sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Ainda sem respostas

Em Agosto último, referi aqui no Obamatório algumas perguntas que havia feito a outros «observadores» portugueses do panorama político-cultural dos Estados Unidos da América… e que, no momento em que escrevia, continuavam sem respostas…  o que continua a verificar-se agora. Entretanto, fiz outras perguntas… e também para elas ainda não há respostas.
A mais recente dessas perguntas constitui, na verdade, uma proposta (decente!) ao Jornal de Notícias. Em mensagem de correio electrónico que enviei no passado dia 12 de Dezembro, escrevi o seguinte: «Constatei que três artigos de opinião recentemente publicados pelo Jornal de Notícias, mais concretamente da autoria de Fernando Calado Rodrigues, de Manuel Carvalho da Silva e de Germano Almeida, todos eles tendo em comum os Estados Unidos da América, e em especial a actuação do Presidente Donald Trump, contêm erros, que eu estou disponível para assinalar e corrigir em artigo de opinião que proponho escrever e oferecer ao vosso jornal.» Fernando Calado Rodrigues é padre, Manuel Carvalho da Silva é o ex-secretário-geral da CGTP-Intersindical, e Germano Almeida é o meu «colega» da blogosfera, autor do blog Casa Branca (um pouco mais antigo do que o Obamatório), e que, apesar de não o actualizar desde Agosto de 2016 (!), em «compensação» continua a ser uma presença regular na imprensa, na rádio e na televisão nacionais a debitar os seus «bitaites» enquanto «analista de política americana» (a sua outra carreira, parelela à de jornalista desportivo)… apesar de pouca ou nenhuma credibilidade ter para isso desde que se tornou o autor de um dos dois livroseste é o outro – publicados em Portugal antes da eleição presidencial nos EUA no ano passado que davam como certa a vitória de Hillary Clinton! Entretanto, e pelo contrário, eu continuo sem conseguir até agora um único convite para participar como convidado, também enquanto «analista de política americana», num programa de rádio ou de televisão, não obstante as várias tentativas, contactos, da minha parte nesse sentido, informando da minha existência e da minha disponibilidade em colaborar sempre que possível…
… E nem quanto à imprensa posso afirmar actualmente que a minha liberdade de expressão é plena depois do que aconteceu com o meu artigo «Histeria histórica», que a actual Direcção do Público decidiu censurar (não publicar) e que três entidades de «regulação» da actividade jornalística entenderam não se pronunciar sobre o caso. Porém, isso não impediu que eu, ocasionalmente, enviasse posteriormente mensagens a jornalistas do jornal originalmente financiado – e, de certo modo, fundado – pelo recentemente falecido Belmiro de Azevedo, colocando questões e dando sugestões sobre a cobertura da actualidade política dos EUA feita por aquele. Como esta, enviada a 31 de Maio último: «É evidente que há um preconceito, um bias, na redacção do Público, contra o Partido Republicano, que já vem de trás, que não começou com Donald Trump. E, claro, esse bias estende-se, em Portugal, a praticamente todos os principais órgãos de comunicação social, com destaque “negativo” para as três principais estações de televisão, que frequentemente dão, neste âmbito, espectáculos ridículos... Por exemplo, hoje a SIC, no seu noticiário das 13 horas, dedicou para aí três minutos ao tweet do “covfefe”... Mas dos outros pouco ou nada quero saber. Do Público, sim, e é por isso que eu ainda me preocupo em enviar-vos, quando acho oportuno e relevante, as minhas notas, e, sim, as minhas correcções - sempre assentes em factos e não em “emoções”. Eu não sou apenas leitor... sou também jornalista, e sou colaborador do Público há mais de 20 anos. Ou era, porque, no passado mês de Fevereiro, o seu colega Nuno Ribeiro, actual editor de opinião, recusou publicar um artigo meu... depois de me ter dito que o faria. Sim, era um texto sobre a situação política norte-americana após a tomada de posse de Donald Trump, e, sim, era contra a “corrente” que aí é predominante. Motivo da censura? O meu artigo era “ofensivo”. Digamos que nem todos aceitam “críticas” e “dúvidas”... Agora, alguns breves apontamentos sobre casos específicos: o assassino de Portland em nenhuma circunstância pode ser associado a DT e à direita - e, claro, o racismo, em especial nos EUA, tem sido sempre, maioritariamente, esmagadoramente, uma característica da esquerda e do Partido Democrata (actualmente, e desde há algum tempo, a “moda” é o ódio anti-branco atiçado por afro-americanos radicais, que promovem inclusivamente a segregação); Kate Steinle pode ter sido atingida e morta por uma “bala perdida”, mas essa não era a principal questão... o atirador era, é, um imigrante ilegal, cadastrado, que já por várias vezes fora deportado e reentrara no país - uma situação infelizmente comum em Estados e em cidades sob domínio democrata, que fazem, de uns e de outras, “santuários” para criminosos; o atentado no Quebec não foi “ignorado” - Trump telefonou a Justin Trudeau oferecendo condolências e colaboração, e Sean Spicer comentou o caso numa das conferências de imprensa na Casa Branca; o actual presidente dos EUA não disse que tinha havido um ataque na Suécia “na noite passada” - ele referiu-se, sim, a um documentário televisivo que vira na noite anterior, e que revelava, ou relembrava, a onda de criminalidade (em especial violações em série) que surgiu e foi crescendo devido à entrada maciça de muçulmanos naquele país... aliás, curiosamente, poucos dias depois do comentário de Trump, houve mesmo (mais) um motim em Estocolmo. Enfim, nem todos conseguem ser imunes às “fake news”. ;-)» 
A esta mensagem não recebi qualquer resposta, tal como a outras três, mais breves e mais recentes, em que perguntava porque é que o Público até então não mencionara uma única vez – e a situação mantém-se – o julgamento, sob acusações de corrupção, de Robert Menendez, senador por Nova Jersey do Partido Democrata… isto ao mesmo tempo que se sucediam as peças sobre (e contra) Roy Moore, candidato do Partido Republicano ao Senado por Alabama, alvo de acusações não provadas de assédio e assalto sexual. O que não falta, no entanto e infelizmente, naquele jornal, e para além das notícias… algo enviesadas, são os artigos de opinião bastante inflamados sobre (e contra) decisões de Donald Trump e da sua administração. Por exemplo(s), dois de Diogo Queiroz de Andrade (director-adjunto que talvez tenha apoiado a não publicação do meu artigo), um sobre a reforma fiscal nos EUA, outro sobre o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, que demonstram, além dos previsíveis preconceitos ideológicos (diminuir os impostos é mau, defender os judeus é pior), a preocupação mínima e mesmo inexistente com os factos e até com a mais elementar sensatez.
Todavia, e «felizmente», para «alívio» (temporário) dos «flocos de neve» - portugueses e estrangeiros – que se «derretem» com qualquer palavra ou acto do Nº 45, existe o projecto de uma série de animação que tem como heróis, depois de devidamente «rejuvenescidos», Barack Obama e Joe Biden, a viajarem pelo passado para combaterem o crime e a injustiça… e tendo como vilão Donald Trump! Em última análise, nada que surpreenda: o ex-presidente e o ex-vice-presidente nunca representaram mais do que caricaturas de estadistas.

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