quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Um sapato no jantar de Acção de Graças?

Em entrevista emitida na CNN a 15 de Novembro último, defendendo-se de acusações de hipocrisia que lhe foram feitas, entre outros, por John «Jeb» Bush, devido ao facto de colocar as suas crianças em escolas privadas ao mesmo tempo que faz a apologia do ensino público, Matt Damon afirmou que «comeria o meu sapato se ele pudesse nomear um Bush que alguma vez tivesse entrado (frequentado) (n)uma escola pública».
Porém, e «infelizmente»… sim, é verdade: um membro da família Bush esteve mesmo n(um)a escola pública. Aliás, até foi mais do que um: o próprio Jeb, o irmão George W., e as filhas deste, Barbara e Jenna, foram aluno(a)s em diferentes escolas não privadas do Texas, além de que a mãe daquelas, Laura, foi professora, e bibliotecária, num outro estabelecimento de ensino público. Pelo que se «aguarda» a todo o instante a confirmação de que Matt Damon cumpriu a sua «promessa» de comer um dos seus sapatos, de preferência o mais caro. Hoje, o jantar do dia de Acção de Graças (Thanksgiving) com a sua família poderia ser uma ocasião apropriada para tal. Uma peça de calçado seria sem dúvida um complemento – uma sobremesa? – original numa refeição previsivelmente recheada de pratos apetitosos, refinados e dispendiosos. Se o actor tiver dificuldades e/ou dúvidas sobre como degustar a «iguaria», pode recorrer ao exemplo e às «instruções» de um grande – talvez o maior – mestre do cinema. E, depois, para ajudar a engolir, Damon pode beber um café Nespresso, um produto que ele recentemente publicitou durante 20 segundos a um preço de três milhões de dólares, sem dúvida por sugestão do seu amigo George Clooney.    
Matt Damon não é, evidentemente, a primeira celebridade esquerdista a falar mais do que devia e a fazer promessas que dificilmente poderia cumprir… ou, por outras palavras, a fazer figuras tristes. Bill Maher, em Janeiro deste ano, declarou que ofereceria cinco milhões de dólares a uma instituição de caridade escolhida por Donald Trump se este provasse que não é filho de um orangotango. Resultado? O magnata apresentou a sua certidão de nascimento e meteu um processo em tribunal ao «cómico» depois de se tornar evidente que aquele não honraria a palavra dada… Não satisfeito com o «susto» que então apanhou, Maher, qual maníaco compulsivo que não consegue controlar-se, disse na semana passada que, quando Ronald Reagan foi eleito presidente pela primeira vez, «Sarah Palin tinha pouco mais de 16 anos, estava provavelmente grávida, mas ainda na terceira classe». Das três «asserções» só a primeira está certa…  
Todos os liberais «progressistas» norte-americanos partilham em política, como tem sido aqui exaustivamente e concludentemente comprovado, uma predilecção pela fantasia, pela ficção, e uma aversão aos factos, mas essas características são particularmente evidentes, como não podia deixar de ser, nos da Califórnia e de Hollywood. Não são só Damon e Maher. Harvey Weinstein acredita que não é Barack Obama que é embaraçoso mas sim o país. Jeffrey Katzenberg, outro produtor que é também admirador do actual presidente, vai ao ponto de se (tentar) imiscuir na próxima eleição para senador pelo Kentucky, contribuindo ele próprio, e pedindo os contributos de outros, para a opositora democrata de Mitch McConnell! Vale a pena ler os comentários neste artigo do Hollywood Reporter sobre o assunto …
Barack Obama agradece a adulação e o apoio que recebe na Costa Oeste voando regularmente até lá… para angariar mais dinheiro para os seus «camaradas» (só esta semana foram mais dois «peditórios» e uma «visita presidencial» à Dreamworks de… Katzenberg!) e para «engarrafar» ainda mais o trânsito já de si difícil de Los Angeles e dos arredores. Jimmy Kimmel salientou isto mesmo, acrescentando que o Sr. Hussein, que é capaz de «transformar (o Oeste de LA) no equivalente, em tráfego, do sítio do “ObamaCare”», é como «um estudante universitário que só vai a casa para lavar a roupa e roubar restos do frigorífico».
Não há notícias de problemas causados por George W. Bush e pela esposa quando se deslocaram, na semana passada, à «cidade dos anjos» para participarem no «The Tonight Show» com Jay Leno. A audiência não só não atirou sapatos ao anterior presidente como, pelo contrário, o aplaudiu bastante. 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Desmistificar JFK

(Uma adenda no final deste texto.)
Hoje assinalam-se (é incorrecto, e até insultuoso, dizer «celebram-se» ou «comemoram-se») os 50 anos da morte – do assassinato – de John Kennedy. Não têm faltado, nas últimas semanas e especialmente hoje, e em todo o Mundo, todo o tipo de peças mediáticas sobre a vida, a obra, a carreira do 35º presidente dos EUA, quase todas, previsivelmente, laudatórias, entusiásticas, encomiásticas. Porém, a bem da verdade, mesmo que tenha de se ser iconoclasta e fazer de «advogado do diabo», impõe-se igualmente desmistificar JFK…
… Referindo, recordando, revelando, aspectos menos conhecidos e/ou menos agradáveis da sua biografia. Antes de mais, e inevitavelmente, o facto de ter sido um adúltero inveterado e impenitente; mas também o de ter manifestado, durante a juventude, simpatia para com Adolf Hitler, o Partido Nacional socialista alemão e o nazismo; e de a sua eleição em 1960, com uma victória sobre Richard Nixon, ter estado envolvida em suspeitas e em irregularidades. Não faltou quem, posteriormente, desvalorizasse os fracassos e valorizasse os sucessos dos seus (menos de) três anos enquanto presidente, enfim, quem tentasse reescrever a História. No entanto, a verdade é que ele, como democrata, pouco ou nada teria a ver com os seus «camaradas de partido» de hoje: era a favor da diminuição de impostos (que efectuou) e de uma política externa e de defesa intervencionista (autorizou o ataque da «Baía dos Porcos» a Cuba e iniciou a presença norte-americana no Vietname), além de que, sendo católico, nunca concordaria com o aborto e com o «casamento» entre pessoas do mesmo sexo. E, para «cúmulo», foi membro da National Rifle Association!
Em última análise, John Kennedy acaba por destacar-se favoravelmente quando comparado com outros «grandes» presidentes democratas do século XX. Woodrow Wilson não só introduziu o imposto sobre o rendimento mas também, o que foi muito mais grave, practicamente anulou as políticas de integração racial e de não discriminação implementadas após a guerra civil. Franklin Delano Roosevelt não só dificultou, com o «New Deal», a efectiva recuperação económica do país após a Grande Depressão, mas também, o que foi muito mais grave, autorizou a construção de campos de concentração nos EUA e o internamento neles de cidadãos nipo-americanos; há inclusivamente quem alegue que ele era um anti-semita que não fez tudo o que podia e devia para salvar os judeus europeus. Harry Truman autorizou o lançamento de bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki – ou seja, sobre (duas) cidades, sobre populações civis. Isto quanto aos antecessores «azuis» de JFK. Quanto aos sucessores: Lyndon Johnson, para além de continuar a ser acusado, por alguns, de ter sido cúmplice ou até mandante no assassinato de Kennedy (e culpado de muitos outros crimes, incluindo corrupção, fraude eleitoral e outros homicídios), instituiu o conjunto de medidas contra a pobreza conhecido como «Grande Sociedade» que, pelo contrário, muito viriam a prejudicar as famílias afro-americanas; Jimmy Carter, que «evoluiu» de racista sulista «convencional» para adversário de Israel e apologista de palestinianos e outros muçulmanos; e Bill Clinton, que, pior do que ter dado várias «facadas no matrimónio» com Hillary, também teve o seu quinhão de escândalos, e não apenas de índole sexual. Tendo em consideração tudo isto, toda a história (mais ou menos) recente do país, mais ridículo se torna falar dos «escândalos» dos republicanos, e em especial, e repetidamente, de Watergate. Muito antes deste, e como ficou claramente demonstrado, a América já perdera a sua «inocência».
Entretanto, Barack Obama muito se tem «esforçado» por ser um «membro» de pleno direito do «clube azul da infâmia», através da suas sucessivas tentativas de destruição por dentro… perdão, de «transformação fundamental» dos EUA. Nesse processo ele não tem qualquer pudor em evidenciar as suas preferências, as suas prioridades… partidárias. A 19 de Novembro não teve tempo para se deslocar a Gettysburg, na Pensilvânia, e homenagear Abraham Lincoln nos 150 anos do famoso «address»; mas teve tempo no dia seguinte – e 48 horas antes da data exacta! – para ir ao cemitério de Arlington, na Virgínia, para homenagear John Kennedy a propósito dos 50 anos da morte daquele. Confirma-se o que eu escrevi: para o Sr. Hussein o comportamento é diferente consoante se tenha um «D» ou um «R» a seguir ao nome.
A circunstância, e a coincidência, de duas efemérides tão importantes terem ocorrido com tão poucos – dois! – dias de intervalo poderia ter constituído uma excelente oportunidade para o actual presidente promover a unificação do país. Todavia, ele prefere fomentar a desunião – os exemplos disso têm-se acumulado desde que tomou posse – e o diferente respeito para com dois antecessores já nem é o mais recente. A decisão, ontem, dos democratas do Senado, liderados por Harry Reid, de alterar regras, e uma tradição, com mais de 200 anos, ao eliminarem (com hipocrisia porque no passado criticaram esta hipótese) a possibilidade de «filibuster», ou seja, a necessidade de haver uma maioria qualificada (mais de 60 votos) para determinadas decisões, e substituindo-a por uma maioria simples, é, mais do que um atentado, do que um «tiro» à/na Constituição, uma autêntica declaração de guerra à oposição.
(Adenda - Ainda sobre John Kennedy, ler este artigo de Miguel Castelo-Branco.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Matar Lincoln, outra vez

Hoje assinalam-se os 150 anos do denominado «Gettysburg Address», discurso, ou dedicatória, que Abraham Lincoln proferiu aquando da inauguração do cemitério onde foram enterrados os soldados que pereceram na batalha da guerra civil norte-americana travada, em 1863, na cidade com o mesmo nome, na Pensilvânia. Apesar da sua brevidade (menos de 300 palavras em menos de cinco minutos), é uma das mais famosas, influentes e notáveis peças de oratória da história dos Estados Unidos da América, contendo a famosa expressão «um governo do povo, pelo povo e para o povo», e está reproduzida integralmente numa das paredes do memorial em honra do 16º presidente em Washington.
Naturalmente, a efeméride foi evocada condignamente hoje, e a sua preparação já se prolongava há algum tempo. Porém, uma ausência marcou a cerimónia: a do actual presidente dos EUA. Aliás, há pelo menos mais de uma semana que se sabia, que estava anunciado, que Barack Obama iria faltar. O que não deixa de ser surpreendente em alguém que, mais do que uma vez, afirmou admirar Abraham Lincoln, e até utilizou (jurou sobre) o exemplar da Bíblia daquele nas duas vezes em que tomou posse. Logicamente, o Nº 44 não pode alegar ignorância da data – os assessores encarregados da agenda, se competentes, avisariam com a antecedência necessária; nem falta de mobilidade – o Sr. Hussein não hesita em viajar no Air Force One regularmente, quantas vezes em férias e/ou para iniciativas partidárias de angariação de fundos. Mais: ele foi uma de 61 «celebridades» que participaram, lendo as famosas palavras, na filmagem de um documentário sobre o tema, pelo que não restam quaisquer dúvidas de que ele sabia perfeitamente que o grande dia se aproximava!
É por tudo isto que a «desculpa» que veio hoje da Casa Branca se torna ainda mais ridícula: ele não foi por causa dos problemas com o «ObamaCare» e com o sítio na Internet respectivo! Na verdade, não foi a Gettysburg porque achou mais importante ocupar este dia encontrando-se com senadores para tentar que o Congresso não imponha mais sanções ao Irão, onde vigora um regime obscurantista e terrorista – ou seja, uma atitude contrária ao «espírito» do discurso do seu antecessor de há século e meio! No entanto, e em última análise, o motivo principal da sua não comparência poderá, provavelmente, ser este: Abraham Lincoln era republicano, e o seu opositor Jefferson Davis, líder da Confederação, cujo exército foi derrotado em Gettysburg, era democrata. Elogiar, homenagear o «honesto Abe» só não deslustra um «azul» quando não está em causa uma comparação imediata e inequívoca entre as «partes», e, em simultâneo, a celebração de uma e a condenação de outra. Que foi o que aconteceu também no evento de hoje. Barack Obama mais não fez do que confirmar de que «lado» é que está: daquele dos esclavagistas, dos segregacionistas, dos racistas; enfim, do seu partido. Reconheça-se-lhe a «coerência».
Não se está a afirmar que (algum)as pessoas não podem mudar, que não haja arrependimentos, correcções, mudanças de opinião, de posição. Mesmo que tal leve muito tempo… leve anos. Muitos. 150 anos, no caso do jornal Patriot News (antes The Patriot & The Union) de Harrisburg (cidade próxima de Gettysburg), que este mês, e finalmente, assumiu que errou, e por isso pediu desculpa, por em editorial da edição de 24 de Novembro de 1863 ter criticado e desvalorizado o discurso de Abraham Lincoln. No entanto, aquele periódico não deixou de, em 2012, apoiar Barack Obama e apelar à sua reeleição. Aparentemente, há ali uma «tradição» - de más avaliações – que é para manter…
Todavia, pior do que o jornal The Patriot News, comportou-se – e ainda se comporta – a Universidade de Illinois Nordeste, em Chicago, que tem num dos seus edifícios uma placa em que se afirma que o presidente Abraham era «democrata». Não se trata só de uma falsificação, de um revisionismo da História; trata-se de um vil, reles, insulto. É como que, simbolicamente, matar Lincoln, outra vez. Já chegou a primeira, a verdadeira, em 1865; em que o assassino foi John Wilkes Booth… um democrata.  

