quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

MLK não era democrata

No seu discurso, dito hoje, de aceitação do Prémio Nobel da Paz que imerecidamente lhe foi atribuído (no decurso de uma visita a Oslo em que se furtou a uma série de eventos nos quais os laureados habitualmente participam), Barack Obama evocou em especial – entre outros premiados do passado – Martin Luther King.
O que o actual presidente dos EUA não mencionou nesta ocasião, nem certamente alguma vez mencionará, por força da «praga do politicamente correcto», é que o autor do discurso «Eu tenho um sonho» era um eleitor do Partido Republicano! Sim, o partido de, entre outros, Bush filho e pai, de Reagan, de Nixon, de Eisenhower, de Roosevelt (o Theodore, não o Franklin...)... e de Lincoln! Obviamente que o grande defensor dos direitos civis dos negros americanos só poderia ser adepto do partido que foi fundado para combater a escravatura e não do que mais defendeu... a escravatura, primeiro, e a segregacão, depois, e à sombra do qual foi criado o Ku Klux Klan. Exactamente: o Partido Democrata! Um artigo de Frances Rice enuncia e explica estes factos... que alguns persistem em negar.
É por isto incongruente que ainda hoje a grande maioria dos afro-americanos vote regularmente no Partido Democrata e nos seus candidatos. Dir-se-ia que a maior parte da população negra dos Estados Unidos (Condoleeza Rice e Michael Steele são duas entre muitas excepções) ainda não se emancipou totalmente e prefere continuar dependente dos (novos) «senhores da plantação». O que até faz sentido: após a segregação veio a «(in)segurança social» - exponenciada agora na proposta democrata de «reforma» do sistema de saúde – que poderá transformar-se, sob Barack Obama, num «socialismo à americana». Aliás, quando Jesse Jackson chega ao cúmulo de dizer que um homem negro que vote contra a healthcare bill não é... um homem negro, tal é um sinal de que a desonestidade intelectual e a chantagem emocional se tornaram indissociáveis do sectarismo ideológico e partidário.
A «esquerda» nos EUA, corporizada nos «liberais» - na verdade, elitistas paternalistas – do Partido Democrata, considera que os negros lhe pertencem, que são sua propriedade... e costuma reagir com violência – verbal e física - quando as «ovelhas ronhosas» se afastam do «rebanho». Sim, a cor dos modernos seguidores da «Lei de Lynch» é a azul.

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