Recentemente causaram sensação certas afirmações de alguns destacados políticos nos EUA – mais concretamente, congressistas afro-americanos – contra o Tea Party. Os membros deste movimento já se «habituaram» a serem chamados de «racistas» e de «terroristas», mas desta vez tiveram «direito» a novos «requintes». Nomeadamente, por parte de Maxine Waters, que disse que podem ir todos «direito para o Inferno», e por parte de Andre Carson, que os acusou de quererem ver os negros «pendurados de árvores».
Esta crescente e ridícula radicalização do discurso de alguns destacados dirigentes «a-a», quase sempre pertencentes a organizações genuinamente racistas como o Congressional Black Caucus ou a National Association for the Advancement of Colored People, não representa apenas um indício do desespero, perante a cada vez maior impopularidade – e, logo, cada vez menor probabilidade de reeleição – de Barack Obama, sentido pelos seus apoiantes mais fiéis. Representa, também, (mais) uma confirmação da decepcionante e degradante evolução (?) ideológica da maioria da população «colorida» norte-americana, que optou por permanecer prisioneira, numa nova «plantação», do partido que no passado lhe «deu» a escravatura (slavery) e a segregação, e que no presente lhes parece querer dar o socialismo como «forma avançada» da segurança social alargada com as políticas da «Great Society» de Lyndon B. Johnson – os três K’s metamorfosearam-se em três S’s. E como é hilariante – tristemente hilariante… - ouvir no presente democratas negros a acusar republicanos de comportamentos e de actos hediondos que, na verdade, foram practicados no passado por democratas brancos! Allen West e Herman Cain são duas das (vilipendiadas) excepções numa etnia que, para preservar a sua identidade dermatológica e cultural, alinhou na estratégia de «divisão por grupos» do PD.
No entanto, Waters e Carson, embora abjectos, estão muito longe do (mais baixo) «nível» daquele que, nos EUA, representa a epítome do racismo invertido enquanto acção afirmativa: Al Sharpton. Charlatão impenitente, não se «distinguiu» unicamente enquanto manipulador oportunista que utiliza a raça como arma para obter (mais) poder político, mediático… e financeiro: ele é também um agitador, um provocador perigoso que tem, de facto, sangue nas mãos. Jeff Dunetz elaborou uma breve mas assustadora biografia do «Reverendo» que, quando era mais novo… e mais gordo, se envolveu em (e empolou) casos como o de Tawana Brawley (em que uma jovem negra falsamente acusou jovens brancos de a terem violado) e o de Crown Heights (motins em Nova Iorque entre negros e judeus que causaram a morte de oito pessoas). Sharpton nunca pediu desculpa pela sua participação e responsabilidade nestes graves incidentes.
Com o passar dos anos ele não só não viu diminuída a sua liderança como até a reforçou, vociferando contra practicamente tudo o que é branco e está à direita. E, obviamente, tornou-se um dos principais apoiantes de Barack Obama. Assim, é compreensível que ele se sinta à vontade para: tentar tirar a liberdade de expressão aos que não pensam como ele – em especial Rush Limbaugh; exigir ao governo uma mais justa redistribuição do «espólio», um maior «pedaço da tarte» (isto é, dinheiro dos contribuintes); acusar – erradamente – o Arizona de não celebrar o dia feriado em honra de Martin Luther King e, por isso, ter feito como que uma «secessão»; contestar as afirmações… incontestáveis de Rick Santorum (partes um, dois, três) condenando a elevada taxa de aborto na população negra, equiparando essa mortandade – que implica não considerar um feto como uma pessoa – à escravatura – em que um negro não era considerado uma pessoa.
Porém, poucos seriam capazes de prever o «êxito» de Al Sharpton, neste Verão, na MSNBC, enquanto apresentador do seu próprio programa – em substituição de Cenk Uygur que, segundo o próprio, terá sido «convidado a sair» porque não defendia o actual presidente e a sua administração tanto como era exigido. Nesse aspecto, sem dúvida que da parte do líder da National Action Network há muito mais intensidade, mas o «pacote» inclui(u) também ignorância e incompetência. Os momentos risíveis ou simplesmente incompreensíveis sucederam-se, estando a dificuldade apenas na escolha do mais insólito. Talvez o «resist we much»?
Sim, Al Sharpton é uma anedota, e sem (muita) graça. Mas nunca se deve esquecer que ele é igualmente uma ameaça permanente a uma autêntica harmonia racial e social.
(Adenda: mesmo a propósito, Al Sharpton e Herman Cain dialogaram após o debate presidencial do GOP de 8 de Setembro, e ficou bem evidente a diferença de categoria entre ambos... o «Reverendo» nem sequer sabe em que ano foi aprovada a Lei dos Direitos Civis!)
(Adenda: mesmo a propósito, Al Sharpton e Herman Cain dialogaram após o debate presidencial do GOP de 8 de Setembro, e ficou bem evidente a diferença de categoria entre ambos... o «Reverendo» nem sequer sabe em que ano foi aprovada a Lei dos Direitos Civis!)
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