(DUAS adendas no final deste texto.)
Bobby Jindal afirmou recentemente que não tem «muita confiança na coluna vertebral («backbone») do GOP no Congresso». Depois, Glenn Beck mostrou que já não tinha qualquer confiança no «partido do elefante», ao declarar que «(já) não sou um republicano. Não darei um tostão ao Partido Republicano. Estou fora. (…) Eles (os republicanos) não são bons.» Por causa deste «desabafo» o ex-apresentador da Fox News e fundador da Blaze até se envolveu numa azeda troca de palavras com Karl Rove, ilustrando as divergências que persistem na direita americana.
Bobby Jindal afirmou recentemente que não tem «muita confiança na coluna vertebral («backbone») do GOP no Congresso». Depois, Glenn Beck mostrou que já não tinha qualquer confiança no «partido do elefante», ao declarar que «(já) não sou um republicano. Não darei um tostão ao Partido Republicano. Estou fora. (…) Eles (os republicanos) não são bons.» Por causa deste «desabafo» o ex-apresentador da Fox News e fundador da Blaze até se envolveu numa azeda troca de palavras com Karl Rove, ilustrando as divergências que persistem na direita americana.
A
que se deve esta desconfiança, esta desilusão, até esta desistência? Ao facto
de, apesar de ser um vencedor (as midterms do passado mês de Novembro
confirmaram-no como o incontestável partido dominante ao nível nacional, exceptuando a presidência), o PR se comportar como um vencido. Apesar de
dispor de maiorias nas duas câmaras do Congresso, na Casa e no Senado,
permitiu, nas votações do orçamento para 2015 e face ao filibuster dos «burros»,
e através de uma «lei limpa» (uma «clean bill», um documento sem condições
prévias) que não fossem reprovadas disposições que financiam o essencial da
amnistia – por acção executiva – de imigrantes ilegais do Sr. Hussein. Uma vez
mais, o medo de serem apontados – pela mainstream media que sempre foi e sempre
será (?) o «braço armado» (com câmaras e microfones) do Partido Democrata –
como culpados de um eventual, e adicional, shutdown do governo federal foi
suficiente para diminuir a resistência republicana e assim trair a confiança
daqueles que neles votaram e que os elegeram. Apesar de «elefantes», revelaram
contudo terem memória curta: o anterior encerramento – parcial, e com
consequências negativas mais imaginárias do que reais – não impediu nem diminuiu
o triunfo de 2014, por maior que fosse a histeria quer nas sedes de campanha do
PD quer nas redacções da ABC, da CBS, da NBC, do NYT, do WP, do LAT…
Outro
assunto em que o Partido Republicano – ou muitos dos seus militantes –
insiste(m) em dar «tiros nos pés», em dar «parte de fraco», é o dos «direitos
LGBT» em geral e do «casamento gay» em particular. Já aqui afirmei, e demonstrei,
que defender ou tolerar tal «programa» não é, nada tem, de conservador. Convém
sempre revelar – ou recordar – que o GOP foi fundado sobre duas premissas, dois
objectivos principais: combater e eliminar a escravatura, e combater e eliminar
a poligamia. Pelo que a defesa do casamento natural, normal e tradicional,
entre um homem e uma mulher é tão intrínseco ao partido de Abraham Lincoln como
a recusa do racismo sob qualquer forma. Nesse sentido, é de lamentar e assume especial gravidade a iniciativa de mais de 300 «republicanos» de redigirem e de
assinarem um documento (um «amicus brief»), submetido ao Supremo Tribunal dos
EUA, de apoio à redefinição do casamento. A vontade de ser «moderno» e/ou o
receio de parecer «antiquado» levou aqueles «elefantes» a «esquecerem-se» de (e
a traírem) um dos princípios basilares do PR. Pelo que, sim, Charlie Baker,
David Koch, Jon Huntsman, Mark Kirk, Susan Collins, Rudolph Giuliani, e todos
os outros que deram o seu nome, deveriam ser expulsos sumária e inapelavelmente
daquele. A não ser que reflectissem, reconhecessem o erro que cometeram e
renunciassem a uma posição que, na práctica, reforça as acções individuais de
alguns juízes activistas e anti-democráticos que têm vindo a «anular» as
decisões legais e soberanas, tomadas directamente em referendos ou
indirectamente através dos seus representantes, por milhões de cidadãos eleitores dos
EUA.
Estes
300, e não «espartanos», (ainda) membros do GOP, que em vez de resistirem à
«invasão» dos (novos) «bárbaros» como que lhes abrem o caminho, acabaram por,
ironicamente, escolher para se manifestarem um momento em que cada vez mais na comunidade afro-americana, a começar por líderes religiosos, se indignam com a
equiparação, feita por Barack Obama e por vários outros democratas, das campanhas
pelos direitos civis dos negros nos anos 60 do século passado com as realizadas
pelos militantes homossexuais – mais concretamente, com o aproveitamento
explícito, feito pelo presidente há cerca de duas semanas, da celebração dos 50 anos da marcha em Selma para promover a comunidade «arco-íris». Um assunto em
que o Sr. Hussein, longe de «evoluir» na sua opinião como alegou, na verdade
mentiu consciente e sistematicamente, tendo inclusivamente utilizado as próprias filhas para essa manipulação. David Axelrod, no seu livro de memórias
«Believer – My Forty Years in Politics», recentemente publicado, mais não fez
do que confirmar a suspeita de que o Nº 44, de que foi assessor e conselheiro
próximo, não foi honesto – algo que, aliás, tem acontecido consecutivamente desde 2009.
Neste
contexto, e em contraste, é de louvar a coerência e a coragem de Ben Carson,
que, com a autoridade de médico e de cirurgião veterano e prestigiado, está à vontade
para questionar os – pouco consistentes – argumentos que pretendem legitimar o
comportamento homossexual. Apesar de, por causa disso, ter sido criticado, insultado
e mesmo ridicularizado pela equipa do «Saturday Night Live», por Dan Savage (excremento humano por «excelência»),
Joe Biden (que não devia «atirar pedras») e até Glenn Beck (!), e independentemente de a decisão pelo Supremo Tribunal dos EUA – que será tomada e anunciada este ano – poder vir a colocá-lo (aparentemente)
do «lado errado da lei», a atitude de Carson, representativa de muitos, honra-o
a ele e à memória de um movimento generoso e justo iniciado há mais de 150 anos
para extinguir as «relíquias gémeas do barbarismo».
(Adenda
– As palavras de Glenn Beck sobre (e contra) Karl Rove - «a espinha de um
verme, a ética de uma rameira» - podem ser, e são, muito violentas, mas não
constituem um caso único de animosidade extrema no âmbito da direita. Veja-se –
e ouça-se – Larry Pratt, director executivo da Gun Owners of America, a
criticar os republicanos que, quando candidatos, dizem uma coisa e, quando eleitos,
dizem outra, neste caso sobre a defesa da Segunda Emenda: «o mais invertebrado grupo de rapazolas que alguma vez se poderia ter imaginado». Alguém que de
certeza não se enquadra nessa definição é o governador do Indiana, Mike Pence,
que, corajosamente, decidiu assinar e promulgar uma lei de liberdade religiosa
passada pelos legisladores daquele Estado, e que tem como um dos objectivos proteger os
cidadãos que recusam colaborar, directa ou indirectamente, em «casamentos»
entre pessoas do mesmo sexo, e que por isso possam vir a ser alvos de acções –
judiciais, e não só – por parte de organizações LGBT. Outro que sem dúvida tem
a sua coluna vertebral no sítio é Ted Cruz, que a 23 de Março último anunciou a sua candidatura à presidência dos EUA, sendo assim a primeira das «grandes figuras»
a fazê-lo; haverá tempo, oportunidades e pretextos para acompanhar e comentar a
sua campanha, mas, por agora, registe-se que, como seria previsível, a sua
decisão suscitou – obviamente, principalmente à esquerda, mas também à direita – reacções negativas, quase
todas caracterizadas pela ignorância, pela intolerância e pelo ridículo.)
(Segunda adenda - Em entrevista à ABC, Mike Pence esclareceu que a lei de liberdade religiosa que assinou, e que tantas reacções a raiar o histérico tem recebido por parte dos «progressistas», mais não é, fundamentalmente, do que a transposição para o Estado do Indiana de uma outra, federal, que Bill Clinton assinou quando era presidente... e quando o seu entrevistador, George Stephanopoulos, trabalhava para o Nº 42. Aliás, outros 19 Estados têm leis semelhantes à agora aprovada em Indiana. Pelo que Hillary Clinton, antes de «atirar pedras», deveria verificar o seu «telhado».)
(Segunda adenda - Em entrevista à ABC, Mike Pence esclareceu que a lei de liberdade religiosa que assinou, e que tantas reacções a raiar o histérico tem recebido por parte dos «progressistas», mais não é, fundamentalmente, do que a transposição para o Estado do Indiana de uma outra, federal, que Bill Clinton assinou quando era presidente... e quando o seu entrevistador, George Stephanopoulos, trabalhava para o Nº 42. Aliás, outros 19 Estados têm leis semelhantes à agora aprovada em Indiana. Pelo que Hillary Clinton, antes de «atirar pedras», deveria verificar o seu «telhado».)
1 comentário:
A máscara vai caindo. Esta negociação com o Irão é uma traição à velha aliança com Israel e se o Irão conseguir a Bomba, o mundo nunca mais será o mesmo.
Obama inaugurou uma nova forma de enfrentar o terrorismo que ameaça a paz no mundo, colocou a América de cócoras.
Ainda não percebi quem está por detrás de Obama, uma vez que é notório que foi empurrado para a presidência. Lembro o prémio Nobel que lhe foi atribuído a título de nada.
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