segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A dama é uma vagabunda

Ontem foi dia do maior acontecimento e espectáculo desportivo anual dos EUA… que é simultaneamente o maior acontecimento e espectáculo televisivo anual dos EUA: a (47ª) Super Bowl, a final do campeonato de futebol norte-americano, que este ano teve lugar em Nova Orleães. E que foi ganha pelos Baltimore Ravens, por 34-31, contra os San Francisco 49’ers. Porém, o espectáculo musical do intervalo acabou por suscitar quase tanto interesse como o jogo propriamente dito, porque havia a curiosidade de saber se a artista convidada, Beyoncé, desta vez iria cantar ao vivo… mesmo! E, de facto, assim aconteceu...
… Ao contrário do que ocorreu na inauguração do segundo mandato de Barack Obama, quando – veio a descobrir-se depois de crescentes suspeitas – fez playback, lipsynching… enfim, simulou, enganou, fez batota. Ou então, se quisermos ser mais condescendentes, «guardou-se», resguardou a voz, para aquela que considerou ser a ocasião, a cerimónia, mais importante! As críticas e as condenações sucederam-se, mas também não faltou, incluindo em Portugal, quem previsivelmente a «desculpasse» e desvalorizasse o ocorrido… A verdade é que é difícil não ver no «desempenho» de Beyoncé em Washington no passado dia 21 de Janeiro como que um símbolo, uma metáfora do que tem sido a presidência de BHO: um enorme fingimento, uma colossal mentira, o dar a entender que algo está a acontecer… mas que não está. Enfim, o recurso – ocasional? – da Sra. Knowles a uma pré-gravação está em consonância com o recurso constante do Sr. Hussein ao teleponto. Digamos que estão muito bem um para o outro…
… Pelo que não surpreende que ela seja, juntamente com o marido Jay-Z, uma das suas maiores apoiantes e doadoras. Aliás, os dois, no seu clube 40/40 de Nova Iorque, organizaram durante a última campanha presidencial um dos eventos de angariação de fundos mais «badalados»… pelos preços cobrados e pelos luxos de que se revestiu, incluindo uma «torre de garrafas de champanhe» com o valor de 105 mil dólares! Ou seja, um cenário mais característico dos «1%» do que dos «99%»… Talvez tenha sido por isso que, entretanto, a cantora assinou um contrato com a Pepsi, que, esta sim, é uma bebida mais acessível à «ralé»… E também não surpreende que, agradecido, Barack Obama se tenha referido a Beyoncé como um excelente «modelo para as minhas filhas porque ela conduz-se a si própria com muita classe».
Sim, «classe» é o que não falta à Sra. Knowles… um exemplo disso terá sido a imagem que ela colocou no Instagram dirigida a Mitt Romney aquando da derrota daquele a 6 de Novembro: a de um papel em que escreveu «Take that, Mitches!». Para quem não percebeu a estranha palavra, esclareço que ela é o resultado de um «cruzamento» entre «Mitt» e «bitches», sendo esta(e)s, pode-se deduzir, todos os norte-americanos que não votaram em Barack Obama… No entanto, o momento de maior «classe» na carreira – e eventualmente também na vida – de Beyoncé talvez tenha ocorrido a 31 de Dezembro de 2009, quando, por dois milhões de dólares, deu um mini-concerto restrito numa festa promovida em Nova Iorque por Hannibal Khaddafi – sim, um dos filhos do antigo e falecido ditador da Líbia.     
Qual é a surpresa? Afinal, quem canta para um canta para outro… Citando a famosa canção, the lady is a tramp… (est)a dama é uma vagabunda. 

3 comentários:

Carlos disse...

Alguns fans do Sr Obama estão profundamente decepcionados, pelo menos no twitter.
Os corações puros estão assustados com isso:

http://www.theatlanticwire.com/politics/2013/02/take-rare-look-how-obama-decides-send-drones-kill-americans/61794/

Tá na laethanta saoire thart-Cruáil an tsaoil disse...

fraco...

OCTÁVIO DOS SANTOS disse...

«Fraco»... o quê?