Aqui no Obamatório tenho continuamente divulgado actos e afirmações de estupidez, incompetência e maldade vindos de democratas e liberais contra republicanos e conservadores. Porém, isso não significa que os primeiros não saibam, não estejam conscientes… ocasionalmente, dos seus defeitos, das suas falhas, das suas insuficiências, bem como das do seu «grande chefe» do momento – isto é, do presidente do país, quando ele é «azul». Mais: por vezes até deixam transparecer as suas dúvidas, as suas desconfianças, as suas críticas. Por vontade própria ou forçados por outros… mas fazem-no. E aí fica demonstrado que a certeza quanto à(s) vitória(s) não é completa, que a fanfarronice não tem uma grande base de sustentação.
Chuck Schumer admitiu recentemente… o que (quase) toda a gente já sabe: que o actual presidente foi – é – o candidato que, na História dos EUA, mais dinheiro recebeu das firmas financeiras de Wall Street. Aliás, já antes Michael Moore havia declarado que aquela famosa rua de Nova Iorque «já tem o seu homem e o seu nome é Barack Obama». São factos e afirmações que não são muito favoráveis a quem quer ser visto como o defensor dos «99%», não é verdade? Porém, o senador por Nova Iorque não é o único senador democrata a admitir uma verdade inconveniente sobre o presidente. Outros cinco – Ben Nelson, Bill Nelson, Bob Casey, Joe Liberman e Joe Manchin – contestaram a recente intenção da administração de, no âmbito do «ObamaCare», forçar entidades de saúde (ligadas a igrejas) a fornecerem gratuitamente contraceptivos e pílulas abortivas - no que constitui talvez o maior ataque de um governo federal norte-americano à liberdade de religião no país. Tanto que Kathy Dahlkemper, ex-congressista democrata que perdeu o seu posto por ter votado favoravelmente a «reforma da saúde», veio admitir que teria procedido de outra forma se soubesse que tal afronta iria ocorrer…
… E quando também Chris Matthews classifica como «assustadora» aquela iniciativa da Casa Branca, então não restam quaisquer dúvidas quanto à gravidade da mesma. Entretanto, continuamos à espera que o Sr. «Arrepio pela Perna» revele as tais «histórias que eu ouço e que vocês não acreditariam» sobre a actual administração. Já o seu colega da MSNBC, Lawrence O’Donnell, não duvida de que Barack Obama não quer concorrer contra Mitt Romney. Por seu lado, Tina Brown (ex-Vanity Fair, ex-New Yorker, agora na Newsweek), afirmou que o Nº 44 «não gosta do seu trabalho… e não sabe exercer o poder» - não, ela não é simpatizante do GOP, muito pelo contrário. Até no Washington Post se verificam lapsos momentâneos de razão: aquele jornal criticou o «chumbo» do oleoduto Keystone e apelou ao «regresso» de Bill Clinton…
… Embora a pessoa de apelido Clinton que continua a ser a mais desejada, entre os democratas, como alternativa é… Hillary! E não apenas como potencial substituta de Joe Biden enquanto vice-presidente, cargo para o qual Douglas Wilder, antigo governador da Virgínia, não reconhece competência ao homem do Delaware. Também para substituir o próprio Barack Obama! Tal é o desejo de Douglas Schoen e de Patrick Cadell, reputados operacionais «azuis», que querem que o actual presidente desista em favor da actual secretária de Estado! E a verdade é que, já neste mês de Janeiro, se verificaram movimentações na Carolina do Sul e no Nevada no sentido de colocarem o nome da ex-primeira dama nos boletins de voto das primárias.
Nem entre os «irmãos» o apoio é já unânime e incondicional. Emanuel Cleaver, representante do Missouri, disse que o orçamento recentemente apresentado pela Casa Branca - que aumenta (ainda) mais a dívida, contrariando assim uma promessa de 2009 - é como que «um colapso nervoso em papel». E até Harry Belafonte e Cornel West, que ainda recentemente vilipendiavam Herman Cain, viraram-se contra Barack Obama: o primeiro declarou que ao presidente falta uma «bússola moral»; o segundo declarou que lhe falta… «espinha». Palavras muito duras que denunciam uma profunda decepção. E se dos vivos as críticas são o que são, então as dos mortos ganham uma outra ressonância: Steve Jobs, que não era conhecido como sendo um conservador, terá dito a Obama em 2010: «você está a dirigir-se para uma presidência de um termo».
Pode, pois, dizer-se que Barack Obama tem alguns «amigos da onça» entre as suas fileiras… mas merece-os totalmente! E, com «amigos» destes… mais fica facilitado o trabalho dos «inimigos».
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