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Criminosos convictos

Charles Krauthammer tem a sua própria definição do que, na sua opinião, é um liberal: alguém que «não só repete um programa falhado como o torna universal» (o «ObamaCare» é um «bom» exemplo disso). É uma definição que parece derivar de uma outra, famosa, de Ronald Reagan, sobre a atitude do governo – ou, mais especificamente, de um governo de esquerda – perante a economia: «Se algo se move, taxem-no. Se continua a mover-se, regulem-no. Se parar de se mover, subsidiem-no.» 
Se mudarmos o enfoque dos assuntos económicos e sociais para as atitudes, poder-se-ia adiantar outra designação de um liberal: alguém que atribui a conservadores os maus comportamentos que só ele próprio é que tem. Numa palavra: projecção. Já por mais de uma vez foi referido no Obamatório a tendência que os democratas têm de (quase) «chamar a polícia» por causa de atrocidades, crimes e outros desastres alegada e deliberadamente cometidos por republicanos, quando na verdade são eles que contam nas suas fileiras com vários e notórios indivíduos que se colocam à margem da lei, já com cadastro ou em vias de o ter. Os exemplos de ambas as instâncias não param de se acumular, e eis mais alguns…
… E pode-se começar com Nancy Pelosi – sempre ela! – a afirmar que os republicanos querem «coleccionar os escalpes de idosos como troféus»; a seguir, Jan Schakowsky, que por sua vez acusou aqueles de terem «votado em cortes na despesa que literalmente tirarão comida das bocas de crianças esfomeadas» (a «crueldade» do GOP abrange todas as faixas etárias); Steny Hoyer, para quem as tácticas negociais dos republicanos são como «tomar o vosso filho como refém» (os mais novos «não estão» em segurança com os conservadores); Alan Grayson (sim, o estupor da Flórida regressou ao Congresso), para quem as tácticas negociais dos republicanos são «terrorismo legislativo»; Jerry Nadler, para quem aqueles são como «bandidos dos anos 30» que não se incomodam, se não tiverem o que querem, em tomar como «refém toda a economia» (há, de facto, um «padrão» nestes «argumentos»); Nina Totenberg («jornalista» da NPR), segundo a qual os conservadores «querem encostar uma faca à garganta de Hillary Clinton»; Mike Malloy (doente mental com um programa de rádio), que «acusa» Rush Limbaugh de querer «abrir câmaras de gás (…), encostar pessoas à parede e executá-las (…), destruir crianças (fazendo delas) parceiras sexuais»; e Karen Finney, ex-directora de comunicações do DNC e «comentadeira» na MSNBC, que, numa demonstração definitiva de (inconsciente) ironia, acusou os «branquelas doidos da direita» de usarem uma «linguagem odiosa». Faço notar que nenhum destes oito nomes é o de um cidadão comum que comenta num qualquer sítio na Internet, e os cinco primeiros são de representantes, enfim, deputados, políticos com elevada notoriedade e influência.
De qualquer forma, não há dúvida de que os esquerdistas não seguem o «apelo» de Barack Obama, lançado no seu discurso de inauguração a 21 de Janeiro, de se parar com o hábito de «chamar nomes» aos adversários políticos. Mas que motivação têm eles para isso quando é o próprio Sr. Hussein a dar o (mau) exemplo? Não esqueçamos que ele afirmou que os republicanos não se importam que os americanos tenham «ar e água mais sujos» e que as «crianças com autismo e Síndroma de Down fiquem entregues a elas próprias». Posteriormente, insinuou que o GOP, na sua ânsia de proteger os ricos, está preparado para «infligir mais dor à classe média» e deixar os socorristas sem meios de resposta… Quem acreditar em todas estas balelas pode perguntar-se como é que os republicanos, se são pessoas tão más (péssimas!) e desprezíveis, não só ainda não foram presos mas também continuam a concorrer a, e a ganhar, eleições? Aliás, e segundo Chris «a mais estúpida de 2012» Matthews (doente mental com um programa de televisão), a partir de agora as victórias do GOP em votações só serão possíveis através da fraude.
Mais uma vez… projecção: de facto, são os democratas que costumam adulterar resultados eleitorais, e uma das recentes «protagonistas» dessa práctica chama-se Melowese Richardson, que, no último plebiscito presidencial, terá votado não «apenas» duas vezes, como chegou a admitir (!), mas sim seis vezes (!!) em Barack Obama! Ao mesmo tempo, a victória de Patrick Murphy sobre Allen West suscitou muitas suspeitas de irregularidades. E assim como há os «azuis» que preferem… adicionar votos, há outros que preferem… subtrair dinheiro. Destes, o maior destaque vai para Jesse Jackson Jr., ex-representante pelo Illinois, que admitiu perante um juiz ser culpado de, durante sete anos, ter desviado cerca de 750 mil dólares de fundos de campanha para despesas pessoais; poderá passar cinco anos na prisão. Também em Chicago, William Beavers foi julgado também por desvio de fundos partidários e evasão fiscal. Há ainda Ray Nagin, ex-mayor de Nova Orleães, acusado de 21 crimes de corrupção; poderá passar 15 anos na prisão. Há Mary Landrieu, actual senadora pelo Louisiana (cujo irmão, Mitch, é o actual mayor de Nova Orleães), que, apesar de apelar a que se aumentem os impostos, devia mais de 1200 dólares em multas fiscais. Há Tyrone Freeman, que, já declarado culpado em julgamento, provavelmente não será um… homem livre nos próximos 180 anos (!), porque, enquanto dirigente da central sindical SEIU, apropriou-se de dinheiro das quotizações dos trabalhadores que representava. Há Maureen O’Connor, ex-mayor de San Diego, que gastou cerca de um bilião de dólares ao jogo (!), incluindo, ilegalmente, vários milhões de uma organização de beneficência criada pelo seu falecido marido. Mas que não se diga que a «redenção» não é possível: no ano passado, em Detroit, Brian Banks foi eleito como um dos representantes estaduais do Michigan, e o novo congressista conta no seu «currículo» com oito condenações por fraudes financeiras! É de admirar que a «motor city», com tantos «detritos», tenha sido considerada pela Forbes a «cidade mais miserável dos EUA»? E isto antes de ser declarada falida!
Porém, diga-se em abono da verdade que já é muito bom quando os democratas se limitam a caluniar, difamar, insultar, a não pagar o que devem e/ou a roubar e/ou a falsificar eleições; efectivamente, o pior é quando passam para o assédio sexual, a agressão, o rapto, a violação e até para o homicídio. Exemplos nestas «categorias» serão dados aqui proximamente, e incluem um dos mais (tristemente) célebres assassinos em série dos EUA que foi um orgulhoso – e eleito! – democrata! Seja em palavras ou em actos, latentes ou declarados, os democratas são criminosos convictos (percebem? «Convictos» por convicção mas também «convicted», condenado…;-)) Aliás, nunca é demais recordar que os seus crimes vêm de longe, da escravatura, do Ku Klux Klan, da segregação. O Partido Democrata é a maior e a mais antiga organização criminosa do país… sim, mais do que a Máfia.
Barack Obama afirmou este ano que, se fossem concretizados os cortes orçamentais através da chamada «sequestração» de que ele acusou os republicanos de serem culpados (mas que, na verdade, constituiu uma proposta sua), haveria a possibilidade de, entre outras consequências, muitos criminosos deixarem de estar… sequestrados, e serem soltos. Se tal de facto acontecesse, o mais provável seria que entre eles estivessem muitos «camaradas» de partido do Sr. Hussein. Actuais ou futuros: Janet Napolitano chegou a garantir que teria que libertar (mais) imigrantes ilegais devido à «sequestração». Uma «secretária da Segurança Doméstica» a ver-se «forçada» a soltar criminosos por causa de uma inexistente, ou insignificante, redução de verbas? Com os democratas todos os contra-sensos, todos os paradoxos, são possíveis.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Escândalos à escolha (Parte 3)

