(Uma adenda no final deste texto.)
«Todas as religiões são iguais, mas há religiões que são mais iguais do que outras». Parafraseando George Orwell, esta poderia ser a principal conclusão – não surpreendente – do atentado (felizmente) falhado ocorrido em Garland, no Texas, há uma semana. E falhado porque, no que respeita a armas em quantidade e em qualidade disponíveis e prontas a utilizar, os EUA, e em especial o Texas, não são como a Europa…
«Todas as religiões são iguais, mas há religiões que são mais iguais do que outras». Parafraseando George Orwell, esta poderia ser a principal conclusão – não surpreendente – do atentado (felizmente) falhado ocorrido em Garland, no Texas, há uma semana. E falhado porque, no que respeita a armas em quantidade e em qualidade disponíveis e prontas a utilizar, os EUA, e em especial o Texas, não são como a Europa…
Dois
candidatos a jihadistas foram mortos por um só polícia do «Lone Star State» quando
tentaram atacar os participantes num encontro sobre liberdade de expressão e
(contra) o extremismo islamita… e que constituiu igualmente uma convenção, e um
concurso, de caricaturistas de Maomé. E qual foi a reacção de muitos na comunicação social, e não só? Criticaram como «provocadora» e «incentivadora de
ódio» a organizadora do evento, Pamela Geller. Mais do que uma cambada de
cobardes, são hipócritas que não hesitam nos seus impulsos iniciais, que não
param para pensar que, provavelmente, as posições que tomam acabam por ser
contraproducentes relativamente aos «valores» que têm como verdadeiros… Ben Shapiro
e Rush Limbaugh foram dos que primeiro e mais acertadamente denunciaram e
desmontaram a – habitual, e cada vez mais histérica – dualidade de critérios. O
primeiro, editor na Breitbart, lembrou que «os mesmos membros dos media que lamentaram os horrores
das caricaturas de Maomé (…) esta(va)m perfeitamente felizes em usar o poder do
governo para tomar como alvo qualquer comerciante que se recus(ass)e a prestar
serviços a um casamento entre pessoas do mesmo sexo.» No mesmo «comprimento de
onda» o segundo, famoso radialista, com perspicácia, perguntou: «se vamos respeitar e obedecer
a leis sobre desenhar caricaturas do profeta, não temos de respeitar o que o
Islão diz sobre homossexualidade e as mulheres?»
Já
John Nolte foi mais abrangente e acutilante na reacção àqueles que, como disse
Benjamin Franklin, estão dispostos a prescindir da liberdade para obter (um
pouco de) segurança, e acabam por não ter nem merecer nem uma nem outra. E
demonstrou que, sim, Jesus Cristo insultou mais (um)a religião do que Pamela
Geller, e que, sim, o que ela organizou em Garland não é fundamentalmente
diferente do que Martin Luther King organizou em Selma. Nolte também fez, no
que foi acompanhado por Alex Griswold, pontaria especial contra o New York
Times, jornal que elogiou «elevadas» expressões artísticas como «The Death of
Klinghoffer», «Piss Christ» e «The Book of Mormon», mas que para uns desenhos
de Maomé já não mostra o mesmo entusiasmo. Lá está, é o que dá nem os cristãos
(incluindo os mórmons) nem os judeus terem o hábito de assassinar quem ofende
as suas religiões… Tal como o NYT, também a AP, a CNN e o WP pareceram ficar surpreendidos
por Geller não ter pedido desculpa, ou mesmo lamentado, os dois mortos que a
sua iniciativa «causou» (!)… o que equivale, na práctica, a culpar a mulher que foi
violada por usar uma saia curta. A Lena Dunham é que não fizeram semelhante sugestão… Previsivelmente, da (MS)NBC vieram igualmente – uma, duas, três,
quatro – demonstrações de «dhimmitude»… e, incrivelmente, também da Fox News:
Geraldo Rivera, Greta Van Susteren, Juan Williams, Laura Ingraham e Bill O’Reilly
cederam desta vez ao medo, tentando disfarçá-lo com a desculpa de que é inútil,
e prejudicial, ofender (tant)os muçulmanos…
…
Porém, quantas vezes são precisas dizer, repetir, o óbvio? Os terroristas
muçulmanos não precisam de pretextos, de «provocações», para atacarem, para destruírem
e para matarem. Acaso os civis que estavam e/ou que trabalhavam nas torres
gémeas do World Trade Center em 2001 tinham insultado o Islão e o seu profeta? E
os que participavam e assistiam na/à maratona de Boston em 2013? E, já agora,
os utentes de transportes públicos, autocarros, comboios, metropolitanos, em
Madrid em 2004 e em Londres em 2005? Se um bully, ou um tirano, diz que não se
deve fazer algo, então aí é que se tem mesmo de fazer, em especial nos EUA,
onde a Primeira Emenda é, como não se cansou de repetir Megyn Kelly na semana
passada, um princípio central, fundamental, sagrado. Que deve ser respeitado
apesar das «birras» que possam fazer (e fazem muitas) organizações
para-criminosas como o CAIR – que, claro, quer restringir a liberdade de expressão
– ou o SPLC – que mais não faz do que acusar de «hate group» qualquer instituição
não esquerdista…
…
Tal como a Iniciativa de Defesa da Liberdade Americana, dirigida por Pamela
Geller, que até em Portugal é identificada como sendo «anti-Islão» e «islamófoba».
No entanto, ao realizarem uma exposição com caricaturas de Maomé, a AFDI nada fez de diferente do que o Charlie Hebdo fez; são (foram) os caricaturistas (os
vivos e os mortos) do jornal satírico francês também «anti-Islão» e
«islamófobos»? Quem tem, sim, «fobias» - aos direitos humanos, em especial as
liberdades de expressão e de religião - são (muit)os muçulmanos.
(Adenda – Outro cobarde, e patético: Dean Obeidallah (cujo nome parece significar «obedecer a Alá»!) não só pensa, e afirma, que a ideia de «Islão radical» é «inventada», como decide promover um concurso subordinado ao tema «Desenhe o seu islamófobo favorito». Como vários já salientaram, não é de esperar que apareçam… «islamófobos» a tentarem assassiná-lo e aos eventuais concorrentes. Entretanto, no Texas, Estado que albergou as alegadamente «odiosas» caricaturas de Maomé, uma família muçulmana foi acusada de dois homicídios e de outros crimes… de autêntico ódio, pela intolerância manifestada, e pelo desrespeito às leis dos EUA em particular e aos valores ocidentais em geral, que muitos seguidores de Alá continuam a rejeitar.)
(Adenda – Outro cobarde, e patético: Dean Obeidallah (cujo nome parece significar «obedecer a Alá»!) não só pensa, e afirma, que a ideia de «Islão radical» é «inventada», como decide promover um concurso subordinado ao tema «Desenhe o seu islamófobo favorito». Como vários já salientaram, não é de esperar que apareçam… «islamófobos» a tentarem assassiná-lo e aos eventuais concorrentes. Entretanto, no Texas, Estado que albergou as alegadamente «odiosas» caricaturas de Maomé, uma família muçulmana foi acusada de dois homicídios e de outros crimes… de autêntico ódio, pela intolerância manifestada, e pelo desrespeito às leis dos EUA em particular e aos valores ocidentais em geral, que muitos seguidores de Alá continuam a rejeitar.)
Sem comentários:
Enviar um comentário