald Trump, se havia comportado claramente «de uma maneira indigna; fez o que, creio, nunca nenhum outro presidente antes dele fez: participar activa e intensamente na campanha sem estar em causa a sua reeleição. Ronald Reagan não fez isso a favor de George H. Bush, Bill Clinton não fez isso a favor de Al Gore, George W. Bush não fez isso a favor de John McCain.» Passo a demonstrar esta asserção…
… Com afirmações que ele fez nos comícios a favor de Hillary Clinton em que participou. Essas aparições não foram muitas mas destacaram-se pelo excesso retórico e demagógico; pela mais descarada hipocrisia e memória curta; acabaram por constituir como que um concentrado de arrogância, um resumo da fanfarronice, das dualidades de critério que predominaram e proliferaram nestes últimos oito anos, um «catálogo» de insultos e de invectivas que hoje como que formam o «programa político» do Partido Democrata, um «recapitular da (má) matéria dada» desde 2009. Ao defender a sua ex-secretária de Estado, o Sr. Hussein não se limitou a desprezar Donald Trump mas também todos os seus apoiantes e todos os seus (potenciais) votantes, metade dos quais foram (des)classificados como estando num «cesto de deploráveis» pela esposa de Bill Clinton – que, recorde-se, apontara os republicanos como estando entre os seus maiores inimigos, inimigos esses que, lembremos também, em 2010 BHO apelou a que fossem punidos. Aliás, nesta campanha Barack Obama instou a que os republicanos «pagassem o preço» de causarem «bloqueio» («gridlock»), ou seja, de exercerem os seus normais direitos de oposição…     
… E, de facto, neste ano de 2016, as palavras podem ter sido (ligeiramente) diferentes mas o tom foi basicamente o mesmo. O Sr. Hussein acusou DJT, imagine-se: de não respeitar a Constituição por (supostamente) ameaçar encerrar jornais que não dizem o que ele gosta, prender oponentes ou discriminar pessoas de diferentes crenças – tudo actos, note-se, que ele próprio e a sua administração fizeram, ou tentaram fazer, nestes últimos oito anos… além de que, na verdade, ele não conhece verdadeiramente o documento fundamental do país; de empolar a sua própria capacidade em relação à dos seus colaboradores – algo de que BHO também é «culpado». Sobre a intervenção de James Comey e do FBI durante a campanha, o (ainda) comandante-em-chefe assegurou que «não operamos com base em insinuações» (a sério?!). Garantiu que nunca pensou que a república estaria em risco se John McCain ou Mitt Romney tivessem sido eleitos – embora a propaganda dos democratas em 2008 e em 2012 desse a entender o contrário. Queixou-se de que Donald Trump «gasta(va)» muito tempo junto de celebridades» (acaso não há outro homem - um presidente ainda em funções – notório por isso?); alvitrou que Vladimir Putin é «compincha»buddy») daquele – mas quem é que prometeu maior «flexibilidade» ao actual presidente da Rússia? Enfim, que impressionantes – e sucessivos – exercícios de projecção, e que formam como que uma enorme e adequada «catarse» no final do mandato.
