Não é novidade que, para a «esquerda» norte-americana (e não só), qualquer coisa que Sarah Palin diga ou faça é, (quase) invariavelmente, recebida com um coro de críticas, insultos e mentiras. Veja-se, como um exemplo recente, o que se «cuspiu» aquando da visita dela ao Haiti e de uma fotografia tirada lá e em que se vê alguém a arranjar-lhe o cabelo; logo vieram as acusações de frivolidade num cenário de catástrofe… e só depois se aperceberam que a suposta «cabeleireira privativa» era nem mais nem menos do que a filha Bristol…
Antes disso, um outro episódio (literalmente) levou os «progressistas», ou alguns de entre eles, à beira da apoplexia: no programa «Sarah Palin’s Alaska» a ex-governadora é filmada a matar um caribu a tiro de carabina. Previsivelmente, as acusações de crueldade multiplicaram-se, mas dois «acusadores» houve que se destaca(ra)m pela sua verve vitriólica: Aaron Sorkin e Maureen Dowd. O primeiro escreveu que Palin fez um «snuff film» em que «torturou» um animal por gozo, dinheiro e ganho político. Este foi o aspecto mais visado pela segunda, que porém optou por uma imagem mais… simbólica – o «elegante animal» abatido era o… «Obambi» (!!) (alguém comentou que, se a ideia era comparar o Sr. Hussein com uma personagem de Walt Disney, o mais correcto seria chamá-lo «Odumbo»… por causa das orelhas). Reconheça-se, no entanto, que a colunista do New York Times é bem mais comedida que o criador da série televisiva «The West Wing» - aliás, os dois já namoraram mas é mais do que evidente que ele não beneficiou da influência de Dowd; e, apesar de, quase de certeza, Sarah nunca o ter ofendido ou mesmo referenciado pessoalmente, Sorkin não hesitou em «mimoseá-la» com epítetos – que me escuso de traduzir – como «shithead», «phony pioneer girl», «Cruella» (mais uma vez, a «conexão Disney»), «witless bully» e «deranged».
Como muitos saberão (e, se não sabem, facilmente compreenderão), Sarah Palin e a sua família caçam e pescam regularmente há muitos anos, e fazem-no também como forma de obtenção de alimentos – eles, de facto, comem aquilo que apanham. Todavia, é caso para perguntar onde é que Aaron Sorkin e Maureen Dowd estavam em Outubro de 2004 quando John Kerry, então na fase final da campanha para a presidência dos EUA (que perderia para George W. Bush), decidiu ir caçar (gansos) – uma actividade que, de facto, ele não pratica(va), e a que apenas se predispôs como táctica eleitoral para (tentar) diminuir a influência da NRA, contrária à sua candidatura. Será este mais um caso de dualidade de critérios e de hipocrisia? Que ideia! E como seria interessante se Sorkin e Dowd soubessem quem é Manuel Alegre e pudessem dar a sua opinião sobre alguém que continuamente debita os mais ridículos clichés esquerdistas, mas que, ao mesmo tempo, é um adepto da caça, da tourada e a quem a adopção de crianças por «casais gay» causa «engulhos».
Enfim, temos que ser «compreensivos» com Aaron Sorkin: está-se a entrar na «awards season» e ele, «coitado», enquanto argumentista de «The Social Network», filme realizado por David Fincher, está sob enorme pressão; e o melhor modo de convencer os seus pares de Hollywood a darem-lhe prémios é, mais do que convencê-los da qualidade do seu trabalho, lançar ofensas «espirituosas» e gratuitas contra figuras públicas e políticas conservadoras (muitos outros o fizeram e fazem); e é tudo tão mais complicado quando se é um drogado «em remissão» - como ele próprio diz, «a coisa mais difícil que faço a cada dia é não (voltar a) tomar cocaína». Quanto a Maureen Dowd, o seu problema é diferente: (tentar) ser minimamente original para não voltar a ser acusada de plagiar textos de outros.
«Atirar pedras» quando se tem «telhados de vidro» acarreta, na verdade, muitos perigos. Contudo, não se está aqui a afirmar que quase todos os (assumidos) democratas-liberais-progressistas sejam, além de malcriados, também viciados e/ou batoteiros: há ainda os depravados. Como David Epstein, igualmente um notório «palinófobo», que, segundo foi revelado na semana passada, está acusado de ter mantido uma relação sexual incestuosa com a filha, e que, se for condenado em tribunal, poderá passar quatro anos na prisão. É pois aconselhável que nem ele, nem Dowd, nem Sorkin, nem todos os seus «camaradas» - como Ellen Page, Joy Behar, Kathy Griffin, Katie Couric, Keith Olbermann e Sandra Bernhard – se aproximem do Alaska, ou ainda se arriscam a terem as suas cabeças expostas como «troféus» nas paredes de uma certa casa em Wasilla: é que Sarah Palin parece ter melhor pontaria do que Dick Cheney.
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