sábado, 19 de outubro de 2013

Vão se f*d*r! ;-) (Parte 3)

(Uma adenda no final deste texto.)
É incorrecto, e até injusto, considerar que John Boehner foi o (maior) «derrotado» no confronto político-partidário das últimas duas semanas, que teve no denominado shutdown, isto é, o encerramento (parcial) do governo federal, a sua expressão mais visível – e que, entretanto, já terminou, após (mais) um (deficiente) acordo delineado no Senado; e que, pelo que aconteceu, o representante do GOP pelo Ohio deveria demitir-se do seu cargo, prescindir da sua posição de speaker.    
Se John Boehner, à semelhança de outros republicanos tidos (talvez também incorrectamente e injustamente) como «moderados» e até «RINO’s» – no Congresso, e não só – tem algum «problema», é (ainda) pensar, acreditar, que «do outro lado» estão pessoas com (um mínimo de) honra e de sensatez. Mas não. Com muito poucas excepções (Joe Manchin é uma, Dennis Kucinich foi outra), não se está a lidar com pessoas normais mas sim com autênticos corruptos e criminosos que, enquanto cobram mais impostos e contraem mais dívidas para gastar sem qualquer controlo, assim aproximando os EUA cada vez mais da falência financeira, promovem a vigilância, a perseguição e a discriminação dos seus compatriotas (através do DoJ, do IRS, da NSA) e enviam armas para terroristas estrangeiros, quer sejam traficantes de droga no México ou fundamentalistas islâmicos na Líbia e na Síria. E àqueles que eventualmente disserem que o «Partido Democrata mudou», que «antes não era assim», eu recordo que este é o mesmo partido da escravatura e da segregação, cujos membros comercializavam, usavam, desqualificavam, torturavam e matavam outros seres humanos. Portanto, há como que uma «continuidade na malignidade»; esta tem assumido outras formas, outras funções, outras finalidades. Mike Lee, Rand Paul e Ted Cruz, entre outros, já perderam quaisquer ilusões – se é que alguma vez as tiveram – sobre a hipotética «civilidade» por parte dos «azuis».      
Não que John Boehner não seja capaz de tomar atitudes de força, corajosas, de falar «forte e feio», de ser duro quando é preciso. Durante esta última disputa (ou)vimo-lo a vituperar os democratas no Senado por não tomarem a iniciativa e por não trabalharem ao domingo (ao contrário da Casa), e Barack Obama por a sua atitude arrogante em nada ajudar à resolução dos problemas. E não se deve esquecer que o speaker, há quase um ano e num confronto semelhante, terá dito a Harry Reid para se ir f*d*r! O líder da maioria democrata no Senado continua, aparentemente, a querer ouvir novamente a mesma… sugestão, porque, como habitualmente, não «poupou» nas provocações: desde «decidir» que não havia necessidade de negociar com os republicanos até declarar que, daqueles, preferia os «razoáveis como John McCain», passando por sugerir a todos que «arranjem uma vida e falem de outra coisa» (para além do «ObamaCare»). Não contente com todas estas atoardas, deu uma entrevista ao Huffington Post em que diz que Ted Cruz é um «bobo da corte» («laughingstock») e que David Vitter «não joga com o baralho todo». Entenderá Reid o conceito de «projecção»? Bill O’Reilly sugeriu que se deveria pegar no «manda-chuva burro» do Senado e «amarrá-lo a uma árvore no Idaho e deixá-lo lá estar umas semanas para que ele não fale mais», mas isso seria muito prejudicial à árvore e a toda a zona envolvente, que poderia ficar irremediavelmente poluída…     
Na verdade, e isso não é novidade, Harry Reid e todos os outros democratas mais não têm feito, no que respeita a insultar os adversários, do que «glosar os motes» lançados por Barack Obama. Que, depois de meses (aliás, anos!) a atiçar os ânimos, tem o atrevimento, a «lata», o descaramento de se apresentar como «professor» que vai ensinar e disciplinar os «alunos». A conferência de imprensa que ele deu na Casa Branca, a 17 de Outubro, e que constituiu essencialmente uma «celebração de victória» («de Pirro»), serviu igualmente para demonstrar, mais uma vez, e como se tal fosse necessário, que o Sr. Hussein é essencialmente, no fundo, um ditador do Terceiro Mundo. Não faltaram: os ralhetes a quem ouve, ou dá demasiada atenção, a activistas, bloggers, vozes da rádio (pelo menos aqueles que lhe são ideologicamente adversos, claro); a admoestação por o shutdown ter também colocado em risco a segurança de diplomatas – há que recordá-lo de que, quando o ataque ao consulado em Benghazi ocorreu, não havia shutdown; o lamento de que crises políticas como esta mais recente encorajam os inimigos do EUA – mas, pelos vistos, ele a pedir várias vezes ao presidente do Irão um encontro «não» encoraja, «obviamente», os inimigos; a explicação aos republicanos de que, se querem mudar de políticas, devem «vencer uma eleição» - «esquecendo-se» o Nº 44 de que eles, de facto, venceram uma grande (feita de muitas dezenas mais pequenas) para a Casa dos Representantes, pelo que, repito-o, têm toda a legitimidade para tentarem impor as suas ideias e não obedecerem, não se «renderem», ao «Querido Líder». 
Enfim, Barack Obama estava mesmo a pedir que alguém o mandasse fornicar-se a ele próprio, e com todas as letras. Talvez Jay Leno seja a pessoa indicada para isso, com a sua «campanha» intitulada «F U politicians» - começada aqui, continuada aqui. Aliás, já que o número de telefone do «ObamaCare» diz literalmente – embora em código – aos norte-americanos para se irem f*d*r, na Casa Branca não estão com certeza à espera que vão ficar sem resposta.
(Adenda – Há quem tenha tentado descrever a presidência de BHO em duas palavras. «Fucked up» não faz parte da lista.)

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