terça-feira, 6 de maio de 2014

Obviamente, a demissão

(Duas adendas no final deste texto.)
Há bastante tempo que, realisticamente, não havia quaisquer dúvidas, mas faltava ainda a prova concreta, definitiva, a «smoking gun», a «arma fumegante (do crime)»… E na semana passada ela foi obtida: através de documentos obtidos pela Judicial Watch, em especial e concretamente uma mensagem de correio electrónico, está enfim demonstrado que da Casa Branca – nomeadamente, de Ben Rhodes, assessor de Barack Obama – veio mesmo uma sugestão, uma ordem, uma directiva, primeiro para Susan Rice, e depois para todos os membros da administração mais ligados à política externa, a começar por Hillary Clinton, no sentido de mentirem sobre o que aconteceu em Benghazi a 11 de Setembro de 2012 – isto é, para se culpar o ataque numa «reacção espontânea» a um vídeo e para não o considerar um atentado terrorista premeditado e planeado. Bill O’Reilly enuncia e explica o novo contexto resultante dos novos desenvolvimentos aqui e aqui.
Já não restam, pois, também quaisquer dúvidas de que o Sr. Hussein venceu ilegitimamente as eleições de 2012: estas foram condicionadas não só pela ilusão de que a Al Qaeda estava derrotada ou quase (viu-se na Líbia que não estava), mas também pelas falsas promessas quanto ao ObamaCare («se gosta do seu plano poderá mantê-lo») e ainda pela perseguição a organizações conservadoras por parte do IRS. E poderia acrescentar-se a vigilância feita pelo Departamento de Justiça a jornalistas (e a congressistas?!)… e não cabem aqui as escutas feitas pela NSA a estrangeiros porque estes não votam nas eleições dos EUA. Porém, o caso de Benghazi é o mais grave de todos porque quatro cidadãos norte-americanos foram, de facto, deixados para morrer – e a muitos outros poderia ter acontecido o mesmo, tendo «apenas» ficado feridos – de modo a não prejudicar uma campanha eleitoral e a «narrativa» - a mentira, ou uma das (grandes) mentiras – que a sustentava; depois, eles e as suas famílias (e todos os norte-americanos) foram insultados por a Casa Branca (Barack Obama) e o Departamento de Estado (Hillary Clinton) terem não só mentido quanto às causas e circunstâncias do sucedido como também por, ao contrário do que prometeram, não terem ainda capturado e julgado qualquer culpado.
Estas recentes revelações, ou confirmações, impunham uma resposta adequada, e John Boehner fez isso mesmo: anunciou a criação de um «comité selectivo», uma comissão de inquérito (que será presidida por Trey Gowdy, ex-procurador) com mais poderes e prerrogativas do que aquelas que já foram feitas sobre este assunto (e outros)… e que, quase de certeza, terá outras, grandes e preocupantes, consequências… para os democratas. Estes, como seria de esperar, estão furiosos e desesperados. As reacções, como é costume entre os «burros», têm oscilado entre o hilariantemente histérico e o inadmissivelmente insultuoso. Ouvir, nomeadamente, Bill Maher (que comparou, aparentemente, quatro compatriotas – funcionários públicos – mortos a quatro prostitutas mortas), Bob Beckel, Cenk Uygur, David Plouffe, Jay Carney (que tem o descaramento de dizer que a mensagem sobre Benghazi… não era sobre Benghazi), Jonathan Chait e Nancy Pelosi (que, candidamente, perguntou «porque é que não se fala noutra coisa?») é como ouvir cães a ladrarem à caravana… da verdade, da justiça, dos factos; não há que ter medo porque eles só fazem barulho e não «mordem». 
Uma reacção, no entanto, merece destaque especial pelo seu acentuado absurdo, por ser «digna» de entrar no anedotário político norte-americano, e ser demonstrativa… de como aquela gente «pensa»: a de Tommy Vietor, ex-porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, que «desabafou» perante um insistente «interrogatório» de Brett Baier: «Meu, isso foi há dois anos!» Para os democratas, já se sabe, só se está perante um escândalo se um republicano estiver envolvido; e nunca é tarde demais para se falar num assunto… se estiver um republicano em causa – é por isso que o ataque em Benghazi, ocorrido em 2012, foi há «muito tempo» e deve-se por isso «esquecer e passar à frente», mas, por outro lado, é sempre «actual» culpar George W. Bush e Ronald Reagan por tudo e mais alguma coisa, e até ir «desenterrar» travessuras alegadamente cometidas por Mitt Romney há mais de 50 anos, quando era não mais do que um adolescente…    
Sim, «Benghazi-gate» é pior, muito pior do que Watergate. É por isso compreensível, normal e previsível que as alusões, as comparações entre os dois casos sejam feitas. Como eu previ, Barack Obama está a seguir o (mau) caminho de Richard Nixon. O acumular de incompetências e de ilegalidades está a atingir um tal volume que, em breve, e se ele quiser impedir a impugnação («impeachment»), algo que se antevê como cada vez mais inevitável, muito provavelmente só lhe restará uma saída, uma solução minimamente digna para os problemas que ele causou, ou que permitiu que ocorressem, ou que não foi capaz de resolver: obviamente, a demissão. O próximo dia 8 de Agosto até que seria uma data apropriada para tal.
(Adenda – Todos aqueles que pensam, e que acreditam, que a impugnação e/ou a demissão não se justificam para Barack Obama devem conhecer as 76 acções ilegais cometidas até agora pela sua administração, e cuja lista - provisória, evidentemente - foi apresentada por Ted Cruz; são factos, e não ficções.)
(Segunda adenda – Laura Ingraham pergunta bem: porque é que aqueles que, justamente, se indignam com o rapto, e venda para escravatura, de raparigas – cristãs – nigerianas pelos islamitas fundamentalistas do Boko Haram (que já têm um historial de atrocidades, incluindo o assassinato, a tiro e pelo fogo, de dezenas de rapazes), e que exigem inclusivamente uma intervenção armada contra aquele movimento, também não se indigna(ra)m com o assassinato de quatro norte-americanos em Benghazi, por um grupo – a Ansar al Sharia – também com ligações à Al Qaeda? Neste caso, há que reconhecê-lo, Hillary Clinton mostrou «coerência»: é que durante dois anos opôs-se a que o BH fosse classificado como «organização terrorista» pelo Departamento de Estado!) 

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