segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Comandando nos comentários (Parte 2)

Escrevi há exactamente um ano, e, infelizmente, nada há a alterar ou a acrescentar: «Não é novidade e já o referi várias vezes: porque na comunicação social portuguesa (e não só) não existe como que um “contraditório” constante e consistente à “narrativa” predominante, relativa à política nos EUA, de que os democratas são “bons” e os republicanos são “maus” (e, com Donald Trump, tornaram-se “piores”), é na blogosfera que é mais intenso o combate contra a desinformação, a propaganda, e a pura e simples parvoíce neste âmbito»; também se mantém que «não tendo até hoje conseguido – apesar de várias tentativas nesse sentido – fazer ouvir a minha voz, falada e/ou escrita, sobre o que acontece no outro lado do Atlântico em outros media “tradicionais”, é na Internet, pois, que procedo a uma persistente “pedagogia” que visa separar a verdade da mentira, por comentários em que o meu comando, o meu conhecimento do estado da nação norte-americana, se afirma e se evidencia, ou pelo menos assim o espero»…
… E neste ano que passou desde a última retrospectiva feita, tal concretizou-se em: Delito de Opinião (um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze); Malomil (um, dois, três, quatro, cinco); Horas Extraordinárias. Os temas incluiram: demissões na Casa Branca; (as mentiras constantes sobre) controlo de armas; George Soros, financeiro e especulador, apoiante de inciativas e de instituições de esquerda, principalmente nos EUA mas não só e, sim, criminoso de guerra nazi; a decisão – correcta – por parte de Donald Trump de romper o acordo com o Irão; emissões poluentes diminuiram nos EUA… apesar da retirada do país do acordo de Paris; caricaturas vagamente homofóbicas (mas «aceitáveis» porque visam os «maus»); desinformação por parte da Associated Press (ou seja, a normalidade); Nancy Pelosi de novo (e infelizmente) speaker, e o seu lugar na hierarquia política norte-americana; Woodrow Wilson como a não personificação dos «valores intemporais do iluminismo»; «fake news» em geral e manipulações fotográficas em particular.
De todos estes comentários há um que pode ser seleccionado e destacado como representativo, simbólico, do que foi a discussão no ano que entretanto passou, correspondente ao segundo ano do primeiro ;-) mandato de Donald Trump. Fi-lo no Delito de Opinião, em duas partes, a primeira a 13 e a segunda a 14 de Maio de 2018: (não faltam exemplos flagrantes) «do desconhecimento que se verifica, entre muitas pessoas, sobre as reais características da actual política norte-americana. Nos anos 90, com Bill Clinton, o Partido Democrata até que podia considerar-se de centro-esquerda: insurgia-se contra a imigração ilegal, não preconizava o aumento da dimensão e da intervenção do Estado, e opunha-se ao “casamento” entre pessoas do mesmo sexo! Com Barack Obama, os “burros” mudaram radicalmente (enquanto os “elefantes” pouco ou nada), e são: contra a apresentação de (cartão de) identificação para se votar; a favor de fronteiras abertas – e contra a prisão e a deportação de imigrantes ilegais acusados e condenados por crimes graves, para além de entrada indevida no país, nesse sentido criando as ditas “cidades-santuário” (especialmente na Califórnia) que não respeitam as leis federais; a favor do aborto em qualquer fase da gravidez – sim, mesmo aos nove meses e quase no parto! Obviamente, existem outras demonstrações de extremismo por parte d(e membros d)o PD, e é risível afirmar que se trata de uma agremiação de moderados. (…) Como não considerar extremistas posições como o fomento à fraude eleitoral, a protecção de criminosos (nacionais e estrangeiros), a defesa do aborto industrial, e ainda condicionamento da liberdade de expressão e (tentativas de) confiscação de armas? É evidente que o são, e constituem actualmente o cerne, o “establishment” do Partido Democrata, pelo que este, obviamente não “está à direita no espectro político relativamente ao resto do mundo”, não corresponde ao PSD português nem ao FDP alemão. As suas acções não são, de modo algum, “centristas”. Insistir nesta fantasia, nesta ficção, é absurdo.»

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