(Três adendas no final deste texto.)
Indo directamente ao assunto (principal), ao que (mais) interessa, sem «preliminares» nem rodeios: a CGI, empresa que obteve a empreitada, a que foi atribuído o projecto de produzir o sítio healthcare.gov, a partir do qual todo o processo de aplicação do Affordable Care Act, ou «ObamaCare», se inicia, tem como vice-presidente Tony Townes-Whitley, uma amiga e ex-colega de universidade de Michelle Obama; as duas, enquanto estudantes, estiveram envolvidas em actividades radicais, promovendo a visita de um extremista palestiniano e entrando em conflito com colegas judeus; já adultas, ambas (re)encontraram-se na Casa Branca com os respectivos maridos.    
Mesmo que o sítio tivesse funcionado bem desde o início, que nunca tivesse registado os muitos e graves problemas que o têm de facto afectado, isso em nada diminuiria a gravidade desta «ligação perigosa» que agora foi revelada. Os mais «ingénuos», e/ou os aduladores habituais e impenitentes, poderão dizer que tudo não passa de uma coincidência. Porém, eles que respondam a esta pergunta: por que motivo a tarefa foi entregue a uma companhia canadiana – ainda por cima com um «mau currículo», que inclui uma gestão deficiente dos fundos de apoio às vítimas do furacão Sandy – em vez de para uma das várias e excelentes, com provas dadas, empresas norte-americanas de alta tecnologia? E, para cúmulo, por «ajuste directo», sem concurso público? Tal como no famigerado «caso Solyndra», estamos perante mais um exemplo de «crony capitalism», em que amigos, apoiantes e/ou familiares são agraciados como compensação pela sua fidelidade e/ou por «serviços prestados». Numa palavra: corrupção.
Este (novo) escândalo, mais um de muitos a conspurcar Barack Obama e a sua administração, mais não é, no entanto, do que uma parte de outro escândalo maior que é… a própria lei, o próprio «ObamaCare», a sua forma e conteúdo, como foi elaborado, apresentado, votado e implementado. E nesse processo ressalta neste momento, e com cada vez maior evidência, não apenas a incompetência de Kathleen Sebelius, secretária da Saúde e dos Serviços Humanos, (ir)responsável nominal pelo programa, e que, enquanto governadora do Kansas, acumulara um «cadastro» pessoal deplorável em termos de gestora de projectos de tecnologias de informação que a desaconselharia para o cargo e para a função; ressalta principalmente a enorme mentira que o próprio presidente repetiu dezenas de vezes: a de que «se gostar do seu plano de saúde poderá mantê-lo». Milhares, milhões de norte-americanos sabem agora que tal não é verdade, ao receberem cartas das suas seguradoras avisando-os de que as suas apólices foram canceladas – e as que são propostas em substituição são muito mais caras. Uma vez mais, os «suspeitos do costume» poderão dizer que ele não sabia, que exagerou, que é daquelas coisas que se dizem para ganhar eleições… Todavia, também se sabe agora que estudos, estimativas, projecções, do governo federal já avisavam para a possibilidade de muita gente ficar sem a protecção que escolhera. Até Bill Maher e Clarence Page concordam que ele não disse, deliberadamente, a verdade.
E que faz Barack Obama? Reconhece que errou? Que mentiu? Não, pelo contrário, insiste e insulta mais, novamente, de maneira diferente, os seus compatriotas. Agora ele (e os seus comparsas) culpa(m), além dos republicanos(!), não só as companhias de seguros – que foram obrigadas a mudar as apólices existentes porque não cobriam todas as exigências estipuladas (e estúpidas) pelo ACA (como idosos a terem de pagar por concepção e maternidade) – mas também os próprios cidadãos que informam, denunciam e se queixam de que os seus seguros, que eles escolheram, que eles queriam, foram anulados; eles, segundo o Sr. Hussein, é que estão a «enganar exageradamente» («grossly misleading»)! Entretanto, o «if you like your plan you can keep it» - porque, afinal, «no, they can’t» - foi alterado, «actualizado», para «just shop around in the new marketplace». Aliás, ele alega que nem fez aquela promessa… tal como a fez: havia um «se»… que mais ninguém ouviu, a não ser ele! Isto já é mais do que completo descaramento, do que não ter qualquer vergonha na cara; é, como diz Charles Krauthammer, «viver num universo (paralelo) em que a retórica se sobrepõe à realidade»; o mesmo acontece com alguns «jornalistas» que insistem que a actual administração é «livre de escândalos»!
O «ObamaCare» tem pelo menos a «vantagem» de dar uma nova – e correcta – perspectiva do recente shutdown do governo federal. Recorde-se que os republicanos foram – aliás, continuam a ser – acusados de encerrar o governo… o que não é verdade. Mas, fossem ou não, nesse processo o seu objectivo era que não se implementasse, primeiro, e que não se financiasse, segundo, o «ObamaCare»; depois, queriam apenas adiar o mandato individual, isto é, a obrigação de inscrição/aquisição de seguro de saúde sob pena de se pagar uma multa; enfim, os «malandros» dos «elefantes» foram vencidos e lá se «reabriu» o governo – na verdade, nunca esteve fechado – e o Affordable Care Act seguiu o seu curso. Só que este revelou-se, obviamente, um desastre. De dimensões colossais. Com um custo – ou seja, desperdício de dinheiro – no valor, para já, de um bilião de dólares… por um sítio na Internet! A enorme anedota – de mau gosto, sem graça – que é o ACA (só a designação «affordable» já é uma piada) conseguiu ser mais ridícula do que um sketch do «Saturday Night Live», em que se acertou no número de pessoas inscritas no primeiro dia: seis! E agora, ironia das ironias, são vários os democratas que, aparentemente, estão a transformar-se em tea partiers «racistas, extremistas e raptores» ao quererem, também, o adiamento da entrada em vigor da lei! O «problema» é que todos os «burros» votaram, antes, contra todas as tentativas de adiamento propostas pelos republicanos…
A nível interno, é a acelerada desagregação: como se não bastasse a catástrofe que é o «ObamaCare», o Nº 44 e os seus cúmplices têm de se haver com novas revelações, reportagens, relatos, relativos a outros escândalos, como (a reacção ao ataque a) Benghazi e o (tratamento discriminatório dado a organizações conservadoras pelo) IRS – como eu já referi antes, são «a morte e os impostos», os dois mais graves, mais revoltantes, a comprometerem a actual administração. A nível externo, e como admitiu Jon Stewart depois de mais algumas sessões pueris de ataque ao GOP, «todos nos odeiam». O que está longe de ser um exagero, se «somarmos» aos ataques com drones as escutas realizadas em diversos países, incluindo a chefes de Estado de países aliados… e até o próprio Papa! Nem a Arábia Saudita quer mais ter um relacionamento diplomático privilegiado com a América de Obama! Que é feito da ideia, da promessa «obamista» de que o Mundo iria gostar mais dos EUA depois da saída de George W. Bush? Onde isso já vai…
Como realçou Bill O’Reilly, há um padrão no comportamento de Barack Obama e da administração: face a vários erros e escândalos, ele promete quase sempre que vai investigar a fundo, que as responsabilidades serão atribuídas… o que nunca acontece. O que, em última instância, pode dar – e tem dado – origem a todo o tipo de abusos. Ou, numa palavra, ao socialismo. E acaso é credível a «teoria» de que ele nada sabe, ou que é o último a saber? A mais bem-humorada síntese deste estado de coisas talvez tenha sido dada por Jay Leno: a melhor solução seria colocar os técnicos da NSA a gerir o «ObamaCare» e o sítio healthcare.gov… porque, afinal, eles já têm todas as informações sobre toda a gente!
(Adenda – O «problema» com os escândalos é que, quando começam a afectar determinado indivíduo ou instituição, parecem replicar-se, multiplicar-se. E com Barack Obama e a sua administração, com o Partido Democrata, as «broncas» não têm fim. Eis mais uma: 100 mil dólares foram pagos por ajuste directo à SS+K, uma empresa de comunicação onde trabalham antigos colaboradores do presidente, pela concepção e consecução do programa «Let’s Move». É outra «prenda para amigos» que, porém, parece insignificante quando comparada com mais uma alteração ao ACA para que os sindicatos não sejam (tão) prejudicados pelas taxas inerentes ao «ObamaCare», cujos respectivos sete «factos devastadores» podem agora ser enunciados. Entretanto, mais uma prova surgiu de que o Sr. Hussein mentiu conscientemente quando garantiu que quem quisesse manter o seu seguro de saúde o poderia fazer: numa reunião em 2010 com congressistas republicanos admitiu que entre oito a nove milhões de pessoas teriam de alterar a sua cobertura. Já Max Baucus, senador democrata, parece querer juntar-se aos «extremistas, inimigos domésticos e terroristas», pois sugeriu que o sítio healtcare.gov fosse fechado… sim, «shut it down»!)
(Segunda adenda – David Limbaugh pergunta: quem cometeu a maior fraude, Barack Obama ou Bernard Madoff? A resposta é indiscutível… Entretanto, na MSNBC e no New York Daily News continua a demonstrar-se que os seus «jornalistas» se integrariam perfeitamente na televisão da Coreia do Norte.)
(Terceira adenda – Até já Bill Clinton critica abertamente Barack Obama, afirmando que o Nº 44 deveria «honrar o compromisso que fez» de os norte-americanos poderem manter o seu seguro de saúde se gostassem dele! E Kurt Schrader, representante democrata pelo Oregon, considera que o presidente «enganou exageradamente» («grossly misleading») os seus compatriotas; falta pouco para lhe chamar «mentiroso». Entretanto, Sean Hannity perguntou a Ellen Qualls, ex-conselheira do Sr. Hussein e de Nancy Pelosi, e que duvida da qualidade das apólices canceladas, se ela é ou não «pró-escolha».) 

