(Uma adenda no final deste texto.)
Não será incorrecto afirmar que a Casa Branca encarou a realização, em Washington, da recente (entre 4 e 6 de Agosto último) «Cimeira de Líderes dos Estados Unidos e da África» - se não na sua concepção, quase de certeza na fase final de concretização – como uma tentativa de melhorar a imagem pública de Barack Obama e da actual administração, em especial no plano internacional.
Não será incorrecto afirmar que a Casa Branca encarou a realização, em Washington, da recente (entre 4 e 6 de Agosto último) «Cimeira de Líderes dos Estados Unidos e da África» - se não na sua concepção, quase de certeza na fase final de concretização – como uma tentativa de melhorar a imagem pública de Barack Obama e da actual administração, em especial no plano internacional.
E todos os democratas na
Avenida da Pensilvânia (e não só) bem que precisam de boas notícias: na
verdade, perante crises causadas ou agravadas pelo Nº 44 e pela sua equipa – Rússia
e Crimeia («maior flexibilidade» para com Vladimir Putin), Síria e Iraque
(«linha vermelha» transposta sem retaliação, retirada total de tropas que
permitiu a expansão do ISIS), fronteira com o México assaltada por milhares de
ilegais (atraídos e incentivados pela amnistia concedida em 2012) – que até
fazem com que Michael Tomasky, um jornalista-«comentadeiro» liberal dos mais
assanhados que existem, pergunte «o Mundo está a explodir, então porque é que Obama não está a fazer mais?», um sucesso numa enorme «operação de relações
públicas», para mais envolvendo o sempre problemático continente negro, vinha
mesmo a calhar…
… Porém, e «infelizmente», não
foi exactamente isso que aconteceu. Se o objectivo de BHO era (simbolicamente)
«cravar» algumas «lanças» em África, tal não foi propriamente alcançado.
Resultados concretos, e positivos, não surgiram para já, apesar de algumas boas
intenções – concretamente, planos para investimentos num total de cerca de 14 biliões de dólares por parte de empresas norte-americanas. Enfim, nada
suficiente para anular ou mesmo atenuar as consequências da incompetência do
Sr. Hussein e dos seus comparsas. No entanto, o que não faltaram foram as
falhas, os erros, as gaffes. John Kerry não achou incongruente falar em
«alterações climáticas» perante representantes de nações sub-industrializadas. Tanto
Joe Biden como Nancy Pelosi se referiram a África como sendo um… país. Steny Hoyer entendeu avisar a audiência de que, apesar do seu cargo no congresso se
designar «whip», isso não significava que estava ali para chicotear africanos.
Na comunicação social, Chris Jansing, da NBC, afirmou em directo que «o facto
de ele (Barack Obama) ser do Quénia» poderia contribuir favoravelmente para o
desenrolar do evento… o que, note-se, não pode ser considerado um lapso porque,
há que nunca esquecer, o actual presidente manteve durante cerca de 15 anos a
informação de que tinha mesmo nascido naquela nação…
É igualmente justificado
colocar-se a hipótese de esta iniciativa ter sido implementada por inveja… de George W. Bush, pelo prestígio que o anterior presidente conquistou pela sua
acção contra a SIDA em África. Se foi esse o caso, a tentativa redundou em
fracasso. Como se não fosse suficiente ter Jim Yong Kim, presidente do Banco
Mundial, a elogiar o Nº 43 na cimeira promovida por Barack Obama, Hillary Clinton declarou à CNN uma semana antes do início daquela que o contributo de
Bush Filho para o combate contra a terrível doença a deixava «orgulhosa de ser
americana». Na verdade, não é necessário ter «sangue africano a correr nas veias» para amar aquele continente e ser útil a ele. Por exemplo, e concretamente,
ajudando a combater outra terrível doença dele originária, a ébola, tema que tem causado controvérsia nos EUA.
(Adenda - «Eu posso ver a
Rússia da minha casa» não é a única (falsa) afirmação, a única mentira, de
índole «geográfica» (bastantes, de diversos tipos, existem) a ser atribuída a Sarah Palin: outra que circulou em 2008
era a de que ela acreditava que África é um país… Depois, como o próprio New York Times noticiou, descobriu-se que tal foi inventado por uns brincalhões que se
fizeram passar por consultores conservadores que apoiavam a candidatura de John
McCain… Pois bem, seis anos depois, ainda há quem acredite naquela patranha. Como
Michael Cunnilingus… perdão, Michael Cunningham, que, curiosamente, é alguém que, à partida, tomaríamos como leitor fiel e atento do NYT. Será que
ele sabe que Joe Biden e Nancy Pelosi, figuras que ele certamente reverencia, é
que de facto afirmaram que África é um país? Quase de certeza que não, porque pessoas como MC, autêntica personificação, «caricatura viva» do intelectual de
esquerda, «liberal e progressista»… e completamente desfasada da realidade,
vivem nos seus próprios «mundos de fantasia»… e nem têm de ser ficcionistas.)
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