quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Brincar aos médicos e enfermeiras

(Duas adendas no final deste texto.)
Decididamente, o mais recente discurso do Estado da União proferido por Barack Obama continua a dar que falar… e que escrever. Um dos momentos mais caricatos da cerimónia ocorreu quando o Sr. Hussein afirmou que ele, e a sua administração, estavam a reparar («fixing») o «Affordable Care Act»… e, logo a seguir, se ouviram gargalhadas. Da parte de republicanos, sem dúvida, mas não seria surpreendente se alguns democratas também não tivessem conseguido conter o riso, mesmo que discreto…
… Porque nos EUA só quem tem estado a dormir ininterruptamente desde Outubro é que não sabe que o «serviço nacional de saúde» que os democratas votaram e implementaram sozinhos continua a ser o desastre que se tornou evidente desde o princípio. Correcção: é um desastre ainda maior porque continuam a acumular-se novos factos sobre os (maus) efeitos da aplicação da lei. Há casos pessoais, isolados, que são eloquentes quanto à incompetência introduzida num sistema que, apesar de não ser perfeito, funcionava muito bem: um médico passou duas horas ao telefone à espera da autorização de uma seguradora para fazer uma cirurgia; há quem tenha levado seis semanas para se… «desinscrever» do «ObamaCare»; há quem tenha visto os seus dados pessoais serem roubados depois de ter acedido ao healthcare.gov (e não terá sido o único…); a muitas crianças estão a ser recusado tratamentos específicos, especializados, de que necessitam; e muitas crianças… que acabaram de nascer não estão a ser adicionadas aos processos dos seus país e famílias porque… o «eficiente» e «moderno» sítio na Internet que levou três anos e centenas de milhões de dólares para ser instalado não o permite! Entretanto, um funcionário do Departamento de Saúde admitiu, numa audiência no Congresso, que não se sabe o número de pessoas que pagou por um seguro de saúde… e, logo, quantas têm efectivamente cobertura! Tal acontece também, sem dúvida, porque o sistema, no início de Fevereiro, ainda não conseguia corrigir erros na submissão de candidaturas.       
Considerando tudo isto, é de surpreender que a Moody’s se prepare para descer a classificação das companhias de seguros e, desse modo, desvalorizar e diminuir as suas perspectivas comerciais e financeiras? Até no estrangeiro se sabe do caos que a (tentativa de) implementação do «(un)Affordable Care Act» está a causar – veja-se, por exemplo, uma reportagem do Daily Mail. No Washington Post alerta-se que a drástica redução dos médicos disponíveis sob o novo regime poderá deixar os pacientes «furiosos»… e impacientes; na Califórnia estes casos sucedem-se, incluindo doentes com cancro a quem médicos recusam fazer consultas. Também não muito contentes deverão ficar os (segundo o cálculo do Gabinete de Orçamento do Congresso) cerca de dois milhões e meio de pessoas que, por os empregadores quererem reduzir o mais possível os (altos) custos induzidos pelo «ObamaCare», deverão perder os seus empregos ou, na melhor das hipóteses, serem relegados para trabalho a tempo parcial. Um homem nessa situação teve recentemente, aliás, a possibilidade de confrontar directamente o próprio Sr. Hussein sobre o assunto. Da Casa Branca responderam através de Jason Furman, presidente do Conselho de Assessores Económicos do Nº 44, que: 2,5 milhões representam apenas «uma pequena percentagem da economia»; e, ao contrário de ser um desincentivo ao trabalho como afirma Douglas Elmendorf, director do CBO, o ACA pode até constituir, imagine-se, um «incentivo para mais empreendedorismo». No New York Times há quem concorde com esta interpretação (do aumento do desemprego), que consideram «libertadora»; já na MSNBC há quem prefira mudar de assunto
Entre os esquerdistas há, na verdade, muitos, cada vez mais, que parecem estar, e estão, desiludidos com o «ObamaCare»; descobrem que aquilo que foi prometido não corresponde à realidade. Um deles é Michael Moore, que admitiu, em artigo também no NYT, que o ACA é «horrível» («awful»). O que surpreende, visto que no seu filme de 2007 «Sicko» ele apresentava o sistema de saúde de Cuba como um exemplo a seguir; então agora que o dos EUA vai igualmente, e finalmente, no sentido da (irreversível?) «terceiro-mundialização» é que ele se arrepende e muda de opinião? Tão inconstantes, estes «progressistas»… Enfim, é o que acontece quando idealistas inexperientes e irresponsáveis com demasiado tempo e poder nas mãos decidem brincar aos médicos e enfermeiras... fazendo de todo um país como que um enorme, imenso «hospital» para as suas experiências.
(Adenda – Nancy Pelosi, recorde-se, foi uma das principais «culpadas» pela concretização do «ObamaCare», e disse que este deveria primeiro ser aprovado para depois se saber o que estava dentro dele. Agora, veio agora também enaltecer a possibilidade de, com a nova lei da saúde, os trabalhadores «escaparem» aos seus empregos! E isto a seguir a ter admitido, perante um galhofeiro Jon Stewart, que não sabia porque o sítio healthcare.gov havia falhado, e que tal não era da sua responsabilidade! Com quem ela não quer falar é Bill O'Reilly... porque, enfim, a cobardia por vezes «fala» mais alto.) 
(Segunda adenda - Mais uma componente importante do ACA acaba de ser, ilegalmente, alterada... isto é, adiada... para 2016. Que «coincidência»! É mais uma ilegalidade cometida por Barack Obama. O que «não é» um problema porque, como ele diz, «eu posso fazer o que quiser».)  

1 comentário:

Fernando disse...

Obama eases asylum rules for terrorist support


hummm... o que de mal poderá acontecer?

http://www.timesofisrael.com/obama-eases-asylum-rules-for-terrorist-support/