(Três adendas no final deste texto.)
O discurso do «Estado da União» proferido por Barack Obama perante os membros das duas câmaras do Congresso (Casa e Senado) no passado dia 20 de Janeiro (data que assinalou também o sexto aniversário da sua primeira tomada de posse) foi… aquilo que se esperava: mais uma demonstração de arrogância, facciosismo, imaturidade; mais um anúncio de medidas, de promessas, que sabe – e, se não sabe, deveria saber – que não pode cumprir, ou porque são irrealizáveis ou porque os republicanos – que ele parece ainda não ter compreendido que, desde Novembro último, estão em maioria no Capitólio e no país – não concordam com elas. Como o aumento de impostos, não para ajudar a classe média – que já está também bastante pressionada – mas sim para dar mais «borlas» à classe baixa (especialmente afro-americana) e aos imigrantes ilegais que ele quer legalizar. E ainda, claro, para financiar o seu projecto de «universidade grátis» que, obviamente, outros terão de pagar… em suma, foi mais um exercício de ignorar a realidade.
O discurso do «Estado da União» proferido por Barack Obama perante os membros das duas câmaras do Congresso (Casa e Senado) no passado dia 20 de Janeiro (data que assinalou também o sexto aniversário da sua primeira tomada de posse) foi… aquilo que se esperava: mais uma demonstração de arrogância, facciosismo, imaturidade; mais um anúncio de medidas, de promessas, que sabe – e, se não sabe, deveria saber – que não pode cumprir, ou porque são irrealizáveis ou porque os republicanos – que ele parece ainda não ter compreendido que, desde Novembro último, estão em maioria no Capitólio e no país – não concordam com elas. Como o aumento de impostos, não para ajudar a classe média – que já está também bastante pressionada – mas sim para dar mais «borlas» à classe baixa (especialmente afro-americana) e aos imigrantes ilegais que ele quer legalizar. E ainda, claro, para financiar o seu projecto de «universidade grátis» que, obviamente, outros terão de pagar… em suma, foi mais um exercício de ignorar a realidade.
As… «imprecisões» - para não lhe chamar mentiras – no discurso
do Sr. Hussein foram assinaladas não só na Fox News mas também na Associated Press. Ele, mais uma vez, apelou à civilidade, e, mais uma vez, a seguir
provocou os republicanos. Ele elogiou o bi-partidarismo mas terá, talvez,
batido um recorde em número de ameaças de veto de legislação que não lhe
agradar e que lhe vá parar às mãos vinda do Congresso – Wolf Blitzer, da CNN,
também reparou nisso. Ele, incrivelmente, hipocritamente, insurgiu-se contra o
excesso de angariações de fundos, algo que tem feito intensivamente desde que é
presidente… e, após o final do discurso, o Partido Democrata enviou mensagens
em seu nome pedindo dinheiro. Até se citou a ele próprio! Da Fortune, Nina Easton disse que o discurso foi como que um «dejá vu», e que Barack Obama «não
evoluiu». Ainda da Fox News, John Stossel fez, com humor, a sua interpretação,
«tradução», «descodificação» do discurso… e talvez não se tenha enganado muito.
É assim tão surpreendente que a própria Ruth Bader Ginsburg,
que sem dúvida tem simpatia pelo presidente e pelas suas posições, tenha
acabado por adormecer durante o discurso? Até os liberais (pelo menos alguns)
têm limites para tolerar a demagogia e a monotonia. Outros exemplos vêm da NBC,
onde Andrea Mitchell admitiu que «não está perto da realidade» a projecção que
o presidente faz do sucesso na luta contra o terrorismo em geral e contra o
ISIS em particular, e a Richard Engel soou que «o presidente estava a delinear
um Mundo que ele desejaria em que todos nós estivéssemos a viver, mas que é muito
diferente» do Mundo real.
O mais grave é que essa ilusória mundividência é seguida na
governação, e nos actos concretos que a constituem, tanto ao nível interno como
ao nível externo. Neste, continua a ressaltar, e de uma forma cada vez mais
escandalosa, a dualidade de critérios com que a administração trata o Irão (um
inimigo) e Israel (um aliado). Os democratas têm o atrevimento de criticar como
sendo uma «quebra de protocolo», ou pior, que John Boehner tenha convidado Benjamin Netanyahu a discursar perante o Congresso (no dia 3 de Março) sem
informar previamente a Casa Branca… «esquecendo-se», talvez, de todas as regras
de decoro que Barack Obama já desrespeitou no relacionamento com os
representantes e os senadores, em especial quando procedeu a acções executivas
na imigração. Ao mesmo tempo, no Nº 1600 da Avenida da Pensilvânia insiste-se
numa política de «paninhos quentes» com Teerão, que o democrata Bob Menendez,
que já se havia distinguido na crítica ao Sr. Hussein por causa da abertura a
Cuba, veio também vituperar uma e outra vez; também não ajuda que existam
suspeitas de que tenha sido a administração norte-americana a revelar um relatório secreto da Mossad sobre, precisamente, as negociações com os
iranianos.
