Hoje, 4 de
Julho, é o Dia da Independência, o dia nacional dos Estados Unidos da América. Porém,
neste ano de 2012, várias são as pessoas, a começar por Andrew Klavan, que se
interrogam, que perguntam se este não será verdadeiramente o – primeiro - «Dia
da Dependência». No seu livro «Da Democracia na América», Alexis de Toqueville
avisou para a possibilidade de, no futuro, as imensas liberdades de que os
norte-americanos goza(va)m virem a ser postas em causa por um «governo de
gentileza tirânica», que «degradaria as pessoas sem as atormentar», tornando o
Estado mais indispensável ao substituir a iniciativa privada em várias áreas e
sectores de actividade, tornando os indivíduos cada vez mais dependentes e
subordinados das instituições, e das ajudas, públicas, estabelecendo autênticas
«políticas de dependência».
Com a recente
decisão do Supremo Tribunal dos EUA de considerar constitucional o «Affordable Care Act» ou «ObamaCare», muitos receiam que esse momento tenha finalmente
chegado. Mais concretamente, estará enfim aparentemente cumprida a promessa de
Barack Obama de «transformar fundamentalmente» o país… que, em vez de USA,
deveria chamar-se URSA? E tal não se infere apenas da – burocratizante,
socializante - «reforma da saúde», cuja aprovação significa, para todos os
efeitos, que o governo passa a ter o poder para obrigar os cidadãos a comprarem
o que, e a comportarem-se como, aquele achar mais adequado. Tal mudança
essencial também se depreende: da amnistia dada por Obama a quase um milhão de
imigrantes ilegais, ao mesmo tempo que a sua administração tenta assegurar-lhes o direito de voto, combatendo os esforços de alguns Estados – como a Flórida –
de «limpar» os cadernos eleitorais e de exigir uma identificação; da nomeação
de Richard Griffin, um advogado com ligações à Máfia, para o Conselho Nacional
de Relações Laborais; da classificação, pelo Departamento de Segurança Doméstica, como (potenciais) «terroristas» de cidadãos que «reverenciam a liberdade individual» e que «suspeitam de uma autoridade federal centralizada»;
da (primeira) celebração pelo Pentágono do «orgulho gay», da homossexualidade,
da bissexualidade e da transsexualidade, incluindo mensagens do presidente e do
secretário da Defesa, Leon Panetta; do pedido de desculpas oficial apresentado
por Hillary Clinton ao Paquistão pela morte acidental de civis daquele país por
forças da NATO – mas ainda não há um pedido de desculpas do governo de Islamabad
pela ajuda dada a Osama Bin Laden durante anos, nem se prevê que Shakil Afridi,
que ajudou a localizar o líder da Al-Qaeda, seja libertado brevemente; enfim,
da «inclinação» contínua de Obama perante homólogos estrangeiros – a mais recente foi com Felipe Calderon, presidente do México – no que é já uma indubitável «tradição» do seu mandato.
Outras tradições
«vermelhas, brancas e azuis» mais antigas e genuínas parecem estar cada vez
mais em risco ou mesmo em vias de extinção. Hastear e ostentar bandeiras das
«estrelas e listras» são actos crescentemente condicionados, e até já se suspende
o lançamento de fogo-de-artifício para não assustar pássaros! Sim, os EUA de
2012 são uma nação diferente – e pior – do que era em 2008. Ao menos, e
enquanto não é proibido, que se ouça a música daquele que foi considerado a
«primeira super-estrela» norte-americana: John Philip Sousa, que era filho de um português!
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