Desde o início deste ano que o apelo se repetia: «Remember in November!» E no passado dia 2 de Novembro a maioria dos norte-americanos lembrou-se de tudo o que lhes desagrada(va) no seu país governado em exclusivo desde 2008 – devido ao controlo da Casa Branca e do Congresso – pelo Partido Democrata. E dessa memória resultou a maior derrota eleitoral de sempre dos «burros» desde, pelo menos, a década de 1930.
A vitória do Partido Republicano não foi, porém, completa. Os «elefantes» recuperaram, é certo, a maioria na Casa dos Representantes, a maioria dos governadores e a maioria dos lugares nas legislaturas estaduais, mas não conseguiram o mesmo no Senado: apesar dos lugares conquistados pelos adversários, o Partido Democrata manteve aí uma maioria, mesmo que mínima. E é a este nível que se impõe fazer alguns comentários.
Será que mais ninguém reparou que, de todas as eleições mais em destaque, a única em que as sondagens não se confirmaram foi a de senador pelo Nevada? Nas últimas semanas, Sharron Angle aparecia à frente ou, quando muito, empatada com Harry Reid; e, no entanto, foi este que venceu. Porquê? Porque, muito provavelmente, a «máquina democrática» voltou a manipular uma votação. É certo que surgiram índicios de irregularidades em diversos pontos do país, mas nunca tantos nem tão graves como na «terra dos casinos»: Reid terá oferecido comida e cartões de prendas em troca de votos, beneficiado de «ajuda» do patronato e dos sindicatos da região, além da de centenas de operacionais do DNC. Uma situação que faz lembrar o que aconteceu há dois anos no Minnesota quando Al Franken foi eleito senador: soube-se recentemente que os votos (ilegais) de presidiários podem ter sido decisivos naquele resultado. Por outras (e poucas) palavras: a «vitória» de Reid não merece credibilidade. Não acreditam? Ouçam Richard Trumka a «orgulhar-se» do trabalho feito, em especial no Nevada...
Ao lado, na Califórnia, não terá havido fraude (generalizada, pelo menos) nem propriamente surpresas: a situação era, e é, de se «estar à beira do abismo»… e a maioria dos votantes californianos decidiu «dar um passo em frente» elegendo pessoas que muito contribuíram para a decadência daquele Estado, nomeadamente Nancy «Whip Operation» Pelosi, Jerry «Whitman is a Whore» Brown e Barbara «Call me Senator» Boxer. Esta, é de realçar, nem sequer recebeu desta vez o apoio do Los Angeles Times, que justificou a decisão com o facto de ela «demonstrar menos poder de fogo intelectual e liderança do que deveria». Ou seja, uma subtil maneira de lhe chamar «estúpida»… Mas não há, ou houve, «problema»: perto de Hollywood até uma democrata defunta ganha uma eleição!
É caso para perguntar: «o que é que os californianos têm andado a fumar?» A resposta é óbvia: muita «erva»! Tanta que se sentia o cheiro no estádio dos San Francisco Giants, equipa que este ano venceu a final do campeonato de baseball dos EUA (as denominadas World Series); tanta que este ano se multiplicaram os avisos contra «doces de Halloween»… com droga. E os «fumos» devem ter chegado mais a Norte, ao Estado de Washington, onde a «wacko» (muito mais do que Christine O’Donnell e Sharron Angle juntas) Patty Murray voltou a ganhar uma eleição para o Senado.
Vários foram os que já escolheram os vencedores e os vencidos destas «midterms». Pela minha parte, prefiro apontar aquele que é o seu verdadeiro vencedor nacional (e não estadual ou local): Michael Steele, que, constantemente criticado, e com menos dinheiro e menos «truques» do que os rivais, liderou os republicanos até um triunfo histórico. Agora, a grande pergunta é: «Barack Obama vai ou não vai alterar o seu comportamento?» A julgar pelas suas primeiras declarações após a derrota, a resposta parece ser… não, nem por isso. Além de que as sucessivas, divisivas e, por vezes, ofensivas afirmações que fez durante a campanha ainda vão certamente ecoar durante bastante tempo.
Enfim, não nos é necessário, agora, dar mais explicações para os resultados desta última «Super (ou será Hiper?) Tuesday». Quem costuma consultar o Obamatório percebe perfeitamente porque é que eles aconteceram. Aqui não se perde tempo e espaço, (dezenas de) posts e (milhares de) caracteres a falar constantemente de sondagens. Nos EUA uma eleição não é uma consequência de um jogo de Monopólio, não é determinada por lançamentos de dados: resulta de uma sucessão e avaliação de factos, e os mais relevantes para a política norte-americana nos dois últimos anos foram relatados no Obamatório. Podemos não ir à RTP para o programa «Olhar o Mundo», à TVI para o «Combate de Blogs», à Rádio Europa para o programa «Descubra as Diferenças», nem sermos o «convidado da semana» no Delito de Opinião, mas provavelmente somos, como ficou comprovado na terça-feira passada, o melhor blog português dedicado exclusivamente à política e à sociedade dos EUA – porque demonstrámos estar mais em sintonia com o que lá efectivamente acontece(u).
Enfim, não nos é necessário, agora, dar mais explicações para os resultados desta última «Super (ou será Hiper?) Tuesday». Quem costuma consultar o Obamatório percebe perfeitamente porque é que eles aconteceram. Aqui não se perde tempo e espaço, (dezenas de) posts e (milhares de) caracteres a falar constantemente de sondagens. Nos EUA uma eleição não é uma consequência de um jogo de Monopólio, não é determinada por lançamentos de dados: resulta de uma sucessão e avaliação de factos, e os mais relevantes para a política norte-americana nos dois últimos anos foram relatados no Obamatório. Podemos não ir à RTP para o programa «Olhar o Mundo», à TVI para o «Combate de Blogs», à Rádio Europa para o programa «Descubra as Diferenças», nem sermos o «convidado da semana» no Delito de Opinião, mas provavelmente somos, como ficou comprovado na terça-feira passada, o melhor blog português dedicado exclusivamente à política e à sociedade dos EUA – porque demonstrámos estar mais em sintonia com o que lá efectivamente acontece(u).
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