Entretanto, e ironicamente, e apesar da (aparente) «paixão» com que a apoiou, não condizente com a circunspecção que se exige a quem ainda exerce funções que são as suas, Barack Obama acabou por dar a entender que o seu entusiasmo por Hillary Clinton não era assim tão grande. Na verdade, antes de ajustar o pódio para ela num dos comícios, dizendo-lhe ao mesmo tempo que estaria permanentemente disponível para ela (caso fosse eleita), e de, pedindo à audiência que «confiassem» nele desta vez, assegurando àquela que o país estaria «em boas mãos» com a ex-secretária de Estado na Casa Branca, o Sr. Hussein declarou que votar na candidata democrata constituía um exemplo de como por vezes «nem tudo é suposto ser inspirador»! Ao contrario, nitidamente… dele próprio, já que, só em duas acções de campanha realizadas na Flórida, o presidente cessante se auto-referenciou um total de 207 vezes! Também não contribuiu de modo algum para a vitória de Hillary que o seu ex-chefe afirmasse que só «uma mão cheia de pessoas» haviam visto os custos do seus seguros de saúde subirem devido ao «ObamaCare» - na verdade, foram (pelo menos) mais de dois milhões…
Por tudo isto, não pode ter deixado de ser especialmente – aliás, muito, imensamente – constrangedor o encontro entre o Nº 44 e o Nº 45 na Casa Branca, dois dias depois do triunfo do segundo. Mais constrangedor para o primeiro, obviamente, dadas as afirmações que fez, convencido como estava, tal como muitos dos seus «camaradas», que seria impossível haver outro desfecho que não a eleição da esposa de Bill Clinton. Num evidente e bem humorado exagero, Ben Shapiro classificou uma fotografia específica da ocasião como «a melhor da história da Humanidade», também porque nela Barack Obama parecia ter «um poste enfiado tão acima pelo seu recto que o brilho do metal era visível atrás dos olhos dele»! O mesmo é dizer que havia sido submetido a um «tratamento» de humildade depois de tanta arrogância.

sábado, 12 de novembro de 2016

Trump também triunfou… contra Obama

Sim, é verdade, não é mentira, não é um sonho… ou um pesadelo: Donald Trump venceu a eleição presidencial de 2016, derrotando Hillary Clinton, e será o 45º presidente dos Estados Unidos da América, sucedendo a Barack Obama. E o dia 20 de Janeiro de 2017, em que o candidato do Partido Republicano e futuro comandante-em-chefe tomará posse em Washington, não virá cedo demais. 
Foi um resultado, um desfecho, surpreendente, inesperado, chocante? Era impossível, ou pelo menos extremamente improvável, que ele vencesse a - - sem dúvida favorita à partida – candidata democrata? Sim, mas só para aqueles que não sabem, nem querem saber, a realidade, (todos) os factos, o contexto, e a história recente do país, em especial nos últimos oito anos em que o Sr. Hussein tem residido no Nº 1600 da Avenida da Pensilvânia. E são muitos, mesmo muitos, os que em todo o Mundo, nos próprios EUA, aqui na Europa… e em Portugal (sobre isso irei relatar alguns episódios em breve, e será… divertido) não sabem nem querem saber. Bastantes deles estariam mais e melhor preparados se… me lessem, me ouvissem, se estivessem dispostos a conversar comigo. Porém, não o fizeram (apesar dos contactos e dos «convites» que fiz ao longo dos anos), e agora é vê-los a fazerem as figuras mais tristes, mais ridículas, mais histéricas, a dizerem e a escreverem os maiores disparates. É certo que no nosso país as «birras» se limitam, e felizmente, a isso – a dizer e a escrever disparates; no entanto, no outro lado do Atlântico, os disparates também se fazem: muitos dos desiludidos com o resultado da eleição foram para as ruas protestar – invariavelmente em cidades que os «azuis» controlam, como Chicago, Los Angeles, Nova Iorque, Portland – e não se limitam aos gritos e às (absurdas) palavras de ordem: também, repetindo o que fizeram em outras ocasiões, estão a atacar quem pensam ser (correcta ou incorrectamente) apoiantes de Donald Trump e dos republicanos (aliás, há também vários casos desses antes do, e durante o, dia 8), a vandalizar e a destruir propriedade pública, a lutar contra polícias. Não é irónico que aqueles que mais se manifestam contra o «ódio» e a favor da«tolerância» se revelem os mais odiosos e os mais intolerantes? Enfim, não aprendem… continuem assim que apenas irão conseguir que, em futuras eleições, o domínio do GOP em todas as instâncias do poder – local, estadual, federal, nacional – se torne ainda mais esmagador do que já é. Só faltava a Casa Branca… e ela acabou de ser conquistada. Ao mesmo tempo, e contrariando os receios que existiam, manteve-se o controlo do Congresso, as maiorias tanto na Casa como no Senado.  
