segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Paz podre

Sim, é inegável: a atribuição a Barack Obama do Prémio Nobel da Paz é, mais do que injustificada, ridícula. Os comentários recentes, por exemplo, de Michael Binyon e de Michael Goodwin, sublinham todos os aspectos principais desta grande, e desagradável (excepto para os «fiéis») surpresa.
Esta decisão confirma também o que recentemente afirmei – meio a sério, meio a brincar – sobre os noruegueses... mal imaginava eu que, poucos dias depois, eles iriam justificar o ditado «não há duas sem três». Nomeado talvez uma semana depois de tomar posse (!), o actual presidente norte-americano viria, sem dúvida, a confirmar a escolha do Comité Nobel da Noruega com as suas sucessivas – e dúbias – iniciativas de «apaziguamento», várias já referidas aqui, das quais há a destacar as relativas aos muçulmanos em geral e ao Irão em particular.
Mais recentemente, Barack Obama voltou a demonstrar que, para ele, «coexistência pacífica» é fazer as vontades a ditadores (assumidos ou não): anunciou que os EUA não instalarão o escudo antimíssil na Europa de Leste; autorizou que uma destacada figura da junta militar da Birmânia viajasse até Washington; e recusou-se a encontrar-se com o Dalai Lama, seguindo o exemplo não de George W. Bush mas sim de... José Sócrates!
A Escandinávia foi a região do Mundo que, numa só semana, deu ao actual inquilino da Casa Branca duas sensações bem fortes... e opostas: na Dinamarca a «sua» Chicago perdeu os Jogos Olímpicos de 2016; da Noruega veio o Prémio Nobel da Paz. Pelo menos, é um «troféu» que deverá ficar bem junto aos restantes.

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