Bem que se pode dizer que… santificado é o nome dele. Alguém com um apelido como «Santorum» - com origem latina e que significa «todos os santos» - dificilmente passaria despercebido (por muito tempo), e o antigo senador pela Pensilvânia e actual candidato presidencial do Partido Republicano tem neste momento uma forte probabilidade de ser o nomeado dos conservadores para a eleição de Novembro. E, sem surpresa, as suas convicções e afirmações enquanto católico practicante têm sido as mais destacadas por uma certa comunicação social…
… E Richard Santorum não as nega e assume-as, obviamente, desde que não sejam descontextualizadas, o que tem acontecido frequentemente. Mas seria de esperar outro comportamento por parte do establishment liberal-progressivo que defende o aborto, a contracepção e a homossexualidade e é tolerante para com o adultério? Ele não diz que quer, ou que vai proibir, essas actividades; o que ele pensa, o que ele diz, é que o Estado, o Governo federal, não as deve apoiar e financiar. Porém, os «suspeitos do costume» querem convencer as suas audiências de que Santorum com nada mais se preocupa para além destes temas… o que não é verdade. Tem opiniões sobre outros, desde o ambiente, a economia e a energia até às forças armadas e as relações internacionais, como lembrou (mais uma vez) numa entrevista recente. Disse David Axelrod, com descaramento, que as posições de Santorum são «divisivas». E a imposição do «casamento» entre pessoas do mesmo sexo (rejeitado em todos os referendos) não é divisiva? E a revogação da «Don’t Ask, Don’t Tell» não é divisiva?
A mais recente «tempestade num copo de água» tem a ver com um discurso de 2008 numa escola católica, e agora recuperado, em que Rick Santorum alerta para o perigo de «Satanás tem os olhos postos nos Estados Unidos». E daí? Saul Alinsky, «guru» de Hillary Clinton e de muitos outros democratas, dedicou o seu livro «Regras para Radicais» a Satanás! Porque é que uns podem recorrer a figuras (de estilo) religiosas e outros não? Barack Obama afirmou recentemente que «Jesus taxaria os ricos». E porque é que o actual presidente pode falar na (suposta) «phony religiosity» dos seus adversários mas Santorum não deve falar na «phony theology» (isto é, a «religião ecologista») do Sr. Hussein?
Para alguns, já se sabe, não há limites para os insultos e para a (tentativa de) supressão da liberdade de expressão daqueles de quem se discorda. Rick Santorum já foi comparado a Josef Stalin, a Dan White (o assassino – democrata! – de Harvey Milk), e já teve o seu apelido «transformado» numa calúnia aviltante – por um homossexualista militante (e revoltante) chamado Dan Savage. Já, desprezivelmente, o atacaram pela sua atitude aquando da morte de um dos seus filhos. No entanto, nem todos à esquerda o desvalorizam: Barbara Walters e Mika Brzezinski expressaram simpatia (moderada) por ele, e Tommy Christopher considera-o «à prova de bala» e que será muito difícil a Mitt Romney «apagá-lo». Com efeito, há a percepção, mesmo entre os liberais, de que ele é o «real deal», que é coerente, que não é hipócrita e que, num certo sentido, e algo insolitamente (para eles), podem confiar nele; não tem as inconsistências pessoais de Newt Gingrich e as políticas de Mitt Romney; este, ao contrário do que muitos previam (e desejavam), é cada vez menos a escolha incontornável - a «narrativa da inevitabilidade» foi rejeitada.
Rick Santorum muito tem contribuído para isso. Poderá não ser o nomeado, mas de certeza que deixará a sua marca. E, para desmentir de uma vez por todas as acusações de que não passa de um homem arcaico, fundamentalista, preconceituoso e racista, dê-se a conhecer apenas um facto: enquanto senador teve como principal assessor Robert Traynham, um afro-americano e homossexual assumido! E que foi uma testemunha privilegiada da actividade de Santorum no Congresso, em especial nas áreas da assistência social, da educação e da saúde, que consolidaram o seu currículo de «conservador compassivo».
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