Entretanto, Tulsi Gabbard, representante democrata do…
Havai, é mais uma voz a criticar a renitência do Nº 44 e da sua equipa em
utilizar a expressão «extremismo (ou terrorismo) islâmico». Extremismo esse que
também é practicado, em outros moldes, na Arábia Saudita, onde faleceu recentemente
o seu rei, Abdullah. Barack Obama, que, recorde-se, já lhe fizera uma vénia
(proibida, esta sim, pelo protocolo diplomático norte-americano), achou que se
justificava deslocar-se àquele país para prestar homenagem ao monarca saudita,
que, segundo Richard Engel, desprezava o actual presidente norte-americano – se não
por este se ter curvado (e sujeitado) perante ele, de certeza por causa das
atitudes dos EUA na «Primavera Árabe», no derrube de Hosni Mubarak e na
«reabilitação» internacional do Irão. Tal alteração nos planos não achou o Sr. Hussein que se justificava noutras ocasiões (como a da morte de Margaret
Thatcher ou, mais recentemente, a da marcha em Paris contra o terrorismo), mas
desta vez sim… pelo que ele terminou mais cedo a visita oficial à Índia – onde muitos se ofenderam por ele mascar pastilha elástica em público – e rumou a Riad onde
se recusou a dar uma resposta concreta sobre (e muito menos a condenar) o caso do blogger Raif Badawi, condenado a receber 1000 chicotadas por, supostamente,
ter ofendido o Islão. Enquanto isso, em Washington, no Departamento de Defesa
acharam que seria uma boa ideia instituir um prémio de ensaio literário em honra de Abdullah, em cujo reinado as execuções por decapitação aumentaram para
o quádruplo, e continuam com o seu sucessor. Porém, é verdade que no Irão,
cujos dirigentes merecem o benefício da dúvida por parte de Obama, o ritmo de matança é ainda maior.
Ao nível interno, sucedem-se os relatos de (mais) problemas
e mesmo de (mais) ilegalidades relacionados com o «ObamaCare»… que só é um
«grande sucesso» de Barack Obama ou para os fãs mais irrazoáveis ou para os
ignorantes mais impressionáveis. Um relatório do Gabinete de Orçamento do
Congresso concluiu que o denominado «Affordable Care Act» está mais próximo de
ser (o que não é uma surpresa)… unaffordable, pois custa(rá) a cada norte-americano, e em média, cerca de 50 mil dólares… e cerca de 30 milhões continuarão sem ter seguro de saúde. Os seus (ir)responsáveis continuam a
divulgar números errados (ou falsificados) de subscrições, e, pior, continuam a
recorrer aos serviços da mesma empresa que concebeu e implementou,
desastrosamente, o sítio healthcare.gov. Para cúmulo, o (ainda deficiente)
sistema tem transmitido informação médica confidencial de milhares – ou milhões – de pessoas a empresas para fins publicitários, obviamente sem o conhecimento nem o consentimento daquelas.
Pode-se e deve-se perguntar como é que tantos «amadorismos»,
de Barack Obama e dos seus comparsas, se repetem e se multiplicam. A resposta está
em que eles são constantemente apoiados, nas suas disputas eleitorais, por doadores que estão em maioria (superam os dos republicanos) na lista dos 100
maiores. Há quem tenha uma noção diferente de «competência», e actue (com a
carteira) de acordo com isso.
(Adenda
– O problema com os «Obamadorismos» é que nunca cessam de acontecer e afectam
practicamente todas as áreas da vida política e pública dos EUA. Internamente,
e como era previsível, é só aparente a preocupação com a classe média por parte
da administração; e esta discrimina os Estados consoante sejam «encarnados» ou «azuis»
(com estes, obviamente, a serem beneficiados). Externamente, os talibãs, que
continuam a matar às dezenas e às centenas de cada vez, em competição com os
seus «camaradas» do Boko Haram e do ISIS, só têm a agradecer à Casa Branca: esta
não os considera um «grupo terrorista» mas sim uma «insurgência armada», e um
dos cinco que foram trocados por Bowe Bergdahl terá voltado ao «activo». Como
salienta Charles Krauthammer, a situação já está para além da paródia.)