Reconheço que, para mim (e para duas das minhas filhas, que nos últimos tempos se foram interessando cada vez mais pela política nos EUA, e que me acompanharam), a passagem da noite de 8 para 9 acabou por se tornar uma experiência inesquecível e… muito satisfatória. Ao início, e recordando o que aconteceu há quatro anos em que não esperava, de todo, que Mitt Romney perdesse, agora encarei a situação com mais calma, realisticamente, na expectativa… e disposto, preparado, a enfrentar mais uma derrota daqueles que eu priorizava… o que, felizmente, não aconteceu. Ia dizendo a mim próprio «mais um pouco, e vou para a cama»… mas fui adiando: era viciante acompanhar em tempo real a contagem dos votos, as alternâncias na liderança, os Estados que «caíam» para um lado ou para outro. Particularmente enervante foi – mais uma vez! – a contagem na Flórida. Todavia, assim que se tornou certo que Donald Trump vencera o «sunshine state», tudo se tornou realmente possível… e a confirmação da vitória foi uma questão de tempo. A seguir, e além das vitórias previsíveis em Estados tradicionalmente «encarnados», vieram as – extraordinárias – tomadas de «azuis» como o Michigan, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin. Escaparam as habituais «repúblicas socialistas soviéticas americanas» como a Califórnia, Oregon, Washington, Massachusetts, Nova Iorque – o Estado natal do novo presidente, que não dava um à nação desde Franklin D. Roosevelt. Antes das seis e meia fui deitar-me… mas não consegui dormir. Levantei-me antes das oito, a tempo de ver em directo, ao vivo e a cores, o discurso de vitória do novo presidente.
Afinal, Michael Moore adivinhou mesmo o que aconteceu, e este resultado acabou por ser «o maior «fuck you!» registado na história da Humanidade». Eis o ponto crucial: Donald Trump venceu Hillary Clinton porque, por mais e maiores (e, reconheço, indiscutíveis) que sejam as interrogações - e inquietações - suscitadas pela sua personalidade e pelo seu percurso profissional e público, por mais e maiores que sejam as suas insuficiências no estilo e na substância, a sua opositora era, é, indubitavelmente pior. O magnata do imobiliário e milionário não é o responsável «moral» ou material, directo ou indirecto, por centenas, quiçá de milhares, de mortes; não aproveitou um cargo no governo para vender (várias vezes a individualidades e a entidades estrangeiras de incerta respeitabilidade) acesso e favores, enriquecendo a si próprio e à sua «fundação»; não violou leis e regulamentos e não colocou em perigo a segurança nacional ao instalar e utilizar um servidor privado de correio electrónico para tratar assuntos estatais; não beneficiou do colaboracionismo e da batotice tanto do seu próprio partido (que prejudicou o seu principal rival para a nomeação) como d(e uma parte significativa d)a comunicação social (que submetia à sua equipa textos para aprovação e pedidos de pesquisa de candidatos do «outro lado», e revelava perguntas que iriam ser feitas em debates). Não, a esposa de Bill Clinton, corrupta e criminosa, não tem um currículo caracterizado por uma inocente «hilaridade».
Donald Trump, porém, também triunfou contra Barack Obama, talvez o principal derrotado neste sufrágio. O Nº 44 comportou-se de uma maneira indigna; fez o que, creio, nunca nenhum outro presidente antes dele fez: participar activa e intensamente na campanha sem estar em causa a sua reeleição. Ronald Reagan não fez isso a favor de George H. Bush, Bill Clinton não fez isso a favor de Al Gore, George W. Bush não fez isso a favor de John McCain. Ele próprio admitiu que era o seu «legado» que estava em causa e nos boletins de voto… e o resultado significou uma «repudiação» desse «legado». Que ficará como um – muito danoso e dispendioso - «parêntesis» na história dos EUA. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Diplomacia… macia (Parte 4)

(Uma adenda no final deste texto.)
