Sou um firme
defensor da ideia de que se pode e deve admirar um(a) artista mesmo que se
desgoste ou até despreze (d)o cidadão, (d)o homem (ou cidadã e mulher) que
habita o mesmo corpo; que se pode e deve apreciar, desfrutar, preferir uma
obra, o resultado da imaginação e do trabalho mesmo que se abomine as
afirmações e/ou as acções em outros âmbitos do indivíduo que criou aquela.
Exemplos? José Saramago apesar do seu comunismo e iberismo. Louis-Ferdinand
Céline apesar do seu anti-semitismo. Ezra Pound apesar do seu fascismo.
Vem isto a
propósito de outro caso no mesmo género, não obstante ser menos grave. Mas não
deixa de ser decepcionante, e há que afirmá-lo claramente, inequivocamente,
«branco no preto»: George R. R. Martin é um idiota. E bem grande, por sinal. O autor
de «A Game of Thrones» («Um Jogo de Tronos», mas que em Portugal recebeu o
título «A Guerra dos Tronos» - sim, concordo, há traduções piores…), um dos
grandes nomes da FC & F actuais, elogiado pelos críticos, escolhido e
consumido pelos leitores, norte-americano, é também – soube-o apenas recentemente
– apoiante, simpatizante, votante, do Partido Democrata. Pelo que não
surpreende que ele seja capaz: de acreditar, e de declarar, que Barack Obama é
«o presidente mais inteligente que tivemos desde Jimmy Carter»; de celebrar a
aprovação do «ObamaCare»; de sugerir que se devia retirar a cidadania a Joe
Lieberman (teria a mesma opinião se aquele senador não fosse judeu?)
Porém, a
estupidez (na política, pelo menos…) de Martin atingiu um nível verdadeiramente
delirante… e indefensável quando decidiu (voltar a) vituperar o Partido
Republicano por este, supostamente, querer «suprimir votos» e, dessa forma,
«negar o mais básico e importante direito de qualquer cidadão americano a
centenas e a milhares de pessoas». Afinal, de que se trata? Simplesmente, isto:
aprovar leis – nos Estados em que tal ainda não é obrigatório – que fazem
depender a possibilidade de votar da apresentação prévia de um cartão de
identificação com fotografia. Como acontece em Portugal e em qualquer país
civilizado. Para impedir ou diminuir os casos de fraude eleitoral, que os
«burros» insistem que não existem em número considerável nos EUA, apesar de
diversas investigações criminais e acusações judiciais demonstrarem o contrário
– e em que os arguidos são, normalmente, democratas (Adenda - Esta semana mais um foi acrescentado à desonrosa lista) (Segunda adenda - E mais outra!). No entanto, o autor das
«Crónicas de Gelo e Fogo» vê naquelas iniciativas não mais do que a «escassa
consideração pela nossa república e os seus valores» por parte de «oligarcas e
racistas envoltos em peles de elefantes mortos». Verdadeiramente «épico»! Será
esta a sinopse do seu próximo livro?
George R. R.
Martin, que tem sempre de apresentar, tal como em várias outras situações do
quotidiano, um cartão de identificação com fotografia quando quer viajar (e ele
viaja muito…), vive mesmo num mundo de fantasia. E, muito provavelmente, ele nem
sabe quanto. (Também no Simetria.)
3 comentários:
Joe Lieberman é um traidor.
É um cripto-comunista, pau-mandado do Diabo da City!
E você é um anónimo cobarde (redundância).
Vc deve ser discípulo da escola de frankforte -- lol.
é verdade. tudo acaba na city. é dizer, tudo começa na City. 1694.
Portugal não está isento; de onde acha que vem a austeridade?
Uns dias atrás encontrei uma peça de propaganda. O Enginheiro Guterres sentava-se ao lado da Angelina Folie -que provêm do braço de relações públicas da costa oeste. Conhece-lhes? A falarem dos pobres coitadinhos deles os refugidos Sírios. "Falamos de como eles sentiam sobre falta de suas famílias ... dentre os que membros da família ainda encontravam-se na Síria... " disse Folie. Quando ao enginheiro Gurterres, não li -não importa.
Olha, sabia muito melhori que fosse sua 'excellencia', não sentado ao lado, mas de mãos dadas com a Folie, e não o Enginheiro Guterres.
'V. Exa.' tem realmente tem pinta, a julgar p'lo CV online.
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