sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Gorou-se!

A notícia foi dada em Portugal, embora em poucos órgãos de comunicação social e discretamente: Al Gore vendeu a Current, a estação de televisão por cabo de que foi um dos fundadores e accionistas principais. A quem? Nem mais nem menos do que à… Al Jazeera. A seguir são explicitados e explicados os três motivos que fazem deste negócio uma tripla hipocrisia. Vergonhosa, mas não completamente surpreendente.
Primeiro, o democrata e ex-vice presidente de Bill Clinton tornou-se, depois de perder a eleição de 2000 para George W. Bush e de sair da Casa Branca, o grande apologista das (supostas) causas «verdes», o maior especialista em «aquecimento global» causado (alegadamente) pela actividade humana expressa em emissões de dióxido de carbono. Mas a quem pertence maioritariamente a Al Jazeera? Ao governo do Qatar, grande produtor de petróleo e a nação com a maior «pegada ecológica» do Mundo. Segundo, Al Gore recentemente concordou com Barack Obama sobre a necessidade de os mais ricos pagarem mais impostos, de contribuírem com a sua «fair share». Mas tentou concluir a venda da Current até ao fim de 2012 (não o conseguiu) de modo a beneficiar de taxas mais baixas. Terceiro, Gore recusou vender o canal a Glenn Beck por este «não estar alinhado com o nosso (deles) ponto de vista», por não partilhar da mesma ideologia e «mundividência», da mesma «missão»… um problema que, aparentemente, não se coloca com a Al Jazeera, famosa por ser a estação preferida pela Al Qaeda para divulgar os seus comunicados e onde são frequentes manifestações de anti-semitismo, elogios a terroristas islâmicos e críticas às sociedades ocidentais. Mas é de espantar que «progressistas» liberais norte-americanos prefiram estrangeiros islamitas a (com)patriotas conservadores?
Os muçulmanos pagaram 500 milhões de dólares pela Current, o que significou para Al Gore 100 milhões (tinha 20% das acções). Com esta operação talvez se tenha tornado mais rico do que Mitt Romney, mas não é de esperar que seja criticado e caricaturado pela esquerda como um milionário ganancioso e insensível, à semelhança do candidato presidencial do Partido Republicano. Com excepção, talvez, dos trabalhadores da Current, que foram apanhados de surpresa e que já estão a lidar com a «nova gerência»; um deles chamou ao ex-patrão «bullshitter» («m*rd*s*»).
Uma (grande) vantagem, pelo menos, resulta deste episódio, e constitui como que uma… «verdade inconveniente» para o «vice» de «Bubba»: a sua influência, o seu estatuto, a sua credibilidade enquanto «líder de opinião» mundial… gorou-se definitivamente. Ele poderá negá-lo, os seus aduladores poderão negá-lo… mas é um facto: acabou. Já é suficientemente mau ser-se um charlatão das «alterações climáticas». Mas um charlatão vendido – literalmente – a apoiantes da Sharia que vendem gasolina? Isso é pior ainda. «Citando» Paul Simon, poder-se-ia dizer «you can cal me (him) Al». Mas qual? Al Gore ou Al Jazeera?
Seja qual for, bem que ele se pode juntar a Matt Damon, cujo mais recente filme, «Promised Land», que ataca a práctica conhecida como «fracking» (extracção de gás e de petróleo a partir de rochas), foi financiado em parte por… uma empresa dos Emirados Árabes Unidos - que, compreensivelmente, não desperdiça(ra)m uma oportunidade de prejudicar potenciais concorrentes do seu próprio «ouro negro». Pois é, a coerência e a consistência (e a inteligência?) não são características comuns entre os esquerdistas norte-americanos (e não só).   

Sem comentários: