Duas grandes mentiras, ou dois grandes mitos, costumam ser brandidos pelos demagogos contra o Partido Republicano norte-americano: primeiro, que é o partido dos racistas – quando, na verdade, foi fundado para combater a escravatura, disso sendo Abraham Lincoln a suprema encarnação (e é o Democrata o partido historicamente associado à escravatura, à secessão e à segregação); segundo, que é o partido dos ricos.
Neste assunto como em todos os outros, nada melhor do que contrapor os factos às fantasias: não só os círculos eleitorais mais abastados tendem a votar cada vez mais no PD como é neste que estão os congressistas mais ricos – note-se como no «Top 10» apenas dois são republicanos! E bem pode Barack Obama bramar contra os banqueiros «gatos gordos» que, supostamente, arruinaram a economia dos EUA: a verdade é que a maioria desses «gatos», ou pelo menos os principais de entre eles, foram ou são ainda seus apoiantes! A recente tentativa de «reforma» do sistema financeiro – aparentemente tão «progressista», «relevante» e «transparente» como a do de saúde - tem permitido o realçar de diversas contradições e até o revelar de alguns casos... complicados.
O maior de todos (casos e contradições) resulta das várias ligações da (actual) Casa Branca à Goldman Sachs – e das doações desta à campanha do então candidato Barack Obama, que o agora presidente não tem intenção de devolver. Mais: um ex-conselheiro do Presidente é agora advogado na GS. Deve ser também por isso que aquela empresa afirma apoiar a «reforma de Wall Street» preconizada pela corrente administração. Entretanto, o Citigroup mostra igualmente um grande... entusiasmo. «Compreensível», aliás, quando se ouve Timothy Geithner, secretário do Tesouro (que, recorde-se, só após ser convidado para o cargo é que pagou os impostos que tinha em atraso), a ameaçar que os bancos poderão ser «desmembrados» se voltarem a fazer «asneiras». Não é pois de surpreender que até já haja quem diga que, no sector financeiro, hoje «todos odeiam Obama». Enfim, não é preciso exagerar...
Também neste tema poucos descrevem melhor a situação, as suas causas e consequências – e inevitável hipocrisia – do que Ann Coulter (aqui e aqui). Porém, uma coisa é certa: algo tem de ser feito para impedir que grandes incompetências – e mesmo fraudes – voltem a acontecer. O pior é que o governo federal não oferece suficientes... garantias.
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