Não é novidade que o actual Departamento de Justiça dirigido por Eric Holder não tem como principal preocupação aplicar (um)a (verdadeira) justiça mas sim concretizar um programa político, uma «agenda» racial... ou mesmo racista. Comprova-o, entre outros exemplos, a oposição à lei do Estado do Arizona contra a imigração ilegal, e a não acusação dos elementos do Novo Partido dos Panteras Negras que causaram distúrbios em Filadélfia no dia das eleições presidenciais de 2008.
Agora, o que é de destacar é que o próprio attorney general acabou por admitir essa discriminação, ao afirmar que as acusações que lhe fizeram no «caso dos Panteras» constituiam como que uma forma de diminuir o «seu povo» (isto é, os afro-americanos) na sua luta secular contra a escravidão e a segregação. Ou, como Jonathon Burns fez notar, é practicamente o mesmo que dizer que os brancos não podem ser vítimas de injustiça racial porque não sofreram tanto quanto os negros. Esta (mais do que) aparente «selectividade» na aplicação da justiça está igualmente à vista nas actuais directivas do departamento quanto ao bullying, que como que «exclui» das suas potenciais vítimas quem seja homem... e branco.
É talvez também por esta «lógica» que se deverá «entender» a recente decisão da polícia de Dayton, no Ohio, em reduzir o grau de exigência dos seus testes de admissão de modo a poderem ser admitidos mais afro-americanos... decisão tomada após pressão do Departamento de Justiça! Neste, entretanto, e mais concretamente na Divisão de Direitos Civis, o tédio é tão grande por «falta» de actividade que muitos dos seus funcionários passam os dias a... jogar nos computadores. Aliás, deve ter sido por no DdJ «brincarem» ou até mesmo «dormirem em serviço» que Eric Holder, e até Barack Obama, foram aparentemente surpreendidos por uma operação de duvidosa legalidade que envolveu a passagem de armas pela fronteira entre os EUA e o México – operação essa, dizem eles, de que não não foram informados previamente nem à qual deram autorização. Porém, há quem duvide dessa suposta ignorância.
A actual administração norte-americana parece querer dar um novo significado ao conceito de «justiça cega»... e, quem sabe, torná-la igualmente surda e muda.
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