sábado, 4 de julho de 2015

Dia da «Dependência» (Parte 3)

(Uma adenda no final deste texto.)
O feriado do dia 4 de Julho nos Estados Unidos da América celebra a assinatura da Declaração da Independência das então «Treze Colónias» norte-americanas em relação à Grã-Bretanha, e, portanto, a sua libertação – que ainda teria de ser assegurada por uma guerra em que George Washington, o primeiro presidente, se destacou - face ao Rei Jorge III, que consideravam um tirano.
Porém, e obviamente, os tiranos não são necessariamente todos estrangeiros, externos; também podem ser compatriotas, internos. Pelo que recusar, rejeitar os ditames daqueles que não respeitam as vontades das populações, e, eventualmente, combatê-los e derrubá-los é, mais do que um direito, um dever. Um tirano interno pode ser ainda mais perigoso e prejudicial do que um tirano externo. Tal asserção é agora ainda mais relevante depois de cinco em nove de juízes do Supremo Tribunal dos EUA terem considerado constitucional o «casamento» entre pessoas do mesmo sexo, assim engrossando a lista dos juízes activistas e abusadores que – ao nível estadual – tinham anteriormente anulado as decisões legais de vários Estados, directamente pelos eleitores via referendo ou indirectamente pelos seus representantes eleitos.
A decisão tomada por Anthony Kennedy, Elena Kagan, Ruth Bader Ginsburg, Sonia Sotomayor e Stephen Breyer é, pois, nula; não tem qualquer validade, legitimidade ou sustentação… a não ser, o que não «vale», a utilização da 14ª Emenda – a que deu aos negros direitos civis, entre os quais o de voto. Pelo que pode e deve ser desobedecida, quanto mais não seja porque, como afirmou Anthony Scalia (um dos quatro juízes derrotados), constitui efectivamente «uma ameaça à democracia». Não existe – ou não está confirmada – qualquer mudança radical na opinião da maioria dos norte-americanos sobre este assunto, e, logicamente, as sondagens não contam, não valem por votos. Demograficamente, eleitoralmente, sociologicamente, os EUA continuam a ser uma nação predominantemente conservadora, como ficou confirmado, demonstrado, nas eleições de 2014.
Ao contrário do que dizem pessoas como Ron Fournier, Mick Huckabee não é como um segregacionista por se opor ao «casamento» entre pessoas do mesmo sexo e invocar os direitos dos Estados: são os apoiantes daquele que devem ser equiparados aos segregacionistas, porque, tal como a escravatura, que pressupõe que um ser humano pode ser proprietário de outro, e tal como o aborto, que pressupõe que é trivial matar-se um ser humano em formação, a homossexualidade é uma perversão do corpo. E os esquerdistas apoiam todas as perversões do corpo. Além do ex-governador do Arkansas, outro candidato presidencial do GOP que mais firmemente e inequivocamente condenou a decisão do ST foi Ted Cruz. E, como seria de esperar, é do Estado daquele senador, o Texas, que vem o maior, o melhor bom exemplo do que se deve fazer em termos de resistência – e de independência – face a este acesso de totalitarismo. Também no Louisiana, e graças a Bobby Jindal, há quem esteja disposto a não desistir do combate.
Sim, reitero-o: há como que uma segunda guerra civil actualmente a ocorrer – aliás, talvez tenha sido declarada definitivamente com as recentes decisões do ST – mas os «beligerantes» são, desta vez, não tanto dois grupos de Estados mas sim vários Estados, do Norte e do Sul, do Leste e do Oeste, dos EUA contra alguns, poucos, bastiões urbanos de «liberalismo», de «progressivismo»… enfim, de autoritarismo: Washington DC, Nova Iorque, Los Angeles, São Francisco, Boston. Os que desrespeitam a vontade popular – que, note-se, não preconiza o cometimento de atrocidades, crueldades e (verdadeiras) discriminações ao rejeitar o «casamento gay» – e que desenvolvem acções que resultam objectivamente na negação daquela devem, portanto, ser demitidos, presos, julgados e condenados. Como este «bando dos cinco» do ST – dois dos quais, Kagan e Ginsburg, deveriam até ter sido impedidas (porque nunca seria de esperar que tivessem a dignidade mínima de, voluntariamente, se afastarem) de participar na decisão por terem já oficiado «casamentos» entre pessoas do mesmo sexo! Como quase todos os políticos eleitos pelos democratas. Como Barack Obama, que, ao promover nacional e internacionalmente a «agenda LGBT», ao sobrestimar o (inexistente) «aquecimento global» e assim prejudicar a vitalidade económica e energética da nação, ao ratificar a libertação de criminosos (em especial criminosos imigrantes ilegais) e ao desvalorizar a ameaça do terrorismo islâmico, está a enfraquecer os EUA e a pôr em causa a sua independência.