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Tirar as «máscaras»

Já há algum tempo que deixei de me irritar com o branqueamento que, em Portugal, alguns (bastantes) fazem – ou tentam fazer – dos erros, fracassos, incompetências, e, porque não dizê-lo, crimes da presidência de Barack Obama. Agora, quase me limito a rir.
Nas últimas semanas, então, o ridículo tem atingido novos cúmulos: há quem não pare de mencionar a «divisão» no Partido Republicano, as «derrotas» – reais ou imaginárias, presentes ou previstas – dos republicanos, o «extremismo» do movimento Tea Party e dos seus membros. «Convenientemente», referem-se umas notícias mas omitem-se outras, divulgam-se umas sondagens mas «esquecem-se» outras, mostram-se umas caricaturas e escondem-se outras. Ou, para se (tentar) fingir que neste momento não existem (cada vez mais) escândalos que afectam o «ídolo», resolve-se «fugir para a frente»… literalmente, falando dos possíveis candidatos presidenciais para 2016! Porque, «de facto», nada de mais premente, de mais relevante, há para falar! Há até quem seja pago (que bom!) por um trabalho semanal de propaganda sob a capa de informação.
Hoje, após mais um dia de Halloween, mais uma «Noite das Bruxas» nos Estados Unidos da América, poderia ser uma boa altura para muitas pessoas decidirem tirar as «máscaras» e assumirem-se, neste âmbito, como de facto são, ou seja, adeptos apaixonados incapazes de um módico de profissionalismo e de honestidade intelectual. Nas três estações de televisão portuguesas – que representam como que a ABC, a CBS e a NBC «tugas» (a falta que faz cá uma «Fox News», e não só para o noticiário internacional…) – pululam esses adeptos. A SIC, em especial, que hoje mostrou imagens de Barack Obama e da família a confraternizarem com convidados na Casa Branca entre abóboras, doces e adereços mais ou menos fantasmagóricos… mas que também não costuma mostrar os «esqueletos no armário» que abundam na actual presidência, atingiu no passado dia 2 de Outubro uma marca «notável» de baixo nível. Nessa data o Primeiro Jornal do terceiro canal apresentou uma peça sobre o recente shutdown do governo federal, e alegou-se, na introdução, que o GOP recusava o financiamento dos serviços públicos (mentira) e, mais incrível ainda, que era, é, «contra a prestação de cuidados de saúde aos mais necessitados»! Que «monstros»! E, evidentemente, não faltou Obama em discurso directo, mas nenhum representante do PR apareceu a falar. Parece que em Portugal os republicanos (norte-americanos) substituíram no imaginário os comunistas, de quem se dizia que comiam criancinhas ao pequeno-almoço!
Na verdade, do outro lado do Atlântico está em curso, desde que o Sr. Hussein tomou posse, uma (tentativa de) «caça às bruxas», em que quem é conservador se arrisca a ser «queimado na fogueira»… da calúnia e da discriminação. Já não são só os insultos, e as ameaças ou os desejos de morte: agora também se promovem petições exigindo que aqueles de quem se discorda ideologicamente, e que exercem democrática e legalmente os seus direitos e prerrogativas de opinião e de oposição, sejam presos e julgados por «sedição»! Os democratas estão a transformar os EUA num «filme de terror»; está mais do que na altura de lhes fazer frente e de parar com estas «fitas».         

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Ele que vá para Guantánamo!

O «Grande Só-Cretino» voltou à primeira linha da actualidade portuguesa devido ao lançamento de um livro seu e à entrevista que deu ao jornal Expresso para o promover… e para promover-se. Mas será que teve mesmo sucesso? Que alcançou o objectivo a que se propunha?
Provando, mais uma vez, e como se isso fosse necessário, que não mudou, que não aprendeu com os erros (ou pior do que isso) que cometeu, que não se arrepende do que fez, que não se responsabiliza pelo estado degradante – aos níveis financeiro, social, cultural, moral – a que conduziu Portugal, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa não se conteve, não se controlou, e, além de mandar as culpas para os outros, ainda teve o desplante de insultar opositores políticos internos e um (ex-) ministro estrangeiro! Ou seja, voltou a demonstrar que tem muito em comum com… alguém do outro lado do Atlântico. O «menino de ouro» devia estar a ver-se ao espelho: dificilmente haverá um «bandalho» e um «pulha» maior do que ele, dificilmente haverá um «estupor» e um «filho da mãe» pior do que ele.  
Mário Soares, em mais uma das suas várias e recentes demonstrações de estupidez senil, ou de senilidade estúpida, afirmou que o actual governo tem «delinquentes». Porém, e ironicamente, o maior «delinquente governativo» dos últimos 25 anos (pelo menos) em Portugal esteve ao seu lado ontem no Museu da Electricidade, embora devesse estar a ser julgado em tribunal; e, ainda mais ironicamente, também teve ao seu lado aquele que, se não é o maior «delinquente governativo» do Brasil, pelo menos rodeou-se de vários. Como é «enternecedora» a fraternidade socialista luso-brasileira, ou europeia-sul-americana! Para a confraternização ser completa só faltou desenterrar o cadáver do camarada Hugo Chávez e despachá-lo de Caracas para Lisboa!
No entanto, tão ou mais ridícula do que a «assembleia» de 23 de Outubro último é o livro que lhe esteve na origem, que lhe serviu de pretexto. Só faltava que o «maçador de Vilar de Maçada» viesse armar-se em especialista! E de quê? De «tortura em democracia», tema e subtítulo do seu livro «A Confiança no Mundo», que resulta da sua tese de mestrado (terá sido enviada por fax a um domingo?) que realizou no Instituto de Estudos Políticos de Paris (não deixo ligação porque, primeiro, o grupo editorial Babel não actualiza o seu sítio há dois anos, e, segundo, porque tenho limites na divulgação de lixo). Tentativa óbvia, e patética, de «compensação» pelos alegados «voos da CIA por Portugal» que não conheceu ou não impediu enquanto era primeiro-ministro, a suposta «tortura» a que este desperdício de papel obviamente se refere principalmente é a técnica designada como «waterboarding», instituída, ou autorizada, pela administração de George W. Bush na sequência da «guerra ao terrorismo» iniciada há 12 anos.
Recordemos mais uma vez para o «Grande Só-Cretino» em particular, e para todos os portugueses em geral: se o «waterboarding» é (foi) «tortura», o que não é consensual, só foi aplicada, e muito bem, a três-terroristas-três, todos eles com culpas pelos atentados de 11 de Setembro de 2001 e/ou por outros ataques. Nenhum morreu na sequência daquela alegada «tortura». Pelo contrário, dos muitos ataques com drones ordenados por Barack Obama – com quem, volto a lembrá-lo, o «Zézinho» tem muitas semelhanças de atitude e de comportamento – resultaram muitas dezenas, ou centenas, de vítimas inocentes, de «danos colaterais», assim contribuindo – Malala Yousafzai admitiu-o e afirmou-o ao próprio Sr. Hussein, na Casa Branca! – para o recrutamento de mais terroristas; a Amnistia Internacional publicou um relatório sobre o assunto, em que acusa a actual administração de crimes de guerra! Não seria bem mais interessante um livro sobre este tema? Ou sobre a vigilância que, suspeita-se, a NSA tem estado a fazer das comunicações de Angela Merkel e também – o que é pior, pois são «camaradas» - das de François Hollande e de Dilma Rousseff? Ou sobre as escutas, pressões, ameaças e acusações dos democratas a jornalistas, da Associated Press e da Fox News, e também – soube-se esta semana – da CNN? Nesta área, e pela experiência que acumulou contra, nomeadamente, o Público e a TVI, José «Trocas-te» é um autêntico especialista.     
Todavia, onde sem dúvida o seu próximo projecto académico deveria ser baseado e melhor aproveitado é em Guantánamo. Ele que vá para a base militar/prisão norte-americana em Cuba, em solidariedade com as «vítimas» de «tortura»! Que proceda a uma observação participante – nas celas, nos balneários, no refeitório – com os «pacíficos» muçulmanos lá «hospedados», que, «coitados», dispõem provavelmente de mais comodidades, luxos e prerrogativas do que muitos de nós! Mas atenção: se daí resultar uma tese de doutoramento, ele que não a escreva em «inglês técnico»!
Voltando ao título do livro: «confiança» é o que este traste não merecia, e não merece; «tortura» é o que ele nos deixou, neste país, e todos os dias. (Também no Octanas.)

sábado, 19 de outubro de 2013

Vão se f*d*r! ;-) (Parte 3)

