A candidatura
do Partido Republicano à eleição presidencial de 2012 vai ser mesmo feita sob a
sigla «R & R», quase como se significasse «Rock & Roll»… Porém, a
escolha para «vice» de Mitt Romney recaiu não em Condoleeza Rice ou em Marco
Rubio mas sim em Paul Ryan. O que constitui(u) para mim, pelo menos
inicialmente, uma leve desilusão…
… Mas não
porque o congressista do Partido Republicano pelo Wisconsin seja má pessoa, mau
candidato, sem qualidades pessoais e profissionais, sem qualificações para ser
vice-presidente e, eventualmente, presidente dos Estados Unidos da América.
Muito, muito pelo contrário! Paul Ryan é, sob todas as perspectivas, humanas e
políticas, simplesmente excepcional. No entanto, o seu alto conhecimento, as
suas elevadas competências em assuntos e matérias fiscais, orçamentais e
económicas torna(va)m-no, sim, uma opção perfeita para secretário do Tesouro –
isto é, e em termos europeus, para ministro das Finanças. A consistência e a
coragem com que tem denunciado e demonstrado o excessivo endividamento do país
e a necessidade de serem adoptadas, urgentemente, medidas decisivas e efectivas
para diminuir esse endividamento – medidas que ele tem proposto – tornaram-no,
de facto, o grande especialista, e a grande referência, dos conservadores
norte-americanos neste domínio fundamental. E, sem surpresa, também por isso que
há algum tempo se convertera num dos alvos preferidos e privilegiados da demagogia e da mentira democratas. Estes, previsivelmente, não tardaram em
anunciar que iriam renovar e reforçar os seus ataques, incidindo em especial nas propostas do congressista para a reforma do Medicare.
Dito de outro
modo: as «áreas de especialização» de Mitt Romney e de Paul Ryan são,
practicamente, as mesmas. São, ambos, gestores, «homens de números», com provas dadas tanto no
sector público como no sector privado. A haver complementaridade entre ambos,
ela será «apenas» geracional. Ryan servirá para convencer, para consolidar e
para motivar – o que já não é pouco – a base eleitoral do GOP, mas, à partida,
pouca ou nenhuma capacidade terá para alargar (significativamente) aquela base,
para «entrar em territórios» independentes e mesmo democratas, para apelar a
outros segmentos – étnicos e/ou ideológicos – da população norte-americana,
para oferecer outras capacidades e outras experiências distintas das de Romney.
Marco Rubio, Condoleeza Rice e até David Petraeus poderiam, precisamente,
proporcionar isso.
Todavia,
estas são conjecturas, hipóteses, previsões, susceptíveis de serem desmentidas (ou
confirmadas) no decorrer da campanha eleitoral. Aguardemos, pois, pelo que vai
acontecer. E em especial pelo debate que os candidatos a vice-presidente vão
realizar a 11 de Outubro, em Danville, no Kentucky. «Pobre» Joe Biden! Ele até
sabe o que o espera. Vai ser penoso – hilariantemente penoso – vê-lo definitivamente
demolido e destroçado… intelectualmente, claro. Não que seja algo difícil…
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