(Uma adenda no final deste texto.)
Eric Holder apresentou a sua demissão do cargo de attorney-general – o equivalente a um «agregado» de procurador-geral e de ministro da justiça – a 25 de Setembro último. E o mínimo que se pode dizer é que já vai tarde de mais; efectivamente, nunca deveria ter tomado posse. Porque quem é suposto ser o maior, o principal, agente da autoridade dos EUA não deve comportar-se como um criminoso, ou como alguém que protege criminosos. Holder, em bastantes – demasiadas – ocasiões, foi uma coisa e/ou outra. Não demonstrou rigor nem isenção na execução das leis, destas fazendo – aliás, tal como o seu chefe Barack Obama – uma valoração, e uma hierarquização, segundo uma perspectiva político-ideológica: só são para aplicar e defender aquelas com as quais se concorda. Aos que não acreditam, como Chuck Todd, será suficiente citar as suas próprias palavras: ele autodefiniu-se, antes de mais, como um «activista a 1000 por cento»...
Eric Holder apresentou a sua demissão do cargo de attorney-general – o equivalente a um «agregado» de procurador-geral e de ministro da justiça – a 25 de Setembro último. E o mínimo que se pode dizer é que já vai tarde de mais; efectivamente, nunca deveria ter tomado posse. Porque quem é suposto ser o maior, o principal, agente da autoridade dos EUA não deve comportar-se como um criminoso, ou como alguém que protege criminosos. Holder, em bastantes – demasiadas – ocasiões, foi uma coisa e/ou outra. Não demonstrou rigor nem isenção na execução das leis, destas fazendo – aliás, tal como o seu chefe Barack Obama – uma valoração, e uma hierarquização, segundo uma perspectiva político-ideológica: só são para aplicar e defender aquelas com as quais se concorda. Aos que não acreditam, como Chuck Todd, será suficiente citar as suas próprias palavras: ele autodefiniu-se, antes de mais, como um «activista a 1000 por cento»...
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E há que elogiar-lhe, pelo menos, a honestidade quanto às suas intenções – uma
das poucas qualidades que demonstrou no desempenho de um cargo em que se
acumularam as suspeitas e as queixas contra ele, pelo que o balanço é extremamente negativo. Note-se que, apesar da habitual conflitualidade partidária, é muito
raro que se instale uma relação de (extrema) hostilidade entre um membro de uma
administração e (vários) representantes do partido da oposição. Porém, com Eric
Holder, foi exactamente isso que aconteceu: do Partido Republicano vieram
apelos mais ou menos declarados a que o então AG fosse impugnado – por Ted Cruz
– e até preso – por Blake Farenthold. «Medidas drásticas» propostas na
sequência de uma audiência no Congresso particularmente agressiva, em que
Holder, então já declarado «in contempt» pela Casa devido à falta de
cooperação, por parte do DdJ, no esclarecimento do caso «Fast & Furious»,
permitiu-se, qual rufia de rua, ameaçar Louis Gohmert que recordava,
precisamente, esse facto.
No
entanto, não foi só de políticos que Eric Holder enfrentou oposição e recebeu
reprovação. Também de juízes, como: William H. Pryor, que criticou as
directrizes do DdJ tendentes a pedirem, e a aceitarem, penas de prisão menores
para traficantes de droga – aliás, estes muito ficaram a dever a Holder e à sua
equipa, que conceberam para eles o denominado «Projecto Clemência»… o que, se
concretizado, poderá levar a um aumento da criminalidade nos EUA; e Amy Jackson, que repreendeu o AG (e também o Congresso) pela demora na resolução do
caso «Fast & Furious», em especial no que se refere à obtenção de
documentos do DdJ. Entretanto, Holder também foi alvo de contestação por parte da
Coligação de Pastores Afro-Americanos, que em Fevereiro último anunciou o
lançamento de uma campanha de recolha de um milhão de assinaturas para uma
petição a exigir a impugnação do attorney-general devido ao seu envolvimento activo, militante, na
(tentativa de) legalização e generalização, em todo o país, do denominado «casamento entre pessoas do
mesmo sexo».
Na
verdade, não se pode afirmar que Eric Holder pouco ou nada fez nos mais de seis
anos e meio que levou no cargo. O que aconteceu foi que, como já foi referido,
revelou uma explícita e exagerada parcialidade, e, vá lá, selectividade: tal
como não mostrou muita vontade e muito zelo (pelo contrário) no apuramento da
verdade sobre o assédio e discriminação do IRS para com organizações
conservadoras, também não considerou necessário que o Departamento de Justiça
investigasse as «listas de espera secretas» e as mortes anormais ocorridas em diversos hospitais de veteranos; todavia, não hesitou em mandar para o Nebraska um dos
seus agentes para inquirir sobre um carro alegórico – e os seus proprietários –
do desfile de 4 de Julho último realizado na cidade de Norfolk, naquele Estado,
considerado «ofensivo» e «discriminatório» porque mostrava a «biblioteca
presidencial» de Barack Obama como sendo… uma casa de banho externa. Obviamente,
não faltou quem falasse em «racismo». E, já se sabia, para Holder qualquer
crítica ao seu (agora ex-) chefe na «nação de cobardes» que, segundo ele, é os
EUA, só pode ser motivada pelo preconceito.
Convém
igualmente não esquecer que o Departamento de Justiça, sob a liderança de Eric
Holder, admitiu para os seus quadros advogados que haviam defendido muçulmanos suspeitos
e/ou acusados de terrorismo. E que aquele que dirigiu a acusação contra Dinesh D’Souza – professor, escritor e cineasta (co-realizou dois documentários) que
se distinguiu como um dos mais articulados e consequentes opositores de Barack
Obama – foi um financiador do actual presidente! Mais: antes de sair, Holder,
que já intentou processos em tribunal contra Estados que passaram a exigir um
cartão de identificação para votar, teve a «brilhante» ideia de os proprietários de armas serem obrigados a usar pulseiras próprias (a fazer lembrar as
estrelas de David dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial) – algo a que Sarah Palin respondeu em termos que o então AG deve ter entendido…
Existe
pelo menos uma pessoa que certamente está a lamentar muito a saída de Eric
Holder: Lois Lerner, que, na sua «fobia fiscal(izadora)» a qualquer individualidade
ou instituição mais à direita terá colaborado de perto com o Departamento de
(in)Justiça. Este, na presidência de Barack Obama, foi – tem sido – um
instrumento fundamental daquilo que é, nas palavras de Ben Shapiro, uma «organização
de tipo mafioso», e Holder foi – ou ainda é - «provavelmente o pior criminoso na administração».
(Adenda
– Outro dos (muitos) efeitos nefastos da acção de Eric Holder à frente do
Departamento de Justiça, e resultado inevitável do processo de
«de-excepcionalização dos EUA» a que Barack Obama se tem dedicado, foi, é, a
«emasculação» do FBI. Tal como as forças armadas norte-americanas, a famosa
agência policia federal é um dos símbolos do poderio e do prestígio do país
que, por causa da imposição do «politicamente correcto (e cobarde)»
esquerdista, parece estar a perder capacidades. De facto, não é só de agora que
existem relatos de que a instituição fundada por J. Edgar Hoover recebe directrizes
tendentes a desvalorizar, a subestimar, a ameaça de terroristas muçulmanos… e,
em consequência, atentados como o recente em Oklahoma, em que um recém-convertido ao Islão decapitou uma ex-colega de trabalho enquanto entoava
cânticos de louvor a Alá, surgem como trágicas demonstrações dessa negligência.
Outras foram, obviamente, o massacre em Fort Hood por Nidal Hasan e a explosão
em Boston pelos irmãos Tsarnaev. E a aparente admissão do erro já vem tarde.)
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