sexta-feira, 13 de maio de 2011

Casa Negra

Ignorância? Incompetência? Insensibilidade? Foi por causa de uma, de duas ou das três que a Casa Branca se viu envolvida, mais uma vez, numa autêntica «trapalhada» de (más) relações públicas? É que, por iniciativa de Michelle «Tamale» Obama, a Casa Branca convidou para um serão dedicado à «poesia», e entre outros artistas, Common, um actor autor-cantor, rapper, que tem canções com «temas» como (a defesa de) assassinos de polícias (uma das quais fugiu da prisão e se exilou em Cuba) e George W. Bush a morrer queimado como «castigo» pela guerra no Iraque.
Como se a (habitual, neste género de música) tendência para a violência não fosse suficiente, Lonnie Rashid Lynn Jr. (o seu verdadeiro nome) tem ainda a «distingui-lo» dois outros factos: primeiro, o ter frequentado – tal como Barack Obama – em Chicago, de onde é natural, a infame Igreja Unida da Trindade de Cristo do famigerado pastor extremista e racista Jeremiah Wright, «guia espiritual» do actual presidente norte-americano durante duas décadas; segundo, o opôr-se a casamentos inter-raciais (como o dos pais do Sr. Hussein?) – uma posição que, aliás, é partilhada por Jill Scott, cantora que esteve igualmente presente na referida cerimónia no Nº 1600 da Avenida da Pensilvânia.
Não está em questão, obviamente, o direito à liberdade de expressão que tem Common (e Jill Scott) para afirmar o que muito bem entende, por mais ignorante, inconveniente e/ou insultuoso que seja. O que está em causa, sim, é o (mau?) exemplo que é dado, a «legitimidade», o «reconhecimento» e a «validação» públicas que são conferidas, ao se deixar entrar e intervir, no edifício mais importante dos EUA, uma pessoa com um carácter e um percurso que suscitam justificadas críticas – em especial por parte da associação de polícias de Nova Jersey, a cuja corporação pertencia um dos agentes mortos. Que não haja dúvidas: por se opor à união conjugal entre branco(a)s e negra(o)s, Common é um racista. E integra uma «corte» de admiradores e adoradores de Barack Obama que, invariavelmente, acusam de «racistas» todos os que criticam as políticas do presidente, e que, regularmente, se atrevem a invocar Martin Luther King – que preferia ser julgado pelo conteúdo do carácter do que pela côr da pele.
Estes afro-americanos adeptos da «acção afirmativa» e de outras modalidades de vitimização, tão ao gosto do Partido Democrata, talvez considerem uma suprema ironia o facto de um dos seus estar na Casa… Branca. O que para eles provavelmente é uma designação racista.

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