(Uma adenda no final deste texto.)
É incorrecto, e até injusto, considerar que John Boehner foi o (maior) «derrotado» no confronto político-partidário das últimas duas semanas, que teve no denominado shutdown, isto é, o encerramento (parcial) do governo federal, a sua expressão mais visível – e que, entretanto, já terminou, após (mais) um (deficiente) acordo delineado no Senado; e que, pelo que aconteceu, o representante do GOP pelo Ohio deveria demitir-se do seu cargo, prescindir da sua posição de speaker.    
Se John Boehner, à semelhança de outros republicanos tidos (talvez também incorrectamente e injustamente) como «moderados» e até «RINO’s» – no Congresso, e não só – tem algum «problema», é (ainda) pensar, acreditar, que «do outro lado» estão pessoas com (um mínimo de) honra e de sensatez. Mas não. Com muito poucas excepções (Joe Manchin é uma, Dennis Kucinich foi outra), não se está a lidar com pessoas normais mas sim com autênticos corruptos e criminosos que, enquanto cobram mais impostos e contraem mais dívidas para gastar sem qualquer controlo, assim aproximando os EUA cada vez mais da falência financeira, promovem a vigilância, a perseguição e a discriminação dos seus compatriotas (através do DoJ, do IRS, da NSA) e enviam armas para terroristas estrangeiros, quer sejam traficantes de droga no México ou fundamentalistas islâmicos na Líbia e na Síria. E àqueles que eventualmente disserem que o «Partido Democrata mudou», que «antes não era assim», eu recordo que este é o mesmo partido da escravatura e da segregação, cujos membros comercializavam, usavam, desqualificavam, torturavam e matavam outros seres humanos. Portanto, há como que uma «continuidade na malignidade»; esta tem assumido outras formas, outras funções, outras finalidades. Mike Lee, Rand Paul e Ted Cruz, entre outros, já perderam quaisquer ilusões – se é que alguma vez as tiveram – sobre a hipotética «civilidade» por parte dos «azuis».      
Não que John Boehner não seja capaz de tomar atitudes de força, corajosas, de falar «forte e feio», de ser duro quando é preciso. Durante esta última disputa (ou)vimo-lo a vituperar os democratas no Senado por não tomarem a iniciativa e por não trabalharem ao domingo (ao contrário da Casa), e Barack Obama por a sua atitude arrogante em nada ajudar à resolução dos problemas. E não se deve esquecer que o speaker, há quase um ano e num confronto semelhante, terá dito a Harry Reid para se ir f*d*r! O líder da maioria democrata no Senado continua, aparentemente, a querer ouvir novamente a mesma… sugestão, porque, como habitualmente, não «poupou» nas provocações: desde «decidir» que não havia necessidade de negociar com os republicanos até declarar que, daqueles, preferia os «razoáveis como John McCain», passando por sugerir a todos que «arranjem uma vida e falem de outra coisa» (para além do «ObamaCare»). Não contente com todas estas atoardas, deu uma entrevista ao Huffington Post em que diz que Ted Cruz é um «bobo da corte» («laughingstock») e que David Vitter «não joga com o baralho todo». Entenderá Reid o conceito de «projecção»? Bill O’Reilly sugeriu que se deveria pegar no «manda-chuva burro» do Senado e «amarrá-lo a uma árvore no Idaho e deixá-lo lá estar umas semanas para que ele não fale mais», mas isso seria muito prejudicial à árvore e a toda a zona envolvente, que poderia ficar irremediavelmente poluída…     
Na verdade, e isso não é novidade, Harry Reid e todos os outros democratas mais não têm feito, no que respeita a insultar os adversários, do que «glosar os motes» lançados por Barack Obama. Que, depois de meses (aliás, anos!) a atiçar os ânimos, tem o atrevimento, a «lata», o descaramento de se apresentar como «professor» que vai ensinar e disciplinar os «alunos». A conferência de imprensa que ele deu na Casa Branca, a 17 de Outubro, e que constituiu essencialmente uma «celebração de victória» («de Pirro»), serviu igualmente para demonstrar, mais uma vez, e como se tal fosse necessário, que o Sr. Hussein é essencialmente, no fundo, um ditador do Terceiro Mundo. Não faltaram: os ralhetes a quem ouve, ou dá demasiada atenção, a activistas, bloggers, vozes da rádio (pelo menos aqueles que lhe são ideologicamente adversos, claro); a admoestação por o shutdown ter também colocado em risco a segurança de diplomatas – há que recordá-lo de que, quando o ataque ao consulado em Benghazi ocorreu, não havia shutdown; o lamento de que crises políticas como esta mais recente encorajam os inimigos do EUA – mas, pelos vistos, ele a pedir várias vezes ao presidente do Irão um encontro «não» encoraja, «obviamente», os inimigos; a explicação aos republicanos de que, se querem mudar de políticas, devem «vencer uma eleição» - «esquecendo-se» o Nº 44 de que eles, de facto, venceram uma grande (feita de muitas dezenas mais pequenas) para a Casa dos Representantes, pelo que, repito-o, têm toda a legitimidade para tentarem impor as suas ideias e não obedecerem, não se «renderem», ao «Querido Líder». 
Enfim, Barack Obama estava mesmo a pedir que alguém o mandasse fornicar-se a ele próprio, e com todas as letras. Talvez Jay Leno seja a pessoa indicada para isso, com a sua «campanha» intitulada «F U politicians» - começada aqui, continuada aqui. Aliás, já que o número de telefone do «ObamaCare» diz literalmente – embora em código – aos norte-americanos para se irem f*d*r, na Casa Branca não estão com certeza à espera que vão ficar sem resposta.
(Adenda – Há quem tenha tentado descrever a presidência de BHO em duas palavras. «Fucked up» não faz parte da lista.)

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Foram avisados

(Duas adendas no final deste texto.)
O passado dia 1 de Outubro não ficou apenas marcado pelo começo do denominado shutdown, o encerramento compulsivo (de parte) do governo federal – desejado, forçado e agravado pelos democratas na Casa Branca e no Senado; a data também passou a estar assinalada para a posteridade pelo início «a sério», efectivo, oficial, da implementação do «Affordable Care Act» ou, como é mais conhecido, «ObamaCare»…
… E, quase duas semanas depois, o «diagnóstico» é (bem) definido, embora (ainda) não definitivo: o processo, o sistema, é caótico, um fiasco, um fracasso, um desastre; agora, sim, cada vez mais pessoas estão a saber que vão ter que pagar mais – muito mais! – pelo mesmo; que se não quiserem aceitar as novas regras, obedecer à ordem do governo de comprar um seguro de saúde que podem não querer nem precisar, terão de pagar uma multa. A todos esses que só agora parecem estar a «acordar» para a nova realidade e estão espantados, e escandalizados, e queixam-se, e protestam, e não acreditam no que lhes está a acontecer… mas que em 2012 (voltaram a) votar(am) em Barack Obama, é de lhes dizer: foram avisados, desde 2009, e bastantes vezes. Não quiseram saber? Agora, aguentem!     
O sítio na Internet healthcare.gov para informações e inscrições – que custou 93 milhões de dólares segundo uma estimativa, e 634 milhões segundo outra! – não funciona bem, é confuso, é lento, tem falhas (glitches), avaria-se, e como que tem estado «parado para reparações» frequentemente. Ninguém na administração quer avançar com números oficiais de pessoas que já se inscreveram nas chamadas «exchanges»… porque, tudo o indica, esses números são baixíssimos. Congressistas democratas como os senadores Ben Cardin e Mark Warner a quem se pergunta se já leram as mais de dez mil páginas de regulamentos – oito vezes mais do que a Bíblia! – relativos ao ACA, ou não sabem ou recusam-se a responder… Significativamente, a referência a «free health care» (cuidados de saúde grátis) já foi apagada – é mais uma promessa de campanha de Barack Obama que se revelou uma mentira de governação, tal como a de que «se gosta do seu plano de saúde poderá mantê-lo (pelo mesmo preço)».
Entretanto, e confirmando a tendência que os democratas têm para serem «amigos do alheio» (adoram o dinheiro, e não só, dos outros), já desapareceram: 67 milhões de dólares do orçamento inicial (slush fund) de implementação do ACA; e 60 milhões de registos médicos na Califórnia, «subtracção» de que são acusados 15 agentes do IRS – entidade que, recorde-se, irá supervisionar a nova lei da saúde e que, como é agora do conhecimento (quase) geral, discriminou, perseguiu e puniu organizações conservadoras. Pois é, um sector vital dos EUA que está em tão «boas» mãos… As grandes confederações sindicais, crónicas cúmplices do Partido Democrata, protesta(ra)m contra o «ObamaCare»… Até em Hollywood já se aperceberam de que aquilo que ajudaram a «vender» não é tão bom quanto pensavam! Contudo, acenem a estúdios e a produtores com mais uns quantos dólares de subsídios e eles lá se mostram dispostos a fazer mais uma campanha de propaganda a favor do «Querido Líder»… Continuando a falar de propaganda, na comunicação social o panorama, relativamente a este tema, é o previsível, e semelhante a outros: a Fox News, atacada pelo Sr. Hussein, mais não faz do que noticiar o que outros – como CNN, MSNBC, Politiconão noticiam deliberadamente, ou, se o fazem, é tardiamente; mas até na lamestream media podem surgir, de tempos a tempos, (inesperadas) excepções, como o Chicago Tribune.
O «ObamaCare» é mau de mais para ser verdade… mas é mesmo verdade. As «(des)vantagens» não param de aumentar. No início do ano começaram a verificar-se – e continuam – as consequências económicas, empresariais, da lei, mais concretamente despedimentos, «congelamento» nas admissões, redução das horas de trabalho e passagem de trabalhadores a tempo inteiro para tempo parcial. Entretanto, Kathleen Sebelius já havia admitido que os custos com cuidados médicos iriam aumentar; mais recentemente, Barack Obama confessou que o ACA também implica novos impostos. Há a probabilidade – o risco – real de se virem a constituir monopólios – estatais? – nos seguros de saúde. Talvez dentro de 10 anos, o resultado poderá ser, como disse Joe Scarborough (insuspeito de ser um «direitista extremista»), o de deixar de existir, nesta área, iniciativa privada nos EUA.
(Adenda – Depois de duas semanas a fazer tentativas, Elizabeth Cohen, da CNN, ainda não tinha conseguido inscrever-se para o «ObamaCare» no sítio healthcare.gov; enfim, é preciso ser-se… paciente ;-). Entretanto, Kathleen Pender, do San Francisco Chronicle, aconselha que se baixe o rendimento para se poder ter acesso aos subsídios previstos na lei! Empobrecimento deliberado para se ficar (mais) dependente do Estado?! Eis o que, na América de Obama, passa por «progress(ism)o».)
(Segunda adenda – Quando um dos colaboradores do Daily Kos (os mais fanáticos entre os fanáticos) protestam contra o «ObamaCare», é porque este é mesmo, mesmo, muito mau! Ele que se junte à «fila» cada vez maior de descontentes! Talvez agora se arrependam de não terem aceite o plano de George W. Bush para a reforma do sistema de saúde, que previa uma maior cobertura e menores custos… E daí, talvez não: afinal, que dúvidas é que existem de que o Nº 43 é ainda o «culpado» de tudo, até do recente shutdown?)