Antecipemos desde já um aspecto - quiçá o fundamental - de um «balanço final» da presidência de Barack Obama… e novamente, pois aqui foi mencionado, de uma forma ou de outra, mais do que uma vez: os oito anos do Sr. Hussein na Casa Branca caracterizaram-se pelo contínuo, «progressivo», enfraquecimento dos Estados Unidos da América. No plano interno, uma economia estagnada, um sistema de saúde sabotado (já não restam dúvidas de que o ObamaCare é tudo menos «affordable»), hostilidade ideológica e racial agudizada, criminalidade aumentada…
… E, no plano externo, uma perda de influência e de prestígio do país em praticamente todos os pontos do globo. Com BHO os EUA deixaram de impor o respeito… e o medo que outrora impunham. A era da «diplomacia macia» começou. E isso, não duvido, foi deliberado. Tudo começou, deve-se recordar, com a «digressão de desculpas» («apology tour») que o Nº 44 iniciou logo a seguir a tomar posse em 2009. E que continuou a fazer ao longo dos quase oito anos seguintes; o mais recente «concerto» desta «tournée» foi em Hiroshima, em Maio último, onde, na opinião de Ben Shapiro, Obama não só pediu perdão ao Japão pelo triunfo na Segunda Guerra Mundial como proferiu «um dos mais repulsivos discursos da história americana». Algo que não surpreende da parte de pessoas que são capazes de «riscar» Jerusalém de Israel em comunicados oficiais. E que têm o descaramento de «celebrar» os 25 anos da independência da Ucrânia depois de nada terem feito para ajudar militarmente aquele país aquando da invasão russa e consequente ocupação e anexação da Crimeia.
Entretanto, mais pormenores escabrosos continuam a ser conhecidos da rendição… perdão, do «acordo» com o Irão relativo a armas e a centrais nucleares – concretamente, que Teerão poderá instalar mais modernas e eficientes centrifugadoras e retomar o desenvolvimento do seu programa de mísseis balísticos. Quanto ao Iraque, e contrariando as garantias do «comandante-em-chefe» de que a guerra acabara, o Pentágono tem vindo a (re)enviar para lá sucessivas levas de soldados, estando o número total actualmente à volta de 6500. Quanto à Síria, desaparecidas há bastante tempo as «linhas vermelhas» que não era suposto serem passadas, resta a Barack Obama alegar que o «aquecimento global» contribuiu para o eclodir da guerra civil naquele país, e permitir que John Kerry volte à mesa das negociações com o seu homólogo russo Sergei Lavrov depois de terem sido feitas acusações de crimes de guerra a Moscovo – devido a bombardeamentos na cidade-mártir de Aleppo que causaram demasiadas vítimas, incluindo em hospitais. É a isto que está reduzida a diplomacia norte-americana perante o Kremlin? Fazer «birras», ameaçar que já não conversa mas, depois, voltar atrás porque percebeu que o interlocutor não irá alterar nem o seu comportamento nem as suas posições? Aliás, as relações com o Kremlin constituem o maior fracasso da diplomacia d(est)a Casa Branca, previsível desde o falhado «reset» de Hillary Clinton e (mais agora, quatro anos depois) visível na tentativa de Obama em ridicularizar Mitt Romney por este considerar o país mais a leste da Europa como o principal rival geoestratégico dos EUA. Desde então não faltaram as oportunidades ao ex-governador do Massachusetts para «rir por último»: uma das mais recentes aconteceu com a acusação, feita pelo Departamento de Segurança Doméstica, que provinham da Rússia os ataques informáticos contra «organizações políticas e sistemas eleitorais estatais» norte-americanos. De qualquer forma, parece ainda não estar no horizonte um pedido de desculpas ao candidato republicano em 2012.