(Segunda adenda – Se há aspecto em que Barack Obama e os seus subordinados se revelam profissionais – ou menos amadores – é na manutenção e na expansão do culto da personalidade devotado ao Nº 44. Culto que é, obviamente, sustentado em primeiro lugar pelo egotismo e pelo narcisismo do Sr. Hussein: aquando da sua recente visita à Índia proferiu um discurso em que se referiu a si próprio mais de 100 vezes em pouco mais de meia hora! E, apesar de tanto gostar de ficar bem em (boas) fotografias, é de lamentar que nem isso tenha sido um incentivo suficiente para ir a Auschwitz celebrar os 70 anos da libertação daquele campo de concentração. Não se associou à condenação dos nazis… e continua a desvalorizar a ameaça daqueles que são autênticos neonazis. Ele considera que se deve parar de «”sobre-inflacionar” a importância dos grupos terroristas» porque eles não são uma «ameaça existencial» para os EUA – na verdade, muitas pessoas deixaram de… existir a 11 de Setembro de 2001, e depois disso, devido às acções de uns quantos que, ainda segundo ele, têm uma «interpretação medieval» do Islão que é rejeitada por «99,9% dos muçulmanos». Porém, é um facto que tal percentagem é bastante inferior. Enfim, é prejudicial, e perigoso, quando alguém se acha, erradamente, o «tipo mais esperto na sala», mania que, na opinião de Robert Gates, nenhum dos melhores presidentes tinha. E ele sabe do que (de quem) fala. BHO é um amador que ainda vai causar muita… dor.)
(Terceira adenda – Segundo o director do FBI existem pessoas suspeitas de terem ligações ao ISIS em 49 Estados; a excepção é o Alaska – talvez com medo de Sarah Palin e da sua família, e das armas (e da pontaria) que eles têm. James Comey contradiz, assim, Barack Obama, que assegurou que o ISIS não representa(va) uma «ameaça existencial» para o país (irá perguntar a Comey qual é a situação nos restantes «sete» Estados?) Afinal representa, e não só para os EUA: os torturadores e assassinos da bandeira negra terão alegadamente «representantes» em outros 12 países. Entretanto, o Sr. Hussein, depois de invocar os supostos crimes cometidos em nome de Cristo, incluindo referência às Cruzadas, reuniu-se na Casa Branca, à porta fechada, com líderes americano-muçulmanos, que se queixaram dos «preconceitos» e da «perseguição» de que são vítimas. Decididamente, a distância entre amadorismo (ou seja, incompetência) e traição já foi maior.)
(Segunda adenda – Se há aspecto em que Barack Obama e os seus subordinados se revelam profissionais – ou menos amadores – é na manutenção e na expansão do culto da personalidade devotado ao Nº 44. Culto que é, obviamente, sustentado em primeiro lugar pelo egotismo e pelo narcisismo do Sr. Hussein: aquando da sua recente visita à Índia proferiu um discurso em que se referiu a si próprio mais de 100 vezes em pouco mais de meia hora! E, apesar de tanto gostar de ficar bem em (boas) fotografias, é de lamentar que nem isso tenha sido um incentivo suficiente para ir a Auschwitz celebrar os 70 anos da libertação daquele campo de concentração. Não se associou à condenação dos nazis… e continua a desvalorizar a ameaça daqueles que são autênticos neonazis. Ele considera que se deve parar de «”sobre-inflacionar” a importância dos grupos terroristas» porque eles não são uma «ameaça existencial» para os EUA – na verdade, muitas pessoas deixaram de… existir a 11 de Setembro de 2001, e depois disso, devido às acções de uns quantos que, ainda segundo ele, têm uma «interpretação medieval» do Islão que é rejeitada por «99,9% dos muçulmanos». Porém, é um facto que tal percentagem é bastante inferior. Enfim, é prejudicial, e perigoso, quando alguém se acha, erradamente, o «tipo mais esperto na sala», mania que, na opinião de Robert Gates, nenhum dos melhores presidentes tinha. E ele sabe do que (de quem) fala. BHO é um amador que ainda vai causar muita… dor.)
(Terceira adenda – Segundo o director do FBI existem pessoas suspeitas de terem ligações ao ISIS em 49 Estados; a excepção é o Alaska – talvez com medo de Sarah Palin e da sua família, e das armas (e da pontaria) que eles têm. James Comey contradiz, assim, Barack Obama, que assegurou que o ISIS não representa(va) uma «ameaça existencial» para o país (irá perguntar a Comey qual é a situação nos restantes «sete» Estados?) Afinal representa, e não só para os EUA: os torturadores e assassinos da bandeira negra terão alegadamente «representantes» em outros 12 países. Entretanto, o Sr. Hussein, depois de invocar os supostos crimes cometidos em nome de Cristo, incluindo referência às Cruzadas, reuniu-se na Casa Branca, à porta fechada, com líderes americano-muçulmanos, que se queixaram dos «preconceitos» e da «perseguição» de que são vítimas. Decididamente, a distância entre amadorismo (ou seja, incompetência) e traição já foi maior.)
4 comentários:
Creio que isto é relevante:
http://www.foxnews.com/politics/2015/02/05/ceo-venerable-gallup-calls-jobless-rate-big-lie-put-forth-by-white-house-wall/
Fernando
É, sem dúvida, e eu já tinha conhecimento dessa intervenção pelo CEO da Gallup. Conto referi-la numa próxima abordagem aos (verdadeiros) números da economia (e não só) dos EUA. De qualquer modo, obrigado!
Aqui no "contenente" não há sexta-feira em que não passe uma macacada com Obama que não não termine em tremenda admiração,fascínio, vénia e adoração ao queniano.
Infelizmente, não é só às sextas-feiras...
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