Como já aqui antes se demonstrou, os democratas têm uma tendência muito, muito superior à dos republicanos para se colocarem à margem da lei, sendo vários os exemplos de «burros» acusados e até condenados em tribunal. Habitualmente, são figuras da segunda, terceira e quarta «linhas» do partido que se vêem na «mira» das autoridades. Porém, quando é o próprio presidente dos EUA a estar envolvido em situações juridicamente mais dúbias, o caso torna-se muito, muito mais grave.
Pois foi
exactamente isso o que aconteceu – aliás, está a acontecer – a Barack Obama. Na
última semana duas queixas, uma formal, outra nem tanto, foram apresentadas
contra ele. A primeira é do RNC (Comité Nacional Republicano, órgão de cúpula
do partido), e diz respeito à utilização, pelo Nº 44, de eventos – e de fundos – públicos para acções de campanha já tendo em vista a sua (tentativa de)
reeleição; por outras palavras, o que frequentemente acontece é o candidato
aparecer «disfarçado» de presidente. A segunda queixa, «informal», é de Ben Shapiro,
autor e comentador conservador… e jurista formado em Harvard, que demonstrou
como a participação de Obama no programa de Jimmy Fallon constituiu (para além
de um desempenho «estiloso» de gosto duvidoso) uma violação da lei das finanças eleitorais norte-americana – por ter constituído, basicamente, uma acção
política, um anúncio partidário (mais um) oferecido gratuitamente pela NBC.
Haverá
repercussões? Existirão consequências, sanções? Pouco provável. Afinal, sempre
se trata do «comandante-em-chefe»… No entanto, alguns dos seus «aliados» e
«subordinados» não deverão ter – e não estão a ter – tanta sorte. Abake
Assongba, que está entre os maiores apoiantes e financiadores de BHO, foi
acusada de fraude financeira. Quatro militantes democratas do Indiana foram
acusados de fraude eleitoral durante as primárias presidenciais de 2008 (no
seguimento de um processo já referido aqui no Obamatório); fraude eleitoral
que, para a actual «estrela» da MSNBC e antigo funcionário do Partido Democrata
Lawrence O’Donnell, é «perfeitamente razoável» se só acontecer uma vez; ele lá
deve saber do que fala… O certo é que as primárias «azuis» parecem ser, de um
modo geral, muito… animadas: na Califórnia o representante Peter Stark acusou o
seu oponente Eric Swalwell de aceitar subornos enquanto conselheiro municipal;
e no Connecticut Lee Whitnun acusou Chris Murphy – em directo na televisão! – de
ser uma «rameira» (o que também é um crime) por aquele ser pró-israelita! Continuando
no âmbito da «brigada dos vícios», na Carolina do Norte Jay Parmley, até há
pouco tempo alto dirigente do PD naquele Estado, foi acusado de assédio (homos)sexual, tendo depois a sua ex-namorada alegado que ele a havia
contaminado com o vírus da Sida; enfim, eis um democrata que pode não ser
adepto do bi-partidarismo mas que, pelo menos, practica outro tipo de
«bi-actividade».
Já se torna
difícil determinar e distinguir se, em matéria de maus exemplos, é mais o topo
que influencia a base ou se é o oposto. Têm sido tantos os escândalos a afectar
a Casa Branca que Darrell Issa, representante republicano, considerou a actual
administração como «a mais corrupta da História» dos EUA. De tal forma que o CEO da
LightSquared, uma das empresas envolvidas naqueles escândalos, demitiu-se devido à sua proximidade com os actuais ocupantes do Nº 1600 da Avenida da
Pensilvânia – cada vez mais, uma zona de má vizinhança.
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