domingo, 6 de outubro de 2013

«Silly Season» (Parte 4)

(Uma adenda no final deste texto.)
Quem diria que o momento mais silly da «Silly Season» de 2013 seria vivido já não no Verão mas sim no Outono? O denominado shutdown do governo federal constituiu – aliás, ainda constitui – a causa, e o pretexto, para o maior chorrilho de disparates e de idiotices ditas e feitas nos últimos meses nos EUA… e com reflexos deste lado do Atlântico por parte daqueles que não sabem, que não compreendem, o que efectivamente se passa. Ou então que não querem saber, que não querem compreender…
Esclareça-se desde já: não é o fim do Mundo! Não se está perante o apocalipse! Trata-se de algo que, naquele grande país, é até relativamente normal: desde 1976 já ocorreram 17 situações deste tipo! E sempre que ocorrem nenhum serviço fundamental fica em perigo. Pelo contrário, até constituem ocasiões algo salutares, porque haver menos burocratas a trabalhar significa igualmente que aqueles vão ter menos motivos para desperdiçarem recursos e para abusarem dos seus poderes. Além disso, só 17% da burocracia está a ser afectada! De uma coisa ninguém tenha dúvidas: sempre que o «encerramento» se deveu a questões financeiras, como este, o cerne da controvérsia é sempre o mesmo: os republicanos querem poupar e os democratas querem (continuar a) gastar «a todo o gás» e «à tripa forra»…
Sim, que não haja dúvidas: são os democratas os principais (ir)responsáveis por este shutdown: a Casa passou resoluções que asseguravam o financiamento de todo o governo federal, excepto o «Affordable Care Act» (ACA) – e quanto a este já nem falavam de repeal ou defund, apenas adiá-lo por um ano. Pode ver-se aqui flexibilidade, vontade de chegar a um entendimento, a um compromisso, quanto baste – mas, do outro lado, há só birras e intolerância. Nem o Senado – melhor dizendo, a maioria liderada por Harry Reid – nem a Casa Branca pretendem chegar a uma solução, mas tão só «ganhar». E porquê esta intransigência? Porque Barack Obama e os seus camaradas sabem que têm sido um fracasso em outras áreas e, portanto, esperaram e até provocaram o shutdown para se armarem em vítimas e terem ganhos políticos, para poderem (continuar a) dizer que «eles (os outros) é que são maus»… no que, como é óbvio, contam com a colaboração de quase toda a comunicação social. Não lhes interessa as consequências, os custos que o seu (mau) comportamento tem nos cidadãos. É por isso que Harry Reid não considera relevante curar uma criança com cancro. É por isso que o speaker John Boehner, exasperado mas minimamente sensato, exclama que «isto não é um maldito jogo!»
… Porque ele e todos os representantes – e os senadores - do GOP no Congresso têm toda a autoridade e toda a legitimidade – aquelas que lhes foram, e são, dadas pelos votos, pelo seus eleitores – para tentarem impor as suas ideias e derrubar as medidas que consideram inúteis, negativas, prejudiciais. Não têm qualquer obrigação de se renderem, de se submeterem àquilo que os «burros» exigem, e, obviamente, não devem impressionar-se – aliás, já estão mais do que habituados – com as calúnias, os insultos, até os apelos à violência, vindos daqueles… que é tudo o que têm, porque do lado «azul» não há argumentos nem factos dignos desses nomes. Sim, o «ObamaCare» é para ser destruído por todos os meios possíveis, se possível legítimos: representa uma intromissão sem precedentes do Estado nas esferas privada, familiar e empresarial da nação, e não representa qualquer melhoria – médica, organizativa, económica – no sistema de saúde, muito pelo contrário.
E querem falar de sondagens? Eu não o costumo fazer, mas, agora, vamos a isso: todas as que foram e são feitas sobre o tema – e saliento todas – mostra(ra)m que a maioria da população é contra o dito (c)ACA. E para aqueles que histericamente berram – como derradeira, e patética, «defesa» - que é a «law of the land», eu contraponho que, por exemplo, também a Segunda Emenda e a «Defense of Marriage Act» também o são – e isso não impede os democratas de as desrespeitarem e de as combaterem ferozmente. E o Sr. Hussein fez cerca de 70 alterações à lei depois de aquela ser passada e ratificada… o que é ilegal! E desde quando é que uma lei é eterna, que é para ser respeitada incondicional e infinitamente? A denominada «Proibição» (a «lei seca») também esteve em vigor durante bastantes anos… até ser revogada.
E àqueles – mesmo entre os próprios republicanos, conservadores, opositores a Barack Obama – que dizem para se parar o combate ao «Affordable Care Act», deixá-lo passar e esperar que ele «caia por si», sob o seu próprio «peso» de inutilidade, incompetência e ineficiência, há que dizer, que lembrar… que nem todos são tão egoístas a ponto de quererem, ou de não se importarem, de que o povo em geral seja prejudicado apenas para depois poderem dizer «vêem como nós tínhamos razão?» Há quem coloque os interesses fundamentais dos seus concidadãos – dos que representam em Washington – acima das politiquices, das triviais disputas partidárias. E é isso que os republicanos têm tentado fazer. E, enfim, se o «ObamaCare» é assim tão bom, porque é que os democratas têm dado isenções aos amigos, a grandes empresas e não só? Porque é que na Casa Branca e no Congresso não aderem às novas regras, deixando de ser excepções? Portanto, sejamos sérios e deixemo-nos de criancices… 
… Embora este seja um conselho que, está mais do que visto nestes últimos anos, o Nº 44 não irá aceitar e seguir. Desde que ele tomou posse que a política norte-americana está numa permanente «silly season»… e, infelizmente, nem sempre tudo o que é dito e feito nestas disputas ideológicas dá vontade de rir. Barack Obama continua a «dar o (mau) tom» aos seus seguidores reiterando as já «clássicas» acusações de que os republicanos estão a «apontar uma arma à cabeça dos americanos» e a exigir um «resgate» pelos «reféns que tomam» - como já vão longe os pedidos pós-Tucson de uma retórica menos agressiva (pedidos esses que, comprovou-se depois, excluíam os democratas); em «contrapartida», assegura que se «contorceu» («bent over backwards») para trabalhar com os republicanos! Quem é que ele pensa que engana com tal mentira? Ele de facto já se curvou várias vezes, mas sim perante chefes de Estado de outros países, em especial monarcas…
A «flexibilidade», já se sabe, fica para os estrangeiros, gasta-se toda com eles… Pelo contrário, para os compatriotas – incluindo idosos veteranos da Segunda Guerra Mundial! – resta a arrogância, a manipulação e a prepotência: diversos sectores e serviços da administração pública – e até alguns de âmbito privado! – têm sido desnecessária e provocatoriamente encerrados, ou dificultados no seu acesso e utilização. A lista destes casos vai aumentando, e há a vontade deliberada de prejudicar o maior número de pessoas possível – há ordens expressas nesse sentido, e não vêm de John Boehner… Entretanto, e antecipando próximas «lutas», Jay Carney anunciou que Barack Obama «desenhou (mais) uma linha» (vermelha?), agora para as negociações sobre o aumento (mais um?) do tecto da dívida. Na Casa Branca já deveriam ter aprendido que isso é algo muito silly para se fazer
(Adenda – Sim, este presidente não tem precedente em bastantes aspectos – na arrogância, na inexperiência, na intolerância, na incompetência… na hipocrisia e na mentira. E, sim, não se tem ouvido os republicanos a chamarem aos democratas «bombistas suicidas» e «raptores», entre muitos outros insultos. Afinal, de onde é que vem a verdadeira «hostilidade»?)         