A incompetência internacional e «internacionalista» desta administração tem-se manifestado igualmente em outras ocasiões, algumas hilariantes, outras nem tanto. Por exemplo, pessoas como Marian Tupy, do Instituto Cato, Daniel Hannan e Nigel Farage, ambos deputados europeus, não têm dúvidas de que a interferência directa de Barack Obama no referendo tido em Junho último no Reino Unido sobre a permanência na União Europeia (que o Nº 44 favorecia) foi decisiva para o triunfo do «Brexit» - realçou-se em especial uma declaração do Sr. Hussein garantindo que, em caso de saída da UE, os britânicos iriam para o «fim da fila» em futuros acordos de comércio com os EUA. Outros europeus estão à mercê da arrogância e/ou da ignorância dos «burros»… como os italianos, dos quais o actual primeiro-ministro, Matteo Renzi, ficou a saber, pela boca de John Kerry, e durante uma visita a Washington esta semana, que as «festas de toga» que as fraternidades de alunos realizam regularmente nas universidades são uma prova dos fortes laços entre transalpinos e norte-americanos!
Após quase uma década com um governo a mostrar não saber como lidar nem com aliados e amigos nem com adversários e inimigos, talvez seja aconselhável que o(a) próximo(a) presidente dos EUA inicie uma nova – mas diferente - «digressão de desculpas»… porque Barack Obama deixa(rá) muitos, mas mesmo muitos, motivos de arrependimento.
(Adenda - Hoje, 9 de Novembro de 2016, e após quase três semanas de «silêncio» (o maior enquanto tal aqui no Obamatório desde a sua criação), volto para avisar que... «este blog segue dentro de momentos». Não se tratou claro, de um fim antecipado (eu já esclarecera em que moldes este espaço iria continuar, pelo menos, no próximo ano), mas sim de umas «férias» que concedi a mim próprio para melhor desfrutar os últimos dias desta espantosa, inesquecível... e, ultimamente, jubilatória campanha presidencial de 2016. Obviamente, e como é meu hábito, acompanhei tudo ao pormenor, e recolhi informações e tirei notas que servirão de base a próximos textos. Portanto, e se tiverem paciência para esperar...)     

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O «sexo dos anjos», mais uma vez

É do conhecimento (quase) geral e comum, uma infeliz curiosidade (mais ou menos) histórica: diz-se que em Constantinopla (actual Istambul), não muito antes da tomada daquela cidade em 1453 pelos muçulmanos, vários dos líderes da cidade, religiosos e não só, gastavam grande parte do seu tempo e do seu esforço em fúteis discussões teológicas – em especial sobre se os anjos teriam sexo(s) ou não – em vez de mais e melhor contribuírem para a defesa daquela que era então a capital do império romano (e cristão) do Oriente, e que, após a derrota, passou a ser a mais importante urbe do império otomano e dos seguidores de Alá…  
… E é difícil não pensar neste episódio (lendário?) do passado quando se observa o que ocorre presentemente nos Estados Unidos da América sob (ainda) a liderança de Barack Obama. Porém, há uma diferença, e não é assim tão pequena: neste caso não existe qualquer dúvida de que a actual administração – e os órgãos de comunicação social que, mais ou menos abertamente, a apoia – prefere impor as suas noções de «género», de «identidade sexual» ao país (e sem discussão…) em vez de responder decisivamente às continuadas ameaças dos extremistas islâmicos. Na verdade, parece que do outro lado do Atlântico os atentados terroristas se estão a tornar, se não diários, pelo menos semanais ou quinzenais – alternando, ou até mesmo coincidindo, com motins raciais. E não são apenas os que causam mortos e/ou feridos, como os levados a cabo por Ahmad Rahami (afegão naturalizado, em Nova Iorque e em Nova Jérsia), por Dahir Adan (somali, no Minnesota) e Arcan Cetin (turco, em Washington, que, apesar de estrangeiro, votou por várias vezes… e depois os «burros» afiançam que não existe fraude eleitoral!): «incidentes» menos graves como o ocorrido numa estrada da Califórnia a 1 de Outubro, quando um veterano foi abalroado por um muçulmano, a mais de 150 quilómetros por hora e «em nome de Alá», fazem recear qual é, e qual poderá ser, a verdadeira dimensão de uma jihad que, efectivamente, já se desenrola, latente ou manifesta, de costa a costa.
