quinta-feira, 8 de março de 2012

Entretanto, no Afeganistão…

… E enquanto quase toda a gente anda entretida e distraída com as primárias do Partido Republicano para a eleição presidencial deste ano, gastando milhares de caracteres em análises, especulações e previsões de resultados – mais recentemente, os da passada («super») terça-feira – como se aquelas constituíssem uma qualquer competição desportiva (onde será que eu já li isto? ;-)), os estrangeiros, em especial norte-americanos, civis e militares, lá (temporariamente) residentes continuam a sofrer as consequências do «business as usual» de Barack Obama e da sua administração no que respeita aos muçulmanos: manifestações, atentados e assassinatos que não diminuem, antes pelo contrário, após tentativas de apaziguamento… de pessoas que não querem, que nunca irão querer a paz, que preferem continuar a penar no seu inferno quotidiano feito de pobreza e, pior, de intolerância, misoginia e obscurantismo.
É mesmo necessário enunciar, e demonstrar, até que ponto é ridículo, ofensivo, humilhante… e inútil estar (novamente) a pedir desculpa ao Islão, desta vez por causa de alguns exemplares do Corão destruídos inadvertidamente numa base da NATO em Kabul (antes foi por soldados americanos terem urinado em cadáveres de terroristas)? Porém, isso é o que Barack Obama, e repetidamente, fez, e a única dúvida é se, mesmo ao telefone com Hamid Karzai, se terá curvado enquanto falava… Eu próprio, enquanto leitor e escritor, não gosto que se destruam e/ou se proíbam livros, sejam eles quais forem – sim, incluindo o «Mein Kampf» e os que já seguem o AO90 – mas nunca iria ao cúmulo de agredir e de matar por causa de umas dezenas ou centenas de folhas de papel. Além de que, e isto é fundamental, foram (prisioneiros) muçulmanos que «desrespeitaram» primeiro esses exemplares do Corão, ao escreverem neles mensagens uns aos outros – e foi por isso que eles foram queimados (os livros, não os prisioneiros, embora nada se perdesse se…). Mais: quantos exemplares do Corão terão sido destruídos nos muitos ataques a mesquitas perpetrados nos últimos anos por outros muçulmanos?
Barack Obama, a sua administração e todos os democratas em geral dão grande importância à «sensibilidade» dos islamitas. Porém, não tanto, ou nada, à dos cristãos. Onde está o pedido de desculpa pela tentativa (que ainda não cessou completamente) de obrigar instituições católicas norte-americanas a fornecerem gratuitamente contraceptivos? Onde está o pedido de perdão pelos milhares de exemplares da Bíblia destruídos deliberadamente, em 2009, também no Afeganistão? Onde está a renovada indignação e o repetido protesto, por parte da Casa Branca, contra o governo de Teerão e a favor do iraniano que corre o risco de ser executado… por ser cristão? Enfim, quando é que os seguidores de Maomé se penitenciarão pelas perseguições e pelos ataques que fazem constantemente aos de Jesus?
É evidente, e indubitável, que os pedidos de desculpa de Barack Obama não só não cessaram ou, pelo menos, atenuaram a violência, como, pelo contrário, a intensificaram – é o que costuma acontecer quando se dá «parte de fraco» (e se parece admitir uma «culpa»… inexistente) a quem não respeita os outros nem merece respeito. No entanto, Hillary Clinton teve o atrevimento de dizer que os republicanos, com os seus protestos contra as desculpas obamistas, podiam «inflamar» ainda mais a situação! Pior, o Sr. Hussein terá dado a entender ao Sr. Karzai que os que queimaram os livros seriam castigados e, eventualmente, julgados! Só uma palavra é suficiente para caracterizar efectivamente a conduta desta administração: cobardia.
Entretanto, para quê perder mais tempo e recursos humanos – vidas preciosas – e materiais com gente que não merece o esforço? Cenk Uygur e Rush Limbaugh, bem como um número crescente de democratas e de republicanos, acreditam que já é chegada a altura de vir embora. E, digo eu, a salvar algo do Afeganistão que sejam (algum)as mulheres; os homens, o Diabo que os carregue!

2 comentários:

Fada do bosque disse...

Olho por olho, dente por dente... não tarda, estamos todos cegos e desdentados.
E viva o fundamentalismo.

OCTÁVIO DOS SANTOS disse...

O problema é, precisamente, que o fundamentalismo «viva». Há que matá-lo.