Informo
desde já que Katrina vanden Heuvel não repetiu em 2014 o seu «triunfo» de 2013
relativo à autoria da afirmação (declaração, expressão, frase) mais estúpida,
mais ofensiva, mais ridícula do ano (passado) nos Estados Unidos da
América…
…
E a escolha da «grande» vencedora não foi facilitada – muito pelo contrário –
pelo facto de 2014 ter sido um ano de eleições e, ainda por cima, um ano em que
aumentaram e se agravaram os casos, os escândalos e as incompetências relacionadas
com Barack Obama e a sua administração, tudo factores que propiciar(i)am o
multiplicar de «bocas» - ditas ou escritas – bombásticas, controversas e
imbecis… todas elas, evidentemente, proferidas por democratas. E que, feita a recolha das maiores ou
«melhores» (neste caso, as piores), podem ser agrupadas em diferentes – mas sempre
risíveis – categorias, por exemplo e mais especificamente…
…
A de «republicanos e conservadores são tão maus ou piores do que…», com destaques
para: «Eles (Tea Party) não acreditam que a União ganhou (a guerra civil)»,
Charles Rangel; «O ódio nunca, nunca desaparece… o fanatismo daqueles que querem limitar o direito (aplicar leis de identificação) de voto não pode ser abafado pela razão», Joe Biden; «A civilização como a conhecemos hoje estará em perigo se os republicanos ganharem o Senado», Nancy Pelosi; «As acções dos republicanos no Congresso são piores do que as do Estado Islâmico», Jesse Smith;
«Isto é o melhor que o GOP tem para oferecer… intimidação, ameaças e escândalos»,
Debbie Wasserman Schultz. Aliás, a (ainda) líder do Comité Nacional Democrata
e, recorde-se, «a mais estúpida de 2011», quase, quase teve direito a uma categoria
(ou falta dela) só para si, tais são os dislates que continua a proferir
regularmente: no ano passado distinguiu-se desfavoravelmente também por
concordar que «é verdade» que os republicanos metem mais medo do que o ébola, e
que «é insensível e é errado» aprovar leis que criminalizam a utilização de
pílulas abortivas sem o conhecimento e o consentimento da mulher que está grávida.
Outra
categoria de estupidez preponderante no ano passado foi a de «criminosos são
incompreendidos e injustiçados», com destaques para: «Eles (os funcionários do IRS) são os que realmente foram perseguidos em toda esta investigação», Alex
Wagner; «Nem por uma vez considerei os nossos atacantes como sendo “más pessoas”»,
Oliver Friedfeld; «Fogo posto e pilhagem, apesar de ilegais e não serem coisas que eu apoio, e que penso serem ainda contraprodutivas de muitas maneiras, não são também necessariamente (formas de) violência porque são violência contra a propriedade», Melissa Harris-Perry; «O tema das relações raciais está a vir à superfície de uma maneira que provavelmente é saudável», Barack Obama (depois
de motins no Missouri que causaram mortos, feridos e elevados danos materiais).
Outra
sempre muito concorrida é a «Ciências da Natureza, História, Geografia,
Demografia, Ciência Política, são matérias tão difíceis»: «(A invasão de 2003 do Iraque foi) talvez a guerra mais catastrófica do século XX», Eleanor Holmes
Norton; «Provámos que o comunismo funciona… se for dado a todos um bom emprego no governo, não há crime», Joe Garcia; «O que irão elas (as crianças que atravessam ilegalmente a fronteira) pensar quando milhões de pessoas forem levadas para Norte vindas das paisagens crestadas de um Mundo degradado por alterações climáticas cada vez mais intensas?», Jerry Brown; «Todos os meus heróis foram inimigos da América», Charles Barron; «(Quase todo o Sul dos EUA é) reaccionário, infestado de preconceitos, fétido, rejeita quase tudo o que é bom neste país, apenas um grande sítio de resíduos nucleares de ressentimento colérico e extremamente racial», Michael Tomasky.
Sim,
todas estas frases, (in)dignas representantes, e até expoentes, do pior que a «progressista»
esquerda norte-americana tem para oferecer, são, eram, fortes candidatas ao
triunfo. Porém, nenhuma delas o conseguiu: a vencedora veio da (habitualmente) mais
caricata das categorias… a «em vez da realidade prefiro a fantasia». Terá sido
Jim Moran com «os membros do Congresso são mal pagos»? Não. Terá sido David
Ignatius com «(Barack Obama) tem sido talvez o presidente menos político da história moderna dos Estados Unidos»? Também não. Terá sido Chuck Schumer com
«o público sabe no seu íntimo que um governo forte e activo é a única maneira de reverter o declínio da classe média e ajudar a reviver o Sonho Americano»? Esteve
quase… mas não. A frase mais estúpida de 2014 é…
… «O Sr. Obama está tendo um ano seriamente bom… de facto, há uma hipótese muito boa de que 2014 ficará nos livros de registos como um daqueles anos em que a América virou decididamente na direcção certa»… e é de
Paul Krugman! Aqui a estupidez é espantosa a dois níveis: primeiro, porque quando
foi escrita (em Junho) já começavam a acumular-se os desaires internos e
externos do Nº 44; segundo, porque dar um palpite destes a meio do ano e quando
ainda faltava realizarem-se (importantes e decisivas) eleições intercalares é
um daqueles actos à partida irresponsáveis e ultimamente falhados que dão razão
a John Kenneth Galbraith, que afirmou que as previsões económicas (ou de
economistas) contribuem para a credibilidade das previsões astrológicas. Enfim,
é mais uma prova – como se ela fosse necessária – de que o colunista do New
York Times é um dos mais (ou talvez o mais) sobrestimados dos «pensadores»
liberais contemporâneos; é um insulto associar a designação «Nobel» a esta
falácia intelectual ambulante… que em Portugal conta, pelo menos, com um fã particularmente dedicado…
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