As reacções, as respostas dos democratas, progressistas e liberais, ao acumular destas ocorrências não mudaram. Ainda recentemente (foi a 23 de Agosto), Joe Biden garantiu – repetindo, aliás, o que Barack Obama já dissera – que o terrorismo não é uma «ameaça existencial». Não é de crer que as vítimas (e os familiares destas) dos ataques acima referidos, perpetrados, poucas semanas depois, por adeptos de Maomé em quatro Estados dos EUA concordem com tal asserção. Nem com a afirmação de John Earnest, porta-voz da Casa Branca, feita na MSNBC, após os atentados dos dois lados do rio Hudson, de que, com o ISIS, «de alguma maneira, esta é de facto apenas uma guerra de narrativas»! Poucas horas depois, Martha MacCallum, da Fox News, perguntou-lhe se as pessoas que haviam ficado com «estilhaços nos ombros» (quando não com balas e feridas de facas em outras partes do corpo) não teriam dificuldade em aceitar que tudo se resumia a «narrativas». Entretanto, em Minneapolis, e logo após o crime cometido por Dahir Adan, tanto a mayor Betsy Hodges como o jornal Star Tribune se pronunciaram, alertando contra a… islamofobia. Esta atitude foi também a tomada em Nova Iorque por Bill de Blasio, que, além disso, se pronunciou – em artigo de opinião escrito e assinado juntamente com os socialistas Anne Hidalgo e Sadiq Khan, respectivamente presidentes das câmaras de Paris e de Londres (cidades que já foram igualmente alvo do terrorismo islâmico) – a favor do aumento do número de imigrantes muçulmanos, com poucas ou nenhumas restrições.
O mayor da «Grande Maçã», não surpreendentemente, tem sido ainda um dos mais destacados «participantes» na moderna discussão do «sexo dos anjos», que nas mentes dos esquerdistas norte-americanos tem preponderância em relação a outros problemas e temas mais candentes: em Maio último ficou a saber-se que ele decidira multar as empresas da cidade – em especial estabelecimentos comerciais abertos ao público – cujos funcionários não se dirigissem aos clientes pelos «pronomes de género» adequados! Obviamente, há outros exemplos extremos em absurdo nesta área. O Departamento de Habitação e de Desenvolvimento Urbano pretendia que «transgéneros» pudessem pernoitar nos lares para sem-abrigos da sua escolha – ou seja, homens que se identificam como mulheres poderiam dormir ao lado de mulheres, e, se estas reclamassem, seriam ignoradas (há que não esquecer que os «azuis» costuma(va)m mostrar-se muito preocupados com a existência de uma alegada «rape culture» nas universidades). E, nas Forças Armadas, continua a emasculação: a Marinha anunciou em Setembro que todos os seus membros irão receber «educação de comportamento transgénero», antecipando e preparando a admissão de indivíduos em transição sexual em Julho de 2017; e, também no passado mês, o Pentágono anunciou que irá pagar, aos militares que o solicitarem, operações de mudança de sexo.
Prova adicional de que as confusões… perdão, opções identitárias estão no topo das prioridades dos democratas é a circunstância de até o candidato deles a vice-presidente parecer estar… afectado. Tim Kaine – que, como se ecoasse os bizantinos de há quase 600 anos, também não acha que a ameaça muçulmana aumentou desde que o Sr. Hussein é presidente – revelou, no debate (da passada terça-feira) com o seu homólogo no GOP Mike Pence, que o seu papel principal será o de «right hand person» de Hillary Clinton. Assumindo-se desde já como uma «pessoa» e não como homem, será provável que, no futuro, veremos o senador da Virgínia de vestido e a querer entrar nos balneários para senhoras?