Os activistas e militantes LGBT, eles próprios uma minoria de uma (pequena) minoria, são um grupo ditatorial e não estão, não ficarão satisfeitos com esta recente «victória»: a próxima batalha é, em colaboração com os seus aliados e «idiotas úteis» heterossexuais (?), o silenciamento, a neutralização definitiva dos que deles discordam e que a eles se opõem, com destaque especial para as organizações religiosas; estas já estão a receber «avisos», bem como os indivíduos que queiram publicar e divulgar opiniões contrárias ao «casamento gay» – tal como, aliás, em relação aos que discordam do «aquecimento global antropogénico». Eles são, pois, um grupo supremacista, convencidos da sua superioridade por serem quem – e como – são…
… E, nesse aspecto, será curioso e interessante compará-los com outro grupo supremacista – racistas brancos - que viram também recentemente um dos seus maiores símbolos – a bandeira da Confederação – ser cada vez mais contestada ao ponto de ser retirada, eliminada, «apagada».  Este feriado de 4 de Julho é, em 2015, também marcado pela recente – e correcta – decisão de Nikky Haley, governadora (republicana) do Estado da Carolina do Sul, de, na sequência do crime (ataque a uma igreja que causou nove mortos) cometido em Charleston por Dylan Roof, jovem supremacista que a usava, pedir a remoção definitiva – algo que a legislatura daquele Estado ainda terá de ratificar – daquela bandeira de edifícios e espaços públicos (a sua utilização continua a ser livre, obviamente, por privados) daquele símbolo por excelência do racismo, da escravatura, da traição, da guerra civil, da segregação, do Ku Klux Klan, dos linchamentos… enfim, do Partido Democrata, e Al Sharpton, ao menos por uma vez e sem querer, está certo. Assim, não há qualquer motivo para se atribuir aos republicanos as «culpas» por uma bandeira que não é, nunca foi, a sua, e contra a qual combateram. Pelo que não se deve deixar que os democratas, entre os quais Bill e Hillary Clinton, que a usaram orgulhosamente no governo do Arkansas e na campanha eleitoral de 1992, se aproveitem para fazer demagogia – algo que até Paul Begala, amigo e conselheiro do casal, considera reprovável.
No entanto, e como seria de esperar, está a passar-se «do oito ao oitenta» muito rapidamente nesta campanha de apagar, da História e do imaginário colectivo, o estandarte do «x estrelado» em fundo laranja. Compreende-se a decisão de empresas como a Amazon, eBay e Walmart de deixarem de vender produtos com a imagem (idêntica ou similar) daquela bandeira; todavia, todas essas empresas ainda vendem artigos com imagética nazi e comunista… Mas há pior: a Apple suspendeu a comercialização de jogos com a bandeira confederada; a Warner Brothers deixou de licenciar o «General Lee» (o automóvel) dos «Dukes of Hazzard» (série televisiva que também foi retirada de exibição); Lou Lumenick, «crítico de cinema» do New York Post, sugeriu a retirada definitiva de «Gone With the Wind» de quaisquer circuitos de distribuição; há quem queira encerrar/destruir o memorial – sim, um edifício! – de Thomas Jefferson em Washington. Enfim, com os democratas está a acontecer… o que sempre acontece nestas ocasiões: dá-se um «dedo» e eles querem o «braço»; dir-se-ia que eles querem (tentar) eliminar todo o seu passado racista, o que se compreende… contudo, e obviamente, não o conseguirão. Como disse Ann Coulter, podia aproveitar-se a ocasião e banir o PD e não apenas o seu ancestral «ignóbil trapo»!
Do que não restam dúvidas é que a rejeição – envergonhada, hipócrita, tardia – da «Stars and Bars» não significa necessariamente a adopção plena e incondicional da «Stars and Stripes». Na verdade, vem de longe a «tradição» de criticar, danificar, destruir a bandeira nacional dos EUA. Pelo que, desta vez, Greg Gutfeld não tem razão e Rush Limbaugh, como habitualmente, tem: o próximo passo será arriá-la… definitivamente, e não será (é) só Louis Farrakhan a exigi-lo. No fundo, a bandeira que esquerdistas, «liberais», «progressistas» mais sentem como sua actualmente é a arco-íris… e tanto assim foi que Barack Obama permitiu, num cúmulo do atrevimento, de desrespeito, que a Casa Branca fosse iluminada com aquelas cores. N(est)a segunda guerra civil norte-americana a bandeira da confederação foi substituída pela bandeira arco-íris; esta, tal como aquela, significa divisão e opressão; por isso, mais tarde ou mais cedo, chegará também o momento de a apagar da História?
(Adenda – Está mesmo tudo ao contrário: um juiz que, em consciência com as suas convicções religiosas, se recusa a celebrar «casamentos» entre pessoas do mesmo sexo recebe ameaças de impugnação… mas o mesmo não acontece aos juízes, estaduais e federais, que, ilegitimamente, ilegalmente, «anularam» as decisões tomadas pelos cidadãos através de votos. Embora, segundo Jimmy Carter, a religião não esteja a ser interpretada correctamente: para o ex-presidente «Jesus seria provavelmente um fã do casamento gay». Uma das «vantagens» de se ser um esquerdista irresponsável (redundância!) é que se pode sempre «mudar» a História e o Mundo ao sabor da imaginação. O que, lá está, possivelmente constitui um perigo maior – quando é «interno» - do que os ingleses em 1776.)      

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