domingo, 16 de maio de 2010

«U. R. S. A.»

Imaginar que os EUA poderão algum dia transformar-se numa espécie de «U. R. S. A.» - «União das Repúblicas Socialistas Americanas» - é talvez mais do âmbito da ficção científica, ou histórica.
Porém, a verdade é que nunca desde que Barack Obama chegou à Casa Branca se discutiu tanto o eventual «deslizar» do país para uma forma qualquer de socialismo – ou mais social-democrata, como se verifica(va) em muitos países da Europa Ocidental, ou mesmo mais comunista, como se verificou na Europa de Leste, na URSS e na China. Há um ano Dick Morris deu o primeiro «alerta». É verdade que da parte do presidente nunca se ouviu, que se saiba, qualquer elogio, directo ou indirecto, àquele tipo de sistema político. No entanto, vários dos seus apoiantes e conselheiros já se pronunciaram a favor; ou então, o que vai dar ao mesmo, já condenaram o capitalismo.
Exemplos? Ron Bloom, (mais um) admirador de Mao-Tse-Tung, para quem a economia de mercado «não faz sentido»; Joel Rogers, para quem o capitalismo é «monstruoso»; Howard Dean a declarar que o debate entre capitalismo e socialismo «terminou» e que «vamos ter ambos» os sistemas; Mark Joseph, que apela a Barack Obama que se assuma como socialista; Jim Wallis, que exige – citando a Bíblia! – a redistribuição da riqueza; Donald Berwick, que defende que um sistema de saúde «justo» e «civilizado» deve... redistribuir a riqueza; Al Sharpton, que acredita que a maioria dos eleitores norte-americanos «votaram no socialismo» ao elegerem Obama, e que só haverá verdadeira justiça social quando «tudo for igual em todas as casas»; Ed Schultz, que quer uma intervenção «igualizadora» na rádio... já que «vamos todos ser socialistas».
Eis, pois, a pergunta que se deve fazer: «você é um socialista?» Segundo uma sondagem recente, uma parte significativa dos norte-americanos tem uma «imagem positiva do socialismo»! Deve ser por isso que a administração do Empire State Building decidiu, no ano passado, iluminar o edifício com luzes vermelhas e amarelas como forma de «homenagear o povo da China» aquando do 60º aniversário da revolução que levou Mao e o Partido Comunista Chinês ao poder; mas que, este ano, recusou iluminar aquele ícone de Nova Iorque de azul e branco como forma de assinalar o centenário do nascimento de Madre Teresa de Calcutá!

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