Causou alguma sensação – e decepção – no nosso país uma recente afirmação de Barack Obama em que assegurou que os EUA «não são a Grécia, não são Portugal» no que se refere à (gravidade) da situação económico-financeira. Uma declaração muito pouco «diplomática», que obrigou o embaixador norte-americano em Portugal, Allan Katz, como que a justificar, explicar, e até corrigir, o seu presidente – ou seja, e de certo modo, a pedir desculpa. Porém, só ficou surpreendido quem não conhece completamente o percurso do actual inquilino da Casa Branca desde que tomou posse. Quem ainda acredita na falácia da «esperança e mudança». Enfim, quem não costuma consultar o Obamatório… porque quem o faz sabe que estas palavras do Sr. Hussein nada têm de anormal (nele), nem são, de longe, as mais graves que já proferiu!
A «batalha da dívida» que continua a ser travada em Washington tem proporcionado ao actual presidente norte-americano muitas ocasiões para demonstrar até que ponto ele é, na melhor das hipóteses, um amador. Repetimo-lo: a previsão de Joe Biden concretizou-se, e este mandato tem constituído um autêntico «on the job training». No entanto, e infelizmente, Barack Obama não se limita a ser inexperiente e incompetente: é também um ideólogo, e instigador, da divisão partidária – quiçá nacional – e da «guerra de classes». Perante a possibilidade de o governo federal ficar sem dinheiro e entrar em incumprimento, ele e o Partido Democrata preferem subir o tecto da dívida e aumentar os impostos… deixando para depois (nunca?) a tarefa de cortar a sério na despesa pública. Uma actual opção curiosa e contraditória por parte de quem, quando era senador, se opôs à subida do tecto da dívida e também ao aumento de impostos durante uma recessão!
Para quem apelou a que «se deixasse a retórica política à porta», não fica bem não seguir os próprios conselhos. Já não contando com uma Casa dos Representantes – agora controlada pelos republicanos – obediente, e estando o Senado, por enquanto com maioria democrata (menor desde Novembro), cada vez mais desconfiado, Barack Obama recorreu novamente, para tentar conseguir o que quer, àquilo que continua a garantir que não utiliza: o medo. Na verdade, de que se trata quando se faz avisos… ou ameaças: de um «armagedão económico»; de «armas apontadas às cabeças do povo americano»; de a segurança alimentar das crianças ficar comprometida; de «não haver dinheiro para os cheques» da segurança social, idosos e veteranos. «Felizmente» que, para os boys and girls da Casa Branca, há dinheiro para os cheques, e até aumentos!
O actual presidente tem mostrado ser igualmente um homem de fixações, de (grandes e pequenas) obsessões, e a mais recente é a dos «corporate jet owners» - (maus) exemplos, segundo ele, de pessoas que deveriam contribuir mais do que já contribuem, ou, citando a «voz do dono» Jay Carney, «espalhar o sacrifício e espalhar a prosperidade». Todavia, o tão «polémico» benefício fiscal de que os fabricantes de aviões usufruem foi concedido… no âmbito do «plano de estímulo à economia» que Barack Obama implementou em 2009! Por outras palavras: ele critica uma medida que tomou! O caso é tão ridículo que até Warren Buffett – multimilionário democrata – não se coibiu de, depois de algumas didácticas explicações, lançar um «remoque». Entretanto, outro empreendedor democrata, Steve Wynn, foi muito mais longe e acusou o presidente de «ser o responsável por este medo na América»!
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