Barack Obama queixou-se recentemente de que «algumas pessoas» em Washington – opositores republicanos, obviamente – falam dele «como de um cão». Mas... então agora isso é mau? É que, há quase dois anos, pouco depois de ser eleito, ele se referia a si próprio como um «rafeiro»!
Esta «mudança de atitude» quanto ao significado de se comparar ao «melhor amigo do homem» não podia ser mais simbólica, e demonstrativa, do quanto o panorama político norte-americano mudou desde 20 de Janeiro de 2009. A começar pelos próprios democratas, muitos dos quais, vendo os «sinais», parecem tratar o presidente e colega de partido como um autêntico «cão sarnento»: querem é distância dele, para não verem prejudicadas, ou mesmo comprometidas, as suas possibilidades de (re)eleição! Alguns, simplesmente, não aparecem em eventos públicos. Outros já falam em... triagem! Nem de propósito, vários fazem anúncios contra a «reforma» do sistema de saúde! Há os que, como «cães» que não largam os «ossos», roubam enquanto podem. O «exército de Obama», a Organizing For America, está em debandada. Fala-se em «colapso», «derretimento» e (mais uma vez) em «pânico» nas hostes azuis – e nem os «blue dogs» deverão poder dar uma grande ajuda... Há sempre, porém, um «último refúgio» para os liberais: insultar os opositores. Mas «cão que ladra» normalmente «não morde»... quer dizer, nem sempre. E a «caravana» da (verdadeira) mudança, tudo o indica, irá passar.
E nem dos mais habitualmente «fiéis» pode Barack Obama já esperar um constante e incondicional «abanar de cauda». Na comunicação social, a Time, que antes o considerava o «Homem do Ano» e quase lhe dedicava, semana sim semana não, a sua capa, agora interroga-se porque é que ele se tornou o «Sr. Impopular»; a CBS questiona quantas «prioridades de topo» ele tem (por definição devia ser só uma...); na CNN e na Newsweek dizem que ele é do tipo «cotton-picking» (expressão de código para «escravo»); na MSNBC, Chris Matthews «rosna» que o dinheiro dos impostos é das pessoas. Steven Rattner (um «rat» que abandonou o «ship»), que trabalhou nos processos de «recuperação» da Chrysler e da GM, escreveu um livro em que revela afirmações e acções algo embaraçosas de membros da administração, e até do próprio Obama, que terá perguntado «porque é que eles não conseguem fazer um (Toyota) Corolla?» E até Joe Biden, cuja previsão de que a presidência dos EUA seria para o Sr. Hussein um «on the job training» se confirmou, anda a «exceder-se» nos seus elogios a George W. Bush. Este, por sua vez, «ganha» ao seu sucessor no Ohio e em outros distritos eleitorais norte-americanos. Definitivamente, são muitos «dog days» («afternoons», «nights», «mornings») para o actual inquilino da Casa Branca... que até já precisa de «ajuda» para trazer gente a comícios feitos em locais onde, há dois anos, ganhou por larga margem!
Contudo, é certo que não é só Barack Obama a utilizar a «imagética canina». Harry Reid referiu-se a Chris Coons, candidato do PD ao lugar de senador pelo Delaware, como «o meu animal de estimação» - e o próprio Coons, que se saiba, não criticou nem contestou o «piropo» de Reid, pelo que se pode deduzir que gosta de «andar com dono» e «usar trela» (resta saber se em sentido literal ou figurado...) E Christine O’Donnell é que é doida?!
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