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Doutrina da cobardia

(Duas adendas no final deste texto.)
Em resumo, é assim: Barack Obama, e todos os que o acompanham na sua administração (e no Congresso e no Partido Democrata), já admitiram que estão receptivos para falar, para negociar sobre armamentos (nucleares, químicos, e outros) – aliás, já o fizeram – com Vladimir Putin e a Rússia, e, indirectamente, com Bashar al-Assad e a Síria… e também, eventualmente, com Hassan Rouhani e o Irão! Entretanto, recusam-se a falar e a negociar com o Partido Republicano sobre assuntos de política doméstica, em que se destacam o funcionamento do governo federal e o financiamento do «ObamaCare». Aliás, o Sr. Hussein já deixou bem claro que «tal não vai acontecer». O que dizer, pois, de um presidente disposto a fazer cedências a inimigos estrangeiros mas não a adversários seus compatriotas?
John Boehner e o seu gabinete rapidamente se aperceberam desta contradição e produziram e divulgaram um vídeo que a denuncia. Entretanto, e como não podia deixar de ser, Harry Reid e Nancy Pelosi, duas completas – e concretas – caricaturas de tudo o que a política nos EUA tem de mais desprezível e risível, ajudaram à «festa», acusando os membros do GOP – e em especial os mais inconformados como Ted Cruz – de serem «anarquistas» e «incendiários» - o que vem na sequência de «elogios» anteriores como «assassinos» e «terroristas». A votação efectuada a 20 de Setembro, na Casa dos Representantes, de uma resolução que aprova a remuneração dos serviços públicos excepto os que tenham a ver com a implementação do denominado «Affordable Care Act» mais enfureceu o Nº 44, que, em novo acesso de narcisismo, se queixou de que os republicanos estavam a «tentar meter-se com ele»! Então, neste segundo mandato, a «flexibilidade» vai toda, apenas e exclusivamente, para o estrangeiro? Que «discriminação» tão injusta!
O facciosismo e o fanatismo para «consumo interno» já estão de tal modo entranhados entre os «azuis» que nem sequer a ocorrência de atentados e/ou de tragédias os demove de criticar os opositores. A 16 de Setembro último, e enquanto Aaron Alexis procedia a um massacre no Navy Yard de Washington, Barack Obama não sentiu a necessidade de adiar um discurso em que acusava os republicanos de «extremistas» por – alegadamente – estarem dispostos a «afundar toda a economia» do país unicamente para «marcarem pontos políticos». Este (mais um) ataque partidário a partir da Casa Branca – algo que, como Brit Hume salientou, este presidente practica mais do que qualquer um dos seus antecessores – foi, obviamente, considerado «inteiramente apropriado» (!) por Jay Carney. Digamos que esta prestação do Sr. Hussein foi tão má, mas mesmo tão má, que até na MSNBC se imaginou o que aconteceria (não é difícil) se tivesse sido George W. Bush a portar-se daquela maneira lamentável, e se avisou que, feita a asneira, já era tarde para se voltar atrás e fazer tudo de novo...
«Suave com os russos, duro com os republicanos»: como faz notar Matt K. Lewis, este não é tanto um «paradoxo (unicamente) de Obama» porque esta tendência já existia entre os democratas muito antes de o Nº 44 tomar posse. Porém, mais do que um paradoxo, trata-se de uma filosofia da fraqueza, de uma doutrina da cobardia, causa – e consequência – de uma «diplomacia macia». E essa insólita mundividência, essa «extraordinária capacidade» que os democratas em geral – e este presidente em particular – têm para ignorar a realidade ficou bem nítida a 24 de Setembro último: no discurso que então proferiu perante a assembleia geral das Nações Unidas, Barack Obama afirmou que «o Mundo é mais estável agora do que era há cinco anos». Não, não é brincadeira, ele disse-o mesmo… poucos dias depois de terroristas islâmicos terem assassinado no total mais de 200 cristãos em atentados no Quénia (aqui incluindo uma colaboradora, grávida, de Bill Clinton) e no Paquistão, poucas semanas depois de gás Sarin ter sido utilizado contra civis na Síria, no ano de mais uma revolução – e muitos mortos – no Egipto, em que o Irão e a Coreia do Norte (aqui apesar dos esforços desse grande «diplomata» que é Dennis Rodman) ainda constituem ameaças nucleares, em que as vítimas aumentaram no Iraque e no Afeganistão após o Sr. Hussein ter anunciado as datas da retirada das tropas norte-americanas naqueles dois países…
… Sim, tanta «estabilidade»! No entanto, o que seria de esperar por parte de alguém que não só lê quase exclusivamente o New York Times mas que também recorre aos colunistas daquele jornal para o aconselharem em matérias de negócios estrangeiros? O mesmo NYT que aceitou publicar um artigo de opinião de Vladimir Putin em que este aproveitou para achincalhar os EUA e o seu actual presidente? Que Garry Kasparov classificou de «patético» por providenciar ao presidente russo uma «plataforma para propaganda condescendente»? Todavia, e como bem recordou Sean «Jim Treacher» Medlock, a perspectiva de Putin sobre o «excepcionalismo americano» nem é diferente da de Obama. Como Charles Krauthammer observou, estes são «os frutos de uma política externa epicamente incompetente». E o novo presidente do Irão, ao recusar um encontro na ONU com o seu homólogo norte-americano… que este havia solicitado (!), também já sabe que pode provar e saborear esses «frutos». Fica a dúvida: quem será o próximo ditador a dar a «Obambi» uma «bofetada de luva branca» (ou de outra cor)?
(Adenda – Barack Obama não se encontrou pessoalmente em Nova Iorque com Hassan Rouhani porque este não quis… aliás, recusou por cinco vezes o pedido da Casa Branca nesse sentido! Porém, o presidente iraniano, para não dizerem que é de todo impaciente para com insistências «infantis», lá concordou – e já não foi mau! – com uma conversa por telefone. E o Sr. Hussein ficou tão contente por finalmente falar com um ayatollah que até lhe ofereceu depois uma taça de prata, oriunda da antiga Pérsia e com cerca de 2700 anos, no valor de um milhão de dólares! Uma prenda um «pouco» mais cara do que aquelas que ofereceu à Rainha Isabel II e a Gordon Brown – respectivamente, um iPod com os seus discursos e uma caixa com 25 DVD’s.)
(Segunda adenda – Barack Obama e os democratas não negoceiam – ou não querem negociar – com republicanos, que acusam de ser «bombistas suicidas» («pessoas com bombas ligadas ao peito»). Mas negoceiam com iranianos que, de facto, apoia(ra)m «bombistas suicidas». E acusam os republicanos de «fazerem reféns»… mas falam com iranianos que, em 1979, aprisionaram norte-americanos da embaixada dos EUA e que, efectivamente, fizeram deles reféns. Entretanto, descobre-se que o Sr. Hussein «enfiou um barrete».. persa, o que não espanta, e explica muita coisa.)