A falência (fraudulenta) da Solyndra, que agora é um dos temas mais em destaque na comunicação social dos EUA (mesmo na lamestream) e está sob investigação do FBI, já havia sido referida no Obamatório, em Março.
O caso é significativo e relevante em sim mesmo. Recordemo-lo: uma empresa que tinha como seu maior accionista George Kaiser, um apoiante e financiador de Barack Obama (e que o visitou na Casa Branca), encerrou depois de ter recebido mais de 500 milhões de dólares no âmbito do «programa de estímulo à economia»; existem vários estudos e recomendações, por parte de departamentos governamentais, a desaconselharem a concessão daquelas verbas, e que terão sido ignorados e mesmo contrariados por altas figuras da actual administração, entre as quais Valerie Jarrett, Joe Biden e o próprio Obama… que visitou a sede da companhia e a apontou como um modelo para «um futuro mais brilhante e próspero»; a anterior administração (de George W. Bush) recusou dar qualquer suporte à Solyndra. Mas o caso é também significativo e relevante enquanto (o pior) exemplo da política de criação de «empregos verdes» dos democratas, em que mais de 17 biliões de dólares foram gastos na criação de pouco mais de 3500 postos de trabalho… isto é, cada um custou cerca de cinco milhões! Para tornar a coisa mais ridícula, lembre-se que a Casa Branca continua sem painéis solares no telhado, pelo que se justifica perguntar: porque é que não os compraram à Solyndra? Porque não tinham qualidade suficiente?
Jon Stewart referiu-se a este caso como um «escândalo Obama encomendado à medida» para os republicanos, e que proporcionaria ainda à Fox News «uma erecção que duraria mais de quatro horas». Só que… há mais por onde escolher! Igualmente em Março mencionei no Obamatório outro escândalo que envolve cada vez mais esta administração: o chamado «Fast and Furious», em que a ATF (organização policial do Departamento de Justiça que se dedica ao controlo de álcool, tabaco, armas de fogo e explosivos) promoveu a venda de armamento a criminosos mexicanos com o objectivo de se infiltrar nas suas organizações… mas acabou por perder o controlo sobre a operação, tendo inclusivamente um agente norte-americano sido assassinado com uma dessas armas! Também por este caso, em que é quase impossível alegar desconhecimento, e não só devido às suas prácticas discriminatórias no DdJ, Eric Holder vê a sua posição ser cada vez mais insustentável.
E como não há duas sem três… «Lightsquared» é a «palavra-passe» do mais recente escândalo a afectar a Casa Branca, e é igualmente o nome de uma empresa de telecomunicações – que tem como maior accionista Philip Falcone, outro apoiante e financiador de Barack Obama! – que quer construir uma avançada rede de banda larga. O problema é que: primeiro, se concretizada, essa rede irá interferir com as comunicações das forças armadas, em especial o sistema de GPS utilizado por aquelas; segundo, o general William Sheldon, da força aérea, revelou recentemente que foi pressionado pela Casa Branca para alterar o seu testemunho numa audiência no Congresso sobre o assunto… no sentido de desvalorizar os perigos resultantes do projecto daquela empresa.
Dos três escândalos, um – o «Fast and Furious» - já começou a ser investigado pelo Congresso, e os outros dois deverão sê-lo muito em breve. Porém, e como já salientou John Kass num jornal da «cidade ventosa», isto «cheira» mais (e mal) a Chicago do que a Washington; nada representa de novo, apesar de estar em causa muito mais dinheiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário