(Uma adenda no final deste texto.)
Quem diria que o momento mais silly da «Silly Season» de 2013 seria vivido já não no Verão mas sim no Outono? O denominado shutdown do governo federal constituiu – aliás, ainda constitui – a causa, e o pretexto, para o maior chorrilho de disparates e de idiotices ditas e feitas nos últimos meses nos EUA… e com reflexos deste lado do Atlântico por parte daqueles que não sabem, que não compreendem, o que efectivamente se passa. Ou então que não querem saber, que não querem compreender…
Quem diria que o momento mais silly da «Silly Season» de 2013 seria vivido já não no Verão mas sim no Outono? O denominado shutdown do governo federal constituiu – aliás, ainda constitui – a causa, e o pretexto, para o maior chorrilho de disparates e de idiotices ditas e feitas nos últimos meses nos EUA… e com reflexos deste lado do Atlântico por parte daqueles que não sabem, que não compreendem, o que efectivamente se passa. Ou então que não querem saber, que não querem compreender…
Esclareça-se
desde já: não é o fim do Mundo! Não se está perante o apocalipse! Trata-se de
algo que, naquele grande país, é até relativamente normal: desde 1976 já ocorreram 17 situações deste tipo! E sempre que ocorrem nenhum serviço fundamental fica
em perigo. Pelo contrário, até constituem ocasiões algo salutares, porque haver
menos burocratas a trabalhar significa igualmente que aqueles vão ter menos
motivos para desperdiçarem recursos e para abusarem dos seus poderes. Além disso, só 17% da burocracia está a ser afectada! De uma
coisa ninguém tenha dúvidas: sempre que o «encerramento» se deveu a questões
financeiras, como este, o cerne da controvérsia é sempre o mesmo: os
republicanos querem poupar e os democratas querem (continuar a) gastar «a todo
o gás» e «à tripa forra»…
Sim,
que não haja dúvidas: são os democratas os principais (ir)responsáveis por este
shutdown: a Casa passou resoluções que asseguravam o financiamento de todo o
governo federal, excepto o «Affordable Care Act» (ACA) – e quanto a este já nem falavam de repeal ou
defund, apenas adiá-lo por um ano. Pode ver-se aqui flexibilidade, vontade de
chegar a um entendimento, a um compromisso, quanto baste – mas, do outro lado,
há só birras e intolerância. Nem o Senado – melhor dizendo, a maioria liderada por Harry Reid – nem a Casa Branca pretendem chegar a uma solução, mas tão só «ganhar». E porquê esta intransigência? Porque Barack Obama e os seus camaradas
sabem que têm sido um fracasso em outras áreas e, portanto, esperaram e até
provocaram o shutdown para se armarem em vítimas e terem ganhos políticos, para poderem
(continuar a) dizer que «eles (os outros) é que são maus»… no que, como é
óbvio, contam com a colaboração de quase toda a comunicação social. Não lhes
interessa as consequências, os custos que o seu (mau) comportamento tem nos
cidadãos. É por isso que Harry Reid não considera relevante curar uma criança com cancro. É por isso que o speaker John Boehner, exasperado mas minimamente sensato,
exclama que «isto não é um maldito jogo!»
…
Porque ele e todos os representantes – e os senadores - do GOP no Congresso têm
toda a autoridade e toda a legitimidade – aquelas que lhes foram, e são, dadas pelos votos, pelo seus eleitores – para tentarem
impor as suas ideias e derrubar as medidas que consideram inúteis, negativas,
prejudiciais. Não têm qualquer obrigação de se renderem, de se submeterem
àquilo que os «burros» exigem, e, obviamente, não devem impressionar-se –
aliás, já estão mais do que habituados – com as calúnias, os insultos, até os
apelos à violência, vindos daqueles… que é tudo o que têm, porque do lado «azul» não há argumentos nem factos dignos desses nomes. Sim, o «ObamaCare» é para ser
destruído por todos os meios possíveis, se possível legítimos: representa uma
intromissão sem precedentes do Estado nas esferas privada, familiar e
empresarial da nação, e não representa qualquer melhoria – médica,
organizativa, económica – no sistema de saúde, muito pelo contrário.
E
querem falar de sondagens? Eu não o costumo fazer, mas, agora, vamos a isso:
todas as que foram e são feitas sobre o tema – e saliento todas – mostra(ra)m que a maioria da população é contra o dito (c)ACA. E para
aqueles que histericamente berram – como derradeira, e patética, «defesa» - que é a «law of the land», eu contraponho que, por exemplo, também a Segunda Emenda e a «Defense of
Marriage Act» também o são – e isso não impede os democratas de as
desrespeitarem e de as combaterem ferozmente. E o Sr. Hussein fez cerca de 70
alterações à lei depois de aquela ser passada e ratificada… o que é ilegal! E
desde quando é que uma lei é eterna, que é para ser respeitada incondicional e
infinitamente? A denominada «Proibição» (a «lei seca») também esteve em vigor
durante bastantes anos… até ser revogada.
E
àqueles – mesmo entre os próprios republicanos, conservadores, opositores a
Barack Obama – que dizem para se parar o combate ao «Affordable Care Act»,
deixá-lo passar e esperar que ele «caia por si», sob o seu próprio «peso» de
inutilidade, incompetência e ineficiência, há que dizer, que lembrar… que nem
todos são tão egoístas a ponto de quererem, ou de não se importarem, de que o povo
em geral seja prejudicado apenas para depois poderem dizer «vêem como nós
tínhamos razão?» Há quem coloque os interesses fundamentais dos seus
concidadãos – dos que representam em Washington – acima das politiquices, das
triviais disputas partidárias. E é isso que os republicanos têm tentado fazer. E,
enfim, se o «ObamaCare» é assim tão bom, porque é que os democratas têm dado
isenções aos amigos, a grandes empresas e não só? Porque é que na Casa Branca e
no Congresso não aderem às novas regras, deixando de ser excepções? Portanto,
sejamos sérios e deixemo-nos de criancices…
…
Embora este seja um conselho que, está mais do que visto nestes últimos anos, o Nº 44 não irá aceitar e seguir. Desde que ele tomou posse que a política
norte-americana está numa permanente «silly season»… e, infelizmente, nem
sempre tudo o que é dito e feito nestas disputas ideológicas dá
vontade de rir. Barack Obama continua a «dar o (mau) tom» aos seus seguidores
reiterando as já «clássicas» acusações de que os republicanos estão a «apontar uma arma à cabeça dos americanos» e a exigir um «resgate» pelos «reféns que
tomam» - como já vão longe os pedidos pós-Tucson de uma retórica menos agressiva (pedidos esses que, comprovou-se depois, excluíam os democratas); em
«contrapartida», assegura que se «contorceu» («bent over backwards») para trabalhar com os republicanos! Quem é que ele pensa que engana com tal mentira? Ele de
facto já se curvou várias vezes, mas sim perante chefes de Estado de outros
países, em especial monarcas…
A
«flexibilidade», já se sabe, fica para os estrangeiros, gasta-se toda com eles…
Pelo contrário, para os compatriotas – incluindo idosos veteranos da Segunda Guerra Mundial! – resta a arrogância, a manipulação e a prepotência: diversos
sectores e serviços da administração pública – e até alguns de âmbito privado! –
têm sido desnecessária e provocatoriamente encerrados, ou dificultados no seu acesso
e utilização. A lista destes casos vai aumentando, e há a vontade deliberada de
prejudicar o maior número de pessoas possível – há ordens expressas nesse sentido, e não vêm de John Boehner… Entretanto, e antecipando próximas
«lutas», Jay Carney anunciou que Barack Obama «desenhou (mais) uma linha»
(vermelha?), agora para as negociações sobre o aumento (mais um?) do tecto da dívida. Na Casa
Branca já deveriam ter aprendido que isso é algo muito silly para se fazer…
(Adenda – Sim, este presidente não tem precedente em bastantes aspectos – na arrogância, na inexperiência, na intolerância, na incompetência… na hipocrisia e na mentira. E, sim, não se tem ouvido os republicanos a chamarem aos democratas «bombistas suicidas» e «raptores», entre muitos outros insultos. Afinal, de onde é que vem a verdadeira «hostilidade»?)
(Adenda – Sim, este presidente não tem precedente em bastantes aspectos – na arrogância, na inexperiência, na intolerância, na incompetência… na hipocrisia e na mentira. E, sim, não se tem ouvido os republicanos a chamarem aos democratas «bombistas suicidas» e «raptores», entre muitos outros insultos. Afinal, de onde é que vem a verdadeira «hostilidade»?)
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